Apagão em Portugal. Rede de energia “tem fragilidades” e merece “reflexão”

No dia em que o país ficou às escuras, Miguel Poiares Maduro defende que é necessária uma “reflexão” sobre a fragilidade da rede de energia. O social-democrata considera que seria necessário ter “um sistema de redundância” semelhante ao de outras infraestruturas críticas.

No programa Conversa de Eleição, da Renascença, onde habitualmente divide espaço com Fernando Medina – que não conseguiu estar presente devido ao momento excecional vivido esta segunda feira – Miguel Poiares Maduro analisou as principais conclusões que podem ser retiradas das primeiras horas do pior apagão das últimas décadas em Portugal.

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O social-democrata aponta desde logo a desinformação recebida, “muitas divulgadas em órgãos de comunicação social” induzindo em erro, podendo ter “criado situações perigosas de pânico público”. Miguel Poiares Maduro entende, por isso, ser necessário que as autoridades estejam “próximas e a informar a população”.

O antigo ministro Adjunto e para a Cesão Territorial sublinha, ainda, como ponto a ser “estudado” é a necessidade de “um sistema de redundância” para garantir o funcionamento da rede de energia através de um meio suplementar.

Miguel Poiares Maduro indica que “a origem mesmo sendo acidental” representa um “risco” e que é, por isso, necessário pensar “num sistema alternativo”.

Ainda com a crise a decorrer, o social-democrata não quis avaliar a atuação do Governo e defendeu que o ideal “é que as autoridades comuniquem com a população”, porque a ausência de informação é que tende a acentuar só comportamentos de risco e a insegurança.

“Alguma esquerda” quer apropriar-se do 25 de Abril

Quanto às comemorações do 25 de Abril e o adiamento de um concerto para 1 de maio, devido ao luto nacional pela morte do Papa Francisco, Miguel Poiares Maduro diz que “compreende” que, inicialmente, tivesse existido uma crítica “assente numa incompreensão do que o Governo estava a dizer”.

Contudo, depois de o Governo esclarecer que em causa estava a participação em atividades mais festivas, o ex-ministro “não compreende” que se tenha criticado o Governo dizendo que estava contra o 25 de Abril.

“É o regresso da narrativa e da lógica de apropriação do 25 de Abril que alguma esquerda em Portugal faz e que empurra a direita para fora das celebrações”, diz Miguel Poiares Maduro, que considera essa posição “errada, porque o 25 de Abril não é de direita nem de esquerda, mas de todos que gostam da liberdade e da democracia”.

As celebrações ficaram marcadas por confrontos durante uma manifestação ilegal da extrema-direita, no Rossio. Três dias depois dos incidentes, Miguel Poiares Maduro diz que o caso acabou por ajudar o grupo de extrema-direita a “vitimizar-se” e a ter “mediatismo”.

No entanto, defende que se deve esclarecer a alegada falha de informação sobre a extrema-direita no relatório anual de segurança interna.

O que deve ter um kit de sobrevivência se houver uma catástrofe (ou outro apagão)?

A União Europeia recomenda que todos os lares europeus devem ter um “kit de sobrevivência” para situações de guerra, ciberataques, pandemias, catástrofes naturais… ou apagões como o que aconteceu esta segunda-feira. Mas que objetos deve incluir? Numa altura de muita tensão geopolítica, e quando há receios de guerra por todo o lado, a Comissão Europeia (CE) desafiou os Estados-membro a desenvolverem recomendações de preparação aos seus cidadãos para os piores cenários. Esta segunda-feira, a Península Ibérica sofreu, durante quase 12 horas, um apagão geral — uma situação inédita até agora no nosso país, mas que pode voltar a acontecer em

Jorge Jesus: «Temos de qualificar-nos, tudo o resto não nos interessa»

Al Hilal enfrenta esta terça-feira, em Jedá, o Al Ahli nas meias-finais

Jorge Jesus demonstra enorme pragmatismo horas antes do embate entre o Al Hilal e o Al Ahli, em Jedá, respeitante às meias-finais da Champions da Ásia. “Temos de qualificar-nos, tudo o resto não nos interessa. Amanhã [hoje] assistiremos a uma verdadeira batalha. A qualidade dos jogadores e a sua atitude em campo farão a diferença. Os pormenores determinarão o nome do finalista. Eles são uma grande equipa e conhecem-nos bem, tal como nós os conhecemos a eles. Temos ambos qualidade para conquistar a prova. Preparámo-nos bem e creio que faremos um bom jogo. Tentaremos impor o nosso estilo e a nossa estratégia para conseguirmos atingir os objetivos. Estou otimista!”, refere o treinador luso do Al Hilal, frisando que não cumprimentou o técnico do Gwangju no fim do jogo dos quartos de final por ele ter falado demasiado e sido desrespeitoso.

Por Nuno Pombo

Apagão interrompeu Open de Madrid

A quebra de energia que (também) afetou Espanha levou à suspensão do Mutua Madrid Open, o torneio de ténis que está a ser disputado na capital espanhola.

O apagão aconteceu por volta das 12h30, uma hora e meia depois do início da jornada desportiva nos courts madrilenos de terra batida.

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Quando a eletricidade escapou a Portugal e Espanha, estavam em campo Grigor Dimitrov e Jacob Fernley, um jogo suspenso quando o búlgaro batia o britânico por 6-4 e 5-4.

A organização comunicou à tarde, pelas 16h47 (hora local) neste inolvidável 28 de abril, que estava obrigada a suspender a atividade desportiva para garantir a segurança de jogadores, adeptos e funcionários, pode ler-se no “El Mundo”.

Em Madrid, mesmo sem marcador eletrónico e microfone, foram completadas três partidas: Mirra Andreeva bateu Magdalena Frech e Coco Gauff eliminou Belinda Bencic. No quadro masculino Matteo Arnaldi superou o bósnio Damir Dzumhur.

Os restantes 12 encontros, seis do quadro masculino e outros seis do quadro feminino, foram adiados.

Tal como em Portugal, a energia está a voltar aos poucos nesta noite de segunda-feira a várias zonas do território de Espanha.

Apagão: “não há indícios” de ciberataque, mas “nada está afastado”

Recuámos ao séc. XIX: afinal, o que aconteceu? Foi algo sem precedentes o que se passou esta segunda-feira, dia 28 de abril, em Portugal — e não só. Por volta das 11h30, todo o país se “apagou”. Sem wi-fi nem rede nos telemóveis, esse tornar-se-ia o menor dos problemas no país. Comboios e metros pararam subitamente, com alguns passageiros a entrar em pânico em Lisboa, nas carruagens subterrâneas. Aeroportos também pararam, com a TAP a pedir aos passageiros que não se deslocassem para o aeroporto. Nas ruas, os semáforos apagados foram o maior problema, provocando o caos no trânsito. A

Rússia quer ampliar comércio em moedas locais entre os países do BRICS

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo defendeu a implementação de iniciativas para aumentar o volume de comércio e investimento em moedas locais entre os países-membros dos BRICS.

Numa entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Globo, Sergei Lavrov sublinhou que uma das prioridades da aliança (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é a construção de “mecanismos de pagamento sustentáveis”.

Lavrov está no Brasil para participar na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do fórum de países emergentes BRICS, que decorre nesta segunda-feira e terça-feira no Rio de Janeiro, antes da reunião de chefes de Estado prevista para junho.

Reunião dos BRICS arranca esta segunda-feira com reforma das instituições e guerras regionais na agenda

Nesse sentido, destacou a iniciativa de pagamentos transfronteiriços, conhecida como “BRICS Pay”, e a nova plataforma de investimentos criada a partir da declaração final da cimeira realizada na cidade de Kazan, na Rússia, no ano passado.

Estas ferramentas, além de “garantir o funcionamento ininterrupto das transações financeiras” entre os parceiros, ajudam a reduzir a dependência do dólar, sublinhou.

Lavrov qualificou “de inaceitável” que as moedas de reserva sejam utilizadas como arma de competição e as transações de pagamento “sejam bloqueadas sob pretextos políticos”, embora em nenhum momento tenha feito menção direta à guerra comercial declarada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Ninguém quer sofrer as sanções que o Ocidente impõe contra os países ‘indesejáveis’, aproveitando-se da posição monopolista nos mercados financeiros”, disse.

A rota do contraplacado que vem de um país “onde a bétula cresce e as pessoas falam russo”, mas chega a Portugal a escapar das sanções

Lavrov considerou ainda “ser prematuro” falar da imposição de uma moeda única no âmbito dos BRICS e esclareceu que os esforços estão atualmente centrados na promoção de uma “utilização mais ativa das moedas nacionais”, acrescentando que as conversações sobre uma moeda única poderão ser retomadas quando estiverem reunidas as condições financeiras e económicas para tal.

O BRICS foi inicialmente fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e conta agora com o Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita como novos membros, embora esta última ainda não tenha formalizado a adesão.

Nove países (Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão) juntaram-se ao grupo de cooperação como membros parceiros.

Montenegro: o mais difícil de gerir foram os hospitais. Escolas podem reabrir

O primeiro-ministro assegurou hoje que o Governo está a trabalhar no reforço da capacidade de “prevenção e resiliência” da rede elétrica e insistiu na importância das interligações com a Europa, para que Portugal não fique apenas dependente de Espanha. “Não é ainda um tempo de balanço, mas quero assegurar-vos que já estamos a trabalhar, designadamente com a REN, para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência, de forma a evitar a repetição de ocorrências como esta”, afirmou Luís Montenegro, em declarações à imprensa, num balanço depois de o Conselho de Ministros ter estado reunido desde o final da manhã devido

Casa Branca justifica decisão de deportação de menores norte-americanos

A Casa Branca justificou nesta segunda-feira a decisão de deportar três crianças menores de 07 anos com cidadania norte-americana, bem como as mães sem documentos, a residir nos Estados Unidos.

EUA deportam três crianças que são cidadãs americanas

“Se decidem ter um filho cidadão americano, sabendo que estamos ilegalmente neste país, colocamo-nos nessa situação. Colocam a vossa família nessa situação”, afirmou Tom Homan, responsável pela supervisão da segurança das fronteiras e da deportação de migrantes ilegais, conhecido como “czar” das fronteiras, em conferência de imprensa.

Homan acrescentou que as mães pediram às autoridades para deportarem os filhos, salientando que se as crianças tivessem ficado nos EUA sem as mães, a administração teria sido criticada por separar as famílias.

Elas não foram deportadas. Não deportámos cidadãos americanos. Foram os pais que tomaram a decisão, não o Governo dos EUA”, disse.

De acordo com a União Americana das Liberdades Civis (ACLU), o Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE) de Nova Orleães (estado de Luisiana) manteve as famílias quase incomunicáveis, ao recusar ou não responder a múltiplas tentativas de contacto por parte de advogados e familiares.

As duas mães eram candidatas a um auxílio à imigração, mas como o ICE negou o acesso aos advogados não obtiveram aconselhamento atempado.

Ativistas exigiram que o ICE devolvesse as mães ao país para que pudessem ter direito a um processo justo.

A 14.ª Emenda da Constituição dos EUA garante que todas as pessoas nascidas em solo norte-americano têm a cidadania garantida, independentemente do estatuto dos pais, regra que tem sido contestada pelo Presidente do país, Donald Trump.

Luís Montenegro diz que “Governo deu resposta” mas admite “situação grave, inédita e inesperada”

Luís Montenegro fez o ponto de situação numa altura em que a eletricidade começou a ser reposta em várias zonas do país, nomeadamente em Lisboa.

“Tomámos conhecimento hoje pelas 11:33 da manhã de um apagão generalizado na rede nacional elétrica que teve origem fora do nosso território, muito provavelmente em Espanha. De imediato, constituímos um gabinete de crise no Governo que se concentrou na situação, que foi e ainda é grave, inédita e inesperada. A prioridade foi responder às situações mais críticas e urgentes, a começar pelos hospitais, como ajudar as pessoas mais afetadas. Acionámos todos os procedimentos para reativar os grupos geradores nacionais, na Tapada do Outeiro e em Castelo de Bode para restabelecer o fornecimento da eletricidade. No plano operacional, concentrámos a coordenação na Célula de Crise do SSI e no Centro Coordenador Operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Também o Sistema de Informações da República portuguesa, as Forças Armadas, a Direção Executiva do SNS e o INEM constituíram Gabinetes de Crise para o acompanhamento permanente e articulação com o Governo. O Conselho de Ministros está reunido de forma permanente desde as 13 horas em mode de gestão de crise e assim continuará. Estive em contacto com o Sr. Presidente da República, tive a ocasião de falar com o líder do maior partido da oposição, a Presidente da Comissão Europeia, o Presidente do Conselho Europeu e o Presidente do Governo espanhol, agradecendo desde já a colaboração e partilhar de informação”, refere.

E continuou: “Não foi possível realizar a reunião que queríamos promover na Assembleia da República por não termos conseguido estabelecer contacto com as representações parlamentares. Mantivemos também contacto permanente com a REN, que é responsável para garantir o transporte da eletricidade em Portugal. O Conselho de Ministros decretou a situação de Crise Energética, o que possibilitou que durante todo o dia fossem tomadas medidas de afetação prioritária de fornecimentos a serviços essencias. O Governo acompanhou a manutenção do fornecimento de energia de todos os serviços e entidades críticas, prioritárias e essenciais, tais como na área da saúde, os hospitais, os órgãos de soberania, as forças de segurança, as telecomunicações, os transportes, a justiça, os órgãos de comunicação social nacional, a grande distribuição alimentar, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e o sistema de pagamentos eletrónicos.”

“Instruímos os distribuidores de combustível para garantirem o abastecimento aos referidos serviços críticos essenciais, de forma a assegurar o funcionamento de todos os geradores para que todos estes serviços tivessem a sua atividade. Indicámos à REN os destinatários prioritários para o restabelecimento do serviço elétrico, designadamente os hospitais. Em toda a rede de transportes procedemos, até às 12 horas, à evacuação dos passageiros retidos, nomeadamente nos Metros de Lisboa e do Porto. Na Travessia do Tejo, foram dadas instruções para o transporte gratuito enquanto houver passageiros para transportar. A ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil) autorizou, a pedido do Governo, todos os voos noturnos para recuperar em relação aos atrasos.”

“O Governo, em atuação com a Proteção Civil e com a ANA Aeroportos, está a tomar todas as diligências para assegurar o apoio necessária à alimentação e às necessidades mais urgentes de todos os passageiros que se encontram no Aeroporto de Lisboa. Demos também indicações às escolas do pré-escolar e do 1.º ciclo para que as crianças permanessem nas suas instalações até à chegada dos pais. Apesar de todas as adversidades resultantes de uma crise, repito, inédita, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado revelou capacidade de resposta. Eu próprio desloquei-me à REN e reuni-me com os seus responsáveis para inteirar-me do trabalho em curso para o restabelecimento do fornecimento de energia. O abastecimento está a ser reposta gradualmente, tal como os portugueses e portuguesas estão a verificar. Em muitas regiões do País, a eletricidade já foi restabelecida, sendo expectável que do ponto de vista do território haja um restabelecimento integral nas próximas horas”, acrescentou o primeiro-ministro. 

“A demora na retoma pode eventualmente, talvez não seja o caso, ser superior em Portugal àquilo que está a acontecer em Espanha porque ao contrário da possibilidade que a Espanha tem, de ter interligações com outros países, nomeadamente a França e Marrocos, nós em Portugal estamos exclusivamente ligados a nível externo com Espanha, que é o país afetado connosco. Quero finalmente enaltecer a compreensão, a seriedade e o sentido cívico que os portugueses estão a demonstrar nesta circunstância extraordinária. Expresso em particular um enorme apreço pelo trabalho das nossas forças de segurança e por todos os funcionários do serviço do Estado, que têm desde a primeira hora estado na linha da frente da reação operacional aos mais variados desafios que se têm colocado e também aos que fora da esfera do Estado nos têm auxiliado. Desde logo na distribuição de combustível, mas também na gestão do trânsito, passando pela crise nos hospitais, em lares e nas escolas.”

“Apelo a todos, em nome do Governo, que mantenham essa serenidade e o pleno respeito pela Ordem e pelas orientações dadas pelas forças de segurança até termos o restabelecimento geral de toda esta situação. Reitero também que todos façamos um esforço de moderação nos consumos que de alguma maneira estejam relacionados com a eletricidade e também para sermos prudentes faça à desinformação que está em curso. Estamos com total foco na garantia do pleno restabelecimento do abastecimento elétrico. Não é tempo de balanço, mas já estamos a trabalhar com a REN para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência de forma a evitar ocorrências como esta.”

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