Autárquicas. Sérgio Aires destaca mobilização de independentes nas listas do BE no Porto


O candidato do BE à Câmara do Porto, Sérgio Aires, destacou esta quarta-feira a “mobilização de independentes”, não militantes do partido, nas candidaturas no Porto, considerando que a cidade não pode “continuar com executivos de direita”, onde inclui o PS.
“Aquilo que eu destaco é a mobilização de imensos independentes [não militantes do BE] nesta lista. Na Câmara Municipal, por exemplo, nos seis primeiros lugares temos cinco independentes, a começar por mim próprio”, disse esta quarta-feira aos jornalistas no coreto do Jardim da Cordoaria, antes de entregar as listas do BE no Palácio da Justiça do Porto.
Dos dez primeiros candidatos da lista do BE à Câmara, que mantém a militante Maria Manuel Rola em segundo lugar, oito não são militantes do partido, como Filipe Gaspar, Teresa Summavielle, Mariana Gil, Rafael Victório, Kira Gama Rocha, José António Fundo ou Amarante Abramovici, completando Andrea Peniche (militante) a dezena de lugares.
Susana Constante Pereira encabeça a lista à Assembleia Municipal, seguida de Rui Nóvoa e Elisabete Carvalho, atuais deputados municipais.
O candidato do BE salientou a “grande mobilização de pessoas interessadas em apoiar esta lista e integrá-la”, o que interpreta como um sinónimo de que “a esquerda está viva”.
Questionado sobre se estaria disposto a fazer algum tipo de coligação pós-eleitoral com Manuel Pizarro (PS), Sérgio Aires disse que “as ideias que se aproximam das dele não são exatamente as ideias da esquerda, porque aquilo que ele falou foi, claramente, de uma possível coligação com vereadores à direita”.
“A sua candidatura, realmente, não se tem posicionado à esquerda. De resto, não quis nenhuma coligação de início de candidatura à esquerda”, lembrou.
Quanto à tentativa falhada de uma coligação entre o Livre e o BE, e questionado sobre se não teme a não eleição de um vereador à esquerda do PS na Câmara do Porto, Sérgio Aires considerou que o conceito de “à esquerda do PS” é, na verdade, “à esquerda”.
“O PS, claramente, nestas eleições, aqui no Porto, não se coloca à esquerda. É muito claro e evidente. Por isso mesmo, mais uma vez, mais sentido faz que haja uma presença massiva daqueles que são de esquerda, se afirmam de esquerda e com valores de esquerda neste executivo”, vincou.
Negando “receio” sobre a possível não eleição de vereadores, o candidato do BE considera que “a cidade vai perceber que não pode continuar com executivos de direita depois de 24 anos à direita nesta cidade”.
“Acho absolutamente fundamental que se vote à esquerda, nas forças que realmente representam os valores de esquerda, e por isso tenho um grande entusiasmo, sobretudo com esta mobilização dos independentes nas nossas listas, de que isso vai acontecer”, rematou.
Sérgio Aires disse ainda que “até hoje” esteve disponível para se coligar com o Livre, mesmo indo em segundo lugar na lista à Câmara do Porto, “mas não aconteceu”.
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU — coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha este formulário anónimo.