Carlo Ancelotti recusou treinar o Brasil, avançam em Espanha

Treinador do Real Madrid estará a analisar uma proposta proveniente da Arábia Saudita

Afinal, Carlo Ancelotti já não vai assumir o comando técnico da seleção brasileira. Segundo a imprensa espanhola, o treinador italiano do Real Madrid disse ‘não’ aos responsáveis máximos da Confederação Brasileira de Futebol e estará a analisar uma importante proposta proveniente da Arábia Saudita.

Carlo Ancelotti viajou ontem para Londres para estabelecer as bases do acordo com a CBF e assinar contrato… mas acabou por não fazê-lo. Os agentes que cuidam da operação esperavam, no entanto, que o técnico dos merengues fechasse o acordo esta terça-feira, em Madrid, mas o italiano acabou por recusar a oferta quando faltava apenas pegar na caneta e assinar a ‘papelada’. Carlo Ancelotti quis agradecer o interesse demonstrado ao longo das últimas semanas e fez questão de entrar diretamente em contacto com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que assim viu cair por terra o seu grande sonho para assumir a canarinha. Ancelotti começou por dizer aos responsáveis da CBF que seria difícil abraçar o projeto em junho, antes do Mundial de Clubes, algo que precisamente ia contra as informações veiculadas do outro lado do Atlântico.

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O Real Madrid pode efetivamente ter dificultado a saída do italiano, mas, em Espanha, referem que Ancelotti tem em mãos uma proposta milionária do Médio Oriente. Fala-se em cerca de 50 milhões líquidos por temporada.

Esta não é a primeira vez que o timoneiro transalpino recusa uma proposta para treinar o Brasil. Em 2023, depois de muita especulação, Ancelotti renovou contrato com o Real Madrid.

Jorge Jesus volta a ser o favorito

De acordo com o ‘Globoesporte’, Jorge Jesus passou a ser o favorito a assumir o cargo. O treinador português do Al Hilal esteve sempre na ‘short list’ e agora ganha força, no mesmo dia em que foi eliminado nas meias-finais da Liga dos Campeões Asiática.

Apagão. Duas mil consultas e 100 cirurgias não urgentes foram adiadas na ULS de São João, no Porto

Num “dia intenso com momentos de preocupação”, o hospital S. João do Porto provou que está pronto para situações de crise, congratula-se a presidente do Conselho de Administração da respetiva Unidade Local de Saúde (ULS). Durante o corte de eletricidade que afetou o país na segunda-feira demonstrou “que as equipas funcionam de forma articulada, estão empenhadas e são capazes de fazer face às crises de uma forma estrategicamente organizada e eficiente”, garante Maria João Batista ao Observador.

Ainda assim, não foi possível realizar todas as consultas, tratamentos e cirurgias previstas, para poupar a energia criada pelos geradores. “Foram adiadas cerca de cem cirurgias que não eram urgentes e que correspondem a um terço da atividade cirúrgica que nós temos nesta unidade hospitalar”, concretiza a médica. Por outro lado, foi necessário “adiar cerca de cem tratamentos de hospital de dia, incluindo doentes com patologia oncológica, que correspondem também a um terço dos tratamentos que se fazem  diariamente nesta instituição”, continua. “Em relação às consultas, entre os cuidados hospitalares e os cuidados de saúde primários, as unidades de saúde familiar, os centros de saúde, tivemos de cancelar cerca de duas mil consultas, o que correspondeu aproximadamente a metade das consultas que fazemos nesta unidade diariamente”, enumera.

No entanto, “apesar da situação que se vivia, todos os doentes oncológicos que tinham de fazer o tratamento naquele dia, fizeram-no, tal como os que necessitavam de transfusões e para as quais já tínhamos tudo preparado”.

Mesmo já com eletricidade reposta, o hospital optou por manter o plano de contingência, mas em escala menor, até a manhã desta terça-feira. “Tínhamos receio que houvesse ainda alguns problemas no início do dia, nomeadamente com os sistemas informáticos, por causa da variação da energia. Tínhamos alguma preocupação porque há vários equipamentos, como os de ressonância ou os aparelhos de radioterapia, que são pesados e que com esta instabilidade elétrica podiam eventualmente ter algum problema a começar a funcionar”, detalha ao Observador.

O plano de contingência foi levantado já ao final da manhã, altura em que a ULS começou a “funcionar em plenitude”. Maria João Batista admite, contudo, que os cuidados continuam redobrados. “Estamos com uma situação de cautela e de segurança em relação a tudo o que é abastecimento de água e energia elétrica. Estamos a garantir que, se houver um novo apagão, se houver algum problema com a energia, temos mais tempo de combustível e de água. Ainda estamos em estado de alerta, mas a resposta está perfeitamente mantida”, conclui.

As várias consultas, cirurgias e exames adiados começaram também já, esta terça-feira, a ser reagendados. Todavia, é um processo que se pode estender ao longo desta semana e até à próxima. “Temos de agir de acordo com a premência de cada uma das situações. Nas que tinham que ser já resolvidas hoje [esta terça-feira], como tratamentos do hospital de dia, por exemplo, os doentes já foram contactados e estão a fazer os seus tratamentos. Consultas e de cirurgias que não tenham de ser feitas imediatamente vão ser realizadas nos próximos dias, eventualmente semanas, mas, repito, de acordo também com a gravidade da situação e com a necessidade de sermos mais ou menos céleres”, sublinha.

A ULS São João, como várias outras unidades de saúde, funcionou através de geradores. Ainda que a “autonomia” do hospital estivesse “dependente do combustível”, a presidente do conselho de administração do São João garante que estavam prontos caso o apagão se tivesse estendido mais um dia. “Os geradores que nós temos permitem que mantenhamos a atividade durante várias horas. A nossa capacidade de os mantermos funcionais depende da capacidade que existe na sociedade de nos fazer chegar combustível. Nós tivemos a Proteção Civil que o trouxe e, portanto, antes mesmo de termos a restauração da luz, tínhamos combustível suficiente para nos mantermos até hoje em atividade”, refere. Caso o cenário se mantivesse por um período mais longo e “transversal em todo o país e deixasse de ser possível o combustível chegar aos sítios necessários”,  Portugal chegaria a uma “situação de catástrofe”, sublinha.

Desde o primeiro momento sem eletricidade na ULS São João houve com “efeito imediato várias reuniões com o gabinete de crise” do hospital. A partir daí, e sempre com “várias reuniões ao longo do dia com uma periodicidade bastante curta” os profissionais de saúde foram gerindo as áreas e receberam “instruções para as formas de responder aos doentes e as decisões a tomar”.

Mesmo com uma reação positiva à crise desta segunda-feira, a presidente do Conselho de Administração da ULS São João salienta que o apagão serve de “reflexão” de modo a que os planos de contingência para várias situações possam ser aperfeiçoados. “Há vários aspetos que estão a ser neste momento trabalhados porque pretendemos estar melhor preparados para o que possa voltar a acontecer”, remata.

Troca comercial de energia entre Portugal e Espanha parada por precaução

Acompanhe o nosso liveblog sobre o apagão em Portugal

A REN adiantou esta terça-feira que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibérica.

O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a “fase final” para a “estabilização completa do sistema” esteja concluída até às 00h00 de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.

João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23h30 de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura, enquanto a operadora da rede de distribuição ligou esta terça-feira “muito cedo” os últimos pontos de consumo.

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“Estamos a caminhar para uma situação normal”, mas “a parte da distribuição está a demorar um pouco mais“, sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.

O administrador executivo da REN realçou que é ainda necessário “garantir a estabilização completa do sistema” para conseguir o normal funcionamento dos mercados grossistas.

“A partir daí, podemos dizer que o sistema voltou, tanto técnica como economicamente, ao funcionamento completamente normal”, continuou, acrescentando que espera que esta etapa final esteja concluída até à meia-noite desta terça-feira.

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Para isso, é necessário “gerir o sistema em separado“, uma decisão tomada em “total coordenação” com o governo português e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), bem como com as autoridades e contrapartes da rede elétrica espanhola.

As interligações entre os sistemas estão operacionais, mas não há troca comercial de energia” entre Espanha e Portugal, explicou Conceição.

Questionado sobre a possibilidade de um excesso de energia renovável no sistema energético estar na origem do apagão, o administrador considerou a ideia plausível, embora “não a única”.

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“Aparentemente, e de acordo com as autoridades espanholas, as questões cibernéticas foram descartadas e, por isso, temos agora de nos concentrar exatamente no que aconteceu”, apontou.

João Faria Conceição afirmou ainda que as energias renováveis são “uma fonte de energia segura” que possui uma série de características, “especificamente, a sua volatilidade”, que devem ser acomodadas na gestão de qualquer sistema elétrico para mitigar os efeitos dessa volatilidade.

O responsável da REN salientou que o apagão que ocorreu esta segunda-feira e afetou Portugal, Espanha e o sul de França foi “absolutamente extraordinário”, mas alertou que “não há risco zero” de a situação se repetir.

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Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do “apagão”.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu esta terça-feira de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

As imagens da apresentação do programa eleitoral de Henrique Calisto à presidência da ANTF

O auditório da Arena Liga Portugal, que contempla mais de 300 lugares, esgotou para acolher os muitos treinadores e figuras mediáticas que apadrinharam a apresentação do programa eleitoral de Henrique Calisto à presidência da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol (ANTF).

O sufrágio para o triénio 2025-2028 realiza-se no dia 31 de maio e Henrique Calisto espera convencer a maioria dos cerca de nove mil associados com um plano de cinco eixos, onde se destaca o plano de “mais formação”, bem como um “gabinete de saúde mental” para o treinador.

“O treinador português é uma bandeira, mas há um estrangulamento nos acessos aos cursos da UEFA e os espanhóis estão a invadir o mercado porque muitos portugueses não têm a qualificação necessária para trabalhar no estrangeiro”, sustentou o técnico.

Mau tempo. Capitania do Funchal prolonga avisos, ligação marítima com Porto Santo afetada

A capitania do Porto do Funchal atualizou o aviso de agitação marítima forte para a orla marítima do arquipélago da Madeira, complementando-o esta terça-feira com um de vento forte, num cenário que afetou as ligações com a ilha do Porto Santo.

Os avisos estão em vigor até às 18h00 de quarta-feira e têm por base as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A autoridade regional indica que o vento vai ser de oeste/noroeste “fresco a muito fresco (na ordem dos 50 quilómetros por hora), rodando para sudoeste a partir do início da manhã e aumentando para muito fresco a forte (entre os 50-62 quilómetros por hora) a partir da tarde”.

A visibilidade no mar da Madeira vai ser “boa a moderada, por vezes fraca no final“.

Quanto à ondulação, na costa norte as ondas vão ser de noroeste, aumentando até os 4,5 metros a partir do meio da manhã e podendo atingir os três a quatro metros na zona oeste da parte sul.

“Recomenda-se a toda a comunidade marítima e à população em geral para os cuidados a ter, tanto na preparação de uma ida para o mar, como quando estão no mar ou em zonas costeiras”, insiste a capitania.

Reforçar a amarração e manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas, evitar passeios junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima e não praticar a atividade da pesca lúdica são algumas das recomendações.

Devido a esta situação meteorológica, a Porto Santo Line, concessionária da linha marítima entre as ilhas da Madeira e Porto Santo, que utiliza o navio Lobo Marinho, decidiu antecipar na quarta-feira para as 18h00 a viagem programada para as 21h30 com saída da denominada Ilha Dourada.

Quanto às viagens de 1 de maio, as viagens com saída prevista do Funchal às 08h00 e do Porto Santo às 20h00 “serão canceladas devido às más condições meteorológicas previstas para o Porto Santo“, anuncia a concessionária na sua página oficial.

Para colmatar a situação, a Porto Santo Line apresenta como alternativas de viagens extra no dia seguinte (sexta-feira, 02 de maio) com saídas do Funchal às 08h00 e 19h00 e regressos do Porto Santo às 12h00 e 22h30.

Alemão Manfred Weber reeleito presidente do Partido Popular Europeu

O alemão Manfred Weber foi esta terça-feira reeleito para um mandato de três anos como presidente do Partido Popular Europeu (PPE), depois de ter recebido um amplo apoio no congresso do grupo político realizado em Valência.

O político bávaro de 52 anos e candidato único obteve 502 votos a favor, 89% do total dos delegados participantes no congresso do bloco conservador no Parlamento Europeu (que integra o PSD e o CDS), 61 contra e sete foram inválidos.

Num discurso antes de ser confirmada a reeleição, Weber criticou os “sociais-democratas que ignoram a classe trabalhadora” ou os “verdes e liberais que só frequentam bairros nobres com eleitores privilegiados”.

Para o eurodeputado eleito pela União Social Cristã, os principais adversários do PPE “são os extremistas, aqueles que lutam contra a Ucrânia, o Estado de Direito e uma Europa unida“, pedindo uma política que impeça os populistas de estabelecerem a agenda “com o discurso de ódio, dividindo e destruindo”.

“Politicamente, a tarefa é enorme: uma onda autoritária está a varrer o mundo e a corroer lentamente a Europa. Os riscos são elevados”, declarou, alertando que “os populistas são fortes porque muitos democratas são fracos”.

O líder reeleito do PPE advertiu também que “muitas pessoas na política dizem simplesmente o que não querem”, elencando o Presidente norte-americano, Donald Trump, o Acordo Verde ou a ideologia de género, propondo em alternativa que tornem mais claro o que pretendem.

“Sejamos mais concretos: a principal tarefa da nossa geração (…) é uma política externa e de defesa comum“, considerou.

Weber assinalou que a capacidade de “ouvir, unificar e entregar” está no ADN do PPE, mas será preciso mais para derrotar os populistas e os extremistas.

“Estamos a entrar numa nova fase histórica. Para vencer a luta, precisamos de apresentar não só factos e conceitos sólidos, mas também um desejo de futuro, esperança e entusiasmo”, defendeu, ao mesmo tempo que apontou a necessidade de novo programa político geral de centro-direita.

Weber assumiu a presidência do PPE em 2022, num momento crítico para o bloco político, após vários reveses eleitorais e apenas oito dos 27 chefes de Estado e de governo na UE pertencentes à mesma família política, e enfrentando a oposição das principais economias dos 27, incluindo Alemanha, França e Espanha.

Três anos depois, renovou o mandato em alta histórica, com 12 chefes de Estado e de governo, a presidente da Comissão Europeia e do Europarlamento, 14 comissários, o maior grupo no Parlamento Europeu e, a partir da próxima semana, a liderança do executivo alemão.

“O Putin espirrou e a luz faltou”, ou a cultura popular na definição dos medos

O “bode expiatório” é, possivelmente, dos tópicos mais consolidados na nossa cultura popular. Se não houver quem arque com o ónus, haverá sempre um “eles” indefinido, mas dito com o tom de que todos sabemos quem eles são. E, regra geral, quanto mais rebuscada for a justificação ou o agente, melhor; atreitos que somos a explicações do âmbito do milagre, enquanto coletivo, não temos muita capacidade crítica para nos afastarmos metodologicamente do mundo das teorias da conspiração.

De forma muito bem construída, ao limite do que a procura definia, fomos inundados por um sem número de produções de Hollywood centradas no fim do mundo, num qualquer cataclismo, seja ele militar ou natural, resultado de invasões de extraterrestres ou de ataques massivos de entidades malignas. A cinematografia americana, que bebemos nos momentos de lazer, nunca abandonou a demonização da Rússia/URSS que vinha da Guerra Fria.

Ao medo de um fim ecológico, alimentado pelos setores ditos mais progressistas, juntou-se o desejo de um fim teológico, difundido pelas Igrejas centradas no segundo advento de Cristo. Na junção de ambas as linhas, pouco da nossa sociedade fica de fora do inevitável contágio em que quer uns, quer outros alinham com toda a facilidade nas justificações maniqueístas vindas do horizonte das fake news.

Hoje, com três anos de guerra na Europa, com a instalação de narrativas a vários níveis sobre a Rússia e o seu líder, tudo o que correr menos bem será potencialmente causado pelo autocrata russo. E, com o apagão desta segunda-feira, tudo se passou como os manuais de cultura popular nos ensinam: rapidamente nasceram narrativas exageradas, com a Europa toda sem eletricidade, exceto a Hungria, seu aliado. Dando corpo, num clima de algum gozo, a memes, a imagens altamente criativas, a caricaturas que rapidamente se tornaram virais. A responsabilidade foi rapidamente normalizada: foi Putin ou, como alguém dizia na rua, e que a minha filha ouviu, “O Putin espirrou e a luz faltou” (e rima, e tudo!).

Eventualmente, até poderemos chegar à conclusão de que foi, de facto, um ataque cibernético da Rússia (temos historial suficiente para o colocar como hipótese). Mas, antes de alguma coisa estar apurada, já estava decidido quem era o responsável. É isto estranho? Não, nem caso raro, sendo a forma mais comum de definir responsabilidades: atirar as culpas para quem as encaixa enquanto alvo dos medos e das fobias.

O mais importante é que, neste quadro de fobia coletiva, mesmo o que é falso torna-se verdadeiro. Seja pelo clima apocalíptico consolidado, seja pelo discurso de defesa alimentado por parte dos líderes europeus e da NATO, a reboque da guerra da Rússia contra a Ucrânia, a verdade é que estamos a ficar reféns de uma verdade. Basta percorrer as redes sociais e as caixas de comentário dos jornais para perceber a incapacidade de criticar o que é veiculado. Por mais fake que seja, a resposta óbvia, a da fobia, vence o questionamento.

E é aí que radica o aspeto mais importante desta equação com solução previamente definida. Ao definirmos uma solução, estamos a ficar reféns dela mesma, tornando-nos alvos fáceis a todo um mundo de jogos que nos manipula com toda a facilidade. Basta ativar o modo anti-Putin. E, dessa forma, o líder russo passa a ser o centro da própria medida da realidade, o seu racional. Putin, mesmo que não tenha sido o responsável pelo apagão de segunda-feira, já ganhou.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

Paquistão diz ter “informações credíveis” sobre ataque iminente da Índia

O Governo paquistanês afirmou hoje ter “informações credíveis” de que a Índia planeia um ataque militar iminente em resposta ao recente atentado em Caxemira e prometeu uma “resposta decisiva” ao mesmo.

“O Paquistão tem informações credíveis de que a Índia pretende lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas, usando o incidente de Pahalgam como pretexto”, disse o ministro da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar.

“Qualquer agressão será recebida com uma resposta decisiva. A Índia será totalmente responsável por quaisquer consequências graves na região”, acrescentou em comunicado.

Num sinal das tensões extremas na região, o Paquistão anunciou esta terça-feira que tinha “abatido” um drone de vigilância indiano, sem especificar a data do incidente, sobre o qual a Índia se manteve em silêncio.

A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.

Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um “inquérito neutro”.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, garantiu hoje ao Exército “liberdade operacional” para responder como quiser ao ataque que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, indicou uma fonte governamental.

Numa reunião com os seus chefes de Estado-Maior, Modi repetiu que o seu país, que culpou o Paquistão pelo ataque, está “determinado a infligir um golpe decisivo ao terrorismo”, declarou a fonte governamental que solicitou o anonimato, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Segundo a mesma fonte, Modi “disse às Forças Armadas que estas tinham a liberdade de decidir sobre os alvos, o momento e o modo da retaliação indiana ao ataque terrorista que vitimou civis em Caxemira”.

O chefe do executivo indiano “reiterou a determinação nacional em desferir um golpe decisivo contra o terrorismo e a sua total confiança na capacidade das Forças Armadas indianas” para o fazer, acrescentou a fonte.

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os seus cidadãos foram convidados a abandonar o mais tardar hoje o território do país vizinho.

Já em 2019, após um ataque mortal aos seus soldados, a Índia realizou um ataque aéreo em solo paquistanês, que retaliou.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, vai contactar os seus homólogos indiano e paquistanês pedindo-lhes que não escalem a situação, disse a sua porta-voz na terça-feira.

“Estamos a contactar ambas as partes e a pedir, claro, que não agravem a situação”, disse Tammy Bruce aos jornalistas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje aos governos de Índia e Paquistão para que “evitem” que as atuais tensões bilaterais degenerem em confrontos, que poderiam ter “consequências trágicas”.

Guterres falou hoje separadamente por telefone com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar e “expressou a sua profunda preocupação com o aumento das tensões entre a Índia e o Paquistão”, sublinhando” a necessidade de evitar um confronto que poderia ter consequências trágicas”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.

O líder da ONU ofereceu também os seus serviços para “apoiar os esforços de desanuviamento”, das tensões criadas pelo ataque mortal de há uma semana em Caxemira, pelo qual a Índia culpa o vizinho Paquistão.

Há várias noites que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados paquistaneses e indianos ao longo da “linha de controlo”, a fronteira ‘de facto’ que separa as zonas indiana e paquistanesa de Caxemira, segundo o Exército indiano.

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar a sua total soberania sobre a região.

Desde 1989, a parte indiana é palco de uma insurreição separatista que já fez dezenas de milhares de mortos.

Trump: “Gostaria de ser Papa. Seria a minha escolha número um”

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que gostaria de ser Papa e observou que o cardeal de Nova Iorque, Timothy Dolan, é “muito bom”, embora não tenha preferência para o sucessor de Francisco.

“Gostaria de ser Papa. Essa seria a minha escolha número um”, disse Trump na Casa Branca.

Questionado se tinha algum favorito para o conclave, respondeu não ter nenhuma preferência, mas elogiou o cardeal norte-americano Timothy Dolan.

“Devo dizer que há um cardeal de um lugar chamado Nova Iorque que é muito bom. Vamos ver o que acontece”, afirmou.

O cardeal Dolan é o arcebispo de Nova Iorque e será um dos prelados norte-americanos presentes no conclave, que, a partir de 07 de maio, elegerá o sucessor do Papa Francisco, falecido a 21 de abril.

Os Estados Unidos terão dez cardeais representados no conclave, e Dolan esteve presente no conclave de 2013, onde foi eleito papa o cardeal argentino Jorge Bergoglio, que tomou o nome de Francisco.

Dolan recebeu dois votos em 2013 e estará novamente presente neste novo conclave até que o novo pontífice seja anunciado com o fumo branco.

O que sabemos sobre o Conclave?

Outros cardeais americanos mencionados como favoritos incluem Raymond Burke, considerado o favorito entre os conservadores, e Robert Prevost, nomeado por Francisco como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, além de fluente em espanhol.

A missa que assinala o início do Conclave eleitoral do novo Papa será presidida pelo decano dos cardeais e o juramento dos funcionários e religiosos que acompanharão os trabalhos será celebrado na segunda-feira, anunciou hoje o Vaticano.

Segundo a sala de imprensa do Vaticano, a missa que vai assinalar em 07 de maio o início do conclave será presidida por Giovanni Battista Re, 91 anos, decano do Colégio Cardinalício, na Basílica de São Pedro, em Roma.

Dois dias antes, na Capela Paulina do Palácio Apostólico, terá lugar o juramento dos oficiais e religiosos que irão ajudar nos trabalhos dos cardeais.

Hoje, após mais uma reunião das Congregações Gerais [encontros de cardeais que decorrem durante a Sé Vacante para fazer a gestão corrente do Vaticano], o colégio agradeceu a presença no funeral do Papa dos “líderes das Igrejas não católicas e das comunidades eclesiais.

Nascido como Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.

BRICS mostra união contra “mundo fraturado” e “ressurgência do protecionismo”

Os países-membros do BRICS mostraram esta terça-feira uma união inequívoca contra o “mundo fraturado” e a “ressurgência do protecionismo” provocada pelas tarifas impostas unilateralmente pelos Estados Unidos, disse a presidência brasileira.

Numa curta conferência de imprensa e única declaração pública, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, frisou que os membros deste grupo de economias emergentes concordaram que “não interessa viver num mundo fraturado” e ser necessário “fortalecer o multilateralismo“.

Durante os dois dias de reunião dos 11 ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo, entre os quais o russo, Serguei Lavrov, e o chinês, Wang Yi, os responsáveis diplomáticos reforçaram “a firma recusa de todos à ressurgência do protecionismo comercial“.

Rússia quer ampliar comércio em moedas locais entre os países do BRICS

Ainda sobre a reunião, e sem se referir uma única vez ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ministro brasileiro frisou que o grupo tem a “disposição de promover uma agenda propositiva”, a favor do Acordo de Paris e que o “BRICS pode liderar” temas como alterações climáticas e inteligência artificial.

Desta vez não houve uma declaração final, apenas uma declaração da presidência brasileira, com o ministro a justificar que uma declaração conjunta final vai sair durante a reunião de chefes de Estado, agendada para 6 e 7 de julho, também no Rio de Janeiro.

Sobre a guerra e a invasão da Ucrânia pela Rússia, país-membro do grupo, o comunicado da presidência brasileira referiu apenas que os “ministros recordaram as posições nacionais relativas ao conflito na Ucrânia, conforme expressas nos foros apropriados, inclusive o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral das Nações Unidas”.

Xi insta banco dos BRICS a assumir maior papel face a ordem internacional débil

“Notaram com apreço propostas relevantes de mediação e de bons ofícios, inclusive a Iniciativa Africana de Paz e a criação do Grupo de Amigos para a Paz, voltadas para a solução pacífica do conflito por meio do diálogo e da diplomacia. Expressaram a expectativa de que os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável”, lê-se.

Já em relação a Gaza, a presidência brasileira indicou que os “ministros manifestaram grande preocupação com a situação no Território Palestino Ocupado, com a retomada dos ataques israelitas contra Gaza e com a obstrução da entrada de ajuda humanitária no território”.

Terminou assim a reunião dos chefes da diplomacia dos países do BRICS que discutiram o papel do Sul Global na promoção do multilateralismo diante das políticas unilaterais dos Estados Unidos e de Trump.

Reunião dos BRICS arranca esta segunda-feira com reforma das instituições e guerras regionais na agenda

Este foi o tema central das discussões no segundo dia desta reunião, além das manifestações de necessidade das reformas das instituições internacionais, alargando-as a mais países do chamado Sul Global.

A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos BRICS começou horas depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado uma trégua de três dias na guerra, com início a 8 de maio, coincidindo com o 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial.

Ausente da reunião do Rio de Janeiro esteve a Arábia Saudita, país que, embora ainda não tenha formalizado a adesão ao grupo, já é considerado membro de pleno direito do fórum de países emergentes.

Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês diz que ceder fará com que Washington “queira tirar mais partido”

Dos outros nove membros, seis ministros dos Negócios Estrangeiros estiveram presentes: Brasil, China, Rússia, África do Sul, Etiópia e Indonésia, enquanto África do Sul, Irão, Egito e Emirados Árabes Unidos enviaram delegações de nível inferior.

A reunião contou também com a presença de representantes de nove países parceiros do BRICS: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

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