Lula afirma que Brasil é mais democrático do que EUA em muitos aspetos

O Presidente do Brasil afirmou que o país sul-americano é mais democrático do que os EUA em muitos aspetos, numa crítica ao relatório do Departamento de Estado norte-americano, que acusa Brasília de violações dos direitos humanos.

Lula da Silva afirmou na quarta-feira que os Estados Unidos ignoram a Constituição brasileira ao afirmarem no relatório, divulgado na terça-feira, que o Brasil viola os direitos humanos por alegadamente perseguir um antigo presidente da República e por permitir que um juiz do Supremo Tribunal Federal atue como um ditador.

“Não é possível que ele [Donald Trump] não conheça a nossa Constituição. Não é possível que ele não conheça que este país aqui em muitas coisas é muito mais democrático que os Estados Unidos da América”, disse Lula da Silva num discurso, no Palácio do Planalto, no encerramento de um evento sobre economia solidária.

De acordo com Lula, Trump incitou os seguidores a invadir o Capitólio, sede do poder legislativo nos EUA, para desrespeitar a eleição em que foi derrotado e não foi penalizado por isso.

“Se tivesse feito isso aqui [no Brasil], teria que pagar pelos erros que cometeu”, continuou o governante.

O relatório anual do Departamento de Estado indica que houve uma deterioração da situação dos direitos humanos no Brasil e que o magistrado Alexandre de Moraes, responsável pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de promover um golpe de Estado, impõe censura aos seguidores do líder de extrema-direita.

De acordo com Lula da Silva, Bolsonaro não está a ser julgado devido a uma queixa apresentada por um adversário político, mas por confissões feitas por alguns dos aliados, “que denunciaram as coisas erradas que ele fez”.

O Presidente brasileiro assegurou que no processo contra Bolsonaro há testemunhos de colaboradores do ex-líder que o ligam à tentativa de golpe de 08 de janeiro de 2023 e a uma conspiração meses antes para tentar descredibilizar as eleições presidenciais em que foi derrotado.

De acordo com o líder do Brasil, Trump não se está a comportar como o presidente da maior economia do mundo ao tentar pressionar a justiça brasileira, suspendendo os vistos dos juízes responsáveis pelo julgamento de Bolsonaro.

“Durante muitos anos, os Estados Unidos apresentaram-se como o país das oportunidades para todos e agora o que vemos é um presidente com este comportamento inexplicável e totalmente inaceitável”, declarou, lembrando que Trump condicionou a eliminação da tarifa adicional de 50% sobre as importações de produtos brasileiros à cessação do processo contra Bolsonaro.

Lula garantiu que o Brasil está interessado em negociar as divergências comerciais com os Estados Unidos, mas sem renunciar à soberania brasileira, e que já nomeou vários negociadores, apesar de até agora não ter aparecido ninguém do outro lado para dialogar.

O dirigente brasileiro notou ainda que, apesar da recusa de diálogo, enviou esta semana uma carta a Donald Trump com um convite para participar na Cimeira do Clima COP30, que se realiza na cidade brasileira de Belém, em dezembro.

“A COP30 vai ser a COP que nós queremos cobrar dos governantes do mundo, se eles acreditam ou não no que os cientistas falam de que o mundo está passando por gravíssimos problemas. Eles vão ter que dizer se acreditam ou não que precisamos tomar muitas providências para evitar que o planeta tenha um aquecimento acima de 1,5ºC”, afirmou.

Ricardo Quaresma: “Sempre que ia ao Estádio da Luz, passava o jogo todo a ser assobiado pelos adeptos. Erravam, porque ainda me davam mais força para jogar”

Geração 80

Podcast

Nasceu em setembro de 1983, em Lisboa. A mãe é africana e o pai de etnia cigana. Passava os dias na rua, a jogar futebol com o irmão mais velho. Foi ao clube do bairro, com apenas 8 anos, que o Sporting o foi buscar. “Deve quase tudo ao futebol”, os títulos e a vida. “Os meus amigos de infância ou estão mortos ou estão agarrados à droga”. Ricardo Quaresma é o convidado do último episódio da 2ª temporada do Geração 80

Nasceu em setembro de 1983, em Lisboa. A mãe é africana e o pai de etnia cigana. Viveu no Casal Ventoso com os pais e o irmão mais velho até ir para o Sporting. O dia-a-dia dividia-se entre a escola e a rua, onde passava grande parte do tempo a jogar à bola.

O pai esteve ausente quase dois anos, a mãe trabalhava de manhã à noite e durante esse período o irmão mais velho foi pai e era quem metia o irmão “reguila” mais novo no lugar.

Nuno Fox

Começou a jogar futebol no clube do bairro e foi lá que o Sporting o foi buscar com apenas oito anos. Cresceu na Academia e aos 17 já jogava na equipa principal. Partilhava balneário com João Pinto, Jardel ou Paulo Bento e foi com eles que aprendeu tudo sobre o futebol.

Deixou Alvalade para ir para o FC Barcelona, mas as coisas não correram bem. “Era muito novo, nem tinha 19 anos. Cometi um erro, devia ter esperado pelo meu tempo, pelo meu momento e oportunidade e por isso quis sair”, recorda. Não regressou ao Sporting e hoje sabe que foi “a melhor escolha” mas na altura ficou “magoado”. “Vou para o FC Porto porque o Sporting me fechou a porta”. conta.

“Deve quase tudo ao futebol” e ganhou quase tudo a jogar futebol. Para a memória de todos os portugueses fica o ano de 2016 onde ao lado de Cristiano Ronaldo ganhou o Euro.

Ricardo Quaresma é o convidado do último episódio da 2ª temporada do Geração 80, conduzido por Francisco Pedro Balsemão.

Nuno Fox

Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.

Defesa da paz foi constante nos primeiros 100 dias de pontificado do Papa Leão XIV

As declarações pela paz e contra a guerra, sobretudo os conflitos na Ucrânia e em Gaza, têm sido uma constante para o Papa Leão XIV, cujos primeiros 100 dias de pontificado se assinalam na sexta-feira.

As questões do ambiente, cara ao seu antecessor, o Papa Francisco, da justiça social e dos abusos sexuais também mereceram a atenção do 267.º bispo de Roma. “Que a paz esteja convosco” foram as suas primeiras palavras no dia em que foi eleito como novo chefe da Igreja católica (8 de maio), dirigindo-se aos fiéis na Praça de São Pedro. Três dias depois, na primeira saudação dominical aos peregrinos reunidos no mesmo local, Leão XIV gritou “nunca mais a guerra”, falando “aos grandes do mundo” e referindo o “cenário dramático atual de uma III Guerra Mundial em pedaços”.

Evocando os “sofrimentos do amado povo” da Ucrânia, o Papa pediu que se faça “tudo o que for possível para alcançar o mais rapidamente possível uma paz autêntica, justa e duradoura” no país em guerra, invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. “Entristece-me profundamente o que está a acontecer na Faixa de Gaza”, disse no mesmo discurso, pedindo um “cessar-fogo imediato” e “ajuda humanitária” para “a população civil exausta”, bem como “que todos os reféns sejam libertados”.

A ofensiva israelita contra o enclave — que começou depois dos ataques do movimento radical palestiniano Hamas em outubro de 2023 no sul de Israel, que mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram perto de 250 reféns — já causou mais de 61 mil mortos, destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e obrigou à deslocação de centenas de milhares de pessoas, levando vários países e organizações a acusarem o Estado hebreu de genocídio.

Numa audiência aos representantes das 23 Igrejas Católicas do Oriente alguns dias mais tarde, o Papa exortou os líderes mundiais a sentarem-se e a negociarem para “silenciar as armas”, tendo oferecido a mediação do Vaticano a todas as partes beligerantes.

E durante a missa de início do seu pontificado, Leão XIV alertou para a fome sofrida em Gaza por “crianças, famílias e idosos” e pediu ajuda humanitária, referindo igualmente que a “Ucrânia martirizada” espera “negociações para uma paz justa e duradoura”. Sobre este conflito, o Papa já falou com os presidentes ucraniano e russo, Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, respetivamente, assim como com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Já este mês, a propósito dos 80 anos dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki, disse esperar que a sua memória “sirva de advertência universal contra a devastação causada pela guerra, e em particular pelas armas nucleares”.

Outros dos apelos feitos diversas vezes pelo Papa aos líderes mundiais foi para não ignorarem as necessidades dos mais vulneráveis, tendo proposto logo na missa de início do Pontificado uma Igreja católica unida contra “um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres”. Criticou “desequilíbrios e injustiças que conduzem (…) a condições de trabalho indignas e a sociedades cada vez mais fragmentadas e conflituosas”.

Pediu “esforços para remediar as desigualdades globais, que deixam profundos fossos entre a opulência e a pobreza, entre continentes, países e até mesmo dentro das sociedades”, considerando que “uma boa ação política, que favoreça uma distribuição equitativa dos recursos, pode oferecer um serviço eficaz à harmonia e à paz, tanto a nível social como internacional”.

Defendeu ainda a preservação da dignidade dos migrantes e encorajou mais de um milhão de peregrinos reunidos em Roma para o Jubileu dos Jovens a “aspirar a grandes coisas” e a não cair no conformismo e no materialismo.

Sobre os abusos, o Papa afirmou que não deve haver tolerância na Igreja Católica para qualquer tipo de abuso, seja sexual, espiritual ou de autoridade, e defendeu uma cultura de prevenção baseada numa “vigilância ativa, (…) processos transparentes e (…) uma escuta sincera dos que foram feridos”.

Também pediu “um diálogo renovado” sobre como está a ser construído o futuro do planeta, numa mensagem para assinalar o 10.º aniversário da encíclica “Laudato Si” de Francisco para proteção da “casa comum que Deus nos confiou”.

Segundo o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, Leão XIV recebeu “com muita simpatia” o convite do seu governo para participar na Cimeira do Clima (COP30), em novembro, na cidade amazónica de Belém.

Também agradeceu o convite para visitar o Santuário de Fátima, segundo o cardeal português António Marto, depois de ter estado duas vezes em Portugal quando respondia apenas pelo nome de Robert Prevost.

Até agora, o Papa só anunciou a intenção de visitar a Turquia para participar no 1.700.º aniversário do Consílio de Niceia, a primeira assembleia ecuménica da história do cristianismo, que estabeleceu as bases doutrinais ainda esta quinta-feira reconhecidas por muitas denominações cristãs.

Incêndios. Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e Algarve em risco máximo

Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios em Portugal

Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro do país e do Algarve estão esta quinta-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, estão sob risco máximo de incêndio todos os concelhos do distrito de Bragança e a maioria dos de Vila Real, Guarda, Viseu e Castelo Branco.

Também em risco máximo estão dezenas de outros municípios dos distritos Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Santarém, Portalegre, Beja e Faro.

Em risco muito elevado está grande parte da região do Alentejo e dezenas de outros municípios nos distritos de Faro, Lisboa, Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Aveiro, Vila Real, Porto, Braga e Viana do Castelo.

O IPMA colocou em risco elevado cerca de 60 concelhos nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre e Faro.

Sob risco moderado estão cerca de 20 municípios, quase todos no litoral do país, nos distritos de Faro, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro e Porto.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, sendo este último emitido quando as condições meteorológicas, como calor extremo e baixa humidade, aumentam significativamente o perigo de ignição e propagação de incêndios.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 2 de agosto e este ano já arderam 63.247 hectares de espaços florestais, metade dos quais nas últimas três semanas, e deflagraram 5.963 incêndios, sendo a maioria nas regiões do Norte e Centro.

O IPMA prevê para esta quinta-feira uma pequena descida da temperatura na região Sul e uma pequena subida da temperatura máxima nas regiões Norte e Centro. Está igualmente previsto vento, por vezes moderado nas terras altas, em especial da região Sul.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 15º (graus Celsius), em Viana do Castelo, e os 26º (Portalegre) e as máximas entre os 26º (Aveiro e Viana do Castelo) e os 40º (Castelo Branco e Évora).

Mineral encontrado em meteorito tem propriedades inéditas de condução de calor

Um material híbrido único, encontrado em meteoritos com séculos de idade e em Marte, que conduz calor de forma extraordinária, mantém condutividade térmica constante através de temperaturas variáveis — um comportamento inédito em qualquer outra substância conhecida. O material, uma forma especial de dióxido de silício chamada tridimite, representa um avanço na compreensão de como a estrutura atómica afeta o fluxo de calor. Ao contrário de cristais típicos, onde a condutividade térmica diminui com o aumento da temperatura, ou vidros, onde aumenta com o calor, esta substância derivada de meteorito mantém propriedades constantes de condução de calor independentemente das mudanças

Andreia Catarino: “Como fui vencendo quatro cancros acham que sou uma fortaleza, mas é cansativo. As pessoas pensam: ‘Já passaste por isso, é só mais um’”

Andreia Catarino no podcast Tenho Cancro. E Depois?

Matilde Fieschi

Foram muitos tratamentos, cirurgias e internamentos que a obrigaram a parar, a recomeçar e a acreditar outra vez. Andreia Catarino, jornalista, diz que a sua vida parece um filme onde se está sempre a repetir a mesma cena: o momento em que está sentada numa secretária em frente a um médico a ouvir que tem cancro.

Com este histórico, sabia que seria difícil ser mãe, o seu maior sonho. Quando começa a tentar descobre que tem um mioma no útero com 20 centímetros. Ainda assim não desistiu e acabou por conseguir. Depois de uma gravidez de alto risco, teve o Xavier nos seus braços. Com um filho bebé, foi novamente diagnosticada com uma recidiva do cancro da mama. Se tudo isto já parece impossível, Andreia teve ainda de lidar com o desgosto de perder o companheiro, que a deixou depois do diagnóstico.

Andreia Catarino e a oncologista Patrícia Pereira no podcast Tenho Cancro. E Depois?

Matilde Fieschi

‘Tenho Cancro. E Depois?’ tem sonoplastia de Gustavo Carvalho e Hugo Oliveira, capa de Tiago Pereira Santos e apoio à produção de Joana Henriques e João Filipe Lopes.

A música deste podcast foi cedida pelos Dead Combo em memória de Pedro Gonçalves.

Andreia Catarino e a oncologista Patrícia Pereira com a jornalista Sara Tainha, no podcast Tenho Cancro. E Depois?

Matilde Fieschi

‘Tenho Cancro. E Depois?’ é um projeto editorial da SIC Notícias e do Expresso, com o apoio da Novartis, criado com o objetivo de alertar e esclarecer, mas também reforçar a esperança e a confiança de todos os que vivem com a doença.

Tiago Pereira Santos

Agrava-se o incêndio de Oliveira do Hospital. Prioridade é garantir a defesa das localidades mais próximas da linha de fogo

Agrava-se o incêndio de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.

As constantes mudanças de direção do vento complicaram o trabalho dos bombeiros durante a madrugada.

O cenário foi descrito há minutos à Renascença pelo comandante dos bombeiros de Oliveira do Hospital. Emídio Camacho afirma que o cenário é bastante complexo.

“As coisas complicaram-se porque, efetivamente, sabíamos que havia de haver alteração dos ventos. O vento veio com muita agressividade, isto é uma linha contínua de fogo e foi impossível segurarmos em determinados locais estratégicos”, diz.

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De acordo com o comandante Emídio Camacho, “o fogo galgou a estrada” e não foi possível contê-lo. Agora, é preciso “planificar, voltar a tentar uma estratégia que permita circunscrever o incêndio”.

No entanto, por agora, a prioridade é garantir a defesa das localidades mais próximas da linha de fogo.

Este incêndio teve origem em Arganil. É o mais preocupante nesta altura: mais de 800 operacionais e cerca de 300 viaturas estão no combate às chamas que ontem deflagraram na aldeia de Piódão e já alastraram a Oliveira do Hospital e também a Seia, no distrito da Guarda.

De resto, na aldeia de aldeia Chão Sobral, em Oliveira do Hospital, cerca de 20 pessoas tiveram de passar a noite numa escola por precaução.

No resto do país, e de acordo com a Página da Proteção Civil, continuam ainda por controlar os incêndios de Trancoso, no distrito da Guarda, também em Sátão e Cinfães – no distrito de Viseu.

Temperaturas altas e vento forte no Interior

O Interior do país vai continuar com temperaturas bastante elevadas esta quinta e sexta-feira, acompanhadas por vento do quadrante Sul, por vezes com muita intensidade.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta quinta-feira o céu deve apresentar-se pouco nublado ou limpo, apresentando-se em geral muito nublado no litoral a norte do Cabo Raso até ao início da manhã, podendo persistir a nebulosidade em alguns locais da faixa costeira ao longo do dia.

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O vento deverá ser em geral fraco do quadrante sul, devendo soprar por vezes forte sobretudo nas terras altas.

As previsões apontam também para uma pequena descida da temperatura na região Sul e uma pequena subida da temperatura máxima nas regiões Norte e Centro.

As temperaturas mínimas devem oscilar entre os 17º C, em Coimbra, e os 22ºC, em Beja e em Faro, e as máximas entre os 26ºC, em Braga, e os 40ºC, em Santarém.

Castelo Branco, Guarda e Bragança sob aviso laranja até domingo

Os distritos de Castelo Branco, Guarda e Bragança vão estar sob aviso laranja até às 00h00 de domingo por causa do calor e em Viseu e Vila Real o aviso vai vigorar até às 18h00 de sexta-feira, devido à “persistência de valores muito elevados da temperatura máxima”, baixando depois para amarelo.

Nos distritos de Évora, Setúbal, Santarém, Beja e Portalegre o aviso laranja vai vigorar até às 18h00 desta sexta-feira, baixando depois para amarelo pelo menos até domingo.

Também sob aviso amarelo por causa do calor estão até às 18h00 de hoje os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Aveiro, Coimbra e Braga, enquanto em Coimbra e Leiria se prolonga até às 18h00 de sexta-feira e em Faro até às 18h00 de domingo.

Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e Algarve em risco máximo

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro do país e do Algarve sob o risco máximo de incêndio rural.

Em risco máximo de incêndio encontram-se todos os concelhos do distrito de Bragança e a maioria dos de Vila Real, Guarda, Viseu e Castelo Branco, assim como dezenas de outros municípios dos distritos Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Santarém, Portalegre, Beja e Faro.

Em risco muito elevado está grande parte da região do Alentejo e dezenas de outros municípios nos distritos de Faro, Lisboa, Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Aveiro, Vila Real, Porto, Braga e Viana do Castelo.

Já em risco elevado o IPMA colocou cerca de 60 concelhos nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre e Faro.

Agrava-se o incêndio de Oliveira do Hospital. Evacuada localidade na freguesia de Alvoco das Várzeas

[atualizada às 8h55 com notícia de evacuação de localidade]

Foi evacuada a localidade de Tapada, na freguesia de Alvoco das Várzeas, concelho de Oliveira do Hospital. A medida foi tomada por precaução, tendo sido retiradas oito pessoas.

A situação no incêndio de Oliveira do Hospital tem vindo a agravar-se, nas últimas horas.

As constantes mudanças de direção do vento complicaram o trabalho dos bombeiros durante a madrugada.

O cenário foi descrito há minutos à Renascença pelo comandante dos bombeiros de Oliveira do Hospital. Emídio Camacho afirma que o cenário é bastante complexo.

“As coisas complicaram-se porque, efetivamente, sabíamos que havia de haver alteração dos ventos. O vento veio com muita agressividade, isto é uma linha contínua de fogo e foi impossível segurarmos em determinados locais estratégicos”, diz.

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De acordo com o comandante Emídio Camacho, “o fogo galgou a estrada” e não foi possível contê-lo. Agora, é preciso “planificar, voltar a tentar uma estratégia que permita circunscrever o incêndio”.

No entanto, por agora, a prioridade é garantir a defesa das localidades mais próximas da linha de fogo.

Este incêndio teve origem em Arganil. É o mais preocupante nesta altura: mais de 800 operacionais e cerca de 300 viaturas estão no combate às chamas que ontem deflagraram na aldeia de Piódão e já alastraram a Oliveira do Hospital e também a Seia, no distrito da Guarda.

De resto, na aldeia de aldeia Chão Sobral, em Oliveira do Hospital, cerca de 20 pessoas tiveram de passar a noite numa escola por precaução.

No resto do país, e de acordo com a Página da Proteção Civil, continuam ainda por controlar os incêndios de Trancoso, no distrito da Guarda, também em Sátão e Cinfães – no distrito de Viseu.

Joseph Conrad nasceu na Ucrânia, escreveu em inglês e sonhou em polaco: o escritor que antecipou a globalização, segundo Rui Tavares

Joseph Conrad, autor de clássicos como O Coração das Trevas, nasceu em 1857 numa região que hoje pertence à Ucrânia, mas que então não integrava uma Polónia independente.

De origem polaca e com o francês como primeira língua estrangeira, só aprendeu inglês na idade adulta — e ainda assim tornou-se um dos maiores escritores da literatura inglesa.

A sua vida foi marcada pelo exílio, pela perda precoce dos pais e por uma fuga deliberada ao nacionalismo que moldou a sua infância.

IMAGO

A atualidade da sua obra é notável: Coração das Trevas inspirou ‘Apocalypse Now’ e continua a ecoar nas discussões sobre colonialismo e exploração de recursos, como o cobalto e o lítio extraídos no Congo.

Já Nostromo antecipa conflitos geopolíticos na América Latina, e O Negro do Narciso aborda o racismo estrutural.

Conrad expôs, com uma escrita clássica e contida, as contradições morais da globalização do século XIX.

No centenário da sua morte, Conrad é redescoberto não apenas como cronista do imperialismo, mas como símbolo de um mundo em transição. A sua biografia — órfão, exilado, marinheiro e escritor — espelha os dilemas da modernidade. E talvez seja precisamente no seu desenraizamento que reside a força universal da sua literatura.

Fotografia de Tiago Miranda, trabalho gráfico de Vera Tavares e Tiago Pereira Santos

Oiça ‘Tempo ao Tempo’ aqui no Expresso, SIC e SIC Notícias, ou subscreva o podcast em qualquer plataforma de podcast. Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares.

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