Gaza declara que ajuda humanitária aérea provocou morte de civis


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O governo da Faixa de Gaza declarou esta quarta-feira que os lançamentos aéreos de ajuda humanitária provocaram a morte de civis, sublinhando que as desvantagens são maiores do que os benefícios para a população, noticiou a agência EFE.
“Caem [paletes de ajuda humanitária] sobre as casas e tendas de pessoas deslocadas, resultando na morte de civis, incluindo mulheres e crianças”, disse esta quarta-feira o Ministério do Interior de Gaza, em comunicado, dando como exemplo uma morte ocorrida esta quarta-feira, no norte do território.
De acordo com as autoridades, os lançamentos aéreos sobre Gaza provocam “destruição de lojas e graves danos nas casas e propriedades dos cidadãos”.
O “caos e a criminalidade” também aumentam, alegam as autoridades, porque provocam tumultos entre pessoas que procuram recolher os alimentos, incentivando roubos e assaltos.
O Ministério do Interior de Gaza defendeu ainda, no comunicado, que Israel está a aproveitar os lançamentos aéreos “como parte da sua política de fome planeada”, e apelou a todos os países participantes nas operações para que reconsiderem “esta medida legal” e tomem “a decisão de a interromper”.
Para as autoridades da Faixa de Gaza, a melhor forma de pôr fim à crise humanitária é “abrir as passagens terrestres e permitir o fluxo abundante de ajuda e alimentos diariamente e por períodos prolongados”.
A polícia de Gaza indicou ainda que o lançamento aéreo de ajuda humanitária é “quase insignificante quando comparada com a que transportam os camiões de ajuda que conseguem entrar pelas passagens terrestres”.
Israel retomou os lançamentos aéreos de ajuda em 26 de julho, em resposta à pressão internacional e às acusações das organizações humanitárias de que as restrições à entrada de camiões estão a “matar à fome” a população de Gaza.
O exército israelita disse esta quarta-feira, em comunicado, que 107 paletes de alimentos foram lançadas por via aérea em Gaza nas últimas horas, citando os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia, a Alemanha, a Bélgica e a França como fontes desta ajuda.
As Nações Unidas (ONU) e outras organizações descreveram este método de distribuição de ajuda humanitária como “insuficiente e perigoso”.
A ofensiva contra Gaza começou depois dos ataques grupo islamita palestiniano Hamas, que controla o enclave, em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Os ataques já provocaram mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 150 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.