Governo cria mecanismo permanente de apoio a prejuízos dos incêndios

O Governo vai criar um regime permanente para dar resposta aos prejuízos causados pelos incêndios.
A medida deverá entrar em vigor ainda este verão, anunciou a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, em declarações no final do Conselho de Ministros.
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A governante fez ainda um balanço dos danos dos últimos incêndios, já apurados: “Esses danos já identificados incidem sobretudo sobre bens naturais e agrícolas e, num número residual, sobre casas e fábricas. O Conselho de Ministros decidiu que, diferentemente do que aconteceu em tempos anteriores, em que se tomaram decisões fogo a fogo, se deveria preparar um novo regime estrutural e permanente para apoio aos prejuízos causados pelos grandes incêndios. Deseja-se que este regime entre em vigor ainda este verão”.
Governo quer penas mais pesadas e prevenção
Entre as medidas aprovadas no Conselho de Ministros desta quinta-feira está ainda o reforço da política criminal sobre incêndios e a possibilidade de agravamento das penas.
“Alterar a política criminal dando maior prioridade a uma maior agravamento do quadro sancionatório dos crimes relacionados com a geração de incêndios”, declarou a ministra da Administração Interna.
Para Maria Lúcia Amaral, parece haver “largo consenso quanto ao facto de termos vindo a aprender que o chamado crime de incêndio florestal causa grave dano comunitário e, por isso, deve ter nesta lei de política criminal uma consideração especial, nomeadamente na prioridade que deve ser dada na sua investigação”.
O Governo decidiu também retomar o Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050, apresentado em março pelo anterior executivo. O objetivo é prevenir incêndios, “valorizar a economia da floresta, clarificar a propriedade e melhorar o modelo de governação do setor”.
“É um plano que foi já discutido preliminarmente em Conselho de Ministros, mas ainda não aprovado, e que será aprovado até ao final do ano, com um investimento médio anual de 246 milhões de euros até 2050”, explicou.
A ministra reafirmou que Portugal ainda não precisa de recorrer à ajuda de Bruxelas no combate aos incêndios das últimas semanas, apesar da disponibilidade manifestada.
“Como ainda não chegamos, felizmente, e contamos não chegar à verificação que já não somos capazes de debelar um problema pelos nossos próprios meios, levamos muito a sério esta condição de última instância no recurso à ajuda externa, à ajuda europeia”, salientou.
Lembrando que a “dimensão de última instância” do pedido de ajuda europeia sempre existiu, Maria Lúcia Amaral defendeu que tal é ainda mais importante numa altura em que “o sul da Europa está em geral a braços com o mesmo problema” de incêndios florestais.
O Governo decidiu, entretanto, prolongar até 13 de agosto o alerta de incêndio que terminava esta quinta-feira.