Os nossos dentes têm origem nas escamas de peixes com 460 de milhões de anos

Os dentes são bons para mastigar e morder, mas também são sensíveis – e pode ter sido precisamente essa a sua função original, há 460 de milhões de anos, na pele dos peixes antigos. Um estudo publicado esta quarta-feira na Nature revelou que os dentes evoluíram da pele de peixes. De acordo com a nova análise de fósseis de animais, os dentes evoluíram inicialmente como órgãos sensoriais e não para mastigar. Essas primeiras estruturas, semelhantes a dentes, parecem ter sido nódulos sensíveis (de onde provirá a sensibilidade dos dentes) capazes de detetar alterações na água circundante. “A descoberta apoia uma

“Temos um problema de concorrência” na banca

Passou por vários bancos, sempre em lugares de topo, e chegou mesmo a liderar o Banco Montepio. Hoje diz, sem reservas, que “temos um problema de concorrência no setor financeiro” e dá como exemplo “o que se passa nas taxas de juro dos depósitos”.

Em entrevista ao programa Dúvidas Públicas, Renascença, o ex-ministro da Economia Carlos Tavares sublinha que “quando as taxas [de juro] subiram, as taxas de juro nos depósitos demoraram cerca de ano e meio a começar a ajustar, agora quando começaram a descer ajustaram-se quase instantaneamente”.

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O economista afasta uma situação de “acordo” na banca, mas aponta para a falta de concorrência. Uma situação que, diz, o Estado agravou ao tornar menos atrativa a subscrição dos produtos públicos de poupança, como os Certificados de Aforro. “O Estado poderia e deveria ter feito mais para aumentar esta concorrência com os seus próprios produtos”, explica.

Carlos Tavares acrescenta que “hoje a banca portuguesa já está suficientemente concentrada” e esse é o problema, não a nacionalidade dos acionistas. O economista contesta assim o argumento apresentado esta semana pelo ministro das Finanças, Miranda Sarmento, para se opor à venda do Novo Banco ao espanhol CaixaBank.

"Contra o interesse do país". Sarmento afasta espanhóis da corrida pelo Novo Banco

O ministro das Finanças não quer que aumente o peso dos espanhóis no mercado bancário nacional, onde já representam um terço do setor, mas Carlos Tavares diz que o critério principal deve ser uma solução que não aumente a concentração.

Na mesma linha, Carlos Tavares também não concorda que a Caixa Geral de Depósitos fique com o Novo Banco ou mesmo parte do negócio, porque “já tem uma dimensão muito significativa”. A solução deve passar por “um banco pequeno”.

Reguladores selecionados por concurso público e nomeados por Belém

Carlos Tavares, que durante mais de uma década foi presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o regulador da Bolsa, diz que à frente dos órgãos de regulação devem estar pessoas selecionadas “por uma comissão especializada, de peritos”, através de concurso público internacional.

Ao contrário do que acontece atualmente, em que a decisão é do governo, neste formato caberia ao executivo selecionar um candidato de uma curta lista preparada pelos peritos e indicar o nome ao Presidente da República, a quem caberia a nomeação.

Acrescenta ainda que esta fórmula já deveria ser aplicada este verão, no Banco de Portugal, onde Mário Centeno está em final de mandato.

Revisão constitucional “sem complexos”

No plano político, Carlos Tavares apoia uma revisão constitucional, um processo que deve ser encarado “sem complexos”.

Defende que a Constituição “é muito detalhada e excessivamente prescritiva” e dá vários exemplos do que pode e deve ser alterado, como o recurso sistemático ao Tribunal Constitucional com suspensão das penas, a não discriminação pela idade ou o texto sobre os latifúndios.

Mas apesar da maioria parlamentar de direita, o antigo ministro de Durão Barroso diz que qualquer revisão constitucional deve incluir os maiores partidos, ou seja, o PS não deve ficar de fora apesar da pesada derrota nas legislativas.

“É desejável que seja tão alargado quanto possível, todos têm votos com o mesmo valor. É altamente desejável que os três maiores partidos se entendam sobre essa revisão”, conclui.

“Todos devem pagar, impostos não devem ser instrumento de política social”

O economista admite que as famílias mais vulneráveis sejam compensadas, mas o princípio deve ser o da tributação de todos os agregados familiares, para combater a evasão.

“Temos muitas pessoas fora do sistema fiscal. Temos 40% das empresas que não pagam qualquer imposto e um pouco mais de 40% das famílias que também não pagam qualquer imposto, isto incentiva a fuga fiscal”.

Segundo o economista, “todos devem pagar imposto”. Para quem não poder pagar, “deve haver uma contribuição social para os compensar”. As isenções fiscais “devem ser muito reduzidas”.

“A política social não deve ser confundida com política fiscal”, conclui.

Ainda de acordo com Carlos Tavares, o novo executivo da AD tem condições para lançar as reformas necessárias, como fez Cavaco Silva na primeira legislatura, e deve dar prioridade à reforma fiscal, com a descida dos impostos: “Quando me perguntam se é possível reduzir a carga fiscal eu fico nervoso, porque a pergunta não é essa, é saber o que é que se tem que fazer para se poder reduzir a carga fiscal”.

Lembra que vários impostos e taxas subiram quando a troika esteve em Portugal, medidas anunciadas como temporárias mas que ainda hoje se mantêm em vigor.

No caso do IRC, diz que não basta descer a taxa, é preciso rever a tributação às empresas.

Nesta entrevista ao programa da Renascença Dúvidas Públicas, Carlos Tavares fala ainda da dependência excessiva do país aos fundos europeus, diz que as projeções económicas dependem das políticas que forem implementadas pelo governo e minimiza o debate sobre se o crescimento ou o excedente fica umas décimas acima ou abaixo.

São alguns dos temas abordados no programa Dúvidas Públicas, que este sábado entrevistou o ex-ministro da Economia, ex-presidente da CMVM, ex-presidente do Banco Montepio e atual coordenador do Observatório da Políticas Económicas e Financeiras da SEDES, Carlos Tavares. Um trabalho que pode rever a qualquer momento no site da Renascença, em podcast ou no YouTube.

Filha ‘desvia’ Abel Ferreira de conferência de imprensa do Palmeiras

Treinador português saiu à pressa do Allianz Parque após o jogo com o Ceará para assistir a um momento muito especial

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, não esteve presente na conferência de imprensa após a vitória (3-0) sobre o Ceará na 3ª fase da Taça do Brasil, por um motivo muito especial: a formatura da filha. O técnico português de 46 anos saiu à pressa do Allianz Parque para marcar presença na cerimónia, impossibilitando-o de comparecer na conferência para responder a perguntas, assumindo Vítor Castanheira esse papel.

“O Abel não conseguiu estar por uma boa causa, a filha mais velha terminou hoje o ensino superior e é também a formatura. Ele saiu com alguma pressa para tirar a foto em família, porque é um momento especial para todos”, explicou o adjunto de Abel Ferreira para abrir a conferência.

Na jornada anterior, ante o Red Bull Bragantino, o treinador luso esteve suspenso e não deu entrevista pós-jogo, e na próxima, contra o Flamengo, a situação repete-se, também por suspensão.

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Por Record

Luzes da pista do aeroporto de San Diego não estavam ligadas antes de queda de avião

Investigadores disseram que, na altura da queda de um avião, em que morreram as seis pessoas a bordo, no oeste dos Estados Unidos, as luzes da pista do aeroporto de San Diego estão apagadas.

O investigador Dan Baker, do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes norte-americano, disse que a Administração Federal de Aviação tinha publicado um aviso oficial aos pilotos a informar que as luzes do aeroporto estavam fora de serviço.

Baker disse que uma oscilação de energia desativou também o sistema meteorológico do aeroporto, numa altura que estava muito nevoeiro.

O piloto recebeu informações meteorológicas de um controlador de tráfego aéreo situado na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais de Miramar, a cerca de sete quilómetros a norte.

O piloto debateu com um controlador de tráfego aéreo numa torre de controlo regional da Administração Federal de Aviação a possibilidade de desviar o avião para um aeroporto diferente.

“Não parece ótimo, mas vamos tentar”, disse ao controlador de tráfego aéreo.

O avião caiu a cerca de três quilómetros do aeroporto.

O agente musical Dave Shapiro e dois funcionários da agência musical que cofundou, a Sound Talent Group, estavam entre os mortos, juntamente com o ex-baterista da banda de metal The Devil Wears Prada.

Dan Baker disse que as autoridades vão trabalhar para determinar o que causou a queda do Cessna 550 Citation cerca das 03:45 de quinta-feira (11:45 em Lisboa).

O avião caiu numa zona residencial na Califórnia, causando incêndios em habitações e veículos, segundo as autoridades locais.

Várias casas foram evacuadas, devido à fuga de combustível provocada pela queda do avião.

Ninguém morreu no bairro de funcionários da Marinha dos EUA, mas oito pessoas foram tratadas por inalação de fumo do acidente e ferimentos ligeiros.

A aeronave, de modelo Cessna 550, partiu do aeroporto de Teterboro, nos arredores da cidade de Nova Iorque, na noite de quarta-feira. Depois de uma paragem em Wichita, no Kansas, partiu para San Diego.

De acordo com os registos, a aeronave é propriedade de uma empresa do Alasca e foi construída em 1985, noticiou a emissora norte-americana CNN.

O acidente junta-se a uma longa lista de desastres aéreos este ano, enquanto as autoridades federais dos Estados Unidos tentavam tranquilizar os viajantes de que voar é o meio de transporte mais seguro, o que as estatísticas comprovam.

O acidente de quinta-feira ocorreu semanas depois de um outro pequeno avião se ter despenhado num bairro em Simi Valley, a noroeste de Los Angeles, matando duas pessoas e um cão a bordo da aeronave, mas não deixando ninguém ferido no solo.

Sagrou-se campeão na Suíça: Joe Mendes desperta cobiça na Alemanha

Lateral-direito, emprestado ao Basileia, diz que está “aberto a tudo” relativamente ao seu futuro

Joe Mendes, lateral-direito de 22 anos, esteve emprestado ao Basileia e sagrou-se campeão suíço. Fez 33 jogos e agora é intenção dos helvéticos segurar o jogador, ainda que estejam a tentar baixar o valor da opção de compra, de 2,2 milhões de euros. Ao mesmo tempo, clubes da Alemanha estão interessados no sueco, que custou 1,5 M€ ao Sp. Braga em janeiro de 2023, quando trocou os suecos do AIK pelo emblema minhoto.

Numa recente entrevista ao jornal sueco ‘Fotbollskanalen’, Joe Mendes admitiu todos os cenários para o seu futuro, inclusive a hipótese de permanecer no Basileia: “Estou aberto a tudo, ainda não tivemos qualquer diálogo, por isso vamos ver.”

“Senti que queria experimentar algo novo. Queria ir para um clube onde
fosse de confiança e onde pudesse jogar semana após semana. Pude jogar aqui desde o
início, quase toda a época, e estou muito grato por o Basileia me ter trazido
para cá”, afirmou.

Por André Gonçalves

Uma antiga técnica de alquimia está a revolucionar a química moderna

Pode a “mecanoquímica” ajudar os humanos a ultrapassar barreiras da química contemporânea Talvez esteja na hora de dizer adeus aos líquidos. Se imagina um laboratório de química como um lugar repleto de líquidos em tubos, tem uma visão… mais ou menos adequada da realidade. Mas uma equipa do Reino Unido está a tentar mudar esse conceito — quer eliminar a química líquida. Na verdade, a química nem sempre foi sobre líquidos, espuma, borbulhas. No final do século XIX, o químico Matthew Carey Lea adotou o termo “mecanoquímica“, cunhado pelo cientista alemão Wilhelm Ostwald dois anos antes. Em cada etapa, os químicos

Marina Costa Lobo: “A AD não pode permitir que o Chega lidere uma revisão constitucional porque isso não faria dele o maior partido da oposição, mas do regime”

Ainda falta contar os votos dos imigrantes, mas tudo indica que André Ventura será o líder da oposição e que chegou o fim do sistema bipartidário. Nada será como dantes. Para analisarmos o pós-terramoto de domingo passado, convidámos a Ana Pedrosa Augusto, analista de política nacional, Henrique Monteiro, jornalista, David Dinis, diretor-adjunto do Expresso e, à distância, Marina Costa Lobo, politóloga e presidente do ICS. Este programa foi emitido a 24 de maio na SIC Notícias.

Uma boa revisão é útil e necessária

Em resultado das eleições, a revisão da Constituição transformou-se naturalmente em assunto importante e imediato. As maiorias possíveis são diferentes de tudo o que se conhecia do passado. Há hoje uma maioria de direita que dispensa os socialistas. Há também uma maioria do centro que dispensa o Chega. Isto faz com que o assunto se tenha tornado interessante, quase picante. Mas a discussão em curso limita-se aos aspectos anedóticos, às lutas de capoeira, à coreografia e ao adjectivo. O que sobressai é saber “com quem” e “quem se quer diminuir”. O que anima a conversa é saber “contra quem se faz a revisão”. É pena. A discussão deveria começar com o “quê”, antes do “com quem”. A revisão deveria fazer-se a favor dos cidadãos e do país.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue – nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para [email protected].

Bem vindos à bolha

Que farei quando tudo arde? A pergunta do vetusto e sempre actual Sá de Miranda ecoa agora nos corredores do Largo do Rato (metonímia em referência à sede do Partido Socialista, sita no largo do dito). A novela eleitoral revelou-nos revelou-nos um perdedor em toda a linha, um vencedorzinho convencido de ter tido uma grande vitória e um ganhador efectivo, que já sonha abocanhar tudo o resto. E, enquanto isso, nós, na bolha, cá nos vamos desentendendo à procura de explicações minimamente racionais. Como dizia o outro: boa sorte para isso.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer, com Carlos Vaz Marques, Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares, está disponível dos sites do Expresso, da SIC Notícias ou em qualquer plataforma que utilize no seu smartphone ou computador para ouvir podcasts. Ouça aqui mais episódios:

Livros da semana: a loucura, o holocausto, um austríaco e um inglês

Esta semana, temos “Almas Delirantes – do Telhal a Rilhafoles”, um livro centenário, com organização de Stefanie Gil Franco, reunindo textos e desenhos de doentes confinados em instituições psiquiátricas; temos um volume (volumoso) de textos de Pedro Paixão sobre o holocausto e o judaísmo; um romance de uma autor austríaco do início do século XX, Leo Perutz, intitulado “O Marquês de Bolibar”; e o título mais recente, um conjunto de confereências, de Julian Barnes, sob o título “Mudar de Ideias”

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