Portugal e outros países europeus condenam ocupação de Gaza

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de oito países europeus, entre os quais Portugal, condenaram “veementemente” este domingo a nova ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, que visa o controlo militar de todo o enclave, iniciando-se com a ocupação da Cidade de Gaza, onde vivem entre 800 mil a um milhão de palestinianos.
O Ministério liderado por Paulo Rangel publicou na plataforma X que Portugal juntou-se à Eslovénia, Espanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta e Noruega, para condenar “o novo plano de ocupação de Gaza” e defendeu que “só o cessar-fogo, a libertação dos reféns e enorme reforço da ajuda travará a crise humanitária e abrirá a porta à solução dos dois Estados”.
Alguns meios de comunicação israelita têm dito que a intenção do Governo de Netanyahu é estender a ocupação militar a todo o enclave até à data simbólica de 7 de Outubro (data dos ataques do Hamas, em 2023), começando com a evacuação forçada dos habitantes da Cidade de Gaza, cuja data de início ainda se desconhece.
“Esta decisão só irá agravar a crise humanitária e pôr ainda mais em risco a vida dos restantes reféns” e “resultará num número inaceitavelmente elevado de mortos e na deslocação forçada de quase um milhão de civis palestinianos”, dizem os chefes da diplomacia dos oito países num comunicado conjunto.
Os ministros defendem que “a Faixa de Gaza deve ser parte integrante do Estado da Palestina, juntamente com a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental”.
“Qualquer alteração demográfica ou territorial nos Territórios Palestinianos Ocupados” representa “uma violação flagrante do direito internacional e do direito humanitário internacional” e a solução dos dois Estados é “a única via para uma paz abrangente, justa e duradoura”.
Os oitos países reconhecem que o Hamas não tem lugar no futuro de Gaza e que deve ser desarmado, mas pedem que seja negociado um acordo de cessar-fogo, que inclua a libertação imediata de todos os reféns e a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Esta posição está em linha com a defendida por outros Estados europeus antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, realizada este domingo, para discutir a ofensiva em Gaza.
“Condenamos a decisão do Governo de Israel de ampliar ainda mais as suas operações militares em Gaza”, afirmaram numa declaração conjunta os representantes do Reino Unido, Dinamarca, França, Grécia, e mais uma vez a Eslovénia, considerando que o plano “pode violar o direito internacional humanitário”.
“Exortamos Israel a revogar urgentemente esta decisão e a não a implementar, e reiteramos que qualquer tentativa de anexação ou expansão de colonatos viola o direito internacional”, acrescentaram os países, num comunicado citado pela Europa Press.
Dizem ainda que a operação israelita “agravará a já catastrófica situação humanitária em Gaza”. A fome em Gaza “foi provocada” e “são necessárias medidas urgentes” para aumentar a ajuda aos palestinianos no enclave, defendem.
Os Estados europeus deixam uma “mensagem clara a Israel: levantar as restrições à entrega de ajuda para que a ONU e os seus parceiros humanitários estabelecidos possam operar em segurança e em grande escala, de acordo com os princípios da humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência”.
