Célebres jardins botânicos de Londres inauguram ala dedicada ao carbono e à crise climática

Os jardins botânicos reais Kew Gardens, em Londres, no Reino Unido, vão inaugurar uma nova ala dedicada ao carbono – o Carbon Garden -, que irá mostrar a importância deste elemento químico na sustentabilidade da vida, mas também mostrar o papel do dióxido de carbono (CO2) na crise climática e como as plantas podem ajudar a combatê-la.
O Carbon Garden contará com 6500 plantas, 35 novas árvores, bem como uma estrutura central inspirada nos fungos. A nova ala dos Kew Gardens será uma atracção permanente nos jardins botânicos, que foram inaugurados em 1759 e hoje são Património Mundial da UNESCO.
“O jardim tem como objectivo mostrar como o carbono é crucial, ao mesmo tempo que alerta para os danos causados pelo aumento das emissões de dióxido de carbono”, explica Richard Wilford, gestor de paisagismo dos Kew Gardens. O ano de 2024 foi o mais quente alguma vez registado, com as emissões globais de dióxido de carbono do sector energético a atingir um recorde histórico.
Além de painéis que explicam conceitos como a fotossíntese, o processo pelo qual as plantas transformam o dióxido de carbono em matéria orgânica, o Carbon Garden contará com um jardim seco repleto de plantas resistentes ao calor, como a lavanda.
Richard Wilford e a equipa levaram mais de quatro anos a construir o novo jardim, que inclui novas árvores seleccionadas por serem resilientes às condições climáticas projectadas para o futuro e pela capacidade de absorver dióxido de carbono.
A doutoranda Amanda Cooper, investigadora que tem trabalhado no jardim, afirma que plantar mais árvores desse tipo seria parte da solução para combater as alterações climáticas.
“Ao restaurar as florestas, ao estancar desflorestação, podemos, com sorte, reduzir as emissões para a atmosfera”, diz Amanda Cooper. “Não é uma redução completa, porque ainda estamos a emitir gases de combustíveis fósseis dos nossos carros e fábricas. Mas é um começo.”
