Liga de Bombeiros: Portugal precisa de “melhorar muito” a articulação no combate a incêndios


O presidente da Liga dos Bombeiros critica o sentido de oportunidade do Governo na declaração da situação de alerta no país, considerando que o mesmo já deveria ter sido ativo quando estavam a lavrar os três maiores incêndios, em Ponte da Barca, Arouca e Penamacor.
Em declarações à Renascença, António Nunes afirma que os incêndios da última semana “justificavam terem sido accionados meios adicionais”.
“A decisão do Governo não foi essa. Justificava-se naqueles dois incêndios [Arouca e Ponte da Barca], até porque houve outros – Penafiel, Castelo Branco, Nisa – em que estávamos com uma mobilização muito forte dos nossos meios aéreos e dos nossos bombeiros, justificaria-se que pontualmente se expedisse esse apoio um ou dois dias”, afirma.
Ainda assim, o responsável da Liga dos Bombeiros entende que, se o Governo o decidiu só agora, é porque tem razões para isso.
“A aposta deve ser, sempre que há um início de fogo, não haver hesitações e responder com o número possível e disponível de meios que estejam naquele local, naquela região”, afirma, defendendo que “hoje cientificamente é possível” prever onde haverá maior risco de incêndio com alguns dias de antecedência.
António Nunes defende à Renascença que Portugal para enfrentar o que poderão ser as consequências das altas temperaturas dos próximos dias, tendo ao seu serviço 28 mil bombeiros voluntários, além de 15 mil bombeiros na reserva e no quadro de honra, necessitando de “melhorar muito” a articulação entre os meios disponíveis e a utilização de equipamentos específicos.
Este sábado, o Governo anunciou que o país estará em situação de alerta a partir de domingo e até quinta-feira. Neste momento, mais de 1.880 operacionais, apoiados por 595 meios terrestres combatem 44 incêndios no país, com destaque para os fogos em Vila Real e Ponte da Barca, de acordo com a Proteção Civil.