Em direto/ Fogos de Trancoso e Sátão são um só e afetam 10 concelhos. Autarca de Arganil diz que “cheira a 2017”

O presidente da Câmara de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, manifestou-se hoje muito preocupado com as chamas que assolam a localidade de Paredes, com cerca de 600 habitantes, considerando que a situação está muito má

“Aqui em Paredes está muito mau, muito mau mesmo, Está mesmo ao lado de duas casas e, se atravessar a estrada, entra no aldeamento. Estou aqui a insistir para ter mais meios aéreos”, disse à agência Lusa Manuel Cordeiro por volta das 13:00.

Manuel Cordeiro acrescentou que a estrada em causa é uma municipal que liga Trevões a Paredes e vai até Riodades.

“Neste momento, não vejo a possibilidade de evacuar Paredes, para já, porque não sei. Estamos aqui com tratores e a molhar os terrenos, mas vamos ver”, reforçou.

O presidente da câmara disse que “já ardeu mato e castanheiros”, mas, “sendo importante, ainda é o menos”. “O que nos preocupa é se provoca danos em alguma casa ou em alguém”, acrescentou.

Manuel Cordeiro adiantou que desde o final do dia de quinta-feira, “por livre arbítrio”, juntou a população, presidente de junta e bombeiros, “para com cisternas, junto de edifícios, molhar e tentar evitar que as chamas causassem estragos”.

O incêndio chegou a São João da Pesqueira na sequência dos que tiveram início em Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) e já se alastrou a Sernancelhe, Moimenta da Beira e Penedono, Viseu, e Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Meda e Celorico da Beira (distrito da Guarda).

​Há um pelotão invisível na Volta. Vestem farda, abrem caminho a ciclistas e alguns até têm um sonho

Enquanto o público se concentra nas bicicletas coloridas que rasgam estradas e metas, há um outro pelotão, discreto, mas indispensável, a garantir que cada etapa da Volta a Portugal decorre em total segurança: o Destacamento de Trânsito Eventual da Guarda Nacional Republicana (GNR).

O capitão Ricardo Vieira, comandante desta força, explica que o destacamento é criado anualmente para acompanhar provas de ciclismo nacionais e internacionais. “É uma força que na sua constituição tem uma seleção rigorosa e, ao longo do ano, um aperfeiçoamento e formação contínua para podermos proporcionar aos eventos e a todos os utilizadores da via pública a maior segurança possível”, explica à Renascença.

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O trabalho destes militares não se limita a abrir caminho. São eles os primeiros a entrar em contacto com o trânsito normal, comunicando diretamente com condutores e resolvendo situações antes que o pelotão chegue. Partem, em média, 15 minutos à frente dos ciclistas, podendo ser 20 ou 25, dependendo do tipo de via e da complexidade do percurso.

“Estamos muito à frente para ter tempo de resolver todos os conflitos e garantir que, quando os ciclistas passam, o ambiente é de festa e sobretudo seguro”, diz-nos o capitão Ricardo Vieira.

Tal como as equipas de ciclismo têm reuniões estratégicas diárias, também a GNR prepara cada etapa ao detalhe. O processo começa muito antes da prova, com o reconhecimento do percurso e um estudo minucioso das necessidades de policiamento, em coordenação com PSP, municípios e direção da prova.

Antes de cada etapa, há sempre um briefing para identificar perigos e pontos críticos. “É para que os nossos motociclistas não sejam surpreendidos no local com situações inesperadas”, refere Ricardo Vieira.

​Etapa da Volta para amadores juntou 850 ciclistas: “Somos recebidos na meta como os profissionais”

A Volta a Portugal é o ponto alto da temporada para estes militares. “Fazer parte do destacamento de trânsito eventual é o culminar de anos dedicados à especialização de trânsito na GNR. É um sonho estar aqui e fazer parte desta equipa. E é extremamente gratificante ver que o nosso trabalho dá frutos e proporciona ao ciclismo a festa que deve ser”.

Assim, enquanto as atenções estão voltadas para a meta, há um pelotão invisível a trabalhar quilómetros à frente, garantindo que a estrada está livre, segura e pronta para receber a caravana da Volta.

*jornalista em serviço especial para a Rádio Renascença

“Esta encosta é o sono da morte”. O dia em que Alvoco passou a ver apenas cinzas

O calor ainda é muito, mas o ruído dos dois helicópteros que não largam esta montanha vão controlando os pontos a vermelho e parecem estar a circunscrever o fogo ao topo da encosta. Na cortada que dá para o bar da praia fluvial, já se começa a respirar de alívio e o alcatrão serve de banco a cerca de uma dezena de pessoas. Por aqui, o tom é quase de balanço.

É difícil confiar nas autoridades, nada muda. Acho que este é um bem de todos nós – a paisagem, os animais que já perdemos. E o que fomos sentindo é muita impotência. Vimos o fogo e não pudemos intervir”, dizia António Cruz, numa altura em que os meios aéreos já não se ouviam há cerca de meia hora.

Para José Serra, nada do que aconteceu nas últimas horas vai mudar o rumo da defesa da floresta daqui para a frente. “O que interessa é arder”, contava à Renascença, adicionando ainda outra razão para dificultar o combate às chamas. “Agora não há malta nova aqui, antes havia. Quem é que vai para lá? Vou eu com 77 anos?”.

São 16h30. O vento começa a soprar forte e os olhos voltam a ficar postos na ladeira.

Meio da tarde. O descontrolo

As chamas foram obedientes e responderam ao assobio do vento. Às 17h30, já o céu é uma enorme nuvem de fumo que, ora tapa a encosta, ora revela as longas manchas de pinhal a serem consumidas por um fogo que assusta pelo tamanho e também pelo som da madeira a queimar. Bastaram cinco minutos para se instalar um cenário onde ninguém fica mais do que dois tempos no mesmo lugar.

“A Quinta da Tapada já está a arder. Ai, meu Deus”, grita uma moradora, a fugir disparada de carro com o neto. “Mas onde é que estão os bombeiros? Eu não sei se o rio trava isto”, diz outro freguês, que veio a correr da praia fluvial, ainda a pingar. “Já está a arder do lado de cá, olha ali aquela projeção”, avisa um emigrante vindo de França.

Agrava-se o incêndio em Arganil. Autarca queixa-se de falta de meios

Madrugada difícil em Arganil, onde o vento complicou o combate às chamas.

Um cenário descrito, na última hora, à Renascença, pelo presidente da autarquia, Luís Paulo Costa.

“Esta madrugada foi muito complicada e continua. O início da manhã continua também muito difícil porque os ventos intensificaram-se muito durante a noite, a partir da uma da manhã começaram a ficar muito severos e já fizeram perder completamente o trabalho que tinha sido feito pelos bombeiros ontem ao fim da tarde, ao fim do dia, e há aqui várias frentes que foram empurradas com uma velocidade muito, mesmo muito significativa e está francamente desgovernado e incontrolável”, descreve.

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A população que é obrigada a deixar as habitações está a ser acolhida com a ajuda de IPSS locais. Há ainda um pavilhão gimnodesportivo em Coja, para acolher pessoas. Luís Paulo Costa refere que a progressão do fogo obrigou à retirada, por precaução, de quatro pessoas, nas aldeias de Valado e Casarias.

“Nas várias linhas de fogo encontram-se várias aldeias. Tem havido aqui um trabalho de articulação, nomeadamente da Proteção Civil com a GNR, no sentido de avisarem as pessoas e de chegarem antes do fogo circundar as aldeias”, diz o autarca, revelando que durante a madrugada foram retiradas quatro pessoas de duas aldeias.

O presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, queixa-se da falta de meios e identifica no trabalho da Proteção Civil uma possível má abordagem ao incêndio

“Nós vimos de anteontem, com um dia em que houve aqui um número muito significativo de meios, um empenho muito grande, houve muita organização. As coisas ontem já não correram tão bem. Houve aqui coisas que claramente não correram bem, para não dizer expressamente que correram mal”, assinala.

Ressaltando que não sabe o suficiente sobre combate a incêndios, Luís Paulo Costa destaca que “num incêndio, que tem sempre um conjunto de adversidades, em determinados momentos acontecem janelas de oportunidade, que são uma hipótese para fazer trabalhos ou de contenção ou de combate a incêndio com probabilidade de sucesso”.

“E aquilo que ontem aconteceu foi o desperdício de algumas janelas de oportunidade, porque não estavam meios nas localizações necessárias, porque não eram em número suficiente. E esta madrugada a coisa foi ainda mais flagrante e, portanto, está a ser aqui um exercício muito desanimador”, completa.

De acordo com a Proteção Civil há mais de 800 operacionais no incêndio de Arganil que alastrou a Oliveira do Hospital.

Número semelhante em Sátão, com as chamas a atingirem também os concelhos de Aguiar da Beira, Sernancelhe e Moimenta da Beira.

Estão ainda fora do controlo os incêndios da Lousã, com cerca de três centena de bombeiros a tentar travar a progressão do fogo.

Também Trancoso, onde as últimas horas são de combate a um reacendimento das chamas de deflagraram em Freches. No mesmo concelho há agora um incêndio em Moreira de Rei.

No concelho de Cinfães, uma centena de operacionais combate um incêndio que lavra desde o final da tarde de quarta-feira.

Em Ribeira de Nisa, Portalegre há mais de trezentos operacionais a combater um fogo que teve início às duas da tarde de ontem.

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O pelotão sai da Praça Dias Ferreira às 13:00 e só ao quilómetro 65,6 encontrará a primeira de duas contagens de montanha de quarta categoria da jornada, em Abrantes.

Seguem-se as metas volantes de Constância (79) e Alpiarça (130,6), antes de nova subida, situada ao quilómetro 144.

Antes da meta, instalada na Avenida Dom Afonso Henriques, onde a chegada está prevista para as 17:24, o pelotão ainda encontra novo sprint intermédio no Cartaxo, ao quilómetro 164,9.

A aproximação ao risco final é feita em ligeira subida, podendo prejudicar os sprinters puros.

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