Auschwitz, uma jogada de mau gosto?

No outro dia li uma declaração de Piers Morgan, ex-editor-chefe do tablóide britânico Daily Mirror, conhecido pelo seu estilo sensacionalista e provocador. A declaração era assim: “É interessante que todas as forças relevantes pró-Israel que se manifestam aqui [na rede social X] e que se recusam a acreditar em quaisquer números de vítimas em Gaza publicados pelo ministério da Saúde palestiniano gerido pelo Hamas aceitem, sem hesitação, a veracidade das fotos/vídeos de reféns publicados pelo Hamas.”

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Brasil, um país de imagens em Arles. As “Três Amigas” de Emmanuel Mouret

O que é que a fotografia brasileira tem? A pergunta é do jornalista Sérgio B. Gomes e será partilhada por muitos que por estes dias visitam os Encontros de Fotografia de Arles, no Sul de França, um dos mais importantes eventos de fotografia do mundo.

Numa edição que prometia destacar “imagens desobedientes”, um conjunto de exposições do Brasil foi o que mais mostrou rebeldia e força criativa. 

Comecemos por Retratistas do Morro, uma das mais impactantes exposições desta edição — é dela que sai a imagem de capa deste Ípsilon.

Encontradas após uma sequência de eventos felizes, as fotografias de Afonso Pimenta e João Mendes, os “retratistas do Morro”, captam a vida doméstica e comunitária, a realidade e a fantasia, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, a segunda maior favela do Brasil.

Ao longo de quase cinco décadas (entre 1970 e 1990), o labor de Pimenta e Mendes foi registando tudo quanto era casamento e velório, festa de aniversário e jogo de futebol, nascimento e baptizado, formatura e namoro. De caminho, retratos para burocracias várias, com uma chapa no peito com a data, como exigia a ditadura militar.

Mas há mais Brasil em Arles: trabalhos inéditos ou pouco conhecidos de uma gigante (Claudia Andujar); uma constelação de nomes que em meados do século XX não só olharam para a erupção do modernismo como o experimentaram na sua fotografia (Construction reconstruction déconstruction); e uma comunidade de artistas de hoje que questionam os alicerces coloniais do Brasil (Futurs ancestraux).

No dossier de capa desta edição, escolhemos outras três exposições “obrigatórias” em Arles. No site, publicamos a entrevista com o curador brasileiro Thyago Nogueira. “A fotografia não pode ser vista como um lugar conservador”, diz ele.

Em Coimbra, uma exposição rara junta a obra de um casal de artistas com destinos públicos diversos. Chama-se, muito apropriadamente, Juntos e dá-nos trabalhos de Helena Almeida e Artur Rosa.

Já no Porto a arte pode ser encontrada (ou activada) numa qualquer rua ou praça. A Galeria Digital do Porto é um circuito de arte pública com trabalhos de 13 criadores, em formatos que vão da realidade aumentada a paisagens sonoras.

Há no cinema de Emmanuel Mouret “a sensação de presenciarmos o risco de um funâmbulo sobre a comédia burlesca e o melodrama. Disfarçada de ‘filme de diálogos’, é uma experiência física, lúdica e de degustação, sensual”, escreve Vasco Câmara, tendo como pretexto Três Amigas, o novo filme do cineasta de Marselha, 55 anos.

“Entre os anos 90 e 2000, as personagens começaram a falar muito menos nos filmes. Na vida, a palavra é muito importante, até com a Internet. Há uma ideia, ingénua, de que o cinema é imagem, que cinema é dizer o menos possível. Ora as personagens do meu filme são professores, gente que fala, e isso interessa-me. A questão é: como filmar a palavra? Se temos uma cena de perseguição é uma complicação porque são precisas autorizações, câmaras, etc., mas sabe-se o que se filma. Mas a palavra… o que é que se filma?”, diz Mouret na conversa com o Ípsilon.

Silêncio? O também francês, mas historiador, Alain Corbin tem coisas a dizer sobre isso. Estão em História do Silêncio, livro deste historiador “das sensibilidades” (já escreveu sobre o vento, o repouso, o som dos sinos das igrejas, a erva fresca…). “O silêncio está esquecido”, mas é nele que nos conhecemos, contou Alain Corbin a Claudia Carvalho Silva.

Também nesta edição:

— Livros: entrevista com Rutger Bregman sobre Ambição Moral e recensão a Lobos, de Tânia Ganho;

— Música: entrevista com Léonie Pernet e recensão a Sunwise, de Brìghde Chaimbeul;

— Cinema: recensões a Estrela Cadente e Um Dia ainda mais Doido.


Cinecartaz: tudo sobre cinema; Leituras: o nosso site de livros

PJ detém homem de 22 anos em Almada por crimes sexuais contra crianças

Um homem, de 22 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em flagrante delito, em Almada, por crimes de pornografia de menores, de atos sexuais com adolescentes e de importunação sexual, foi hoje revelado.

Em comunicado, a PJ explicou que a detenção do suspeito, em Almada, distrito de Setúbal, foi efetuada através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T).

“A investigação teve origem na denúncia efetuada pela mãe de uma menor, coagida pelo suspeito ao envio, através de plataformas digitais, de conteúdos de cariz sexual autoproduzidos”, pode ler-se.

A PJ, com o objetivo de “recolher elementos probatórios que sustentassem a investigação em curso”, realizou uma busca domiciliária à residência do suspeito. E, de acordo com a polícia de investigação criminal, foram encontrados e apreendidos “equipamentos informáticos contendo centenas de ficheiros compatíveis com conteúdos de abuso e exploração sexual de crianças”.

O homem foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo saído em liberdade, mas sujeito a diversas medidas de coação.

Ficou proibido de contactar a vítima, obrigado a apresentações bissemanais no posto policial da área de residência, proibido de adquirir equipamentos informáticos e também de aceder a conteúdos pornográficos.

De acordo com a PJ, a investigação vai prosseguir, no sentido de apurar a eventual existência de outras vítimas.

Homem detido em Almada por suspeita de crimes sexuais contra crianças

A Polícia Judiciária (PJ) deteve em flagrante delito, em Almada, um homem de 22 anos, por suspeitas da prática de crimes de pornografia de menores, de atos sexuais com adolescentes e de importunação sexual.

Em comunicado, a PJ indica que a investigação teve origem na “denúncia efetuada pela mãe de uma menor, coagida pelo suspeito, ao envio, através de plataformas digitais, de conteúdos de cariz sexual autoproduzidos”.

“A fim de recolher elementos probatórios que sustentassem a investigação em curso, foi efetuada busca domiciliária à residência do suspeito, tendo sido encontrados e apreendidos equipamentos informáticos contendo centenas de ficheiros compatíveis com conteúdos de abuso e exploração sexual de crianças”, acrescenta a nota.

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O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial e ficou proibido de contactar a vítima, sujeito a apresentações bissemanais, a proibição de aquisição de equipamentos informáticos e ainda proibido de aceder a conteúdos pornográficos.

De acordo com a PJ, a investigação vai prosseguir, no sentido de apurar a eventual existência de outras vítimas.

Depois da erupção do Vesúvio, os romanos voltaram a Pompeia e ficaram por lá durante mais 400 anos

Novas escavações no bairro Insula Meridionalis de Pompeia revelaram que houve quem tivesse regressado à antiga cidade romana, coberta de cinzas, depois da erupção vulcânica no ano 79 d.C.. Terão vivido nos pisos superiores dos edifícios. Oportunistas? Pobreza Corrécios de outras cidades? O que terá levado os romanos de novo a Pompeia Um estudo publicado na semana passada no E-Journal of the Excavations of Pompeii revelou que as pessoas “voltaram atrás” à procura de objetos de valor e de um lugar para ficar. A população “apanhada” pela nova investigação, cujo tamanho ainda é desconhecido, ocupou os restos de Pompeia durante

Marco Aurélio voltou à Turquia, ao fim uma complexa novela de contornos científicos, legais e políticos

“Foi uma longa batalha, mas estávamos certos, estávamos determinados, fomos pacientes — e ganhámos”, afirmou, exultante, o ministro da Cultura e Turismo da Turquia, Mehmet Ersoy, a 6 de agosto. Nesse dia foi inaugurada a exposição “A idade de ouro da arqueologia”, na biblioteca do vastíssimo complexo presidencial em Ancara. “A longa viagem do imperador-filósofo Marco Aurélio acabou, por fim, na terra a que pertence.”

A estátua de bronze, com mais de 2000 anos (terá sido esculpida entre180 e 200 a.C.), tinha sido desenterrada nos anos 60 através de uma escavação ilegal das ruínas de Boubon, perto da localidade de Gölhisar, na província de Burdur, no sul da Turquia. Os arqueólogos clandestinos só lá deixaram o pedestal, e conseguiram levar a gigantesca estátua (1,90 m), sem cabeça, para o estrangeiro. É um artefacto considerado de grande valor histórico, porque mostra a faceta menos conhecida — de filósofo — do imperador Marco Aurélio. A sua obra “Meditações” é um dos textos fundamentais da filosofia estoica.

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Papa: O “sim” dos mártires do nosso tempo continua vivo

O Papa elogiou esta sexta-feira todos os que, tal como Maria, não fogem e respondem com o seu “sim” à vontade de Deus. Leão XIV, que celebrou missa na paróquia de San Tommaso de Villanova, em Castel Gandolfo, reconheceu “nos mártires do nosso tempo, nas testemunhas da fé e da justiça, da mansidão e da paz, que aquele “sim” continua vivo e ainda contraria a morte”.

Assim, este dia de festa, dedicado à Assunção da Virgem, “é um dia que nos compromete a escolher como e para quem viver”, afirmou.

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Na homilia, o Santo Padre elogiou o “sim” de tantas comunidades cristãs pobres e perseguidas, os testemunhos de ternura e perdão nos locais de conflito, os construtores da paz e os edificadores de pontes num mundo despedaçado, considerando-os “a alegria da Igreja pela sua fecundidade permanente e pelos primeiros frutos do Reino que vem”.

Neste contexto, Leão XIV também lamentou que “infelizmente, onde prevalecem as seguranças humanas, com um certo bem-estar material e a acomodação que adormece as consciências, a fé pode envelhecer”. O Papa condenou todo o tipo de “resignação e lamentação, nostalgia e insegurança” que, em vez de se acabar com o mundo antigo, “continua a procurar-se o seu amparo: o amparo dos ricos e dos poderosos, que geralmente acompanha o desprezo pelos pobres e humildes”.

A posição da Igreja é outra: “Não tenhamos medo de escolher a vida! Pode parecer perigoso, imprudente. Quantas vozes estão sempre lá a sussurrar-nos: ‘Quem te obriga a fazer isso? Deixa estar! Pensa nos teus interesses’. São vozes de morte. Em contrapartida, nós somos discípulos de Cristo. É o seu amor que nos impele, corpo e alma, no nosso tempo”, afirmou. “Como indivíduos e como Igreja, já não vivemos para nós mesmos. É precisamente isto – e só isto – que difunde a vida e a faz prevalecer”.

Fogo apareceu junto a posto de combustível. “Ninguém se entende!”, queixa-se comandante de bombeiros

Chamas de Trancoso e Sátão atingem 10 municípios. Há 6 grandes fogos, está “descontrolado” em Arganil. Governo percebe reclamações. Os incêndios não dão tréguas em Portugal. E, como a ministra da Administração Interna tinha avisado, esta sexta-feira seria um dia particularmente complicado. Ao início da manhã, mais de 3.500 operacionais combatiam os 37 incêndios ativos em todo o país, seis deles a mobilizar o maior número de meios. O mais preocupante é em Arganil. “As coisas descontrolaram-se completamente durante a noite, os ventos são muito severos”, relata o presidente da Câmara Municipal local. Luís Paulo Costa lamenta na TSF: “Nós

Polícias identificaram numa década 3.014 pessoas suspeitas de abandonarem animais

As autoridades policiais identificaram durante a primeira década da criminalização do abandono de animais, 3.014 suspeitos, mostram as estatísticas oficiais da Justiça, com o verão a ser, segundo a GNR, um dos períodos mais críticos do ano.

De acordo com o portal Estatísticas da Justiça, gerido pela Direção-Geral da Política de Justiça, entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2024, foram identificados, maioritariamente por PSP e GNR, 1.706 homens e 1.308 mulheres por suspeita da prática do crime de abandono de animais de companhia.

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Em 2015, foram identificadas 205 pessoas, o número mais baixo da década e, no ano passado, 320.

O pico ocorreu em 2022, com 364 identificações.

Segundo a mesma fonte, as polícias registaram, na mesma década, 6.711 crimes de abandono de animais de companhia.

Anualmente, o número mais baixo foi em 2015, com 472 casos, e o mais elevado em 2019, com 801.

No ano passado, foram contabilizados 652 crimes.

Em 2025, a GNR registou até 31 de julho 214 crimes de abandono de animais de companhia, enquanto a PSP contabilizou até 30 de junho 117 ilícitos, informaram em resposta à Lusa as duas forças de segurança.

A maioria dos animais abandonados são cães e gatos, com o verão a ser uma das alturas críticas do ano.

“Por norma, o maior número de abandono de animais de companhia ocorre durante o principal período de férias, nomeadamente no verão”, refere a GNR.

Lembrando que “a adoção de um animal de companhia acarreta sempre responsabilidades”, a força de segurança apela “a um comportamento responsável” mesmo em férias.

“Existem […] alternativas com as condições necessárias para que os animais sejam devidamente acolhidos, na impossibilidade de serem transportados para os locais de veraneio, sendo que a solução nunca passará por abandonar um animal de companhia”, sublinha a GNR.

O mesmo apelo é deixado pela PSP, que pede a todos os cidadãos que “respeitem os “direitos dos animais””.

Segundo o Código Penal, o crime de abandono de animal de companhia é punido com até seis meses de prisão ou até 60 dias de multa.

No sábado assinala-se o Dia Internacional do Animal Abandonado.

Em três meses de época balnear registaram-se 17 interdições a banhos

Entre maio e julho de 2025 foram declaradas 17 interdições a banhos em praias de Portugal continental, 14 por contaminação microbiológica, duas por salmonela e uma por precaução, abrangendo um total de 16 estâncias balneares, informou a associação Zero.

Segundo a associação ambientalista, estes dados representam uma diminuição para quase metade do número de zonas balneares com problemas idênticos no ano passado: 31.

De acordo com a Zero, existem atualmente 673 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um “número limitado de praias a revelarem problemas”.

Em relação a Portugal continental, onde existem 526 águas balneares, entre maio e julho, registaram-se 34 desaconselhamentos de banhos, mais três que em 2024, 21 dos quais devido a contaminação microbiológica, afetando um total de 27 águas balneares.

Na Região Autónoma da Madeira, verificaram-se até agora quatro situações de desaconselhamento de banhos, avança a Zero, enquanto nos Açores, os dados disponíveis apontam para a ausência de quaisquer restrições.

No mês de agosto, já se verificaram 13 situações de desaconselhamento ou proibição de banhos, cinco das quais comprovadamente devido a contaminação microbiológica.

Nestas zonas balneares em que se verificou contaminação microbiológica, a Zero refere ter havido “ultrapassagem dos limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais)”.

A praia que apresentou maior número de situações de água imprópria para banhos foi a de Matosinhos, com três situações de desaconselhamento ou proibição de banhos e uma situação de interdição durante praticamente duas semanas.

Segundo a Zero, os problemas que afetaram a água balnear de Angeiras Norte, também no concelho de Matosinhos, onde se verificou um período de desaconselhamento de banhos e também de interdição da praia, conduziram a que este concelho fosse aquele onde foram identificados maiores problemas de qualidade da água no país.

De acordo com a associação ambientalista, a situação verificada nos últimos dias na praia da Nazaré, onde uma descarga associada ao sistema de saneamento conduziu mais de 100 pessoas aos serviços de saúde, “é um claro alerta para que as entidades responsáveis façam um maior esforço para evitar este tipo de riscos de contaminação de praias próximas”.

No caso das praias de Angeiras Norte, em Matosinhos e de Labruge, em Vila do Conde, e de acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “foram descargas industriais” no rio Onda que viriam a afetar praias adjacentes à foz, “mostrando quão importante é a fiscalização e cumprimento de regras por parte das empresas no que respeita às águas residuais”.

Relativamente ao que se passou no Algarve, os desaconselhamentos verificados nas praias de Alagoa — Altura e Praia Verde, ambas no concelho de Castro Marim — mostram, segundo a Zero, ser necessário, “apesar do já enorme esforço de amostragem à escala nacional, complementá-lo com amostras extra”.

A associação ambientalista considera que naquelas e em outras praias “com uma baixa frequência de recolha de amostras pelo historial de excelente qualidade, pode haver episódios de poluição não detetados”.

Nenhuma das 81 praias classificadas pela associação como Praia Zero Poluição (zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares) foi abrangida por desaconselhamento ou interdição associada à ultrapassagem de parâmetros microbiológicos, de acordo com todos os dados disponibilizados.

Os dados foram recolhidos pela Zero tendo por base os pontos de situações mensais efetuados pela APA e pela Direção Geral de Saúde (DGS) para as águas balneares de Portugal Continental.

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