Pouca oferta leva estudantes a procurar casa muito antes de conhecerem colocação

A procura de casa começa cada vez mais cedo para os estudantes deslocados e, devido à pouca oferta, muitos fazem-no meses antes de saber onde foram colocados, mas há famílias para quem pagar um quarto é impossível, alertam associações.

Todos os anos, o exercício repete-se para milhares de jovens que saem de casa e mudam de cidade para ir para a universidade. Procurar alojamento é um desafio não só pelos preços elevados em muitas cidades, mas também pela falta de oferta.

Em Lisboa, por exemplo, onde estudam cerca de 50 mil estudantes deslocados, a renda mensal de um quarto é, em média, 500 euros, mas a um mês do início do ano letivo o Observatório do Alojamento Estudantil, que faz a monitorização da oferta privada de alojamento para estudantes, contabilizava pouco mais de 2.600.

A falta de oferta leva os estudantes a antecipar a procura de casa e muitos iniciam essa busca vários meses antes de conhecerem os resultados do concurso nacional de acesso.

É o caso de Alexandre Caldeira, que terminou agora o 11.º ano. Ainda falta um ano para concluir o secundário, mas o jovem algarvio já sabe onde quer estudar depois: no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.

Por isso, a família aproveitou recentemente uma viagem a Lisboa para começar a procurar alojamento.

“Estamos a ver com bastante antecedência, porque a nossa ideia é, em janeiro, fazermos já uma pré-reserva”, contou à Lusa a mãe, Nádia Caldeira, admitindo que a questão do alojamento é uma preocupação grande.

Alexandre não é caso único e o presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL) confirma que conhece vários casos de estudantes que começam a procurar alojamento muitos meses antes do início das aulas.

Pedro Neto Monteiro é, ele próprio, um exemplo.

“Eu sou um estudante deslocado, sou de Viseu, e comecei a procurar alojamento com cerca de sete ou oito meses de antecedência”, contou à Lusa o representante estudantil.

No entanto, o presidente da FAL sublinha que existem vários fatores de incerteza no acesso ao ensino superior e, mesmo que exista a vontade de ingressar numa determinada instituição, essa colocação pode não se confirmar.

Por outro lado, nem todas as famílias têm disponibilidade financeira para assumir o compromisso com tanto tempo de antecedência e o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), que relata um cenário não muito diferente na Invicta, alerta que há famílias que não conseguem sequer assumir a despesa com uma renda durante o período de aulas.

“Se os estudantes bolseiros têm, na maioria dos casos, uma cama disponível (em residência pública) ou um complemento de alojamento, o problema também está nas classes médias que, muitas vezes, são completamente asfixiadas financeiramente para os seus filhos poderem estudar no ensino superior”, explica Francisco Porto Fernandes.

Se em Lisboa um quarto custa, em média, 500 euros mensais, no Porto o valor é apenas ligeiramente mais baixo, rondando os 400 euros de renda. A oferta é menor e o Observatório do Alojamento Estudantil contabilizava, no final da semana, 799 quartos disponíveis.

Com vagas insuficientes também nas residências públicas, as residências estudantis privadas poderiam ser uma alternativa de alojamento, mas os preços são ainda mais elevados

Em Lisboa, por exemplo, as opções mais baratas ultrapassam os 550 euros por um quarto partilhado e há residências que cobram mais de 1.600 euros por estúdios com cerca de 30 metros quadrados.

Até setembro, o Governo prevê que estejam concluídas as obras em 19 residências universitárias, que representam mais de duas mil camas, a maioria novas, e às quais podem acrescer 2.270 através de protocolos para alojamento estudantil.

Num balanço feito à Lusa na semana passada, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação referia que a meta definida, ainda pelo anterior Governo, era chegar às 18.000 camas, objetivo que, entre projetos concluídos e aprovados mas por arrancar, há já 19.000 camas contratualizadas.

Ferramentas com 1,5 milhões de anos podem finalmente revelar a origem do “hobbit” das Flores

Os cientistas especulam que as ferramentas terão sido produzidas pelo Homo erectus ou pelo Homo floresiensis, o famoso “hobbit” da ilha das Flores. Uma nova descoberta arqueológica na ilha indonésia de Sulawesi está a desafiar tudo o que se pensava saber sobre a presença de ancestrais humanos na região do sudeste asiático. Um conjunto de ferramentas de pedra, datado entre 1,04 e 1,48 milhões de anos, indica que hominíneos desconhecidos podem ter habitado a ilha muito antes do aparecimento da nossa própria espécie, Homo sapiens. O estudo, publicado na revista Nature, descreve sete artefactos de pedra encontrados em escavações realizadas

México afirma que não aceitará forças militares dos EUA no seu território. Trump disse que tropas norte-americanas podiam combater cartéis

O México garantiu sexta-feira que “não aceitará” forças militares dos Estados Unidos no seu território, reagindo ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu o envolvimento de tropas norte-americanas no combate a cartéis criminosos na América Latina.

As declarações de Trump resultaram numa troca de comunicados entre as diplomacias dos dois países, com o embaixador dos Estados Unidos no México, Ronald Johnson, a emitir uma declaração em resposta a um primeiro comunicado do ministério mexicano das Relações Exteriores, em que garantiu o interesse de Washington em continuar a “trabalhar de forma colaborativa com o governo da Presidente Claudia Sheinbaum para enfrentar essa ameaça com a seriedade que ela exige”.

Johnson sublinhou que “não se trata de os Estados Unidos agirem sozinhos, trata-se de se construir uma frente conjunta e inabalável com o México para defender os nossos cidadãos, desmantelar as redes dos cartéis e garantir que as únicas pessoas que devem temer pelo seu futuro são aquelas que lucram com o assassinato, a dependência e o caos”.

Numa reação a este comunicado, o ministério das Relações Exteriores do México indicou que ambos os países “concordam” que a colaboração se dá “com o respeito irrestrito” das soberanias».

“Cada um deve trabalhar no seu país, para combater as causas que provocam as dependências e a violência derivada do tráfico ilegal de drogas e armas”, acrescentou a chancelaria mexicana.

Além disso, o ministério afirmou que a cooperação entre ambas as nações se “baseia nos princípios da confiança mútua, responsabilidade partilhada, igualdade soberana, respeito pela integridade territorial e cooperação sem subordinação”.

O ministério explicou ainda que o México conta com uma Estratégia Nacional de Segurança para construir a paz com justiça, a partir da atenção às causas estruturais que propiciam a violência e avançar para que haja impunidade zero.

“O México continuará a trabalhar de forma coordenada com os Estados Unidos. Em particular no combate ao tráfico ilícito de drogas e armas, que é fundamental para diminuir a violência (…), há meses que trabalhamos num acordo de segurança sobre esses princípios: colaboração e respeito pela soberania”, acrescentou.

O governo mexicano concluiu reiterando que “o México não aceitará a participação de forças militares americanas” no seu território.

Esta sexta-feira, na sua conferência diária, a Presidente Sheinbaum afirmou que os Estados Unidos não vão “invadir” o território mexicano com militares, depois de o New York Times ter avançado que Donald Trump iria assinar uma ordem executiva instruindo o Pentágono a usar a força militar contra os cartéis de droga na América Latina.

Desde o regresso à Casa Branca, o Presidente norte-americano tem feito do combate ao tráfico de fentanil nos Estados Unidos uma das suas bandeiras, sublinhando a substância é produzida principalmente pelos cartéis mexicanos com produtos chineses.

Em resposta ao impacto da droga no país, que causou já um grande número de mortes, a Administração Trump designou em fevereiro como terroristas os seis principais cartéis mexicanos: Sinaloa, Jalisco Nueva Generación (CJNG), Noreste, Golfo, Carteles Unidos e Nueva Familia Mexicana.

Três feridos em tiroteio na Times Square de Nova Iorque

Três pessoas ficaram feridas num tiroteio durante a madrugada na Times Square, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA). O suspeito foi detido.

De acordo com a polícia de Nova Iorque, citada pela Reuters, as pessoas — uma mulher de 18 anos, um homem de 19 anos e outro homem, de 65 anos — estão em condição estável no hospital.

O suspeito, com 17 anos de idade, está detido. A polícia apreendeu a arma que terá sido utilizada no crime.

O tiroteio teve lugar às 1h20 locais (menos cinco horas do que em Portugal continental). Segundo a polícia, terá sido provocado por uma discussão com uma das vítimas, apesar de ainda não se saber se as vítimas e o suspeito se conheciam.

Custo do alojamento e falta de apoios afastam estudantes do ensino superior

O elevado custo do alojamento em várias cidades e a falta de apoios afastam cada vez mais jovens do ensino superior, alertam representantes estudantis que pedem o reforço da ação social escolar.

O prazo de candidaturas à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior terminou na segunda-feira com cerca de 50 mil alunos inscritos, menos nove mil em relação ao ano anterior e um valor só comparável ao registado em 2018.

Um dos possíveis motivos apontados pelos presidentes das federações académicas de Lisboa e do Porto é o custo de frequentar o ensino superior, em que se destaca uma despesa em particular: o alojamento estudantil.

De acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, que identifica a oferta privada de alojamento para estudantes e as rendas praticadas a nível nacional, um quarto em Lisboa custa, em média, 500 euros por mês.

A capital é a cidade mais cara, mas noutras com instituições de ensino superior os preços também representam um entrave. No Porto, por exemplo, o valor médio das rendas é 400 euros e em Faro ronda os 380 euros, descendo ligeiramente para 330 euros em Aveiro e 280 euros em Coimbra.

“Uma família com condições socioeconómicas não tão favorecidas terá, certamente, muita dificuldade em permitir que os seus filhos estudem no ensino superior”, sublinhou o presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL).

Em declarações à agência Lusa, Pedro Neto Monteiro lembra que, no ano passado, arrendar um quarto em Lisboa custava, em média, 480 euros.

“É um aumento significativo, sem correspondência na capacidade de as famílias suportarem esses cursos”, refere.

No Porto, as rendas estão igualmente mais caras este ano e Francisco Porto Fernandes, refere que enquanto os estudantes mais pobres têm prioridade no acesso às residências estudantis públicas ou acesso ao complemento de alojamento, as famílias de classe média veem-se “asfixiadas financeiramente” para que os seus filhos possam estudar no ensino superior.

Por outro lado, o presidente da Federação Académica do Porto (FAP) considera que mesmo os apoios para os estudantes carenciados são insuficientes.

No próximo ano letivo, 2025/2026, o apoio ao alojamento atribuído atualmente aos alunos bolseiros vai ser alargado a todos os estudantes do ensino superior deslocados cujo rendimento anual ‘per capita’ do agregado familiar fique abaixo dos 14.630 euros.

À semelhança do que está previsto para os bolseiros, também os restantes alunos deslocados com rendimentos mais baixos terão direito a um “complemento mensal igual ao valor efetivamente pago pelo alojamento e comprovado por recibo ou transferência bancária”, de acordo com a lei da Assembleia da República.

O principal problema, referem os presidentes das duas federações académicas, é que cerca de metade dos jovens, sujeita ao mercado paralelo, não tem contrato de arrendamento.

“É uma boa medida e é importante que se mantenha, mas não resolve o problema de forma estrutural”, considera o dirigente da FAP, que defende a construção de mais residências públicas e o reforço das linhas de crédito para que as instituições de ensino superior celebrem protocolos com entidades públicas, privadas e sociais.

Quanto às residências estudantis, o Governo estima que, até setembro, estejam concluídas as obras em 19 residências universitárias, que representam mais de duas mil camas, a maioria novas, e às quais podem acrescer 2.270 através de protocolos para alojamento estudantil.

Num balanço feito à Lusa na semana passada, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação referia que a meta definida, ainda pelo anterior Governo, era chegar às 18.000 camas, objetivo que, entre projetos concluídos e aprovados mas por arrancar, há já 19.000 camas contratualizadas.

Em Lisboa, segundo o presidente da FAL, há cerca de 2.700 camas disponíveis, mas o universo de estudantes deslocados na região ronda os 50.000 e, por isso, nem as 19.000 camas contratualizadas para todo o país seriam suficientes.

Outra alternativa para apoiar os estudantes deslocados seria o programa Porta 65 Jovem, que visa apoiar os jovens dos 18 aos 35 anos no arrendamento de habitação, mas também neste caso a maioria fica de fora.

Além de muitos não terem contrato de arrendamento, a maioria vive em quartos arrendados e ainda apresenta o IRS com os pais, situações que não são aceites.

“Tem que ser feito mais para permitir que os estudantes universitários possam ter acesso ao alojamento acessível”, defende Pedro Neto Monteiro”.

“O problema do alojamento estudantil não é um problema dos jovens, nem dos pais. É um problema do país, porque o ensino superior devia ser um elevador social e muito provavelmente está a ser um reprodutor das desigualdades preexistentes, porque quem tem menos não consegue sobreviver no sistema”, afirma, por sua vez, o presidente da FAP.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já anunciou a intenção de rever o sistema de ação social e pediu a realização de um estudo sobre o atual.

Eventuais alterações terão efeitos para o ano letivo de 2026/2027, mas os estudantes alertam que os problemas são urgentes. “Para ontem, aliás”, sublinha o presidente da FAL.

Mais de 30 mil crianças fugiram de ataques de grupos extremistas em Cabo Delgado, Moçambique

A ONG Save The Children estima que mais de 30 mil crianças tenham fugido de nova onda de ataques de grupos extremistas nas últimas duas semanas na província moçambicana de Cabo Delgado, alertando para necessidade de apoio “urgente”.

“Estamos a testemunhar uma situação terrível no local, onde as necessidades das crianças superam em muito os recursos disponíveis. O sofrimento que essas crianças têm sofrido é inimaginável”, disse a diretora nacional da Save the Children Moçambique, Ilaria Manunza, citada num comunicado daquela Organização Não-Governamental (ONG).

De acordo com a representante, os últimos ataques representam um “grande retrocesso” nos esforços para reconstruir a vida de crianças e famílias, que têm vivido em conflito nos últimos oito anos: “Este conflito deve terminar imediatamente para que estas crianças possam ter a sua infância de volta”.

O alerta surge numa altura de recrudescimento de ataques por grupos extremistas que operam em Cabo Delgado e que desde final de julho já provocaram mais de 57 mil deslocados no sul da província.

A Save The Children apontou que entre as mais de 30.000 crianças em fuga, nas últimas duas semanas, estão algumas separadas das suas famílias, sendo um dos maiores números de desalojados num período tão curto naquela província, rica em gás, que enfrenta uma rebelião armada desde 2017, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

“Estamos trabalhando 24 horas por dia para fornecer-lhes um espaço seguro, alimentação e atendimento médico, mas com a chegada de mais famílias a cada dia, precisamos urgentemente do apoio da comunidade internacional. Crianças separadas são particularmente vulneráveis, e as nossas equipas estão fazendo todo o possível para identificá-las e reuni-las com as suas famílias o mais rápido possível”, explica.

Segundo Manunza, o conflito, até agora “sem fim a vista”, tem causado um impacto “devastador” nas crianças que crescem em Cabo Delgado, havendo “relatos recorrentes de decapitações e sequestros, incluindo múltiplas vítimas infantis”.

“Os conflitos em curso levaram a deslocamentos em larga escala, juntamente com infraestrutura precária, dificultando o acesso a serviços básicos como água, educação, saneamento e saúde. A desnutrição também é uma preocupação significativa, com muitas crianças em situação de insegurança alimentar”, aponta.

O comunicado avança ainda que as crianças deslocadas “correm maior risco de violência, exploração, abuso, casamento infantil e recrutamento por grupos armados não estatais”.

“Muitas famílias deslocadas estão abrigadas em escolas ou com famílias anfitriãs. O risco de superlotação, o acesso limitado a serviços básicos e a crescente preocupação com a proteção aumentam diariamente nesses abrigos temporários”, refere-se.

Atualmente é fornecido apoio psicossocial e mental, espaços seguros para crianças brincarem e aprenderem, rastreamento e reunificação familiar para crianças separadas e exames de desnutrição para crianças e mães adolescentes, conclui a ONG.

A Lusa noticiou em maio que a Save The Children prevê investimentos de 80 milhões de dólares (70,4 milhões de euros) na estratégia 2025-2027 para apoiar três milhões de moçambicanos, mais de metade crianças.

A nova Estratégia 2025-2027, anunciada em comunicado pela ONG, prevê apoiar pelo menos 2,1 milhões de crianças, com base em cinco objetivos principais, que incluem a expansão do acesso a uma educação segura e inclusiva, reforço da proteção contra a violência, abuso e uniões prematuras e a ampliação dos direitos das crianças e a sua participação cívica.

Em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Sino toca pela paz 80 anos depois da bomba atómica sobre Nagasaki

Um minuto de silêncio foi observado este sábado em Nagasaki, na hora da explosão atómica que atingiu a cidade japonesa há 80 anos, numa cerimónia em que o sino restaurado de uma igreja tocou pela primeira vez desde o ataque.

Em 9 de agosto de 1945, às 11h02, três dias depois de Hiroshima, Nagasaki sofreu também o horror de uma bomba nuclear. Cerca de 74.000 pessoas morreram nesta cidade portuária do sudoeste do Japão, somando-se às 140.000 vítimas de Hiroshima.

“Passaram-se 80 anos, e quem poderia imaginar que o mundo se tornaria assim? Por favor, parem imediatamente os conflitos armados!”, exortou o presidente da câmara da cidade, Shiro Suzuki, perante uma plateia recorde de representantes de mais de 100 países.

“Os confrontos intensificam-se em vários locais. Uma crise que pode ameaçar a sobrevivência da humanidade, como uma guerra nuclear, paira sobre todos nós”, acrescentou o presidente da câmara.

Entre os participantes, marcaram este ano presença a Rússia, que não era convidada desde a invasão da Ucrânia em 2022, e Israel, cujo embaixador também não foi convidado no ano passado, oficialmente por razões de segurança relacionadas com o conflito em Gaza.

A ausência da representação israelita provocou no ano passado o boicote da cerimónia pelos embaixadores dos outros países do G7.

Participaram da cerimónia este ano autoridades japonesas e “hibakusha”, ou sobreviventes da bomba, que exortaram o mundo a aprender com os horrores sofridos por Nagasaki, para garantir que não se repitam.

“Esta crise existencial que a humanidade atravessa é um risco iminente para cada um de nós que habitamos a Terra”, sublinhou Shiro Suzuki, numa “Declaração pela Paz”, lida durante a cerimónia, em que alertou para um mundo preso num “círculo vicioso de confronto e fragmentação”.

Suzuki, descendente de sobreviventes da bomba, exortou os líderes mundiais a definirem um plano concreto para alcançar a abolição das armas nucleares e destacou o trabalho de conscientização global realizado pela organização de hibakusha Nihon Hidankyo, premiada no ano passado com o Prémio Nobel da Paz.

“Os hibakusha não têm muito tempo”, disse o presidente da câmara, referindo-se ao número cada vez menor e à idade avançada dos sobreviventes.

“Por isso, Nagasaki comprometeu-se a continuar a divulgar a sua mensagem pelo mundo, para que sejamos a última cidade da história a sofrer um bombardeamento atómico”, acrescentou.

Na mesma linha, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, alertou para a “crescente divisão global” e para a “situação de segurança mais grave” 80 anos após o bombardeamento da cidade.

“O Japão, como única nação que sofreu ataques nucleares, está determinado a manter os três princípios não nucleares e a liderar os esforços por um mundo livre de armas atómicas”, afirmou o líder, que acrescentou que Tóquio “promoverá iniciativas realistas e práticas” nesse sentido.

A cerimónia teve lugar no Parque da Paz de Nagasaki, localizado junto ao hipocentro da explosão causada pela bomba, que começou com a observação de um minuto de silêncio às 11h02 (02h02 TMG), hora exata em que a bomba de plutónio detonou.

Tal como o seu homólogo em Hiroshima, há três dias, o presidente da câmara de Nagasaki instou o Governo japonês a assinar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares das Nações Unidas (TPAN) e exortou-o a optar por uma política de segurança que não dependa da dissuasão nuclear dos Estados Unidos.

Tóquio não aderiu ao referido tratado, uma vez que a sua plena aplicação entraria em conflito com a política nacional de depender do escudo nuclear do aliado de segurança, os Estados Unidos.

Os Estados Unidos lançaram o primeiro ataque nuclear da história sobre a cidade de Hiroshima em 06 de agosto de 1945 e, três dias depois, lançaram uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, o que levou à capitulação do Japão em 15 de agosto e ao fim da Segunda Guerra.

Tiroteio em Times Square, Nova Iorque, faz três feridos

Três pessoas ficaram feridas num tiroteio em Times Square, na cidade de Nova Iorque, EUA. A ocorrência deu-se às 1h20, hora local (6h20 em Lisboa), de acordo com o que foi dito por um porta-voz da polícia de Nova Iorque ao jornal The New York Times.

Uma pessoa foi detida. Entre os três feridos, encontram-se um jovem de 19 anos, um idoso de 65 (ambos atingidos nas pernas), e uma mulher de 18 anos (que sofreu um ferimento no pescoço). Os três não estão em perigo de vida.

O tiroteio ocorreu entre a West 44th Street e a Seventh Avenue, no que é um dos mais concorridos locais turísticos do mundo.

Em julho, um atirador matou quatro pessoas em Park Avenue.

Atirador de Nova Iorque comprou arma a patrão em casino e deixou bilhete no apartamento em Las Vegas

António Rodrigues: “Gostaria de almoçar amanhã com George Clooney”

Já se arrependeu de alguma coisa que escreveu numa rede social? O quê?
Nunca me arrependi de alguma coisa escrita. Posso achar que podia ter escrito de forma mais adequada.

Tem a noção de quantos ex-amigos tem? Cinco? Dez? Ou nunca se zangou com um amigo?
Não tenho ex-amigos. Sou muito exigente na definição desse atributo. Mas seguramente que vou ganhando cada vez mais amigos. Mantendo os anteriores… Claro! Alguns desde a infância.

Qual é o elogio que menos gosta que lhe façam?
Que ganhei o estatuto de senador. É uma forma diplomática de me chamarem velho. Perdão, experiente!

Fora do seu país, qual é o lugar onde se sente em casa? E porquê?
Em Londres! Adoro a cidade e a sua efervescência.

De que tem saudades quando está de férias? Porquê?
Da adrenalina que o Parlamento provoca! Há sempre algo novo e diferente a acontecer​

Quantos dias de férias precisa até se desligar?
Para me desligar preciso de uma semana de praia. Depois já não me deixam continuar de férias.

Qual o melhor conselho que lhe deram na vida?
O teu dia há-de chegar.

Em que situações se considera um “chato”?
Sou chato quando insisto e reinsisto para que as coisas apareçam feitas​

Tem algum vício que gostaria de não ter? E um de que se orgulhe?
Ter excessivo prazer em apreciar comida que gosto muito.​

Com que personalidade (viva ou morta) gostaria de ir almoçar amanhã? Porquê?
Gostaria de almoçar com John Kennedy (personalidade morta) e George Clooney (personalidade viva). John Kennedy, personalidade que sempre admirei pela introdução da modernidade na política pelo discurso aberto e precursor da defesa dos mais desfavorecidos nos EUA, que se libertava de um espaço ainda de perseguição rácica e política. Marca o advento do reconhecimento dos direitos humanos. George Clooney porque mostra como se pode usar o cosmopolitismo para defender causas transversais da sociedade.

Já teve algum ataque de ansiedade? Em que circunstâncias?
Ataque de ansiedade não, mas por vezes o nervosismo cresce. Uma palavra deslocada pode destruir um acto, pode afectar uma vida.

E já se sentiu profundamente exausto? Foi burnout?
Exausto, sim. Por falta de tempo de dormir. Mas nunca burnout.

Se lhe pedissem conselhos para uma relação amorosa feliz, o que é que dizia?
Diálogo e respeito mútuo.

É vegetariano, vegan, faz alguma dieta especial? Porquê?
Não sou vegetariano. Ferozmente carnívoro.

Gosta de cozinhar? Qual a sua maior especialidade?
Gosto de cozinhar, mas pratico pouco. Faço umas coisas de comida italiana. Porque é simples e saboroso. Bolonhesa.

Qual foi o último filme ou série que viu? E qual foi o/a último/a de que gostou?
O último Missão Impossível. Sou profundo consumidor de séries… Várias.

Qual o seu maior arrependimento?
Vários! O principal, não ter tido mais tempo livre.

Qual foi a última vez em que se surpreendeu?
A profunda ligação afectiva à descendência directa e indirecta.

Qual foi a última coisa nova que aprendeu? Como foi?
O valor relativo do conceito de paz!

PJ detém homem de 19 anos suspeito de violar adolescente em Évora

Um homem estrangeiro, de 19 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), na sexta-feira, já no aeroporto de Lisboa, por ser suspeito da violação de uma adolescente, de 14 anos, em Évora.

Em comunicado, a PJ revelou que na origem da investigação, a cargo da Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora, esteve uma denúncia da mãe da vítima à PSP local, que de imediato ativou a Judiciária.

De acordo com a mesma polícia de investigação criminal, “os factos ocorreram na sequência de uma saída à noite de um grupo de adolescentes”, que incluía a vítima e ao qual se juntou o suspeito, no passado sábado.

“Ao início da madrugada, o suspeito atraiu a vítima à sua residência, local onde a veio a subjugar a atos sexuais de relevo sem o seu consentimento”, disse a PJ.

O homem encontrava-se em parte incerta desde a ata do crime, tendo a ULIC emitido o respetivo alerta de interdição de saída de território nacional.

“Acabou por ser identificado e localizado na manhã desta sexta-feira no Aeroporto de Lisboa, quando se preparava para embarcar para um país estrangeiro, numa operação da PJ em estreita colaboração com a Esquadra de Controlo Fronteiriço ali localizada”, pode ler-se.

A detenção foi formalizada na sequência da emissão de mandado de detenção fora de flagrante delito, emitido pelo Departamento d Investigação e Ação Penal — Secção de Évora.

O suspeito ainda vai ser presente às autoridades judiciais para primeiro interrogatório de arguido detido e aplicação de medidas de coação.

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