A caravana do Chega saiu do debate da rádio para o Ribatejo. Foi em Santarém que, esta segunda-feira à tarde, André Ventura aproveitou um distrito em que bate de frente com PS e PSD para se colocar na piscina dos grandes.

Neste círculo, o Chega elegeu 3 dos 9 deputados possíveis, os mesmos que a AD e o PS. Era o pretexto perfeito para argumentar que o seu objetivo é mesmo vencer as eleições de 18 de maio. Já no ano passado, nas legislativas de março de 2024, André Ventura tinha apontado à vitória.

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Apoiado por largas dezenas de pessoas no centro de Santarém, deputados e dirigentes do Chega fizeram uma nova arruada – a grande aposta do partido para estas eleições – e pelo caminho recolheu o apoio, sobretudo dos mais novos.

Aos 19 anos, um jovem esgueira-se e fura a bolha da caravana. Consegue aproximar-se e pedir uma fotografia a André Ventura, que agarra no telemóvel e tira uma selfie com uma destreza que orgulharia Marcelo Rebelo de Sousa. É a segunda vez que vai votar numas eleições legislativas: “Gosto muito de ver o André Ventura a falar, principalmente no Parlamento“. E não hesita, vai votar nele: “Claro que sim!”.

No meio dos cânticos e das buzinadelas dos carros, a caravana segue pelas ruas de Santarém, que vão estreitando e alargando ao longo do percurso. À frente das câmaras, dos seguranças e da bolha, vão sempre membros do partido, são uma espécie de batedores que vão falando com os lojistas e comerciantes, para saber se gostam de André Ventura. Desta forma, evitam que o líder do Chega vá cumprimentar pessoas que o recebam com hostilidade.

Nem sempre é possível evitar tudo. À passagem da comitiva, numa esplanada, três amigos aparentam estar desconfortáveis depois de lhes terem colocado alguns folhetos em cima da mesa. Estão indecisos, mas já escolheram em quem não vão votar: “Ainda não, mas no Chega é que não é de certeza. Mais depressa me convertia a outra coisa qualquer do que a isto“, desabafa à Renascença. Também é jovem, mas não simpatiza com o partido que é rei nas redes sociais.

Pelo meio, aos jornalistas, André Ventura aproveitou para desmontar as palavras de Cavaco Silva, que entrou na campanha para dizer que Luís Montenegro não violou princípios éticos no caso Spinumviva.

André Ventura considera que Cavaco Silva não está a avaliar bem o comportamento do primeiro-ministro: “É sinal que quer levar o seu pupilo à vitória outra vez, não pode é dizer que a ética de Montenegro está inatacável, acho que se o próprio Cavaco quisesse ser sério com Cavaco, não podia dizer isso”.

“Acho que não está a avaliar bem”, resume André Ventura, que desvaloriza o aparecimento de figuras históricas como Cavaco Silva, Marques Mendes e Passos Coelho na campanha da AD. O Chega, centrado em Ventura e sem tempo de vida para ter históricos, prefere dizer que pensa no futuro e não no passado.

A caravana do Chega segue para Norte, onde, esta terça-feira vai ter duas ações no distrito do Porto.