Autarca de Vila Real: “Está na altura de ouvir o seu primeiro-ministro dizer alguma coisa”

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O presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, afirmou esta segunda-feira que “está na hora” de ouvir a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e o Governo sobre o incêndio que há 10 dias consome o concelho em “lume brando”.

Relembro que hoje é o décimo dia deste incêndio, o décimo dia. Como é que um país tão pequeno (…) se permite que durante 10 dias nós estejamos a ser consumidos em lume brando”, afirmou Alexandre Favaios.

O autarca falava aos jornalistas a propósito de uma forte reativação verificada esta tarde no incêndio que deflagrou a 2 de agosto em Sirarelhos e já entrou em resolução por duas vezes. Já no domingo à noite o autarca apelou a um forte reforço de meios para o combate ao fogo que, em 10 dias, passou por 17 aldeias deste concelho, incluindo área do Parque Natural do Alvão (PNA) e apelou também a que os meios se mantivessem no terreno.

“Bem, o dia de hoje mostra que nós tínhamos razão. De facto, nós temos ouvido durante muito tempo que esta situação estava controlada”, referiu.

Acrescentou: “Está na altura da ANEPC, a Coordenação Nacional, dizer alguma coisa, está na altura de a senhora ministra, que disse ao país que estávamos todos preparados, que os meios eram suficientes, percebemos hoje que, afinal de contas, assim não era, está na altura de ouvir o seu primeiro-ministro dizer alguma coisa a esta população que ainda hoje está no sobressalto que se verifica”.

No terreno, segundo Alexandre Favaios, os operacionais estão a fazer um “excelente trabalho”, mas lembrou que durante a última madrugada o fogo entrou em fase de resolução e, no entanto, “a resolução que se verifica é esta”.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

O autarca falava em Outeiro, aldeia onde a frente que reativou foi bater. “O que é que correu mal? Alguém tem que dizer à nossa população, não somos nós que temos a competência daquilo que é o combate a este incêndio, tudo aquilo que foi pedido ao município está disponível, temos empenhado tudo aquilo que nos é possível, claramente, para a resolução desta situação. Infelizmente o que verificamos, e reafirmo, estamos a ser consumidos em lume brando”, afirmou.

Questionado sobre se há falta de meios no terreno respondeu: “Não é preciso sermos entendidos no combate a incêndios para perceber que os meios no terreno são manifestamente insuficientes.

E à pergunta sobre se há um problema com a coordenação dos meios, disse que esse é um assunto sobre o qual, neste momento, não fará qualquer comentário.

“O que nós vamos percebendo é que os homens estão no terreno, os operacionais têm feito o melhor, alguém tem que dizer efetivamente o que é que correu mal”, disse.

A próxima noite vai ser também de “muito trabalho”, realçando que a prioridade “são as casas e a vida das pessoas”.

No domingo, o fogo atingiu três casas de segunda habitação e algumas casas devolutas e ainda armazéns e anexos, mas, segundo Alexandre Favaios, “o pulmão do concelho está a morrer”.

“O impacto que vai ser deixado no nosso território vai certamente perpetuar-se durante muitas, muitas, muitas décadas”, sublinhou.

O levantamento dos estragos e da área ardida será um trabalho para se fazer depois da resolução do incêndio. Até quarta-feira tinham ardido cerca de 3.000 hectares em Vila Real e Mondim de Basto.

“Neste momento a prioridade é continuarmos a fazer isto, é ajudarmos, apelarmos, insistirmos, reclamar, porque essa é a nossa obrigação neste momento também, e dizer que aqueles que têm poder, efetivamente, para por cobro esta situação, o façam. Que assumam também a sua responsabilidade, que estejam no terreno e que percebam aquilo que estas populações estão a passar”, sublinhou.

E esta está a ser, frisou, “uma das provas realmente do interior esquecido”.

De acordo com a página da Internet da ANEPC, pelas 20h00 estavam ainda mobilizados para esta ocorrência 327 operacionais, apoiados por 106 viaturas e quatro meios aéreos, que estão perto da hora de pararem de atuar.

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Vila do Bispo critica “falta de resposta” do Governo após desembarque de migrantes

A presidente da Câmara de Vila do Bispo, Rute Silva, critica a falta de resposta das autoridades e do Governo após o desembarque de 38 migrantes numa praia do concelho.

O grupo, que chegou a Portugal na sexta-feira numa embarcação de madeira, está alojado provisoriamente num pavilhão desportivo em Sagres e tem ordem para deixar o país.

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Em declarações à Renascença, a autarca afirmou esta segunda-feira à noite que seis pessoas, incluindo uma criança de um ano, vão ser transferidas para um centro de instalação temporária (CIT), eventualmente no Porto.

Por agora, os outros 32 migrantes vão continuar confinados no pavilhão desportivo, mas Rute Silva diz que precisam de condições mais dignas.

“Eu continuo a aguardar que eles vão para um local mais condigno. Foi uma situação de emergência, tentámos dar todo o apoio, mas neste momento eles precisam de um espaço maior, sem estarem confinados a quatro paredes. Acho que estas pessoas precisam e merecem estar num espaço mais condigno”, afirma a autarca.

A presidente da Câmara de Vila do Bispo lamenta que, desde que os migrantes desembarcaram na sexta-feira, ainda não tenha sido contactada pelo Governo.

“Aquilo que nos está neste momento a preocupar é a falta de resposta das autoridades competentes e do próprio Governo que, até à data, ainda não entraram em contacto com a Câmara de Vila do Bispo”, afirma a autarca.

“Eu espero uma resposta [do Governo] e uma palavra, porque todas as despesas – e não é essa a questão – estão a ser suportadas pelo município de Vila do Bispo e, até à data, não tivemos uma palavra sequer para tentar perceber como vai ser resolvida esta situação e como é que estas pessoas vão ficar”, remata Rute Silva.

“Estamos orgulhosos”. Harry e Meghan renovam contrato milionário com a Netflix

O Príncipe Harry e Meghan Markle anunciaram, esta segunda-feira, que vão renovar o contrato com a Netflix, através da Archewell Productions, contrariando os rumores dos jornais norte-americanos de que a parceria milionária tinha chegado ao fim.

“Estamos orgulhosos de prolongar a nossa parceria com a Netflix e expandir o nosso trabalho conjunto para incluir a marca As ever [a marca de lifestyle da duquesa]”, afirmou Meghan num comunicado citado pela revista People, acrescentando: “Eu e o meu marido sentimo-nos inspirados pelos nossos parceiros, que trabalham em estreita colaboração connosco e com a nossa equipa da Archewell Productions para criar conteúdos bem pensados, em vários géneros, que ecoam globalmente e celebram a nossa visão”.

De acordo com o The Guardian, o novo contrato — descrito como um “acordo plurianual de prioridade” — concede à plataforma de streaming o direito de preferência sobre as propostas apresentadas pela produtora dos duques de Sussex. Embora não se saibam os valores deste novo acordo, o jornal britânico avança que este entendimento é mais flexível do que o anterior (que era um contrato de 100 milhões de dólares, cerca de 93,7 milhões de euros).

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

A renovação do contrato surge na véspera da estreia da segunda temporada de With Love, Meghan, o programa de estilo de vida em que a duquesa de Sussex cozinha com amigos famosos. A primeira temporada, lançada no início de 2025, registou 5,3 milhões de visualizações. Além da nova temporada, será lançada em dezembro uma edição especial de Natal, filmada na residência do casal em Montecito, na Califórnia.

Entre os projetos futuros está Masaka Kids, A Rhythm Within, documentário produzido por Harry e Meghan sobre um orfanato no Uganda que se tornou um símbolo de esperança num cenário ainda marcado pela crise do VIH. A Archewell tem também outros conteúdos em desenvolvimento, incluindo a adaptação cinematográfica do romance Meet Me At The Lake, da autora canadiana Carley Fortune.

Apesar de alguns sucessos de audiência, como o documentário Harry & Meghan (que somou 23,4 milhões de visualizações após a estreia em 2022), nem todas as produções do casal obtiveram resultados expressivos. No entanto, a diretora de conteúdos da Netflix, Bela Bajaria, afirmou à BBC que Harry e Meghan “são vozes influentes cujas histórias ecoam com audiências em todo o mundo“, destacando que o trabalho do casal continua a gerar interesse e a consolidar a parceria com a plataforma de streaming.

Em 2020, ano em que deixaram a família real e o Reino Unido, os duques de Sussex assinaram o primeiro contrato milionário com a Netflix. Desde então, lançaram, entre outros, a série documental Harry & Meghan, a série O coração dos Invictus e receberam mais 3 milhões de dólares para transformarem o romance de Carley Fortune Meet Me At The Lake num filme.

Exportações do setor metalúrgico e metalomecânico crescem 2,3% no 1º semestre

As exportações da indústria metalúrgica e metalomecânica cresceram 2,3% até junho, face ao mesmo período de 2024, segundo dados divulgados pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), que mostram novamente uma queda para os Estados Unidos da América (EUA).

Tendo em conta apenas os números relativos a junho, as vendas ao exterior atingiram 2.122 milhões de euros, o que corresponde ao 10.º melhor mês de sempre e a um crescimento homólogo de 12,9%, destaca a associação em comunicado. Em maio, o setor tinha já alcançado a quinta melhor marca mensal de sempre.

No mesmo comunicado, o vice-presidente executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, destaca que “este é mais um desempenho notável de um setor que, ao longo dos anos, se habituou a enfrentar e superar adversidades”.

“Os resultados agora alcançados são prova da resiliência, da capacidade de inovação e do compromisso das nossas empresas em conquistar novos clientes e mercados, reforçando de forma consistente a posição de Portugal no comércio internacional”, acrescenta.

Entre os mercados com maior crescimento absoluto no primeiro semestre destacam-se Espanha, Canadá, Turquia, Dinamarca e Irlanda.

Pelo contrário, as maiores quebras ocorreram no Reino Unido, França, Itália e Estados Unidos, mercado onde as exportações recuaram 15,3% no período.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

A culpa é do árbitro

A forma como muita gente à direita reagiu à decisão do Tribunal Constitucional sobre a Lei de Estrangeiros é bem reveladora de uma certa dificuldade em lidar com contrariedades próprias de uma democracia madura, necessariamente imperfeita, mas onde os pesos e contrapesos desempenham um papel fundamental. Os mesmos heroicos juízes que há um par de meses chumbaram pela terceira vez a despenalização da morte assistida são agora uns pérfidos vilões que, nas palavras imortais de João Almeida (CDS), querem “dar à esquerda a maioria que o povo lhe tirou”.

Ninguém está acima da crítica e do escrutínio. Ninguém mesmo: jornalistas, corporações e órgãos de soberania. Nem sequer o sacrossanto Ministério Público. Por isso mesmo, a decisão da maioria dos juízes do Palácio Ratton e os argumentos utilizados para a sustentar podem, devem e merecem ser discutidos. O que não deve acontecer, como o apocalíptico João Almeida tentou sugerir, é que sempre que as decisões não são do nosso agrado lá venha a conversa sobre o enquistamento ideológico do Tribunal Constitucional. Fazê-lo é dar mostras de imaturidade política.

Ainda em abril, quando o diploma da eutanásia (cinco vezes aprovado no Parlamento) foi chumbado pelo Tribunal Constitucional, o CDS, num comunicado assinado por Nuno Melo, decidiu saudar a decisão, reclamando para si e para o Governo da AD uma vitória política. “O CDS saúda a decisão do Tribunal Constitucional que declarou inconstitucionais várias normas da lei do suicídio assistido e da eutanásia. Avisámos sobre a inconstitucionalidade da lei e tínhamos razão”, podia ler-se. Agora, e porque o TC não deu “razão” ao CDS e à AD, os juízes já são perigosos radicais ao serviço da resistência de esquerda.

O CDS, pelo menos o que sobra dele, enquanto partido fundador da democracia, está obrigado a fazer mais e melhor. Aliás, a reação do parceiro (?) júnior da coligação não foi muito diferente da reação do parceiro oficioso — o que prova bem a descaracterização do Largo do Caldas. Também André Ventura, que elogiou o TC em abril, veio agora dizer que o mesmo TC está tomado por um “espírito de esquerda” que “contraria aquilo em que os portugueses votaram no dia 18 de maio”. Até prometeu uma concentração à porta do Palácio de Belém, alegando que o país estava a “ser roubado” dos portugueses — disparate que o CDS não se atreveu (e bem) a fazer.

Melhor esteve o PSD que, mesmo reconhecendo discordar da decisão do Tribunal Constitucional, teve a experiência e a sensatez de não declarar (publicamente, pelo menos) uma cruzada contra o Palácio Ratton. Terá agora de encontrar alternativas para contornar o chumbo e fazer a aprovar um novo diploma que não violente o espírito da proposta original e a interpretação — porque é sempre uma interpretação, neste e noutros casos — que os juízes fazem da Constituição da República. Goste-se ou não, são assim as regras do jogo. Porque culpar o árbitro é coisa de quem não sabe perder.

P.S.: Muito se disse e se escreveu sobre a ideia de revisitar o regime de amamentação. Tem razão o Governo quando se queixa de uma reação desproporcional, muitas vezes assente em falsos pressupostos, por parte da oposição. Mas exigia-se muito mais ao Executivo. Quando se é incapaz de oferecer dados concretos que sustentem uma determinada política pública, colocam-se duas hipóteses: ou não se fez o trabalho de casa ou determinada alteração não é suficientemente relevante — ou é mesmo contraproducente.

De acordo com o COSI Portugal 2022, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, só cerca de 6% das crianças com 2 anos ou mais são amamentadas. Portanto, o Governo achou por bem empenhar parte do seu esforço comunicacional e político no combate a casos de fraude que envolverão uma pequeníssima parte de um já minúsculo universo, contaminando pelo caminho toda a discussão sobre a nova reforma laboral. Não é uma ideia particularmente brilhante.

Sobram, portanto, duas teses: ou ninguém no Governo percebeu que isto ia dar asneira, o que é grave; ou tudo não passou de uma bomba de fumo para distrair o país de questões verdadeiramente prementes, o que é fraquinho enquanto estratégia. Mas, às vezes, a explicação mais simples é a verdadeira. Pode ter sido só incompetência. Quando assim é, de pouco vale fazer queixas do ambiente mediático ou da oposição política. Também neste caso, quando a equipa joga mal, culpar o árbitro ou dizer que o campo está inclinado serve de pouco.

Porto de Aveiro com concurso de 1,4 milhões de euros nas energias renováveis

O concurso público para a instalação de estruturas fotovoltaicas no Porto de Aveiro foi publicado esta segunda-feira em Diário da República, pelo preço base de 1,4 milhões de euros e um prazo de 180 dias.

De acordo com uma nota de imprensa da Administração do Porto de Aveiro (APA), “as propostas devem ser apresentadas até às 19h00 do dia 15 de setembro de 2025, exclusivamente através da plataforma eletrónica ANOGOV, sendo o critério de adjudicação o preço mais baixo”.

“O valor base global de 1,44 milhões de euros do procedimento concursal corresponde ao orçamento máximo para adjudicação das empreitadas, incluindo todas as despesas previstas no caderno de encargos”, refere a nota.

O concurso integra dois projetos distintos, um ao abrigo da “Aliança para a Transição Energética” e o outro de “Autoconsumo Coletivo”, sendo ambos cofinanciados pela União Europeia através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo a administração portuária, “no que diz respeito ao projeto de Autoconsumo Coletivo no Porto de Aveiro, a capacidade instalada será de 478,50 quilowatts (kW), enquanto o projeto Aliança para a Transição Energética prevê a instalação de 1 184,00 kW.

O anúncio do procedimento divide as obras em quatro lotes: o primeiro lote tem por preço base 436 mil euros, sem o imposto de valor acrescentado (IVA), o lote dois por 370 mil euros, o terceiro lote por 296 mil euros, e o quarto lote apresenta como preço base 342 mil euros, sem IVA.

“Com esta iniciativa, financiada pela União Europeia, o Porto de Aveiro reforça o seu compromisso com a modernização tecnológica e a transição energética, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as metas do Pacto Ecológico Europeu”, salienta a nota de imprensa da APA.

Estoril e Estrela da Amadora selam primeiro empate da edição 2025/26 da I Liga

O Estoril Praia e o Estrela da Amadora selaram esta segunda-feira a primeira igualdade na edição 2025/26 da I Liga portuguesa de futebol, ao empatarem 1-1 no Estádio António Coimbra da Mota, em encontro da primeira jornada.

A formação da casa adiantou-se no marcador, aos 36 minutos, por intermédio de Tiago Parente, mas, na segunda parte, aos 75, instantes depois de entrar em campo, o romeno Ianis Stoica restabeleceu o empate.

O Estoril Praia e o Estrela da Amadora ficam, assim, provisoriamente, no sétimo e oitavo lugares, com um ponto.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Com as calças da Sidney Sweeney também sou um grande homem

Eu sei o que é que Sidney Sweeney está a sentir. Consigo calçar os seus sapatos. (Infelizmente, de todas as peças de vestuário da actriz a que podia ter acesso, não é a que escolheria. Mas tudo bem, aceito o que me calhou em sorte). Já estive no seu lugar. Também eu  protagonizei em tempos uma campanha publicitária que utilizava a homofonia para passar uma mensagem ambígua, porém comercialmente válida. Como o reclame de Sidney Sweeney, que joga com a confusão que existe em inglês entre “jeans” e “genes”, os anúncios que eu e os meus companheiros do Gato Fedorento fizemos para a PT também contavam com a semelhança fonética entre “meu” e “MEO”. “Sidney Sweeney has great jeans” é a versão fisicamente não repugnante de “o comando é MEO”.

Habilitado com esta autoridade, tenho de criticar este anúncio. É, claramente, publicidade enganosa. Devia ser feita queixa. Mas não ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Bastava à DECO.

Trata-se de publicidade enganosa, porque o anúncio insinua que Sidney Sweeney fica bem naquelas calças porque tem genes que fazem o seu rabo ficar bem em calças daquelas. Sucede que as causas que subjazem a um bom rabo são multifactorais, não se limitam à composição genética. Como se comprova pela resposta do Chat GPT à pergunta: “Os genes são suficientes para explicar um bom pandeiro?”.

Eis a resposta: “Não, não chegam para uma boa tranca. A forma e o tamanho do befe dependem de uma interacção entre factores genéticos e factores ambientais.

A genética define a estrutura óssea da bacia e do fémur (largura, inclinação, proporções) condicionada por genes ligados ao desenvolvimento ósseo como RUNX2; Variantes no ACTN3 ( distribuição de fibras musculares rápidas) e ACE (resistência muscular) influenciam potencial muscular e polimorfismos no FTO, MC4R, IRS1, TBX15 e PPARG afetam distribuição de gordura e a tendência para a sua acumulação em certas zonas. Influencia a resposta muscular ao treino e a sensibilidade hormonal (estrogénios, testosterona, insulina). Os factores não genéticos incluem o treino (exercícios como agachamento búlgaro, peso morto romeno, elevação do quadril com carga, aumentam a massa, definição e tónus muscular), a nutrição (aporte calórico e proteico adequados, com 2g de proteína por kg de peso, hidratos complexos com baixo índice glicémico e gorduras insaturadas como o abacate, azeite e peixes gordos, favorecem hipertrofia muscular), percentagem de gordura corporal (níveis muito altos ou muito baixos alteram a forma visível do nalguedo) e postura e mobilidade (influenciam o ângulo da pélvis, combatem a retroversão da bacia – um desalinhamento pode enfraquecer o médio glúteo, alterando a firmeza e a simetria).

Se quiseres, posso refazer o texto e pô-lo verso, a rimar, numa “Ode à pandeireta da Sidney Sweeney”, para lhe poderes enviar. Se ela já te bloqueou o email, posso também tentar arranjar outra forma de a contactares”.

Ou seja, dizer “Sidney Sweeney has great jeans” faz tanto sentido como dizer “Sidney Sweeney has a great nutricionista” ou “has a great ginásio ao pé de casa”. A apresentar-se alguma queixa, não seria ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Seria à DECO.

Mais: quem decide o que é um bom rabo? É subjectivo. Para brasileiros, é arredondado e proeminente. Para japoneses, discreto e proporcional. Para ocidentais contemporâneos, pequeno e atlético. Para ocidentais do Paleolítico, rotundo e gigantesco. É comparar a Barbie e a Vénus de Willendorf. A Sidney Sweeney tem bons genes nos EUA de 2025, mas genes que mereceriam ostracização da tribo na Áustria de há 20 mil anos.

Apesar disso, percebo a indignação e os argumentos de quem considera que este anúncio toca em temas sensíveis. Embora haja algum exagero nas críticas:  não me parece, por exemplo, que seja uma referência velada à eugenia e à supremacia branca. Não considero que seja um anúncio Nazi, apesar de Sweeney ser loira de olhos azuis e as iniciais dela serem SS. E muito menos acho correcto que agora lhe chamem Sidney Suína.

Mas aceito que a mera sugestão de tratamento diferenciado com base no perfil genético é nociva. Uma estratificação feita a partir de características inatas é uma discriminação inaceitável. Qualquer tipo de engenharia genética destinada a apurar a raça, seleccionando os melhores para combinarem entre si só serve para aprofundar a desigualdade e o preconceito. Para nem sequer se cair na tentação de o fazer, devia haver um movimento concertado para tornar os bons genes em médios genes, misturando-os com maus genes. Com sacrifício pessoal, ofereço-me para participar num processo de piorar os genes da Sidney Sweeney. Seleccionar genes, mas não para o melhoramento; mesclá-los para a mediania e equidade. Nivelar por baixo, com o baixo. E estrábico.

Para finalizar, só uma nota:  este nem sequer é o meu anúncio da Sidney Sweeney predilecto. O anúncio da Sidney Sweeney de que gosto mais é o do sabonete da Dr. Squatch feito com água do banho da própria Sidney Sweeney, aproveitando a obsessão sexual dos homens, que consegue entusiasmar-se com aguadilha suja. É o proverbial “Ficar com a mulher a quem gostava de fazer um bebé e com a água do banho”. Um sabonete feito a partir de água do banho é como cerveja feita a partir de xixi. E é óbvio que que se a Sidney Sweeney produzisse essa bebida, também se vendia bem.

As novas damas de ferro

Parece-me um facto: as figuras mais eficazes, mais combativas e mais populares das direitas europeias são mulheres. Não são figurantes de cartazes eleitorais, muito menos quotas para limpar consciências: são líderes de facto e de pleno direito, ideologicamente definidas, com instinto político, carisma e, sim, resultados eleitorais.

Giorgia Meloni governa Itália e uma coligação teoricamente frágil com mão firme, disciplina partidária e como um farol ideológico agregador. Marion Maréchal e Macarena Olona agitam as águas no campo da direita identitária e soberanista com discursos que não pedem desculpa. E depois há Isabel Díaz Ayuso — a mais perigosa de todas, justamente porque é a mais difícil de desmontar.

Ayuso não é uma “política simpática” nem uma gestora morna. É uma combatente. Transformou Madrid num bastião liberal-conservador e derrotou, em simultâneo, o socialismo central, as esquerdas de todos os folclores, e os barões do seu próprio partido. Governa com uma receita simples: impostos baixos, economia aberta, hostilidade à burocracia estatal, defesa da família, autoridade na segurança, combate cultural sem complexos e um cosmopolitismo racional que deixa a esquerda bem pensante atónita.

Isabel Díaz Ayuso é mais do que uma presidente regional: é um fenómeno político. Conquistou Madrid não apenas pela máquina eleitoral do Partido Popular, mas pela sua capacidade de criar uma narrativa própria — clara, simples e irresistivelmente combativa. A sua política económica é liberal no sentido clássico: impostos baixos, incentivo ao investimento privado, e uma recusa aberta em transformar o Estado num guardião paternalista. Mantém um discurso conservador em valores e segurança, assumindo que a autoridade do Estado é um pilar civilizacional, não uma opressão.

Mas não trata o cidadão como um paciente crónico carecido de assistência permanente, responsabilizando-o individualmente sem abandonar a ideia de comunidade e coesão nacional. Ayuso não tem medo de ser impopular junto das elites mediáticas e de esquerda, recusa calibrar o discurso para caber na cartilha politicamente correta, mas acredita em sociedades plurais e livres. Rejeita o Estado-papá, preserva uma ideia clara de que o progresso não se mede apenas pela redistribuição, mas pela liberdade de criar, empreender e viver sem tutelas. Entendeu que, numa sociedade saturada de discursos politicamente corretos e de respostas diametralmente opostas, gregárias e apenas de sinal oposto, a clareza de defender comunidades de liberdade e ordem pode ser uma arma poderosa. Não foge ao combate cultural: denuncia o intervencionismo, critica a apropriação da linguagem pelas esquerdas e não abdica de conceitos como “família”, “mérito”, “liberdade” ou “cosmopolita”, sem medo de parecer antiquada, retrógrada ou, por outro lado, demasiado liberal ou “a direita de que a esquerda gosta”.

No contexto português, onde a direita tem tendência para se refugiar em generalidades anódinas ou, mais recentemente, numa verborreia quase crónica, esta frontalidade seria quase revolucionária — e é aqui que se percebe porque Portugal está tão distante de ter uma Ayuso própria.

Ayuso é a prova viva de que é possível fazer política de direita, ganhar eleições e liderar sem concessões identitárias à esquerda e sem entrar em identitarismos de sinal contrário. Não pede licença à esquerda para existir, mas também não vive apenas como um contraponto a todo o custo a essa mesma esquerda – existe para além dela.

O paralelo é óbvio: em Portugal, alguém com esta atitude seria neutralizado pelo próprio partido antes de chegar a meio do caminho ou tornar-se-ia uma mera ferramenta semi-burlesca a soldo do chefe. Porque, entre nós, a direita tem pavor de lideranças que fujam ao guião. Prefere dirigentes que não assustem a esquerda, por um lado; ou que se limitem a ser uma esquerda de sinal contrário, por outro. Em Espanha, Ayuso entende que a política não é só economia, é também combate cultural; mas também sabe que o combate cultural sem políticas públicas consequentes não serve nada nem ninguém.

Enquanto lá fora estas mulheres estão a redesenhar o mapa político, por cá continuamos a importar referências e a suspirar “quem nos dera”. É um deserto provinciano, onde as mulheres à direita que surgem são quase sempre perfis decorativos, domesticados, sem densidade política ou megafones do chefe. O futuro político europeu fala com voz feminina e gramática de direita. Quem não entender isto ficará a olhar pelo retrovisor para líderes que governam, enquanto nós discutimos quem fica com a quota na lista de candidatos. A “big new thing” já não está a caminho — já chegou. Mas Portugal continua sem estação para a receber.

“Foi um jogo que o Jorge, com certeza, gostaria de ter visto.” Farioli sublinha “dias muito emotivos”

Foi o dia ideal para uma vitória clara na primeira jornada do Campeonato. No Estádio do Dragão, com as bancadas repletas de adeptos e a emoção natural de um início de temporada com treinador novo, reforços entusiasmantes e a perspetiva de um futebol entretido, o FC Porto homenageou Jorge Costa e lembrou o eterno capitão que morreu de forma repentina na semana passada.

Um Samu ao quadrado no dia em que era preciso jogar por e pelo 2 (a crónica do FC Porto-V. Guimarães)

Ainda antes do apito inicial, uma tarja circular apareceu no centro do relvado com uma imagem de Jorge Costa e nas bancadas surgiu o nome do antigo central graças a coreografia com cartolinas. Os adeptos cantaram pelo capitão, aplaudindo em uníssono na entrada nas equipas e depois do minuto de silêncio, e repetiram o tributo ao minuto 2 da partida. Já os jogadores do FC Porto, para além das braçadeiras a preto e branco que todos usaram, levaram o mesmo 2 nas camisolas, como se os respetivos números estivessem ao quadrado.

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No jogo propriamente dito, o FC Porto repetiu o arranque do Campeonato da temporada passada — quando venceu o Gil Vicente também por 3-0 — e respondeu as vitórias de Sporting e Sp. Braga, com Pepê a abrir o marcador e Samu a bisar pela sexta vez pelos dragões. Luuk de Jong estreou-se já na ponta final, assim como Prpic, Rodrigo Mora não foi utilizado e Martim Fernandes saiu lesionado e de maca, adivinhando-se uma lesão grave do jovem lateral.

Já depois do jogo, Francesco Farioli mostrou-se naturalmente satisfeito com a exibição da equipa. “Queremos ter uma certa intensidade. Estivemos muito longe disso na segunda parte. O V. Guimarães jogou dez jogos, nós jogámos cinco. Ainda estamos a apanhar o ritmo. Queremos ver uma certa agressividade na maneira de recuperar a bola. Foi mais fácil com a energia do estádio, porque os adeptos foram espetaculares. Queremos ver o Dragão cheio e com este espírito”, disse o treinador italiano no dia de estreia na Primeira Liga.

Mais à frente, Farioli abordou a emoção inerente à partida. “É o que disse aos jogadores antes do jogo. Eles mostraram compromisso. A última semana foi muito difícil. Queríamos ter uma reação, por um lado, e por outro honrar a memória do Jorge Costa. Foram dias muito emotivos. Foi um jogo que o Jorge, com certeza, gostaria de ter visto”, atirou, confirmando que Samu “está muito motivado”, mas que isso não está relacionado com a chegada de Luuk de Jong.

Já Diogo Costa, na zona de entrevistas rápidas, também falou sobre a intenção de homenagear o diretor de futebol do FC Porto. “Queríamos muito honrar o Jorge. Quero mandar um forte abraço a toda a família do Jorge e amigos. Um abraço muito sentido de toda a equipa. O objetivo hoje era deixar o Jorge orgulhoso e espero que ele esteja orgulhoso”, disse o capitão dos dragões.

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