🤭 Correcção: afinal há coisas em Agosto
Olá.
Às vezes é bom não ter razão, e logo assim em duas semaninhas ver como afinal, afinal, até há motivos para, apesar de os fluxos terem mesmo baixado de intensidade, achar que há televisão para de facto ver este mês. Quarta-feira estreou-se a segunda temporada de Platonic, na Apple TV+. Dia 1 veio Jason Momoa, que se identifica como “macho alfa sensível”, fazer o sacrifício de tirar a camisola outra vez para, na mesma plataforma, ser o Chefe de Guerra à frente de um elenco maioritariamente polinésio para contar a história da unificação e, depois, colonização do Havai no século XIX.
Não chega? Também dia 7 se estreou La Ruta, uma promissora série espanhola (e já premiada) em que se fala de um fenómeno talvez não muito conhecido fora de Espanha ou da cena da música de dança. Um grupo de amigos faz La Ruta, frescos e fofos no início, com cara de quem vai a dançar para uma qualquer desgraça. A Ruta Destroy foi um movimento musical que durante cerca de uma década (1980-90) marcou a região de Valência, entre os clubes, as drogas e a música, por supuesto — está nos canais TVCine e na TVCine+.
Dia 22 John Cena volta à HBO Max com The Peacemaker, o que para quem gosta são boas notícias. O que parecem ser mesmo boas notícias é que nem todos os derivados e sucedâneos dão mau resultado e as primeiras críticas de Alien: Planeta Terra, que chega à Disney+ dia 13, são positivas. Dia 28, a Netflix acolhe The Thursday Murder Club, filminho com Helen Mirren, Pierce Brosnan, Ben Kingsley e Celia Imrie entretidos com a resolução de casos de homicídio arquivados. O realizador é Chris Columbus. Não é uma série, mas tem o potencial de tirar o desgosto de Agosto.
Incontornável continua sra. Dona Wednesday Adams, mantendo a viralidade para a Netflix e a concorrência a milhas. Ainda assim, eles tentam. Na quarta-feira, a Walt Disney Company anunciou que vai enfiar a Hulu, que não operava em Portugal, na marca Disney+ e que, tal como fez a Netflix, vai deixar de revelar números de assinantes. E “experimentar à doida” no streaming, nas palavras de Bob Iger, o presidente de todos aqueles estúdios, canais, parques de diversões, hotéis e cruzeiros.
E depois, dia 15 chega ao fim And Just Like That… Para sempre. Promete a HBO Max. Tem sido uma experiência ver Sarah Jessica Parker e Michael Patrick King tentar manter vivo o espírito de O Sexo e a Cidade. De uma forma mais ou menos rebuscada, o PÚBLICO tentou perguntar-lhes antes da estreia desta temporada porque achavam que as pessoas ainda viam a série, um spin off mal-amado que só dois grupos de pessoas pareciam continuar a acompanhar. Os hate-watchers, ou seja quem vê para dizer mal e encher essas internets de vitríolo, e os fiéis escudeiros, que por mais maltrapilha que andasse a sua devoção perante as suas cavaleiras andantes, não conseguiam afastar-se. Nem afastar o olhar. O que se calhar vai dar ao mesmo.
Decidiram pôr fim à série, três temporadas com erros de actualização de software que só mesmo os mais acérrimos amantes do hardware Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha (em espírito) aturaram. Reinstala, reboot, restart. Até que agora não. A toalha Chanel nunca será deitada ao chão com honestidade, mas a moda era bonita e há personagens que vão ficar para a história da televisão. Apesar de And Just Like That…
Netflix
Sexta-feira, 8 de Agosto
Assalto: O Golpe do Século — Na manhã de 17 de Fevereiro de 2003, num assalto nocturno a um cofre aparentemente impenetrável em Antuérpia foram subtraídos diamantes com um valor entre os 100 e os 500 milhões de dólares. Assalto: O Golpe do Século, dos produtores de O Impostor do Tinder e Don’t F**K With Cats, aproveita que o caso foi entretanto resolvido para expor como foi possível este caso digno de um heist movie.
Quarta-feira, 13 de Agosto
Songs From the Hole — James “JJ’88” Jacobs é músico e recluso a cumprir uma dupla pena de prisão perpétua por ter assassinado uma pessoa aos 15 anos. Três dias depois, o irmão foi morto. Entre a figura de agressor e vítima, compôs música que resultou neste álbum visual e documental num processo criativo com a realizadora Contessa Gayles e com o produtor musical Richie Reseda. Noventa e sete minutos que repõem a definição de documentário no ecossistema Netflix.
Fixed — Não há outra palavra para descrever: castração. Pronto. Genndy Tartakovsky assina esta comédia de animação para adultos sobre Bull, um cão que descobre que vai ser castrado e que decide viver uma última aventura com os seus melhores amigos nas suas últimas 24 horas com os seus testículos.
Young Millionaires — Ganhar a lotaria com amigos parece o sonho, porém sair a taluda numa sexta-feira 13 talvez fosse um sinal de que pode não correr bem. E não corre. Nesta ficção francesa, como os compradores da lotaria só têm 17 anos não podem levantar o prémio mas querem aproveitar à mesma os 17 milhões em potência.
Quinta-feira, 14 de Agosto
Na Lama — Série argentina sobre um grupo de mulheres presas pela primeira vez que vão para a prisão e no caminho passam por uma experiência que as une para sempre. Tornam-se mais resilientes na vida na prisão, têm as suas ferramentas individuais e complementares e tentam manter a ligação com o exterior para sua sanidade e esperança.
Mononoke II – As Cinzas da Ira —Segunda parte do drama anime Mononoke: O Fantasma à Chuva, em que o boticário reaparece quando há uma nova liderança no regime. Concubinas, imperatrizes, crianças e magia geral lançam o caos. Filme de 74 minutos.
Disney+
Sexta-feira, 8 de Agosto
Summer of 69 — Pelo título pensámos que era a adaptação do romance de Elin Hilderbrand que gira em torno de uma família que vive os acontecimentos históricos do ano como a ida à Lua ou a Guerra do Vietname. Porém, é um filme sobre Abby, jovem que quer conquistar o seu fraquinho de sempre e que pede ajuda a uma stripper para a ajudar a dominar a posição sexual 69 para aumentar a sua confiança no seu projecto.
Quarta-feira, 13 de Agosto
Alien: Planeta Terra — Noah Hawley toma conta de mais uma encarnação do universo Alien, desta feita com uma série passada em 2120 na Terra em que cinco mega empresas têm o poder e ao ciborgues e sintéticos a coexistir com humanos. A nave USCSS Maginot despenha-se na Terra e traz a bordo uma surpresa. Imaginem qual.
O streaming é o futuro
É só porque é o regresso de Vince Gilligan, o senhor Breaking Bad, à televisão. A sua nova série chama-se Pluribus e é da Apple TV+, que esta semana revelou a primeira imagem da mesma. É só por isso que merece um espaço, porque não é uma fotografia particularmente evocativa mas porque sinaliza que a criação de Gilligan está mais próxima. Serão nove episódios, a partir de 7 de Novembro, protagonizados por Rhea Seehorn, a pessoa mais amarga da Terra que tem de salvar o planeta da… felicidade. Ainda nem se estreou e já tem segunda temporada garantida.
Telematemática
Mil milhões de horas da série Bluey vistas no primeiro semestre deste ano nos EUA.
