Fenerbahçe de Mourinho recupera autogolo, mas cai em Roterdão no final

Com o benfiquista Kerem Aktürkoglu a dominar as atenções face aos avanços do Fenerbahçe, com vista à transferência do extremo para a equipa de José Mourinho — um cenário que ganhou força depois da exclusão (por lesão) do internacional turco do jogo com o Nice —, a primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões deixou poucas pistas sobre candidatos indiscutíveis a um lugar no play-off de acesso à próxima fase da competição, registando-se apenas uma certa tendência em dois ou três confrontos.

Mas antes de passarmos em revista os resultados mais relevantes deste segundo dia do arranque da terceira pré-eliminatória da Champions, é imperativo sublinhar o duelo entre os neerlandeses do Feyenoord e os turcos do Fenerbahçe (2-1), possíveis adversários do Benfica no play-off.

Um jogo em que a equipa da casa, onde actua o ex-FC Porto Gonçalo Borges (suplente), orientada por Robin van Persie, aproveitou o domínio inicial para chegar à vantagem através de um autogolo do defesa turco Mert Muldur (19’).

A formação de José Mourinho assumiria as rédeas já na recta final da primeira parte, mantendo o controlo durante quase todo o segundo período, quando o ex-Wolverhampton Nélson Semedo foi lançado (58’), estreando-se pelo novo clube.

O Fenerbahçe acabaria por chegar ao golo da igualdade, por Amrabat (86’), mas quando a equipa turca parecia ter boas perspectivas de decidir a eliminatória em casa, perfilando-se como potencial adversário do Benfica (venceu por 0-2 em Nice), um golo de Anis Hadj Moussa já em período de compensação (90+1’) trocou as voltas à formação de José Mourinho, que agora terá de recuperar de uma desvantagem tangencial no jogo da segunda mão, na Turquia.

Estrela Vermelha firme

Mas voltemos aos “favoritos” depois deste primeiro impacto. Para além do 3-0 aplicado, na véspera, pelos escoceses do Rangers aos checos do Viktoria Plzen, só o Estrela Vermelha, equipa de Matheus Magalhães (antigo guarda-redes do Sp. Braga) deu um passo firme rumo à fase seguinte.

O triunfo (1-3) sobre o Lech Poznan dos portugueses João Moutinho e Joel Pereira, na deslocação à Polónia, abre excelentes perspectivas à equipa sérvia que teve no ex-Fenerbahçe e AC Milan Rade Krunic o destaque, com um bis (9 e 51’) confirmado pelo golo do brasileiro ex-Vitória de Guimarães e Farense Bruno Duarte (73’).

De tarde, o Kairat Almaty, do Cazaquistão e dos portugueses Luís Mata e Jorginho, bateu o SlovanBratislava (1-0) com um golo de penálti aos 90 minutos. Menos dramático foi o triunfo dos belgas do Club Brugge do português Carlos Forbs por 0-1 na deslocação à Red Bull Arena, casa do RB Salzburgo.

Liga dos Campeões. Benfica em vantagem após vitória em França

O Benfica derrotou o Nice, em França, por 2-0, e fica mais perto do play-off da Liga dos Campeões.

Os encarnados confirmaram a superioridade no segundo tempo, depois de uma primeira parte equilibrada.

Os golos da equipa da Luz foram apontados por Ivanovic, que marcou na estreia, e Florentino, que entrou no segundo tempo.

O Benfica foi superior à equipa francesa e está agora em vantagem para a segunda mão, na Luz, e para o playoff da Champions.

Um quarto dos fogos investigados este ano teve como origem fogo posto

Um quarto dos incêndios rurais investigados este ano tiveram como origem o fogo posto e a área ardida até julho regista o terceiro valor mais elevado desde 2015, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O relatório provisório do ICNF, referente a 31 de julho e esta quarta-feira divulgado, dá conta que os incêndios investigados até àquela data tiveram como causas mais frequentes as queimas e queimadas (32%), seguido do “incendiarismo — imputáveis” (25%) e reacendimentos (8%).

O ICNF refere que, dos 4.758 incêndios rurais verificados até ao final de julho, foram investigados 2.895, dos quais 61% têm o processo de averiguação de causas concluído.

De acordo com o relatório provisório, entre 01 de janeiro e 31 de julho deflagraram 4.758 incêndios rurais que resultaram em 33.224 hectares de área ardida, entre povoamentos (15.545 hectares) , matos (13.704 hectares) e agricultura (3.975 hectares).

Em relação ao mesmo período do ano passado, as chamas consumiram cerca de sete vezes mais e os fogos aumentaram 85%.

“O ano de 2025 apresenta, até ao dia 31 de julho, o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o terceiro valor mais elevado de área ardida, desde 2015”, lê-se no documento.

O ICNF destaca que foi em julho que se registaram 50% dos fogos deste ano, num total de 2.367, e 77% da área ardida, 25.602 hectares.

[Um jovem polícia é surpreendido ao terceiro dia de trabalho: a embaixada da Turquia está sob ataque terrorista. E a primeira vítima é ele. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o terceiro episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro episódio aqui e o segundo aqui]

O mesmo documento indica também que, até ao final de julho, ocorreram 40 “grandes incêndios” que resultaram em 27.150 hectares de área ardida. O maior fogo foi o que começou a 26 de julho no concelho de Ponte da Barca (Viana do Castelo) e que consumiu, segundo o ICNF, 5.707 hectares de floresta, seguindo-se os incêndios que começaram a 28 de julho nos concelhos de Arouca (Aveiro), com 4.755 hectares, e de Penamacor (Castelo Branco), com 2.904 hectares.

O relatório indica ainda que o Porto (1.014) foi o distrito, até 31 de julho, com maior número de incêndios, seguido de Braga (445) e Viana do Castelo (394), ressalvando o ICNF que são maioritariamente fogos de reduzida dimensão e não ultrapassam um hectare de área ardida.

Por sua vez, o distrito mais afetado pela área ardida é Viana do Castelo, com 7.293 hectares, cerca de 22% da área total, surgindo depois Aveiro, com 5.790 hectares (17% do total), e de Castelo Branco, com 3193 hectares (10% do total).

Este relatório do ICNF, esta quarta-feira divulgado, não integra os incêndios registados desde os primeiros dias de agosto.

Portugal continental está, desde domingo e até quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio.

Galaxy Z Fold7: Dobrável sim, mas muito ou pouco reparável?

Reparabilidade Galaxy Z Fold7

O telefone dobrável mais fino da Samsung

Com apenas 8,9 mm de espessura, o Galaxy Z Fold7 é o dobrável mais fino da Samsung.

Mas como acontece em quase todos os avanços de design, há sempre um custo: a durabilidade e a reparabilidade sofrem. Será que um design ultrafino compensa a fragilidade?

O canal de YouTube da iFixit, conhecido pelos testes de reparabilidade de telefones, analizou o novo modelo da Samsung. Será este modelo fácil de reparar? Vamos descobrir…

Desmontagem revela falhas na reparabilidade

O Z Fold7 tem duas baterias de iões de lítio. Estes são componentes que eventualmente precisam de substituição.

Só que aceder às baterias exige ferramentas, calor, álcool isopropílico e, muitas vezes… força.

Um ponto positivo: a porta USB-C é modular, como na linha S25 Ultra, o que facilita bastante a sua substituição.

Bateria colada e difícil de remover

Apesar de incluir fitas adesivas para facilitar a remoção da bateria, estas acabam por rasgar facilmente.

Para um telefone topo de gama, é um passo atrás comparado com os adesivos envolventes usados noutros modelos da marca.

Pior ainda: as baterias são extremamente finas e podem dobrar com facilidade. É um risco sério de combustão.

Ecrã interno: o calcanhar de Aquiles

Substituir o ecrã dobrável interno custa 589 dólares ( cerca de 505 euros) e é uma das tarefas mais delicadas neste modelo.

Apesar de ser anunciado como resistente a 500 mil dobras, continua a ser a peça mais frágil do equipamento.

Para o remover, é preciso desmontar quase o telefone todo, aplicar calor, remover cola e esperar que não se danifique ainda mais.

O processo destrói os rebordos do ecrã e é praticamente impossível substituir só o painel.

Dobradiça: o veredito

A Samsung tem vindo a melhorar a dobradiça a cada geração. A do Z Fold7 está mais bem protegida contra poeiras, substituindo engrenagens por mecanismos deslizantes e importante para garantir longevidade no uso diário.

Em resumo: bonito mas descartável?

O Galaxy Z Fold7 aproxima-se cada vez mais da promessa de um tablet no bolso.

Mas a sua falta de reparabilidade coloca em causa a longevidade deste dispositivo.

Substituir o ecrã interno é caro, difícil e quase sempre envolve substituir também o chassis.

A falta de manuais e peças oficiais para modelos anteriores, como o caso do Z Fold 6, levanta dúvidas quanto ao suporte a longo prazo da Samsung.

Resultado da iFixit: 3 em 10 na escala de reparabilidade.

À procura do companheiro ideal para o teu Galaxy? Temos duas sugestões para ti:

Galaxy Watch 8
380,18 €Amazon

Por segredos em areais estendidos

Como relaxar

Enquanto o Natal não chega – não é que Vigo já está a preparar as luzes? – a ordem é para combater a canícula. Fique a saber que as ventoinhas não enganam o calor (só o cérebro) e tome nota destes truques refrescantes.

Nesta onda, prepare também as plantas para quando for de férias, quer opte pelo areal estendido de uma praia fluvial recém-nascida no Alentejo – a Oriola, em Portel – ou pelas promessas de luxo de um novo hotel lisboeta.

Relaxar não significa necessariamente parar: em Cascais, podemos encontrar numa partida de beach tennis uma comunidade de “pessoas felizes e amparadas”; e, pelo telemóvel, podemos ter uma vida mais Apptiva, com a nova aplicação do Governo que promove o exercício e não se inibe de incluir ofertas para nos pôr a mexer.

Por onde andar

Pst! Aqui entre nós… O “segredo mais bem guardado da Escócia” está nas palavras de Sousa Ribeiro, que trouxe de Fife postais de um reino que surpreende a toda a hora. Mas, já sabe, não conte a ninguém… Beleza é com o Museu do Louvre, onde o percurso De toutes beautés! anda a deslumbrar e seduzir visitantes – e de viva voz.

Por cá, Ana Costa também segreda dicas, mas sobre os encantos de Guimarães quando o objectivo é fugir aos turistas. No Algarve, ergue-se uma Sand City construída grão a grão – uma de várias sugestões para passear em família por estes dias. 

Entre festivais de encher o pulmão, também temos um programa de Vizinhanças a espreitar no Porto, o Cais do Ginjal reaberto a todos (agora menos esburacado) e os preparativos cascalenses para as Festas do Mar.

O que comer

Já que estamos por Cascais, vai uma piza com alma para comer à mão? A Souldough tem novidades para os dias quentes, sempre temperadas pela brisa do mar. Os pergaminhos do bem receber descobrimos com os chefes de sala, mestres de uma arte tantas vezes invisível mas fonte de refeições memoráveis.

Com Rafaela Ferreira, a chef que roubava batatas fritas, aprendemos a receita de bacalhau à lagareiro do pai Paulo. E é com o “fiel amigo” que seguimos para Ílhavo, que o cozinha de 1001 maneiras num festival cheio de estrelas e com o Brasil como convidado. Mais sabores brasileiros num restaurante que deve o nome a Zazah, um transformista.

Não há amor ao coração-de-boi que não dê em fartura: chega Agosto e o Douro põe-se em festa. Adorado o tomate, vamos na peugada de Dom Quixote, levados por um roteiro gastronómico pelas terras dos moinhos de vento.

O que beber

De Castela-La Mancha, com o seu terroir único, chegam detalhes de uma casta muito especial, a Airén, usada em espumantes e brancos. Da Caves de São Domingos, histórica casa de espumantes da Bairrada, vêm notícias de modernização e investimento para duplicar a produção. 

Na carta de vinhos entra mais um grande Loureiro para acelerar a tendência das castas brancas com que o vinho português pode impressionar o mundo, palavra de Manuel Carvalho. Notas também para um “um tinto contagiante” da Monte D’Oiro, outro de Beja que é um achado e ainda “um Gouveio mais típico“.

O que ver

Quem não gostaria de ser Wednesday Addams? Boa pergunta para acompanhar a segunda temporada da série-fenómeno, acabada de chegar ao streaming. Quem já lá está é Marc Maron, a entrar em Panicked num especial de comédia e ansiedade contra o fascismo. 

No cinema, o Festival de Locarno torna a ser refúgio discreto de uma certa ideia de cinema, enquanto Marvão vê filmes em Periferias sob as estrelas e Isabelle Huppert fala d’As Aventuras de Uma Viajante na Coreia do Sul, filmada (novamente) por Hong Sang-soo. Esta é uma das estreias da semana nas salas portuguesas, onde também fica à vista a Misericórdia de Emma Dante.

O que ler

César Aira, o mais prolífico e inventivo dos escritores latino-americanos vivos, é também um autor excêntrico, reservado, de aura inatingível. Isabel Lucas falou com ele, no momento em que passam 50 anos do seu primeiro livro e a sua obra está a ser publicada e reeditada em Portugal.

A nutrir as estantes estão também os meandros do amor romântico (d)escritos por uma neurocientista (Luísa V. Lopes, em Programados para Amar), o soneto reabilitado por Bernardo Maria Salgado, as Mortes Fabulosas dos Antigos coleccionadas por Dino Baldi e a arquitectura do Bolhão pelo olhar de Nuno Miguel Borges.

Só falta dizer que “a liberdade vai passar por aqui”: de 22 de Agosto a 7 de Setembro, a Feira do Livro do Porto tem na palavra de Sérgio Godinho o seu princípio, meio e fim.

Relaxe também por aqui

Buscas por pescador desaparecido no mar em Aljezur retomadas na quinta-feira de manhã

As buscas pelo pescador que praticava pesca submarina quando desapareceu na tarde desta quarta-feira no mar na ponta da Atalaia, em Aljezur (Faro), foram interrompidas e vão ser retomadas na quinta-feira de manhã, adiantou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

O homem encontrava-se a praticar a atividade da pesca submarina, acompanhado por dois amigos, não tendo regressado a terra à hora combinada, detalhou esta força policial em comunicado.

Segundo a AMN, e de acordo com o que foi possível apurar, o homem estava a praticar pesca submarina, acompanhado por dois amigos, “não tendo sido visto a regressar à superfície”.

As operações foram interrompidas “ao início da noite sem que se tivesse encontrado a vítima”, e serão retomadas na quinta-feira de manhã, referiu ainda.

A Autoridade Marítima tinha informado antes sobre o início das buscas, após o alerta dado pelas 16h09 por amigos do pescador.

“Foram de imediato iniciadas buscas no local pelos tripulantes da Estação Salva-vidas de Sagres, pelos elementos do comando local da Polícia Marítima de Lagos e por uma equipa de drones dos Bombeiros Voluntários de Aljezur”, referiu as autoridades.

As operações de busca foram coordenadas pelo capitão do porto e comandante local da Polícia Marítima de Lagos, estando também empenhados elementos da Unidade de Intervenção em Salvamento Aquático (UNISA) dos Bombeiros do Algarve, a realizar buscas subaquáticas, acrescentou a mesma fonte.

Novidades no WhatsApp: falar sem ter a app e evitar contactos indesejados

O WhatsApp anunciou que está a criar uma função que permite comunicar com quem não tem a aplicação; há também novas medidas de segurança para evitar fraudes e contactos indesejados. O WhatsApp anunciou estar a trabalhar numa nova funcionalidade que permite oferecer uma forma de conexão entre os utilizadores e quem não tem uma conta na aplicação. Desde o ano passado que o serviço de mensagens da Meta começou a trabalhar nesta nova função, informando estar a desenvolver uma ferramenta para que os utilizadores possam estabelecer comunicação com quem não tem uma conta na plataforma de mensagens. Denominada “chats com

Cocaína traficada através de empresa de ex-oficial da GNR avaliada em 30 milhões de euros

A cocaína traficada através da empresa de importação do ex-militar da GNR detido, na terça-feira, no âmbito da operação “Special Skin” está avaliada em mais de 30 milhões de euros, representando 5,5 milhões de doses diárias destinadas à Europa.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui.

Iniciada em julho, a operação, designada por “Special Skin”, culminou, na terça-feira, na detenção de dois suspeitos, incluindo um oficial da GNR que chegou a comandar um destacamento na zona Norte, mas que atualmente não se encontrava no ativo.

Em conferência de imprensa esta tarde, a PJ revelou que o oficial de 34 anos terá pedido licença de longa duração “no final do ano passado, início deste ano” para se dedicar à vida empresarial.

O suspeito em causa é um dos sócios da empresa de importação que estava a servir de fachada para traficar cocaína com destino “essencialmente” ao mercado europeu, e que já estava sinalizada pela PJ.

Até ao momento, não há qualquer indício que o ex-militar “se tenha servido das suas funções para obter informação privilegiada”.

A ação, desenvolvida pela Diretoria do Norte da PJ, resultou de uma investigação iniciada no final do mês passado, com colaboração internacional com DEA (Drug Enforcement Administration) e CBP (Customs and Border Protection), que contou ainda com a colaboração da Autoridade Tributária e do Porto de Leixões.

A droga, proveniente da América Latina, estava oculta em peles frescas de animais transportadas em contentores marítimos.

“Nós já temos uma primeira análise, não total, mas praticamente total, feita pelo Laboratório de Polícia Científica, e estamos a falar de qualquer coisa como cinco milhões e 500 mil doses diárias individuais [2.700 embalagens caracterizadas por um elevado grau de pureza]. Números redondos, estaríamos sempre a falar em qualquer coisa sempre para cima dos 30 milhões de euros”, revelou, esta tarde, o inspetor-chefe Josué Santos, coordenador da Secção de Investigação de Tráfico de Estupefacientes da Diretoria Norte da PJ.

O trajeto da droga incluía cerca de um mês por via marítima e o transporte rodoviário até ao armazém, na zona de Fafe, no distrito de Braga, onde os detidos, de 34 e 42 anos, foram capturados, no momento, em que aguardavam a retirada e distribuição do produto.

“Estamos a falar de peles frescas que viajaram em contentor marítimo cerca de um mês por mar e até chegarem depois ao destino final também por rodovia. O estado em que estas peles se encontravam, os cheiros que se foram acumulando, tornaram muito difícil o trabalho das equipas. É uma forma de tentar passar despercebido e de ocultar a mercadoria num produto que é muito difícil de ser controlado”, revelou, admitindo que esta apreensão é uma das maiores registadas no Norte do país.

No âmbito desta operação, a PJ fez ainda várias apreensões, nomeadamente de automóveis ligeiros, motociclos, armas de fogo e outros meios de prova.

Em Locarno, sondando as fronteiras movediças de uma Arménia aqui tão perto

Há sempre muito a descobrir no Festival de Cinema de Locarno, mas há já bastantes anos que o filme seleccionado para a sessão de abertura não costuma fazer parte dessas descobertas. Nisso, o certame suíço não destoa de quase toda a concorrência — excepção feita a Cannes e Veneza, que ainda vão conseguindo mobilizar vedetas e blockbusters para dar o pontapé de saída. Em todo o caso, não é pela abertura — ritual obrigatório para agradar ao grande público mais alargado, sobretudo com o palco deslumbrante da Piazza Grande em fundo — que se mede o verdadeiro impacto a posteriori e a longo prazo de um festival.

Ainda assim, a escolha de 2025 prometia. Le Pays d’Arto, com a francesa Camille Cottin e a iraniana Zar Amir, exibido esta noite, evoca um dos conflitos em curso nas margens da Europa: a guerra intermitente pelo Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Em 2021, num dos intervalos do conflito, Céline, uma mulher francesa, viaja até Gyumri em busca dos documentos legais do falecido marido arménio. Mas, uma vez lá chegada, descobre que o Arto que conheceu não existe: dera-lhe um nome falso. Dado como desertor, e responsabilizado pela morte dos seus homens, desaparecera após as batalhas de 2001 para refazer a vida em França. Incapaz de reconciliar a notícia com os 20 anos de vida em comum, Céline decide procurar a verdade e mergulhar no “país de Arto” — título escolhido por Tamara Stepanyan, cineasta arménia radicada em França há longos anos, para esta primeira longa-metragem de ficção rodada no seu país natal.

Filha de actor e autora de um punhado de documentários sobre a história e a cultura arménias, Tamara Stepanyan põe a sua experiência e a sua herança a bom uso num filme cujo olhar, com a preciosa ajuda da directora de fotografia Claire Mathon (Retrato de Uma Rapariga em Chamas, Saint Omer), recusa o exotismo estrangeirado. Aqui, o único olhar “de fora” é o da sua personagem principal, que nada sabe do país do marido, descobrindo uma Gyumri que nunca se recompôs do terramoto de 1988, onde os arquivos continuam por digitalizar e as fábricas que alimentavam a cidade estão em ruínas. E que é também o olhar de uma Europa ensimesmada, que fecha os olhos ao que se passa a poucas horas de distância da sua vida confortável, alheia ao peso trágico da História que continua a moldar as suas fronteiras exteriores.

Para os arménios, “apanhados” entre o Azerbaijão, a Geórgia, o Irão e a Turquia, e há muito habituados ao exílio, a tensão fronteiriça do seu território é uma ferida aberta que dificilmente sarará. E é essa assombração de um outro país, no qual se acredita apaixonadamente contra todas as tragédias, que nos intriga e nos interroga nas imagens de Tamara Stepanyan. A viagem de Céline fez-nos pensar na Catherine Deneuve no Líbano de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, ou seja em Eu Quero Ver (2008), porque também “ela quer ver”; mas fez-nos igualmente pensar no Hiroxima Meu Amor (1959) de Marguerite Duras e Alain Resnais, porque “ela não viu nada em Gyumri”.

E não viu nada porque Camille Cottin não é a actriz de que o filme precisava, mesmo que o guião desfocado apenas trate a sua personagem como simples necessidade funcional para falar da Arménia. Perante a verdade cansada do restante elenco, composto por óptimos actores locais, a interprete fica sempre pela rama do que se passa na cabeça desta francesa, confunde confusão e desespero com petulância e anestesia; não admira que Zar Amir lhe roube em permanência o filme. Uma fugaz e amigável participação de Denis Lavant, refazendo o seu boneco habitual do santo louco, não ajuda a resgatar o que são, de algum modo, erros de principiante.

Zar Amir, a contracena de Camille Cottin
DR
O elenco de Le Pays d’Arto é composto maioritariamente por actores locais
DR

É pena que assim seja, porque é no modo como a realizadora se detém nas paisagens, nos pormenores, nos encontros, nos momentos de ambiguidade, que se detecta a presença de uma cineasta com ideias, com uma postura, com um olhar, e que tem coisas a dizer sobre um país que não conhecemos suficientemente. Ainda não foi desta que Locarno teve uma abertura à altura do seu concurso, mas vale a pena ficar de olho em Tamara Stepanyan.

Nova massa de poeiras do Norte de África atinge Portugal na quinta-feira

Uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão, está prevista atravessar Portugal Continental durante o dia de quinta-feira, avisou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui.

Face a estas previsões, deverá ocorrer “uma situação de fraca qualidade do ar no continente, registando-se um aumento das concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar”, adianta aquele organismo.

Segundo a DGS, “este poluente (partículas inaláveis — PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”.

Assim, e enquanto este fenómeno se mantiver, a DGS recomenda à população em geral para evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.

Os grupos de cidadãos mais vulneráveis, e a população em geral, sempre que seja viável, devem “permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas”, sobretudo crianças, idosos, doentes com problemas respiratórios crónicos, designadamente asma e do foro cardiovascular.

Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso, refere a DGS, sublinhando que em caso de agravamento de sintomas devem contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.

Para informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização, pode ser consultada a página da internet da APA ou a App QualAr.

1 7 8 9 10 11 611