Em busca da mala perdida – Alerta Estupidez

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Nuno Cardoso (parte 1): “Os homens hediondos têm uma profunda insegurança, solidão, raiva e ódio. E vivem iludidos de que são boas pessoas”

Quem são os atuais “homens hediondos”? Criaturas asquerosas, repugnantes, monstruosas, de mundos distantes dos nossos? Ou pessoas como nós? E com quem nos relacionamos diariamente, no trabalho, nos transportes, nos cafés, em casa?

Essa imensa maioria que perpetua os mesmos comportamentos e relações de poder, e cuja violência muitas vezes aceitamos em nome da “estabilidade” e do “nosso estilo de vida”, privilégios, cultura, sistema, hábito?

Matilde Fieschi

Nuno Cardoso dá corpo a um desses homens hediondos, que vivem entre nós, num solo escrito por Patrícia Portela a partir do livro “Breves Entrevistas com Homens Hediondos” (1999), do escritor norte-americano David Foster Wallace, para nos confrontar com aqueles momentos em que somos apanhados a tolerar um sistema desigual, misógino e machista que muitos de nós condenamos.

Nuno é o ator camaleão que confronta o público com vários monólogos de personagens masculinas que se vão transformando em “homens cada vez mais hediondos”. Banalmente hediondos. Familiarmente hediondos.

Matilde Fieschi

Com certos comportamentos horrendos, que tendem a ser normalizados e glorificados. E tantas vezes nos soam a alguém muito próximo.

Até que ponto seremos capazes de reconhecer nestas histórias e nesses homens, a nossa própria história e a dos nossos? Até que ponto temos coragem para nos olhar por dentro e do avesso e reconhecer o nosso machismo estrutural e profunda incapacidade para sermos seres humanos decentes em todos momentos das nossas vidas?

Seremos capazes de nos olharmos ao espelho de forma honesta e dolorosa — mas necessária? A pergunta é-lhe colocada.

Matilde Fieschi

O que parece certo é que esta peça pretende ser uma reflexão conjunta e não quer polarizar o mundo entre bons e maus. Não é um nós e os outros, mas sim um exercício de reflexão e confronto com certos comportamentos tóxicos, desiguais e violentos que tantas vezes por razões culturais e sociais se perpetuam.

A peça foi estreada no final do ano passado no Teatro Nacional São João, no Porto, e será agora apresentada de 2 a 4 de maio, no Teatro Variedades, em Lisboa. Se ainda não têm bilhete, e não a viram, não percam a oportunidade.

Matilde Fieschi

Esta conversa em podcast começa precisamente pelo tema desta peça que, de múltiplas maneiras, continua profundamente atual, violentamente atual e afeta tanta gente. Maioritariamente mulheres.

E sobre isso é perguntado ao ator e encenador Nuno Cardoso como foi o processo de trabalho deste monólogo e até que ponto o grupo de homens hediondos que representa o confrontaram com as suas próprias arestas, contrastes e monstros e reconheceu algumas características em si ou nos muitos homens que o rodeiam.

Pode o teatro, e uma peça como esta, desconfortar, questionar, virar-nos o espelho até e, ao mesmo tempo, ser construtivo e abrir mais espaço para o pensamento, para o diálogo e para relações mais saudáveis e iguais entre géneros, sem abrir mais trincheiras?

Nuno Cardoso foi nos últimos anos diretor artístico do Teatro Nacional São João, no Porto, entre 2019 e o final de 2024.

E é há muito considerado um dos encenadores mais interessantes e inspiradores portugueses da atualidade, com disponibilidade para o risco, atento à comunidade, com um trabalho eclético, seja nas suas encenações ou interpretações, a que se somam tanto textos clássicos como contemporâneos.

Matilde Fieschi

O que mudou na sua forma de olhar para o teatro e de fazer teatro depois de seis anos enquanto diretos do Teatro Nacional São João?

O que muda quando um encenador com alguma vocação para o risco, passa a estar frente a uma das instituições com mais talha dourada?

O facto de ter sido diretor de uma instituição canónica, e de se ter tornado cânone, mudou a maneira de pensar os espetáculos? A revolução faz-se por dentro? Ou a sua luta mudou? Nuno responde.

Na memória de muitos ficou a recente encenação de “Fado Alexandrino”, com texto de António Lobo Antunes sobre o 25 de Abril, num espetáculo que Nuno criou dedicado ao pai, para dar voz aos 50 anos de silêncio do país com as feridas que ficaram por sarar da Guerra Colonial em África, como as mortes, a violência e o racismo em português, ou a experiência de se ser retornado das ex-colónias, com uma mão à frente e outra atrás, como aconteceu consigo e com os seus pais, que voltaram ao país retornados de Moçambique.

O que ficou por contar na história dos colonos retornados e que revolução está por fazer ou cumprir?

No currículo de Nuno Cardoso, destaca-se o prémio que recebeu em março de 2016 da Sociedade Portuguesa de Autores para Melhor Espetáculo do Ano, com “Demónios”, de Lars Norén. E a sua ligação a trabalhos experimentais e com comunidades locais.

Matilde Fieschi

No início de tudo, na sua história, está Canas de Senhorim, vila onde nasceu, no concelho de Nelas, distrito de Viseu. Foi com a professora ‘Dona Nelas’ que percebeu aos 8 anos a importância do voto, quando ela desafiou a sua turma da 3ª classe a escrever uma composição e a votar na melhor.

Nuno foi o segundo aluno mais votado da turma, mas acabou por ser o escolhido da professora para representar a nível nacional a sua escola e ganhou.

E logo aí deu-se conta do que era racismo, porque o seu colega mais votado pelos colegas, o ‘Rogério’, não fora o escolhido pela professora, visto que era o escurinho da turma.

Como disse Nuno no monólogo do espetáculo biográfico “Achadiço” (termo regional das beiras para quem não encaixa), o seu colega Rogério, um menino moçambicano, ‘acantonado’ numa pensão com mais 150 pessoas, nunca teve hipótese, “porque as folhas em branco não têm possibilidades infinitas.”

E Nuno conta que também ele, apesar de branco, também sentiu na pele por várias circunstâncias que era um “achadiço”, alguém que não cabia nos lugares onde foi crescendo.

Já que começou por tirar Direito, em Coimbra, enquanto sonhava secretamente ser bailarino. Mas como ele diz, se assumisse tal vontade no final dos anos 80 à família ou o levavam a falar com um padre, a um bruxo ou a uma reunião sobre os valores da família. Neste episódio, o ator volta a esse lugar.

Nuno começou a fazer teatro em 1994 na universidade, no CITAC, e decidiu mandar o curso de direito às urtigas, na mesma altura em que soube que Ayrton Senna morreu.

No mesmo ano, começa a trabalhar no Porto e ajuda a fundar o “Visões Úteis”, um dos grupos independentes mais marcantes das últimas décadas.

Em 2001, aparece como um dos fundadores do “Ao Cabo Teatro”, onde assume o cargo de diretor artístico. Ali leva ao palco alguns grandes clássicos, como Sófocles, Ésquilo, Racine, Molière, Tchékhov, mas também Ibsen, O’Neill, Tennessee Williams, Dürrenmatt, Sarah Kane, Lars Nóren e Marius von Mayenburg. Nesse caminho, foi também diretor artístico do TECA, Teatro Carlos Alberto – a menina dos seus olhos.

Qual é a importância do teatro, do ator e da representação nos tempos que vivemos em que os palcos com mais público andam nos aparelhos que levamos no bolso e no plasma que ligamos em casa?

A aposta na Cultura em Portugal continua sob um grande apagão?

E neste ano cheio de eleições, corremos o risco de eleger ou fazer aumentar no país certos homens hediondos? O que espera Nuno Cardoso destas próximas eleições? O teatro é para si uma arma política e social? O ator e encenador responde a tudo isto.

E, no final da primeira parte, Nuno Cardoso é surpreendido com um áudio surpresa da encenadora, escritora e dramaturga Patrícia Portela.

Matilde Fieschi

Como sabem, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de Tomara. Os retratos são da autoria de Matilde Fieschi. E a sonoplastia deste podcast é de João Ribeiro.

A segunda parte desta conversa fica disponível na manhã deste sábado.

Realizadora da RTP Paula Macedo morre em incêndio em garagem na Ericeira

A realizadora da RTP Paula Macedo morreu aos 61 anos num incêndio na garagem de uma casa na Ericeira, na quarta-feira à tarde. De acordo com o Correio da Manhã, as causas do incêndio, que deixou outras quatro pessoas com ferimentos ligeiros, estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária.

O mesmo jornal escreve que Paula Macedo foi encontrada já sem vida pelos bombeiros, que tiveram de partir janelas para conseguirem aceder à garagem. O óbito foi declarado no local. A realizadora começou a trabalhar na RTP em 1989, tendo integrado ao longo da carreira projetos como Casino Royal, de Herman José, ou o Festival da Canção.

De acordo com a estação pública, foi “a primeira realizadora da Europa a realizar um festival da Eurovisão, tendo assumido a direção da primeira semi-final e da final em 2018, em Lisboa”. No ano anterior, tinha estado na realização do Festival da Canção que levou Salvador Sobral à Eurovisão, evento que viria a vencer com a canção Amar pelos Dois e com um recorde de pontos que ainda hoje detém.

Paula Macedo integrou também a equipa que iniciou as emissões da SportTV e atualmente, segundo a revista Flash, era realizadora do programa A Nossa Tarde da RTP, apresentado por Tânia Ribas de Oliveira. A apresentadora é uma das várias caras da estação pública que recorreram às redes sociais para prestar homenagem à colega.

No Instagram, Tânia Ribas de Oliveira lembrou “uma amiga” que vai fazer “falta”: “O meu coração chora mas só me ecoa a tua gargalhada, só vejo a tua luz, só ouço a tua voz. Guardarei para sempre as nossas conversas, os nossos abraços, a tua energia boa e feliz. O teu sorriso. O teu abraço. A nossa amizade”, escreveu, terminando a mensagem com um “adoro-te e estou aqui, sempre a rir contigo e a ouvir em loop a tua gargalhada”.

Também no Instagram, mas nas stories, a apresentadora Vanessa Oliveira mostrou-se “muito, muito chocada e chateada pela maneira estúpida” como a amiga Paula Macedo partiu. “A Paula era luz e sorriso a toda a hora”, lembrou, enviando as condolências aos familiares da realizadora.

Já Sílvia Alberto recordou uma “grande realizadora da RTP” e “uma mulher com uma energia e força incríveis”. “Os meus sentimentos à família da Paulinha. A família RTP está destroçada”, declarou.

2 fotos

Nainggolan volta a explicar detenção: «Pedi dinheiro para pagar dívidas de jogo»

Médio de 36 anos diz que ficou com as contas bloqueadas depois do divórcio

Detido a 27 de janeiro na Bélgica, por suspeita de tráfico de cocaína, Radja Nainggolan voltou a falar do assunto, agora num programa de televisão. O médio de 36 anos, que passou por clubes como Roma, Inter e Cagliari, admitiu que pediu 100 mil euros a um conhecido narcotraficante, o que terá levado as autoridades a acreditarem que teria entrado no mundo do crime organizado.

“Não eram eles [os traficantes] que precisavam do dinheiro, era eu. As pessoas acreditam no que leem no jornal, que sou o elemento-chave num caso de drogas. Mas não há nenhuma ligação com drogas. Pedi o dinheiro para pagar dívidas de jogo e porque minhas contas foram bloqueadas devido ao divórcio”, explicou o futebolista.

Nainggolan terá recebido os 100 mil euros de Nasr-Eddine Sekkaki em espécie de devolvia-o através de transferências bancárias que variavam entre 5 mil e 30 mil euros.

O antigo internacional belga foi detido no âmbito de uma investigação sobre tráfico internacional de cocaína proveniente da América do Sul, que entraria na Europa através do porto de Antuérpia. Nainggolan – que jogava no Lokeren, da segunda divisão do país à data da detenção – foi interrogado durante três horas e depois liberado, mas continua sob investigação.

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Hugo Oliveira: «A vitória está sempre no nosso horizonte»

O
Famalicão defronta este sábado (15h30) o Farense, num jogo de pressão alta para
o adversário, uma vez que necessita de pontos para evitar a descida. Por isso, Hugo
Oliveira antevê dificuldades, mas acredita que a sua equipa vai apresentar-se
determinada em conquistar os 3 pontos.

“Vamos
lutar pelos 3 pontos com a nossa forma de estar habitual e muito fiéis ao que
acreditamos. Mas sabemos que vai ser um jogo extremamente complicado, cada vez
mais decisivo para o nosso adversário, porque caminhamos para o final do
campeonato e as decisões estão aí à porta. Cada dia que passa, fica mais curto
o espaço para essas decisões e todas as equipas lutam pelos pontos. Certamente
vai ser um jogo extremamente competitivo, um estádio que, por tradição, é
sempre muito difícil.”

Sobre
a ambição de vencer:
“A vitória está sempre no nosso horizonte, mas nós vivemos
muito além daquilo que é o resultado quantitativo. Vivemos também muito
agregados àquilo que é a consciência do trabalho bem feito ou mal feito perante
as nossas ideias. E apesar dos dois últimos resultados não terem sido a
vitória, a verdade é que tiramos ilações muito positivas dos jogos, nomeadamente
deste último jogo [Sp. Braga]. Para mim, o mais importante é perceber que já é
algo emocionalmente muito estável dentro de nós e também dentro dos nossos adeptos
e dentro de toda a estrutura. O sentimento do que é ou não um bom momento,
mesmo quando não, quantitativamente, conseguimos um bom resultado.”

Sistema
cimentado:
“Como treinador deixa-me satisfeito, mas não me surpreende. É demonstrativo
do que é uma ideia de jogo bem vincada e trabalhada diariamente. Isso faz com
que, trocando peças, as respostas sejam semelhantes e os caminhos sejam os
mesmos. Eu acredito que para os adversários já seja fácil identificar a forma
de jogar do Famalicão. Temos ainda muito para fazer, não só enquanto equipa,
mas também enquanto clube, mas sabemos para onde queremos ir.”

A
possibilidade de terminar em 6.º lugar:
“Na cabeça só temos o Farense, é assim
que tem sido desde que eu cá cheguei, e é assim que tem que ser. Não adianta
nada estarmos a pensar à frente se não conseguirmos vencer o caminho que está
aqui à porta. E agora o nosso foco é o Farense no jogo que, repito, vai ser
extremamente difícil, num momento decisivo para o adversário, que sabe que os
créditos estão a acabar na sua casa, e que por tradição é um estádio muito
complicado para o Famalicão.”

Pedro Nuno Santos: Montenegro já não deveria ser candidato a primeiro-ministro

Empresas reveladas como clientes da Spinumviva aumentaram faturação em contratos públicos no último ano

O líder do Partido Socialista acusou esta sexta-feira o PSD de desrespeitar a liberdade de imprensa, defendendo que Luís Montenegro já não deveria ser candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 18 de maio.

“Essa é mais uma razão para que nós não corramos o risco de ter à frente dos destinos do país um partido e pessoas que não têm o respeito pela liberdade de imprensa. É mesmo preocupante, é grave que dirigentes do PSD estejam neste momento a tentar atacar aquilo que é o trabalho da comunicação social e dos jornalistas”, afirmou Pedro Nuno Santos.

O candidato do PS às eleições legislativas falava durante uma ação de pré-campanha no Mercado Municipal de Torres Vedras sobre a divulgação da declaração de interesses do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

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“A questão não é como é que Luís Montenegro é primeiro-ministro, é como é que Luís Montenegro ainda é candidato a primeiro-ministro do nosso país”, salientou o líder do PS.

Deputado do PS acedeu a registo de Montenegro, mas diz que não divulgou à imprensa

Além de “não ser a primeira vez” que dirigentes do PSD fazem declarações “que não são abonatórias para a liberdade de imprensa”, Luís Montenegro “faz tudo o que está ao seu alcance, inclusivamente intimidar jornalistas, para que não revelem aquilo que é obrigatório ser revelado por lei, aquilo que por lei já havia ter sido declarado há um ano”, defendeu o secretário-geral socialista.

Para Pedro Nuno Santos, não só “Luís Montenegro não queria mesmo revelar todos os nomes dos seus clientes e atrasou ao máximo aquilo que era uma obrigação declarativa para tentar assegurar que os nomes dos seus clientes não eram conhecidos até a data das eleições”, como “quis dificultar ao máximo a apresentação do nome dos seus clientes”.

O Expresso noticiou na quarta-feira que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do debate televisivo com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

Líder parlamentar do BE recusa ter divulgado informação sobre Montenegro

A Renascença, bem como o Correio da Manhã e a CNN Portugal, referiram que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.

Na sequência, o Observador avançou que o deputado do PS Pedro Delgado Alves assumiu numa reunião no parlamento ter acedido a informação que o primeiro-ministro e líder do PSD enviou à Entidade para a Transparência, e que partilhou com Fabian Figueiredo.

Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro.

O PS, através do seu porta-voz, Marcos Perestrello, rejeitou responsabilidades na divulgação da nova lista de clientes da Spinumviva, empresa fundada e para a qual trabalhou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, depois de o deputado Pedro Delgado Alves ter admitido que consultou o processo.

Já o primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, assumiu que há indícios de que o PS “tem muito mais a ver” com a divulgação dos clientes da empresa Spinumviva e reiterou que não difundiu nem promoveu a difusão do documento.

Investimento árabe com criptomoeda de Trump “cheira a corrupção”

Um investimento de 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,77 mil milhões de euros) de um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos está a lançar suspeitas de corrupção que envolvem Donald Trump. O MGX, um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos (EAU), vai investir cerca de 1,77 mil milhões de euros na bolsa de criptomoedas Binance, usando a criptomoeda USD1, que é gerida pela World Liberty Financial (WLF) da família de Donald Trump. Esta criptomoeda é o que se chama uma stablecoin, um tipo de criptomoeda projectada para ter um valor estável, e que está, geralmente, atrelada a um

Inflação volta a subir e ultrapassa 2% em Abril

A taxa de inflação deverá ter voltado a ultrapassar os 2% em Abril, de acordo com a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) à evolução do indicador oficial de preços, divulgada nesta sexta-feira.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 2,1% em Abril de 2025, taxa superior em 0,2 pontos percentuais à observada no mês anterior”.

O gabinete estatístico confirma assim que, em Março, a variação homóloga dos preços anual foi de 1,9% – tendo descido nesse mês abaixo dos 2% pela primeira vez desde Agosto passado.

Voltando a Abril, o aumento homólogo da inflação de 1,9% para 2,1% terá ficado a dever-se à aceleração dos preços dos alimentos frescos. De acordo com o INE, os preços dos bens alimentares não transformados tiveram um incremento de 3,3% face aos 2,8% registados no mês anterior.

Já a variação do índice relativo aos produtos alimentares transformados foi de -0,2%, valor que compara com o aumento de 0,9% registado em Março. Os preços da energia também recuaram 0,1%, depois de terem tido uma variação positiva de cerca de 0,1% no mês precedente.

O indicador de inflação subjacente que exclui os produtos mais susceptíveis a grandes variações de preços (produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado também uma variação de 2,1% (1,9% no mês anterior).

Na comparação com o mês anterior, a variação do IPC terá sido de 0,7% (foi de 1,4% em Março e de 0,5% em Abril de 2024). Já a variação média nos últimos doze meses foi estimada em 2,4%, um valor semelhante ao do mês anterior.

Os dados definitivos de Abril serão publicados a 13 de Maio. ​

Homem deixado à porta do hospital de Ponte de Lima morre com queimaduras graves

Um homem morreu na madrugada desta sexta-feira com queimaduras graves depois de ter sido deixado à porta do serviço de urgência do hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima, revelou a PSP de Viana do Castelo.

Segundo fonte do Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo o homem, com queimaduras graves em várias partes do corpo, foi deixado cerca das 00h10 à porta do serviço de urgência do hospital Conde de Bertiandos, onde acabou por morrer.

As autoridades desconhecem a identificação da vítima.

Fonte policial contactada pela agência Lusa referiu que a Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a eventual ligação entre este caso e um incêndio, também esta sexta-feira de madrugada, numa fábrica de lanchas rápidas no polo 2 da zona industrial de Campos, em Vila Nova de Cerveira.

Segundo a GNR de Viana do Castelo, a PJ foi chamada a investigar a origem das chamas que destruíram parte de uma fábrica de barcos onde foram detetados indícios de fogo posto.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo adiantou que o alerta foi dado às 01h15 e que, à chegada ao local, os militares daquela força policial “detetaram indícios de fogo posto, tendo acionado a PJ”, que se deslocou ao local.

Fonte do Comando Sub-regional do Alto Minho adiantou à Lusa que “parte da fábrica ficou destruída”, sendo que o fogo afetou “o telhado e consumiu algum material náutico”.

O incêndio foi dado como extinto às 03h33.

À Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, referiu que a fábrica de produção de lanchas rápidas é espanhola.

Ao local compareceram 38 operacionais dos bombeiros voluntários de Vila Nova de Cerveira, Valença, Paredes de Coura, bem como elementos da GNR, PJ e do serviço municipal de proteção civil.

Burlas com falsos acidentes de viação: PSP recebeu este ano mais de 100 denúncias

A PSP alertou esta sexta-feira para o aumento das burlas envolvendo falsos acidentes, em que é pedido às vítimas para pagarem por danos pelos quais não são responsáveis, tendo as autoridades recebido desde o início do ano mais de 100 denúncias.

Em comunicado, a PSP explica que nestes casos os burlões abordam a vítima quando está a efectuar alguma manobra – na maior parte das vezes marcha-atrás -, sobretudo em estacionamentos de grandes superfícies comerciais, afirmam que embateu na sua viatura e pedem compensação imediata em dinheiro pelos danos, usando manipulação e intimidando.

As denúncias deste tipo de casos têm aumentado e, no primeiro trimestre deste ano, já foram recebidas 111, “o que corresponde a cerca de 58% do total das ocorrências registadas em todo o ano de 2024” (190).

A PSP explica que as vítimas, normalmente pessoas idosas, vulneráveis quer pela idade, doença ou fragilidade económica, acabam por ser coagidas a entregar quantias monetárias com o recurso à intimidação e/ou ameaça física.

A abordagem às vítimas pode ocorrer de imediato, quando a vítima está parada dentro da viatura, ou quando já iniciou a marcha, sendo nestes casos seguida pelo suspeito numa outra viatura e levando a vítima, através de sinais de luminosos, sonoros ou apenas por gestos, a parar para perceber o que se passa.

Fenómeno está a aumentar

O número de denúncias em 2024 superou em mais do dobro as registadas em 2021 e a PSP diz que 2025 deverá ser um ano de ascensão neste fenómeno criminal de burla.

Por vezes, segundo a força de segurança, há “situações em que não há qualquer envolvimento directo de viaturas”, mas “o suspeito alega um atropelamento, no qual os danos alegadamente provocados foram físicos ou materiais”, por exemplo, com telemóveis ou óculos.

Depois da primeira abordagem, o burlão solicita o pagamento pelos danos causados (físicos ou materiais), pressionando a vítima à entrega de dinheiro no momento, sem necessidade de participação do acidente e sem a presença da autoridade policial, e alegando que desta forma evitam accionar o seguro e tratam o assunto com maior celeridade.

As autoridades detectaram recentemente a existência de algumas situações em que o autor apresenta à vítima um terminal de pagamento automático (TPS), insistindo no pagamento imediato.

Em qualquer dos casos, “para credibilizar todo o enredo, o burlão apresenta à vítima dor física, no caso da simulação de atropelamento, ou o dano no objecto em questão (quebra ou risco, seja na viatura ou no telemóvel), que normalmente já existia antes do alegado embate”.

Quando se trata de danos em viatura, ainda junto da vítima – explica a PSP -, o suspeito simula um contacto telefónico de voz com uma oficina de reparação automóvel ou com uma operadora de comunicações, transmitindo o dano e fingindo receber um valor de orçamento, que transmite à vítima.

Nos últimos quatro anos, a PSP registou um total de 625 denúncias deste crime, que no ano passado aumentou 47% face a 2023 (129).

A nota da PSP refere ainda que o período preferencial para este tipo de crimes é entre as 10h00 e as 16h00 e os locais privilegiados os parques de estacionamento de superfícies comerciais e vias com pouco fluxo de trânsito, normalmente não abrangendo sistemas de videovigilância.

A PSP diz estar atenta a este fenómeno e, além da aposta na repressão através dos mecanismos de investigação criminal, aumentou os esforços de prevenção, sensibilizando os cidadãos para que adoptem comportamentos de segurança.

Assim, aconselha a que nunca se pague qualquer valor por situações em que não se tem a certeza de ter responsabilidade e a desconfiar de abordagens deste tipo.

Pede ainda aos cidadãos que desconfiem de abordagens em que o autor não quer accionar o seguro, nem contactar a polícia, apenas pretendendo o pagamento em dinheiro e oferecendo-se para o acompanhar à caixa multibanco.

Segundo a polícia, nunca se deve pagar em terminais de pagamento automático apresentados por desconhecidos e, na incerteza das situações, deve-se sempre contactar as autoridades e solicitar a participação do acidente.

Quando se verificar que se está a ser seguido por outra viatura, que efectua sinais para encostar o carro, não se deve parar. Contudo, se o condutor optar por parar, deve fazê-lo em locais com movimento de pessoas.

Caso se viva situações destas, a PSP aconselha ainda a reter o máximo de informação sobre os alegados burlões, como características físicas (idade, altura, forma de vestir e falar), assim como informação dos veículos em que estes se fazem transportar e as características dos seus acompanhantes, se for o caso.

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