Vinte e dois incendiários em casa com pulseira eletrónica nos meses de maior calor

Vinte e duas pessoas condenadas pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa estão neste momento obrigadas a permanecer em casa com pulseira eletrónica, entre os meses de julho e setembro.

De acordo com os dados avançados à Lusa pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), há 105 pessoas com pena de prisão suspensa por crime de incêndio florestal e, deste total, “22 têm a condição de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica no período de maior incidência de risco de fogos florestais, decretado pela proteção civil”.

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O período de maior incidência de risco de fogo foi definido pela proteção civil e estabelece os meses de julho, agosto e setembro como os mais críticos.

A possibilidade de determinar que uma pessoa condenada pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa fique com pulseira eletrónica durante os meses de maior calor está prevista na lei há oito anos.

Desde 2017, ano em que o país ficou marcado pelos incêndios de Pedrógão e de outubro, que o tribunal pode decidir pela obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica “para o período coincidente com os meses de maior risco de ocorrência de fogos”, lê-se na respetiva lei.

Esta segunda-feira, o PAN entregou um projeto de lei na Assembleia da República para que, através da alteração do Código Penal, todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo os dados provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

Rui Oliveira é segundo no Renewi Tour

O ciclista português Rui Oliveira (UAE Emirates) ocupa a segunda posição do Renewi Tour, depois da primeira etapa, conquistada esta terça-feira ao sprint pelo belga Tim Merlier (Soudal Quick-Step), em Breskens, na Bélgica.

Graças às bonificações conseguidas nos sprints intermédios, o campeão olímpico de madison, que esteve na fuga, formada após um corte no pelotão, terminou a primeira etapa na segunda posição da geral, a dois segundos de Merlier, e com menos um do que o belga Dries de Bondt (Decathlon AG2R La Mondiale).

No final dos 182,6 quilómetros entre Terneuzen e Breskens, Merlier impôs-se no sprint, em 3:40.05 horas, o mesmo tempo do belga Arnaud de Lie (Lotto) e do colombiano Juan Sebastián Molano (UAE Emirates), segundo e terceiro, respetivamente.

A segunda etapa, igualmente num percurso de 172,7 quilómetros praticamente plano, liga Blankenberge a Ardooie.

Antártida corre risco de mudanças abruptas com “consequências catastróficas”, alertam especialistas

A Antártida corre o risco de mudanças abruptas e potencialmente irreversíveis no gelo, no oceano e nos ecossistemas com “consequências catastróficas” para as próximas gerações, indica um estudo divulgado esta quarta-feira na revista científica Nature.

O novo trabalho de investigadores da Universidade Nacional Australiana (ANU) e da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em colaboração com cientistas de cada um dos principais centros de investigação da Austrália no continente do Polo Sul, assinala que, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para conter as emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE), as mudanças terão implicações muito significativas.

A equipa de investigação defende que as grandes e abruptas mudanças em curso na Antártida estão “interligadas”, colocando ainda mais pressão sobre o clima global, o nível do mar e os ecossistemas, refere um comunicado sobre o estudo divulgado pela ANU.

Segundo os investigadores, a Camada de Gelo da Antártida Ocidental (WAIS) corre sérios riscos de colapso, já que continuam a subir os níveis globais de dióxido de carbono (CO2), o principal gás com efeito de estufa.

O estudo adverte que a derrocada da WAIS provocaria a subida do nível do marem mais de três metros“, ameaçando as cidades e as comunidades costeiras do mundo.

Um colapso deste tipo teria “consequências catastróficas para as gerações futuras”, salientou a principal autora do estudo Nerilie Abram, cientista chefe da Divisão Antártica Australiana (AAD), citada no comunicado.

“Já foram detetadas mudanças rápidas no gelo, nos oceanos e nos ecossistemas da Antártida, e isto deverá piorar a cada fração de grau de aquecimento global”, disse Nerilie Abram, que realizou este trabalho quando era professora de Ciência do Clima na ANU.

A cientista precisou que a perda de gelo marinho tem efeitos em cadeia, como tornar as plataformas de gelo flutuantes em torno do continente mais suscetíveis aos danos causados pelas ondas, sendo que a perda destas pode tornar-se imparável em breve.

Também altera a quantidade de calor solar retido no sistema climático, o que poderá agravar o aquecimento na região.

“O declínio do gelo marinho da Antártida e a desaceleração da circulação profunda no Oceano Antártico estão a mostrar sinais preocupantes de serem mais suscetíveis a um clima mais quente do que se pensava anteriormente”, indicou.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

No caso particular da Austrália, o coautor do estudo, Matthew England, da UNSW e do Centro Australiano de Excelência em Ciência Antártica (ACEAS), afirmou que, além da subida do nível do mar, as consequências incluirão “um Oceano Antártico mais quente e desoxigenado, com menor capacidade de remover dióxido de carbono da atmosfera, levando a um aquecimento mais intenso na Austrália (…) e ao aumento das temperaturas a nível regional”.

A vida selvagem e os ecossistemas oceânicos da região também poderão ser gravemente afetados.

“A perda de gelo marinho da Antártida aumenta o risco de extinção dos pinguins-imperadores, cujas crias dependem de um habitat estável de gelo marinho antes do crescimento das suas penas impermeáveis”, disse England, acrescentando já ter sido observada em toda a costa do continente “a perda de colónias inteiras de crias” e casos de “falhas reprodutivas” por esse motivo.

Os investigadores adiantam estarem também em risco a sobrevivência adulta ou a capacidade reprodutiva do krill (pequeno crustáceo marinho que é a base da cadeia alimentar da fauna local) e de várias outras espécies de pinguins e focas, enquanto as espécies-chave do fitoplâncton estão a ser cada vez mais afetadas pelo aquecimento e acidificação dos oceanos.

Nerilie Abram advertiu que as medidas para reduzir as pressões sobre os ecossistemas antárticos, no âmbito do Sistema do Tratado da Antártida, “embora sejam extremamente importantes”, não são suficientes para “evitar os impactos relacionados com o clima que já se começam a manifestar”.

“A única forma de evitar novas mudanças abruptas e os seus impactos de longo alcance é reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com a rapidez necessária para limitar o aquecimento global a o mais próximo possível de 1,5 graus Celsius” acima dos níveis pré-industriais, sustentou.

A investigação, liderada pelo ACEAS, envolveu uma equipa internacional de especialistas, incluindo climatologistas de diversas instituições australianas e cientistas da África do Sul, Suíça, França, Alemanha e Reino Unido.

Um batom por 140 euros? La Beauté, a estreia da Louis Vuitton na cosmética de luxo

Capturada por Steven Meisel e realizada por Damien Krisl, a campanha de lançamento de La Beauté é protagonizada pela embaixadora da maison francesa, a atriz e modelo coreana Hoyeon, juntamente com as modelos Ida Heiner, Chu Wong e Awar Odhiang. Mas esta quarta-feira, dia em que a nova gama de cosmética já chegou ao mercado chinês (no dia 29 de agosto terá o seu lançamento mundial) o que marcou a agenda na estreia do segmento de beleza premium para a Vuitton foi a fasquia dos preços agora conhecida — e muitos se interrogam desde logo: a quem se dirigem e como irão a indústria e o mercado reagir a este nível de preços.

A coleção oferece uma gama de 55 tons de batons LV Rouge (que facilmente ascendem aos 140 euros), dez expressões de lip balms LV Baume (por 137 euros) e oito sombras de olhos LV Ombres (etiquetadas a 230 euros).

Com a direção criativa da make up artist Pat McGrath, os produtos, avança a marca, “são formulados com ingredientes de elevada qualidade e apresentados em embalagens sustentáveis e recarregáveis desenhadas por Konstantin Grcic”, e tanto incluem óleo de camélia como uma cera upcycled proveniente de Grasse, o coração francês da perfumaria. Claro que o packaging acompanha o target e não esquece o célebre monograma, incorporando os motivos Damier e apontando aos populares unboxings nas redes.

A incursão na beleza, avançada em março, não é um campeonato propriamente novo para a Louis Vuitton. Basta pensar como a mais que centenária marroquinaria da maison francesa se acomodou a acessórios como frascos de perfume, espelhos, pincéis e outros aliados de beleza. Desde a sua fundação a marca apostou em baús, estojos e outras peças concebidos para o transporte de artigos delicados do dia a dia, um segmento em evidência nos anos 20 do século passado, expoente da modernidade. No arquivo da marca contam-se criações como Le Milano, um kit feito à medida para a soprano Marthe Chenal, e um nécessaire criado para o compositor polaco Jan Paderewski. Chegados a 2025, também haverá uma variedade de pequenos artigos de couro, incluindo bolsas para levar o seu batom e protetores para as paletas coloridas.

Das matérias-primas à exclusividade, são vários os elementos que têm contribuído para motivar a escalada de valores na galáxia da cosmética, a começar pelo segmento da perfumaria, como em tempos o Observador enquadrou. E não é menos verdade que outros pesos pesados do ultra luxo do conglomerado LVMH, como a Dior ou a Guerlain, já lideraram outros lançamentos valiosos, fosse uma edição especial de um batom por quase 500 euros ou uma fragrância limitada que excedeu os 26 mil euros. Para não falar que os próprios perfumes da Vuitton facilmente chegam aos 300 euros (ou mesmo o dobro, se pensarmos na ultra premium Les Extraits). Mas também é certo, nota o setor, que os pequenos items de cosmética costumam ser a porta de entrada dos consumidores mais modestos nas grandes e inacessíveis casas de luxo (algo que se complica com este posicionamento) — os valores agora avançados conseguem ultrapassar a mais luxuosa das seleções até aqui conhecida. Basta pensar num batom acetinado da francesa Hermès (que ronda os 70 euros) ou na japonesa Clé de Peau (em linha com os anteriores). É esperar para ver a receção no TikTok — e os números das vendas.

Incêndios. Montenegro manifestou “vontade expressa” de dar esclarecimentos ao parlamento, diz Carlos Abreu Amorim

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios em Portugal.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, disse esta quarta-feira que o primeiro-ministro manifestou “vontade expressa” de ir ao parlamento prestar esclarecimentos sobre o combate aos incêndios.

“O senhor primeiro-ministro manifestou vontade expressa de estar aqui numa reunião da comissão permanente, que se realizará na próxima semana, para dar todos os esclarecimentos que forem considerados necessários ao parlamento e, através do parlamento, também ao país”, afirmou.

Abreu Amorim falava aos jornalistas após uma reunião da conferência de líderes na qual foi decidida a realização de um debate parlamentar sobre os incêndios, com o primeiro-ministro, na próxima quarta-feira.

O ministro dos Assuntos Parlamentares disse que o Governo está “muito seguro e convicto da forma como o combate está a ser realizado”.

“Julgamos que esta é a hora prioritária do combate, da ação, mas ainda assim não nos podemos negar de forma alguma a dar os esclarecimentos e nos sujeitarmos ao escrutínio democrático”, defendeu.

Carlos Abreu Amorim considerou também que esta é “uma verdadeira exceção”.

“Não é normal, é preciso que os portugueses tenham a convicção de que a convocação da comissão permanente por causa de incêndios não é um facto normal, mas ainda assim julgamos, o Governo está na convicção, e em particular o senhor primeiro-ministro, de que é útil e oportuno dar esses esclarecimentos ao país. E a comissão permanente, o parlamento português, é o órgão adequado e, portanto, os esclarecimentos serão dados nessa altura, que é o momento adequado”, salientou.

Questionado sobre a presença da ministra da Administração Interna, o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou que a disponibilidade manifestada pelo primeiro-ministro se estende a todo o Governo, que “entenderá quem estará presente” no debate.

“O Governo inteiro estará disponível para dar esses esclarecimentos, mas o chefe do Governo é o senhor primeiro-ministro, e o senhor primeiro-ministro assume o protagonismo nesses mesmos esclarecimentos”, acrescentou.

Carlos Abreu Amorim considerou que “os esclarecimentos são dados pelo Governo, através das fases e dos momentos que forem considerados adequados”.

“A Assembleia da República é casa da democracia, o palco por excelência onde o debate democrático e os esclarecimentos, que são típicos do regime democrático, acontecem. E é nesse sentido que o primeiro-ministro estará aqui e prestará os esclarecimentos que forem considerados necessários e adequados”, acrescentou.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

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Acidente no IP3 com ligeiro, ambulância a autocarro faz um morto e 31 feridos

Um homem de 54 anos que conduzia um veículo ligeiro morreu, na tarde desta quarta-feira, no IP3, após um acidente com um autocarro e uma ambulância. Um morto e 31 feridos ligeiros é o balanço de uma colisão rodoviária ocorrida hoje à tarde no Itinerário Principal IP 3(IP3), no concelho de Tondela, disse à agência Lusa fonte da GNR. “Foi um acidente entre um veículo ligeiro de passageiros, um autocarro da Rede Expresso que viajava de Coimbra para Viseu e uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Tondela”, contou. A vítima mortal é um homem de 54 anos, que conduzia o

IP3: acidente entre autocarro da Rede Expressos, ligeiro e ambulância provocou um morto e 31 feridos ligeiros

Um morto e 31 feridos ligeiros é o balanço de uma colisão rodoviária ocorrida hoje à tarde no Itinerário Principal (IP) 3, no concelho de Tondela, disse à agência Lusa fonte da GNR.

“Foi um acidente entre um veículo ligeiro de passageiros, um autocarro da Rede Expresso que viajava de Coimbra para Viseu e uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Tondela”, contou.

A vítima mortal é um homem de 54 anos, que conduzia o veículo ligeiro.

O acidente ocorreu cerca das 15:15, na zona de Canas de Santa Maria, concelho de Tondela, distrito de Viseu, e obrigou ao corte do IP3 nos dois sentidos.

Segundo a mesma fonte, os 31 feridos eram passageiros do autocarro e foram transportados para o hospital de Viseu.

“Os restantes passageiros foram para o quartel dos bombeiros voluntários [de Tondela] para depois seguirem para o seu destino, que é Viseu”, acrescentou.

A fonte da GNR referiu que foi acionado para um helicóptero para o local, “mas não chegou a transportar qualquer vítima, porque se destinava ao condutor do veículo ligeiro, que, entretanto, faleceu”.

Além do helicóptero, este acidente mobilizou 45 operacionais, apoiados por 22 viaturas.

Musicbox foi vendido e fecha a 15 de setembro. Novos proprietários têm “atividade local”

O Musicbox, sala de música ao vivo no Cais do Sodré, em Lisboa, foi vendido. A informação é avançada ao Observador por Gonçalo Riscado, da Cultural Trend Lisbon (CTL), empresa que detém o espaço há 19 anos na Rua Nova do Carvalho.

Os novos proprietários são “comerciantes da zona” com “atividade local”, diz o ainda responsável, sem querer revelar a identidade dos compradores. “Imagino que vão dar continuidade à componente do espaço de dança”, acrescenta, lembrando que o imóvel “tem 200 m2 e só tem um andar”. “Nunca poderá ser um hotel”, ressalva, respondendo às preocupações levantadas por muitos aquando da notícia do fecho de portas do clube na última semana. “Tudo indica que continuará a ser um espaço de dança ou um bar”.

Recusando revelar o valor da venda, o gestor cultural afirma que o Musicbox foi vendido “dentro do valor de mercado atual”, e que “o resultado que sairá dessa operação é inferior ao investimento que estamos a fazer na Casa Capitão”, o mais recente projeto da CTL que abre no próximo mês no Beato.

A Casa Capitão, que em tempos foi residência do diretor da antiga Manutenção Militar, é um espaço propriedade da Câmara Municipal de Lisboa que foi cedido à CTL por um período de longa duração (40 anos). A troco da cedência do espaço, então devoluto, as obras ficaram a cargo da empresa. Gonçalo Riscado fala num investimento global na casa dos “4 milhões e meio” de euros, dos quais 45% com recurso a financiamento bancário, 14% de apoio obtido através do programa PT2030 e 41% de “patrocínios e capitais próprios”.

Após um processo de requalificação total do edifício, o espaço abre portas a 19 de setembro com quatro andares e várias áreas dedicadas à programação cultural, restauração e lazer. Segundo um comunicado enviado esta quarta-feira às redações, a equipa e programação do Musicbox passará integralmente para a Casa Capitão.

Questionado sobre o papel que o Musicbox desempenhava na cidade de Lisboa, Gonçalo Riscado garante que o novo projeto vai “honrar esse espaço” e que “continuará o legado” do clube no Cais do Sodré. “A Casa Capitão vai dar espaço a novas bandas e novos projetos, acrescentado aqui o facto de poder programar não apenas música”, remata.

Incêndios. Reposição de comunicações e eletricidade nas zonas afetadas em curso

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A reposição dos serviços de comunicações fixas e móveis e do fornecimento de eletricidade em zonas afetadas pelos incêndios está em curso, condicionada por algumas dificuldades de acesso e fogos ainda ativos, disseram à Lusa a Anacom e E-Redes.

“As extensas áreas ardidas têm destruído muitos traçados de cabos de fibra ótica que só podem ser repostos após os trabalhos de rescaldo pelos bombeiros e depois de reunidas as condições de segurança para o acesso dos técnicos dos operadores aos locais”, explicou a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), em resposta escrita à Lusa, confirmando que “os incêndios rurais têm, de facto, afetado os serviços de comunicações eletrónicas, nomeadamente os serviços fixos e móveis”.

A entidade adiantou que tem mantido o contacto com os principais operadores, que “mobilizaram as suas equipas para a reposição célere dos serviços” e estão a fazer “todos os esforços para mitigar os impactos dos incêndios nos serviços de comunicações”, estando ainda em curso os trabalhos de reposição dos serviços nas áreas consolidadas.

Segundo a Anacom, inicialmente, a Beira Alta foi a região com maior impacto, sobretudo nos concelhos de Meda (Guarda) e Penedono (Viseu), mas “a principal preocupação agora é a propagação do incêndio nos concelhos da Covilhã e do Fundão (Castelo Branco).

“Têm sido utilizadas estações transportáveis, geradores e ligações via satélite para manter, tanto quanto possível, serviços básicos de voz e dados nas redes móveis”, explicou ainda o regulador.

Já a E-Redes esclareceu, também em resposta escrita enviada à Lusa, que “a rede [elétrica] de baixa tensão (BT), danificada pelos incêndios dos últimos dias, tem sido progressivamente reparada, estando os trabalhos de resolução ainda em curso”, em estreita articulação com as autoridades, em particular com a Proteção Civil, para garantir que os trabalhos são realizados em segurança.

A baixa tensão é a parte da rede que leva a eletricidade até os consumidores finais, como residências e pequenas empresas.

O operador da rede de distribuição de eletricidade estima que existam ainda algumas avarias por comunicar, “localizadas em aldeias distantes, dispersas nos concelhos onde os fogos estão ainda ativos com mais intensidade”.

Quanto à rede de média tensão (MT), que pode afetar a de baixa tensão, registaram-se durante a noite de terça-feira e a madrugada e a manhã desta quarta-feira, algumas avarias nas zonas afetadas pelos incêndios, nomeadamente Arganil, Mirandela, Montalegre e Sabugal.

“A resolução dessas ocorrências foi, nalguns casos, condicionada pela dificuldade de acesso por parte das equipas técnicas”, apontou a E-Redes, garantindo que “todas as situações foram, entretanto, resolvidas, encontrando-se neste momento a rede de MT a operar com normalidade”.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

Pelo menos 14 eventos violentos e 28 mortos no final de julho em Cabo Delgado

A província moçambicana de Cabo Delgado registou pelo menos 14 eventos violentos no final de julho, essencialmente envolvendo extremistas ligados ao Estado Islâmico, com 28 mortos, segundo o Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED).

De acordo com o mais recente balanço do ACLED, relativo ao período de 14 de julho a 3 de agosto, dos 2.142 eventos violentos registados desde 1 de outubro de 2017, quando começou a insurgência, , um total de 1.969 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram no total 6.151 mortos, refere-se.

Segundo a mesma fonte, por volta do dia 15 de julho, grupos de extremistas “deslocaram-se para o sul, partindo de Macomia, passando pelos distritos de Quissanga e Ancuabe e chegando ao distrito de Chiúre”, encontrando “resistência apenas da milícia naparama [guerrilheiros tradicionais], dos quais mataram pelo menos 14”.

A operação deslocou quase 50.000 pessoas em sete dias no distrito de Chiúre. Os movimentos e ataques contínuos do EIM no norte da província indicam que a deslocação para Chiúre foi mais tática do que uma fuga. Além de sobrecarregar o exército moçambicano, uma campanha de propaganda contínua ligada à operação manteve o EIM na mira da opinião pública como uma força no norte de Moçambique”, lê-se no relatório daquele projeto, que monitoriza a situação local.

A recente onda de violência naquela província rica em gás já provocou desde a última semana de julho mais de 57.000 deslocados, de acordo com agências no terreno, sobretudo no distrito de Chiúre, sul de Cabo Delgado.

“A entrada do EIM nos distritos de Ancuabe e Chiúre, em finais de julho, é a quarta incursão […] no sul da província de Cabo Delgado desde o início de 2024. O avanço de julho, tal como os anteriores, não encontrou resistência por parte das forças do Estado e apenas uma resistência simbólica por parte das milícias, um fracasso reconhecido pelo Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume”, lê-se ainda no relatório do ACLED.

Acrescenta-se que, “tal como nas campanhas anteriores”, esta operação “caraterizou-se por ataques a civis e uma forte campanha de propaganda com ataques a alvos cristãos”.

“O avanço do EIM em direção a Chiúre e a sua capacidade de aí permanecer durante pelo menos sete dias é surpreendente, tendo em conta que o campo de Macarara das FADM [Forças Armadas e de Defesa de Moçambique] e o campo militar ruandês, situado nas proximidades, ficam a apenas 50 quilómetros da sede do distrito de Chiúre, por estrada, no distrito de Ancuabe. Os reforços das FADM só chegaram a 3 de agosto”, aponta.

Reconhece ainda que a situação “pode ilustrar o quão sobrecarregadas estão as suas forças e o seu apoio logístico no norte de Moçambique”.

“Dado que esta é a quarta incursão em 18 meses, a fé dos residentes de Chiúre na capacidade do Estado para os proteger deve estar a ser duramente testada“, admite o ACLED.

A maioria destes deslocados está neste momento concentrada em duas escolas da vila de Chiúre, estando a receber apoio humanitário de agências das Nações Unidas e das autoridades moçambicanas.

O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os insurgentes armados.

Pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS).

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