“É escandaloso o número de alunos que temos a pagar para estudar”

Em 2023, 13% dos alunos do 1.º ao 9.º ano do ensino básico e 25% dos alunos do secundário frequentavam escolas privadas. Estamos a falar de mais de 200 mil crianças e jovens, segundo a Direcção-Geral de Estatísticas da Educação. Estes valores, diz Rodrigo Queiroz e Melo, director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (Aeep), não são normais em “países civilizados” — há muita gente no ensino não estatal, sim, por essa Europa fora, mas apoiada pelo Estado​: “É escandaloso o número de alunos que temos em Portugal a pagar para estudar.”

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Quatro portugueses candidatos a cargos no Comité Olímpico Europeu

O Comité Olímpico de Portugal (COP) indicou Tiago Brandão Rodrigues, Diana Gomes, Catarina Monteiro e Pedro Farromba para diferentes cargos no Comité Olímpico Europeu (COE) para o quadriénio 2025/29.

“Sabemos que a concorrência é forte, mas a Catarina, o Tiago, a Diana e o Pedro reúnem competências e experiências únicas, que nos permitem estar otimistas quanto à sua seleção, o mesmo acontecendo com José Manuel Araújo. Juntos irão dar uma boa imagem de Portugal e do COP e contribuir para a concretização dos objetivos do COE, nomeadamente ajudando a gerar resultados mensuráveis em benefício de todos os nossos atletas e federações”, disse Fernando Gomes, presidente do COP.

Tiago Brandão Rodrigues, ex-ministro da Educação e antigo adido olímpico em Londres 2012, foi indicado para a Comissão de Cultura e Educação, enquanto Diana Gomes, atual secretária-geral do COP, foi apontada para a Comissão de Igualdade de Género e Inclusão.

Já Pedro Farromba, membro da comissão executiva do COP e Chefe da Missão Olímpica nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi’2014, PeyongChang’2018 e Pequim’2022, aponta para um lugar na Comissão de Marketing e Comunicação.

Catarina Monteiro, da estrutura do COP, pretende continuar na Comissão do Festival Olímpico da Juventude Europeia, na qual já é vogal.

Paralelamente, o presidente Fernando Gomes reforçou o apoio, formal, à reeleição de José Manuel Araújo como Presidente da Comissão de União Europeia e Relações Internacionais do COE.

O dirigente acumula este cargo com o de membro do Comité Executivo dos Comités Olímpicos Europeus, com o objetivo de reforçar a influência de Portugal junto das instituições europeias.

“Sempre defendi e trabalhei para ter portugueses em posições internacionais relevantes, um compromisso que no nosso programa eleitoral assumimos como prioridade para aumentar a representatividade de Portugal nos principais organismos globais, como o COI e o COE”, completou Fernando Gomes.

Cada comité olímpico nacional pode propor até quatro nomes, selecionados com base nos respetivos currículos e cartas de motivação, indicados para darem suporte ao Comité Executivo do COE, presidido pelo grego Spyros Capralos, que tem como principal missão a implementação das prioridades da Agenda Estratégica 2030 do organismo.

Da Sala das Lágrimas à varanda de São Pedro. O que acontece nos primeiros minutos do novo Papa

Fumo branco na chaminé da Capela Sistina. Foi o primeiro sinal de que há um novo Papa: o norte-americano Robert Francis Prevost. Na Capela Sistina, após o fumo branco, o decano do Colégio de Cardeais perguntou-lhe: “Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceita a sua eleição canónica como Sumo Pontífice?)Depois da resposta afirmativa, Prevost escolheu o nome pelo qual deseja ser conhecido (“Quo nomine vis vocari? — que nome deseja?): Leão XIV.

Depois de ser eleito, o novo Papa caminhou 70 metros para a “Sala das Lágrimas”, uma antecâmara na Capela Sistina onde colocou a batina e o solidéu brancos pela primeira vez. Nessa divisão, existem três batinas: uma de tamanho grande, outra média e uma pequena. O novo líder da Igreja Católica experimentou-as e escolheu aquela que lhe ficava melhor.

Após vestir a batina, o novo Papa pôde tirar um tempo para rezar na Sala das Lágrimas, onde está um genuflexório e ter um momento de introspeção. O novo líder da Igreja Católica regressou depois à Capela Sistina, onde os cardeais estavam à sua espera e lhe prestaram homenagem um a um, podendo beijar-lhe a mão ou ajoelhar-se. Antes disso, o cardeal que preside o Conclave leu um texto que o consagra no cargo.

A homenagem ao Papa terminou com uma procissão dos agora 132 cardeais, em que se ouviu o hino Te Deum. Entretanto, o cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, preparou-se para dizer a frase “Anuntio vobis gaudium magnum. Habemus Papam” (Anuncio uma grande alegria. Temos Papa), revelando o nome do novo Papa — teve um momento de pausa entre as duas frases.

Depois disto, o novo Papa apareceu finalmente na varanda da Basílica de São Pedro e saudou a multidão na Praça de São Pedro, onde também estava à espera a Guarda Suíça. Leu, de seguida, um discurso mais longo do que o habitual. E rezou com a multidão.

Quem é Robert Francis Prevost, o novo Papa

Em 2014 foi nomeado pelo Papa Francisco como administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, do Peru, tendo sido ordenado como bispo nesse mesmo ano. Em setembro do ano seguinte, foi nomeado bispo de Chiclayo em Peru. Desde março de 2018, é adjunto do vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana.

Em 2019 foi nomeado membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, tendo sido tornado prefeito para o Dicastério dos Bispos e presidente da Comissão Pontífice para a América Latina em janeiro de 2023.

No mesmo ano, foi criado cardeal pelo Papa Francisco, a 30 de setembro de 2023. Em 6 de fevereiro de 2025, o Santo Padre Francisco o promoveu à Ordem dos Bispos.

Era, até agora, além de prefeito do Dicastério para os Bispos, e presidente da Comissão Pontifícia da América Latina, também membro dos dicastérios da Evangelização, Doutrina da Fé, Igrejas Orientais, Clero, Cultura e Educação, entre outros. Fez ainda parte da Comissão Pontifícia do Estado da Cidade do Vaticano.

Um filho de Santo Agostinho que diz que é “pastor, não gestor”

É conhecido por ser um “homem muito calmo e discreto” e em discurso considerou-se um “filho de Santo Agostinho”.

Na varanda da Basílica de São Pedro, Leão XIV pediu ajuda aos fiéis: “A humanidade precisa dele [Cristo] como de uma ponte para chegar a Deus. Ajudem-me também vós a construir pontes no diálogo, com encontros, unindo-nos todos para sermos um povo que acredita na paz”, disse.

Em 2023, quando assumiu o dicastério para os bispos, numa entrevista ao Vatican News, disse que um bispo é um pastor, não um gestor. “Estamos muitas vezes preocupados em ensinar doutrina, mas arriscamo-nos a esquecer que o nosso primeiro dever é o de comunicar a beleza e a alegria de conhecer Jesus”.

Explicou que mesmo ao assumir a nova função no Vaticano depois de anos de serviço no Perú, e que implicava auxiliar o Papa Francisco a escolher novos bispos, se continuava a considerar um missionário.

O último Papa Leão foi Leão XIII, entre fevereiro de 1878 e julho de 1903.

Micróbios estranhos encontrados na China dão novas pistas sobre o ancestral de toda a vida complexa

A origem das células eucarióticas complexas, do tipo encontrado em todas as plantas e animais, foi, desde sempre, um mistério. Agora, micróbios estranhos encontrados em zonas húmidas na China estão a ajudar-nos a compreender quando surgiram. Um estudo publicado esta quarta-feira na Nature revelou que micróbios misteriosos que vivem em pântanos na China são a chave para descobrir o período em que viveram os antepassados de todos os animais e plantas. Uma das principais conclusões da investigação é que a oxigenação da atmosfera terrestre pode ter desempenhado um papel fundamental no seu surgimento. Há cerca de 2,5 mil milhões de

Minimis: porque Shein e Temu são a nova ameaça comercial da Europa

A administração de Donald Trump eliminou uma lacuna fiscal que permitia aos retalhistas chineses enviar produtos diretamente aos consumidores americanos sem pagar taxas de importação. Poderão as plataformas de comércio eletrónico como a Temu e a Shein inundar agora a Europa com exportações baratas? Ao eliminar uma lacuna que permitia isenção de taxas alfandegárias, o presidente dos EUA, Donald Trump destruiu o modelo de negócio da Temu e da Shein, estrangulando o fluxo de produtos chineses baratos para os Estados Unidos. Em 2024, 1,36 mil milhões de remessas entraram nos EUA ao abrigo da chamada regra de minimis, que isentava

One UI 8 nos telemóveis Samsung? Já há data prevista para os primeiros testes

O One UI 7 tem dado muito que falar, por causa do atraso na sua chegada aos dispositivos da Samsung. No entanto, mesmo sem ter chegado a todos os dispositivos, já se vai falando no lançamento do One UI 8. Neste caso, do programa beta.

Tal como refere a Phone Arena, os últimos relatórios indicam-nos que o programa beta do One UI 8 pode chegar já em maio. Neste caso, na terceira semana do mês. Quem o refere é a SamMobile, fonte especializada da Samsung, que manteve em anonimato as suas fontes.

A quem irá chegar primeiramente o One UI 8 para teste?

Conforme revela a mesma fonte de informação, a versão beta do One UI 8 deverá chegar, numa fase inicial, a um conjunto muito restrito de utilizadores. Espera-se que esse conjunto seja ainda mais reduzido do que em testes anteriores da Samsung.

Os primeiros vislumbres do sistema operativo podem acontecer em maio, contudo espera-se que a implementação mais ampla do One UI 8 (versão beta) seja feita em junho de 2025.

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Recorde-se que o One UI 8 só deverá chegar ao público global, durante o segundo semestre deste ano. Espera-se que este sistema operativo, baseado no Android 16, possa vir já com os telemóveis Galaxy Z Fold 7 e Galaxy Z Flip 7.

One UI 8 deverá dar um upgrade na “Now Bar”

Por enquanto, são poucas as informações que vamos conhecendo sobre o One UI 8 baseado no Android 16. No entanto, recentemente falou-se na probabilidade deste sistema melhorar a Now Bar.

Com este ajuste, seria de esperar que a Now Bar conseguisse dar ainda mais detalhes de forma rápida, o que tornaria este recurso mais útil. No vídeo em baixo, consegues ter uma perspetiva detalhada de como usar a Now Bar atualmente.

No fundo, esta funcionalidade permite controlar algumas apps e obter informações relevantes através do ecrã de bloqueio, bem ao estilo do Dynamic Island. Espera-se ainda que haja melhorias em termos de privacidade, na “Pasta Segura”.

Expectavelmente, iremos conhecer mais detalhes que poderão chegar com o One UI 8, durante os próximos tempos.

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O que fazer? Sexta é dia de jogos, Eutanasiador e Amigos da Treta

Eutanasiador

LISBOA Teatro da Trindade. De 8/5 a 29/6. Quarta a domingo, às 19h. M/14. 10€ a 14€

O actor Sérgio Praia dá vida ao homem do título, um serial killer que se vai confessando e revelando à medida que é interrogado, num discurso agitador de conceitos como culpa, crime ou dignidade. No centro da narrativa está a questão da eutanásia e a discussão ética que se arrasta há décadas em torno da morte medicamente assistida.

Uma “experiência intensa e provocadora”, faz notar a folha de sala, que pretende “pôr a nu aquilo que são as nossas contradições sociais, as nossas ideias feitas, a forma falsa como muitas vezes nos relacionamos uns com os outros”, palavras de Paula Guimarães, autora do texto. A encenação está a cargo de Diogo Infante.

Amigos da Treta

PORTO Teatro Sá da Bandeira. De 9/5 a 25/5. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 16h.M/14. 10€ a 22€

Influencers, gurus do coaching e do lifestyle, inteligência artificial e estupidez natural. Estas são as tretas que gravitam no universo de Zézé (José Pedro Gomes) e que fazem parte da conversa a pôr em dia nas tábuas, desta vez em dupla com Aldo Lima.

O espectáculo segue a linha do fenómeno Conversa da Treta, iniciado em 1997 com António Feio, e seguido por mais uma carga de ideias feitas em 2016 com Filho da Treta, na companhia de António Machado, e em 2019 com Casal da Treta, co-interpretado por Ana Bola. O molde mantém-se: conversar sobre nada de especial e muito em particular.

FLiD – Festival Literário Douro

SABROSA Espaço Miguel Torga – São Martinho de Anta. De 8/5 a 10/5. Grátis

Encontros com escritores, conversas, exposições, apresentações, uma feira do livro, uma palestra performativa de Álvaro Laborinho Lúcio, um concerto de JP Simões pautado por canções de José Mário Branco ou uma homenagem a Francisco Guedes (1949-2025), programador cultural a quem se deve este e outros festivais literários.

É nestas linhas que se folheia a sétima edição do certame que enche de letras a terra que viu nascer Miguel Torga, São Martinho de Anta. Entre os autores convocados, estão nomes como Ángel Fragua, Leonardo Padura, Manuel João Vieira, Ondjaki, Onésimo Teotónio Almeida ou Rosa Coutinho Cabral. O programa completo está disponível aqui.

Óbidos Vila Gaming

ÓBIDOS Vila. De 7/5 a 11/5. Quarta a domingo, das 11h às 21h. Game Party no dia 9, das 22h às 2h. Entrada livre

Óbidos torna a ir a jogo com a terceira edição da festa que se espraia entre o burgo e o Parque Tecnológico e alinha torneios de videojogos, experiências de realidade virtual, cosplay, laboratórios tecnológicos, conversas, workshops, uma área dedicada aos retrogames e a presença de celebridades do meio. Na sexta-feira, há Game Party na Praça da Criatividade com Stereossauro e os convidados Capicua, Ana Magalhães, Xtinto, Carlão e DJ Ride.

Jorge Cruz

COIMBRA Salão Brazil. Dia 9/5, às 22h. 20€

Fundador de projectos como os Superego ou os Diabo na Cruz e escritor de canções para vozes alheias (Ana Moura, Gisela João, Ana Bacalhau, Cristina Branco ou Amor Electro são alguns dos nomes no currículo), Jorge Cruz apresenta-se aqui em nome próprio.

Nas pautas estão as raízes da música tradicional portuguesa que habitaram o seu campo de trabalho nas últimas décadas, mas também um “despreconceituoso desbravar de caminhos” e as coordenadas de Transumante (2024), inspirado no “imaginário rural português, na música tradicional e no encontro entre língua e paisagem”, descreve o texto que o apresenta.

Capote Fest

ÉVORA Sociedade Harmonia Eborense e Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar. Dias 9/5 e 10/5. Sexta, às 23h; sábado, às 22h. 3€ (dia 9), 20€ (dia 10)

No Alentejo torna a erguer-se uma montra de música nacional. À nona edição do festival vão bandas de estilos diversos e “um cardápio para todos os palatos”, assegura a Capote Música, que organiza o evento. Sidewalk, Clauthewitch, Zarco, Cachapa & DJ Sims, Sea Angels, The Rite of Trio, Danger Machine e ECMTD são os oito convocados.

Universidade de Colúmbia despede quase 180 investigadores devido aos cortes

A Universidade de Colúmbia anunciou esta terça-feira o despedimento de dezenas de investigadores cujo trabalho era suportado por bolsas e contratos financiados pelo governo dos Estados Unidos – e que foram cancelados pelo executivo de Donald Trump em Março, com a justificação de assédio anti-semita dentro e nas proximidades do campus.

“Tivemos de fazer escolhas difíceis e, infelizmente, hoje, quase 180 dos nossos colegas que estavam a trabalhar, totalmente ou em parte, através de bolsas federais receberão notificações de não renovação ou rescisão”, afirmou o presidente interino da Universidade de Colúmbia numa carta aberta, citando uma pressão “intensa” nas finanças da universidade.

A Universidade de Colúmbia continuará a tentar persuadir o Governo a restaurar o financiamento, mas não especificou os departamentos que perderam investigadores.

Os cortes foram feitos no que os líderes da Universidade de Colúmbia mencionaram ser mais de 4,4 mil milhões de euros em subsídios atribuídos à universidade. Grande parte deste financiamento ia para cuidados de saúde e investigação científica.

Em Março, a administração Trump cancelou 350 milhões de euros em subsídios e contratos para a Universidade de Colúmbia e ameaçou reter outros milhares de milhões de euros por causa do que descreve como assédio anti-semita no campus da universidade em Nova Iorque.

A Universidade de Colúmbia tem sido o epicentro de um movimento de protesto estudantil pró-palestiniano e anti-israelita que tem abalado os campi dos Estados Unidos no último ano e meio, à medida que a guerra de Israel em Gaza se alastrava.

A Universidade de Colúmbia acatou várias exigências do Governo de Donald Trump, numa tentativa de recuperar os fundos. A academia prometeu reformar o seu processo disciplinar, contratar agentes de segurança com poderes de detenção de pessoas e nomear um funcionário com autoridade para rever os departamentos que oferecem cursos sobre o Médio Oriente.

Governo informa Harvard de congelamento

Na última segunda-feira, a administração Trump revelou à Universidade de Harvard que não iria receber financiamento futuro até que a universidade mais rica e antiga dos Estados Unidos concordasse com as exigências do governo sobre como deveria lidar com o anti-semitismo no campus, entre outras questões.

A reitoria da Universidade de Harvard já tinha interposto uma acção judicial para impedir que a administração Trump congelasse milhares de milhões de euros em financiamento do Governo central. A academia rejeitou uma série de exigências da Casa Branca, assumindo que prejudicariam a sua independência.

Na carta enviada à Universidade de Harvard, a secretária do Departamento de Educação dos Estados Unidos, Linda McMahon, disse que a universidade deve abordar as preocupações sobre o anti-semitismo no campus, as políticas escolares que consideram a etnia do aluno e as queixas do Governo de que a universidade abandonou a sua procura por “excelência académica” ao empregar relativamente poucos professores conservadores. “Esta carta é para informar que Harvard não deve continuar a procurar SUBSÍDIOS [assim, em maiúsculas] do governo federal, uma vez que nenhum será fornecido”, escreveu Linda McMahon.

O congelamento do financiamento futuro representa uma táctica ligeiramente distinta da inicialmente empregue pela administração Trump, cujas tentativas de congelar os fundos existentes das principais universidades levantaram suspeitas jurídicas.

Uma sondagem Reuters/Ipsos de Abril concluiu que 57% de todos os inquiridos não eram favoráveis a que o Presidente norte-americano retivesse financiamento de universidades com as quais discorda. Entre os inquiridos republicanos, no entanto, essa mesma percentagem (57%) achava que Trump deve reter fundos dessas universidades.

E se uma ficção se tornar realidade? “Crocodile Club” chama-lhe “eleições”

Crocodile Club não é uma estreia. Mas, ao mesmo tempo, é. Depois de Hantologia (2019) ou Festa de 15 anos (2020), Mickäel Oliveira chega de corpo inteiro a um texto dramatúrgico, político, que se “atreve” a anteceder em dez dias as eleições legislativas portuguesas. A conversa que se seguiu não mostrou recato nos argumentos sobre a necessidade de mudança, do medo, da liberdade e das ameaças europeias à democracia e no crescimento do populismo e da extrema-direita em Portugal.

Sentamo-nos num sofá de veludo vermelho, detalhe característico do Teatro Nacional de São João, no Porto, que se localizava junto à porta lateral do auditório principal do teatro. O diálogo do encenador, que começou naquele sofá, manteve-se no palco, desta vez, num jantar informal entre sete amigos (representados por Afonso Santos, Bárbara Branco, Beatriz Wellenkamp Carretas, Fábio Coelho, Gabriela Cavaz, Inês Castel-Branco e Luís Araújo).

O enredo desta peça retrata um típico encontro de amigos de longa data, na casa familiar, deslocada da cidade. O que se diferencia em toda a normalidade que um acontecimento destes desenvolve, é que a anfitriã, Isabel, é candidata de um partido de extrema-direita às eleições legislativas e, aquele jantar, onde os copos são transparentes e as garrafas de vinho avermelhadas, onde a comida que se serve é vegana e as pessoas que reúne mostram-se ideologicamente diferentes, é parte de uma ação de campanha que requer a humanização da candidata. Campanha essa que acaba por rondar o terror e o fantasmagórico.

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