Minimis: porque Shein e Temu são a nova ameaça comercial da Europa

A administração de Donald Trump eliminou uma lacuna fiscal que permitia aos retalhistas chineses enviar produtos diretamente aos consumidores americanos sem pagar taxas de importação. Poderão as plataformas de comércio eletrónico como a Temu e a Shein inundar agora a Europa com exportações baratas? Ao eliminar uma lacuna que permitia isenção de taxas alfandegárias, o presidente dos EUA, Donald Trump destruiu o modelo de negócio da Temu e da Shein, estrangulando o fluxo de produtos chineses baratos para os Estados Unidos. Em 2024, 1,36 mil milhões de remessas entraram nos EUA ao abrigo da chamada regra de minimis, que isentava

One UI 8 nos telemóveis Samsung? Já há data prevista para os primeiros testes

O One UI 7 tem dado muito que falar, por causa do atraso na sua chegada aos dispositivos da Samsung. No entanto, mesmo sem ter chegado a todos os dispositivos, já se vai falando no lançamento do One UI 8. Neste caso, do programa beta.

Tal como refere a Phone Arena, os últimos relatórios indicam-nos que o programa beta do One UI 8 pode chegar já em maio. Neste caso, na terceira semana do mês. Quem o refere é a SamMobile, fonte especializada da Samsung, que manteve em anonimato as suas fontes.

A quem irá chegar primeiramente o One UI 8 para teste?

Conforme revela a mesma fonte de informação, a versão beta do One UI 8 deverá chegar, numa fase inicial, a um conjunto muito restrito de utilizadores. Espera-se que esse conjunto seja ainda mais reduzido do que em testes anteriores da Samsung.

Os primeiros vislumbres do sistema operativo podem acontecer em maio, contudo espera-se que a implementação mais ampla do One UI 8 (versão beta) seja feita em junho de 2025.

S25

Recorde-se que o One UI 8 só deverá chegar ao público global, durante o segundo semestre deste ano. Espera-se que este sistema operativo, baseado no Android 16, possa vir já com os telemóveis Galaxy Z Fold 7 e Galaxy Z Flip 7.

One UI 8 deverá dar um upgrade na “Now Bar”

Por enquanto, são poucas as informações que vamos conhecendo sobre o One UI 8 baseado no Android 16. No entanto, recentemente falou-se na probabilidade deste sistema melhorar a Now Bar.

Com este ajuste, seria de esperar que a Now Bar conseguisse dar ainda mais detalhes de forma rápida, o que tornaria este recurso mais útil. No vídeo em baixo, consegues ter uma perspetiva detalhada de como usar a Now Bar atualmente.

No fundo, esta funcionalidade permite controlar algumas apps e obter informações relevantes através do ecrã de bloqueio, bem ao estilo do Dynamic Island. Espera-se ainda que haja melhorias em termos de privacidade, na “Pasta Segura”.

Expectavelmente, iremos conhecer mais detalhes que poderão chegar com o One UI 8, durante os próximos tempos.

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O que fazer? Sexta é dia de jogos, Eutanasiador e Amigos da Treta

Eutanasiador

LISBOA Teatro da Trindade. De 8/5 a 29/6. Quarta a domingo, às 19h. M/14. 10€ a 14€

O actor Sérgio Praia dá vida ao homem do título, um serial killer que se vai confessando e revelando à medida que é interrogado, num discurso agitador de conceitos como culpa, crime ou dignidade. No centro da narrativa está a questão da eutanásia e a discussão ética que se arrasta há décadas em torno da morte medicamente assistida.

Uma “experiência intensa e provocadora”, faz notar a folha de sala, que pretende “pôr a nu aquilo que são as nossas contradições sociais, as nossas ideias feitas, a forma falsa como muitas vezes nos relacionamos uns com os outros”, palavras de Paula Guimarães, autora do texto. A encenação está a cargo de Diogo Infante.

Amigos da Treta

PORTO Teatro Sá da Bandeira. De 9/5 a 25/5. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 16h.M/14. 10€ a 22€

Influencers, gurus do coaching e do lifestyle, inteligência artificial e estupidez natural. Estas são as tretas que gravitam no universo de Zézé (José Pedro Gomes) e que fazem parte da conversa a pôr em dia nas tábuas, desta vez em dupla com Aldo Lima.

O espectáculo segue a linha do fenómeno Conversa da Treta, iniciado em 1997 com António Feio, e seguido por mais uma carga de ideias feitas em 2016 com Filho da Treta, na companhia de António Machado, e em 2019 com Casal da Treta, co-interpretado por Ana Bola. O molde mantém-se: conversar sobre nada de especial e muito em particular.

FLiD – Festival Literário Douro

SABROSA Espaço Miguel Torga – São Martinho de Anta. De 8/5 a 10/5. Grátis

Encontros com escritores, conversas, exposições, apresentações, uma feira do livro, uma palestra performativa de Álvaro Laborinho Lúcio, um concerto de JP Simões pautado por canções de José Mário Branco ou uma homenagem a Francisco Guedes (1949-2025), programador cultural a quem se deve este e outros festivais literários.

É nestas linhas que se folheia a sétima edição do certame que enche de letras a terra que viu nascer Miguel Torga, São Martinho de Anta. Entre os autores convocados, estão nomes como Ángel Fragua, Leonardo Padura, Manuel João Vieira, Ondjaki, Onésimo Teotónio Almeida ou Rosa Coutinho Cabral. O programa completo está disponível aqui.

Óbidos Vila Gaming

ÓBIDOS Vila. De 7/5 a 11/5. Quarta a domingo, das 11h às 21h. Game Party no dia 9, das 22h às 2h. Entrada livre

Óbidos torna a ir a jogo com a terceira edição da festa que se espraia entre o burgo e o Parque Tecnológico e alinha torneios de videojogos, experiências de realidade virtual, cosplay, laboratórios tecnológicos, conversas, workshops, uma área dedicada aos retrogames e a presença de celebridades do meio. Na sexta-feira, há Game Party na Praça da Criatividade com Stereossauro e os convidados Capicua, Ana Magalhães, Xtinto, Carlão e DJ Ride.

Jorge Cruz

COIMBRA Salão Brazil. Dia 9/5, às 22h. 20€

Fundador de projectos como os Superego ou os Diabo na Cruz e escritor de canções para vozes alheias (Ana Moura, Gisela João, Ana Bacalhau, Cristina Branco ou Amor Electro são alguns dos nomes no currículo), Jorge Cruz apresenta-se aqui em nome próprio.

Nas pautas estão as raízes da música tradicional portuguesa que habitaram o seu campo de trabalho nas últimas décadas, mas também um “despreconceituoso desbravar de caminhos” e as coordenadas de Transumante (2024), inspirado no “imaginário rural português, na música tradicional e no encontro entre língua e paisagem”, descreve o texto que o apresenta.

Capote Fest

ÉVORA Sociedade Harmonia Eborense e Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar. Dias 9/5 e 10/5. Sexta, às 23h; sábado, às 22h. 3€ (dia 9), 20€ (dia 10)

No Alentejo torna a erguer-se uma montra de música nacional. À nona edição do festival vão bandas de estilos diversos e “um cardápio para todos os palatos”, assegura a Capote Música, que organiza o evento. Sidewalk, Clauthewitch, Zarco, Cachapa & DJ Sims, Sea Angels, The Rite of Trio, Danger Machine e ECMTD são os oito convocados.

Universidade de Colúmbia despede quase 180 investigadores devido aos cortes

A Universidade de Colúmbia anunciou esta terça-feira o despedimento de dezenas de investigadores cujo trabalho era suportado por bolsas e contratos financiados pelo governo dos Estados Unidos – e que foram cancelados pelo executivo de Donald Trump em Março, com a justificação de assédio anti-semita dentro e nas proximidades do campus.

“Tivemos de fazer escolhas difíceis e, infelizmente, hoje, quase 180 dos nossos colegas que estavam a trabalhar, totalmente ou em parte, através de bolsas federais receberão notificações de não renovação ou rescisão”, afirmou o presidente interino da Universidade de Colúmbia numa carta aberta, citando uma pressão “intensa” nas finanças da universidade.

A Universidade de Colúmbia continuará a tentar persuadir o Governo a restaurar o financiamento, mas não especificou os departamentos que perderam investigadores.

Os cortes foram feitos no que os líderes da Universidade de Colúmbia mencionaram ser mais de 4,4 mil milhões de euros em subsídios atribuídos à universidade. Grande parte deste financiamento ia para cuidados de saúde e investigação científica.

Em Março, a administração Trump cancelou 350 milhões de euros em subsídios e contratos para a Universidade de Colúmbia e ameaçou reter outros milhares de milhões de euros por causa do que descreve como assédio anti-semita no campus da universidade em Nova Iorque.

A Universidade de Colúmbia tem sido o epicentro de um movimento de protesto estudantil pró-palestiniano e anti-israelita que tem abalado os campi dos Estados Unidos no último ano e meio, à medida que a guerra de Israel em Gaza se alastrava.

A Universidade de Colúmbia acatou várias exigências do Governo de Donald Trump, numa tentativa de recuperar os fundos. A academia prometeu reformar o seu processo disciplinar, contratar agentes de segurança com poderes de detenção de pessoas e nomear um funcionário com autoridade para rever os departamentos que oferecem cursos sobre o Médio Oriente.

Governo informa Harvard de congelamento

Na última segunda-feira, a administração Trump revelou à Universidade de Harvard que não iria receber financiamento futuro até que a universidade mais rica e antiga dos Estados Unidos concordasse com as exigências do governo sobre como deveria lidar com o anti-semitismo no campus, entre outras questões.

A reitoria da Universidade de Harvard já tinha interposto uma acção judicial para impedir que a administração Trump congelasse milhares de milhões de euros em financiamento do Governo central. A academia rejeitou uma série de exigências da Casa Branca, assumindo que prejudicariam a sua independência.

Na carta enviada à Universidade de Harvard, a secretária do Departamento de Educação dos Estados Unidos, Linda McMahon, disse que a universidade deve abordar as preocupações sobre o anti-semitismo no campus, as políticas escolares que consideram a etnia do aluno e as queixas do Governo de que a universidade abandonou a sua procura por “excelência académica” ao empregar relativamente poucos professores conservadores. “Esta carta é para informar que Harvard não deve continuar a procurar SUBSÍDIOS [assim, em maiúsculas] do governo federal, uma vez que nenhum será fornecido”, escreveu Linda McMahon.

O congelamento do financiamento futuro representa uma táctica ligeiramente distinta da inicialmente empregue pela administração Trump, cujas tentativas de congelar os fundos existentes das principais universidades levantaram suspeitas jurídicas.

Uma sondagem Reuters/Ipsos de Abril concluiu que 57% de todos os inquiridos não eram favoráveis a que o Presidente norte-americano retivesse financiamento de universidades com as quais discorda. Entre os inquiridos republicanos, no entanto, essa mesma percentagem (57%) achava que Trump deve reter fundos dessas universidades.

E se uma ficção se tornar realidade? “Crocodile Club” chama-lhe “eleições”

Crocodile Club não é uma estreia. Mas, ao mesmo tempo, é. Depois de Hantologia (2019) ou Festa de 15 anos (2020), Mickäel Oliveira chega de corpo inteiro a um texto dramatúrgico, político, que se “atreve” a anteceder em dez dias as eleições legislativas portuguesas. A conversa que se seguiu não mostrou recato nos argumentos sobre a necessidade de mudança, do medo, da liberdade e das ameaças europeias à democracia e no crescimento do populismo e da extrema-direita em Portugal.

Sentamo-nos num sofá de veludo vermelho, detalhe característico do Teatro Nacional de São João, no Porto, que se localizava junto à porta lateral do auditório principal do teatro. O diálogo do encenador, que começou naquele sofá, manteve-se no palco, desta vez, num jantar informal entre sete amigos (representados por Afonso Santos, Bárbara Branco, Beatriz Wellenkamp Carretas, Fábio Coelho, Gabriela Cavaz, Inês Castel-Branco e Luís Araújo).

O enredo desta peça retrata um típico encontro de amigos de longa data, na casa familiar, deslocada da cidade. O que se diferencia em toda a normalidade que um acontecimento destes desenvolve, é que a anfitriã, Isabel, é candidata de um partido de extrema-direita às eleições legislativas e, aquele jantar, onde os copos são transparentes e as garrafas de vinho avermelhadas, onde a comida que se serve é vegana e as pessoas que reúne mostram-se ideologicamente diferentes, é parte de uma ação de campanha que requer a humanização da candidata. Campanha essa que acaba por rondar o terror e o fantasmagórico.

​Mudar a lei da greve? “É uma casca de banana”, diz Raimundo

Paulo Raimundo recusa entrar na polémica sobre a eventual alteração à lei da greve. A hipótese de mudar a legislação foi admitida por Luís Montenegro, a propósito da greve na CP que está em curso.

O secretário-geral do PCP diz que está nas mãos do Governo acabar com a paralisação e que esta é mais uma estratégia da AD para marcar a campanha.

“O objetivo do Luís Montenegro é que agora passe aqui a comentar ‘ai, ai, ai, que ele vai atacar o direito à greve’. Ora, não é isso que a gente precisa agora. Isso é conversa para a gente se distrair”, diz, em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa de campanha da CDU, em Beja.

Raimundo acrescenta que o que “é preciso é que o Luís Montenegro e Pinto Luz [ministro das Infraestruturas] assumam as suas responsabilidades e resolvam isto uma vez por todas”.

Paulo Raimundo assegura que “está nas mãos do Governo” travar a paralisação.

Raimundo não dá crédito ao argumento apresentado pelo Governo que não pode assinar um acordo com os trabalhadores porque o está em gestão.

“Não pode assinar contratos entre a CP e os trabalhadores, mas pode assinar contrato de dívida para todos nós, para contrair quatro mil milhões de euros para a guerra e para o armamento? Digam lá se isto não é uma casca de banana”, questiona.

Da cerveja aos helicópteros: o que está em risco na nova ofensiva tarifária de Bruxelas?

Num documento de mais de duzentas páginas, Bruxelas enumerou uma lista de artigos importados dos Estados Unidos, no valor de 95 mil milhões de euros, que podem ser alvo de novas tarifas.

Neste podcast falamos dos temas económicos que marcam a atualidade. Todos os dias resumimos o que precisa de saber sobre os números nacionais e internacionais em episódios de dois minutos. E ao sábado, as grandes notícias são discutidas pelos jornalistas de Economia do Expresso. Oiça e subscreva o Economia dia a dia em qualquer plataforma de podcasts ou siga em Expresso.pt

Bugatti Bolide achincalha superdesportivos em pista

Os superdesportivos demonstram o seu real valor em pista, onde o tabuleiro de jogo é igual para todos e não há desculpas. Depois de a Bugatti ter iniciado as entregas a clientes do Bolide, concebido exclusivamente para pista, foi preciso esperar muito pouco até ver este impressionante modelo rodar em circuito, ao lado de outros superdesportivos com pergaminhos firmados. E o resultado foi semelhante ao de um adulto a roubar rebuçados a crianças, a ponto de até dar pena… Mesmo se em pista estavam os melhores representantes da Porsche e McLaren.

Este Bugatti Bolide gasta 80 l/100km e destrói um jogo de pneus em 60 km

Só vão existir 40 exemplares do Bolide, o que justifica o seu preço de 4 milhões de euros, uma factura importante para um modelo que só pode ser utilizado em pista, o que inclui custos adicionais, uma vez que o aluguer das pistas não é barato. E assim que os primeiros Bolide rolaram da linha de montagem — completamente artesanal e em Molsheim, num atelier que mais parece uma ourivesaria — foi possível não só avaliar a rapidez do modelo, como compará-la com alguns dos seus rivais.

Impressionante! Bugatti Bolide solta os 1600 cv em pista

Embora na fase de protótipo tenha sido apresentado como sendo capaz de extrair 1840 cv do imponente motor 8.0 W16 quadriturbo, com gasolina de competição, o Bolide acabou por fornecer “somente” 1600 cv, mas com gasolina comercial de 98 octanas. Mas se a potência não aumentou decisivamente (a versão “normal” do W16 fornece 1500 cv, sendo que há outras versões do Bugatti Chiron com 1600 cv), o peso do Bolide foi consideravelmente reduzido. E, num desportivo, cortar no peso é ainda mais importante do que aumentar a potência. Ora se o Chiron pesa 1950 kg, no Bolide a agulha da balança aponta apenas para 1451 kg.

A verdadeira e inesperada origem do McLaren Senna

O vídeo que pode ver abaixo mostra o Bolide na pista de Nürburgring, não no Anel Norte, o conhecido Nordschleife, construído em 1920 (e considerado demasiado perigoso para acolher a F1), mas sim o circuito de Grande Prémio de F1 inaugurado em 1984. E é preciso ter presente que o Bolide tem uma velocidade máxima inferior à do Bugatti Chiron, em virtude do maior apoio de que beneficia para travar mais tarde, acelerar mais cedo e curvar mais depressa, com o Chiron a rodar até aos 420 km/h e o Bolide a ficar-se pelos 380 km/h. De recordar que, quando o protótipo do Bolide foi apresentado em 2020, deveria possuir 1850 cv e ser capaz de atingir 480 km/h, mas a marca optou por um standard menos ambicioso. Veja o Bolide a envergonhar a concorrência no Nürburgring GP, sendo que os seus rivais da ocasião foram, entre outros, o McLaren Senna.

Trump anuncia acordo comercial com Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, saudou esta quinta-feira o acordo de comércio com os Estados Unidos, considerando que é “um dia histórico” na história da cooperação bilateral entre os dois países. “Este é um dia realmente fantástico e histórico, em que podemos anunciar este acordo entre os nossos dois grandes países. Penso que é um verdadeiro tributo à nossa história de trabalho tão estreito”, disse por telefone ao Presidente dos EUA, Donald Trump, em declarações transmitidas pela televisão. Segundo Starmer, o acordo “vai impulsionar o comércio” entre ambos e “proteger postos de trabalho, mas também criá-los, abrindo o acesso ao

Sofia Leão estreia-se em disco com Mar: “Sempre gostei muito da magia das vozes”

Começou a estudar piano aos 5 anos e aos 18 lança um primeiro álbum. O seu nome é Sofia Leão, filha mais nova do músico e compositor Rodrigo Leão e de Ana Carolina Costa (letrista), e o facto de ter nascido numa família de músicos foi determinante. Os seus irmãos, António e Rosa, também tocam piano há anos, com formação clássica, e as muitas vezes que os viu, e ao pai, a tocar, marcaram a sua infância. O disco que esta sexta-feira chega às plataformas digitais e às lojas, em CD, chama-se Mar, estreou-se ao vivo no início de Maio e tem várias sessões de apresentação nas lojas Fnac: dia 15 no Chiado, 18 no CascaisShopping, 31 no Colombo e, em Junho, 7 da Av. de Roma, 8 em Alfragide, 21 no NorteShopping e 22 no GaiaShopping.

Nascida em Lisboa, no dia 20 de Setembro de 2006, Sofia Leão começou a estudar piano clássico com Isabel Prata, e depois com Sara Fernandes, até ao 8.º grau. “A professora Isabel Prata brincava muito”, recorda Sofia, ao PÚBLICO. “Havia um buraco no tecto da sala, e quando nós íamos às teclas graves, mais assustadoras, ela falava de uma bruxa que havia no tecto, mas sem me assustar, lidava com o piano com piada, porque eu tinha só 5 anos e podia ser difícil.” A aproximação ao piano, que sempre lhe agradou, levou-a a escrever as primeiras músicas, “ainda a brincar”: “Com uns 10, 11 anos, eu já tinha umas músicas que ia gravando em casa, no computador, ainda sem teclados nem nada. Tinha essa vontade de fazer música, mas a primeira vez que comecei a gravar a sério foi aos 15 anos.”

A par do piano, foi também moldando a voz. Na escola onde estudou, a Academia Musical dos Amigos das Crianças fazia parte do coro. “Eu estava no ensino articulado, tinha instrumentos, coro, formação musical, e esse coro participou no disco do meu pai O Método [2020]”. Foi nesse disco que Sofia gravou pela primeira vez com o pai, cantando na faixa A bailarina. Na altura tinha 13 anos e não faltava muito para que uma simples mudança lhe abrisse outras portas na música. “Eu tinha vontade de fazer coisas, de gravar, mas o meu computador era muito antigo”, diz Sofia. “Nos meus 15 anos os meus pais ofereceram-me um muito melhor, instalei-o logo, a correr, e passado pouco tempo comecei a gravar as minhas ideias.”

O álbum que agora lança, Mar, reúne dez canções que resultam dessas experiências: Pedra, Não seria tão triste, Umineu, Vino dragostea, Calma, Fly away, Valsa, Não me conheço, Sem fim, Mar, Mas agora e Sou. E em todas elas predomina uma ambiência coral, apesar de haver no disco apenas uma voz, a dela, ainda que multiplicada em diferentes camadas. “Sempre gostei muito de ouvir vozes juntas”, explica Sofia Leão. “Eu e a minha irmã sempre cantámos desde pequeninas, fazíamos primeiras e segundas vozes, depois veio o coro, e o cantar com amigos, sempre gostei muito da magia das vozes.” Pedra foi uma das primeiras canções, senão a primeira, a ser escrita por Sofia, seguindo-se Vino dragostea (escrita em romeno, porque o que escrevera em português lhe soava mal; e procurou uma língua cuja sonoridade lhe fosse agradável – Vino dragostea quer dizer ‘Vem amor’) e Fly away, entre outras.

Sendo praticamente um disco onde Sofia Leão é omnipresente (além de compor e cantar, em voz solo e vozes corais, também toca piano, sintetizadores, guitarra, harmónio, percussões), participam em quatro dos temas três músicos que habitualmente trabalham com Rodrigo Leão: João Eleutério (no baixo), Bruno Silva (na viola d’arco) e Gabriel Gomes (acordeão). “O João, além de tocar baixo [em Não seria tão triste e Umineu], dá muitas ideias de estrutura e esteve desde o início a participar na criação do disco”, diz Sofia. “Depois, apetecia-me ouvir no Mar não só piano mas também umas cordas. Inicialmente pensei na Viviena Tupikova, violinista que toca com o meu pai mas também é minha amiga, ainda ficámos uns tempos a pensar, mas depois achei que o Gabriel iria gostar de tocar isto, porque gosta de sons estranhos. Enviei-lhe a música, ele ouviu, esteve a fazer experiência em casa, adorei o que me enviou e gravámos.”

Se no disco há uma colagem de vozes a partir de uma voz só, a capa vive também de uma colagem de elementos gráficos. “É um quadro que fiz há um ano e meio, no Verão, acho eu. Num só dia, fiz dois quadros, com colagens, com ganga, com tintas antigas, com uma revista que encontrei, com umas canetas que não usava. A tela é rectangular, e para a capa tiveram de cortar uma parte em cima e em baixo.” O nome do disco, Mar, e o nome de Sofia Leão, que surge aposto a uma lua que já lá estava, foram integrados com um programa de computador.

A capa do disco, a partir de um um quadro de Sofia Leão

A primeira apresentação ao vivo de Mar ocorreu na capela do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), na Junqueira, em Lisboa, nos dia 2 e 3 de Maio. Depois das apresentações nas lojas Fnac, em Maio e Junho, haverá novos concertos, ainda sem data.

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