Durante anos, Vila Viçosa sonhou com um relvado sintético. Ardeu três dias depois da inauguração


Tal como a restante aldeia, que foi confinada pelos bombeiros, também o campo foi praticamente rodeado pelo incêndio.
“As chamas vinham pelos quatro cantos do campo. Tudo ao mesmo tempo, basicamente. Queimou uma faixa de cerca de quinze metros da lateral até ao poste da baliza. Ainda ardeu um pouco da rede. Junto aos bancos de suplentes, só ardeu um pouco. O pior eram as faúlhas, que pousavam no relvado e derreteram um pouco do sintético. Pousavam, derretiam e apagavam, há muitas manchas junto ao meio campo“, lamenta.
Hugo não chegou a temer o pior para o estádio, mas “podia acontecer se não conseguissemos lá ficar”.
Por trás dos bancos de suplentes, ergue-se um matagal denso. Nessa altura, Hugo foi obrigado a afastar-se porque o fumo “era demasiado”: “Tivemos de fugir dali, não se aguentava. Ainda salvamos a outra baliza”.
AF Aveiro em contacto, danos de milhares
Apesar de não ter ardido completamente, o relvado fica sem possibilidade de ser utilizado nos jogos de futebol de onze. O presidente da Associação de Futebol de Aveiro, Neves Coelho, já entrou em contacto.
“Lamentou e disse que se iria ver o que é possível fazer”, explica Hugo.
Ainda não estão contabilizados os estragos, mas as primeiras previsões apontam para uma fatura elevada: “Parece que não ardeu muito, mas isto não dá para jogar, e para resolver ainda serão alguns milhares de euros”.
O sintético foi construído com apoio significativo da Câmara Municipal de Arouca, que também poderá agora ajudar a solucionar. Por meios próprios, o Vila Viçosa terá dificuldades.
“O campo era nosso, fizemos o destacamento do terreno e doámos à junta, foi a câmara que comparticipou uma boa parte do relvado. Ainda não consegui reunir com a junta e a câmara, mas nós não temos hipóteses”, conclui.