Marco Aurélio voltou à Turquia, ao fim uma complexa novela de contornos científicos, legais e políticos


“Foi uma longa batalha, mas estávamos certos, estávamos determinados, fomos pacientes — e ganhámos”, afirmou, exultante, o ministro da Cultura e Turismo da Turquia, Mehmet Ersoy, a 6 de agosto. Nesse dia foi inaugurada a exposição “A idade de ouro da arqueologia”, na biblioteca do vastíssimo complexo presidencial em Ancara. “A longa viagem do imperador-filósofo Marco Aurélio acabou, por fim, na terra a que pertence.”
A estátua de bronze, com mais de 2000 anos (terá sido esculpida entre180 e 200 a.C.), tinha sido desenterrada nos anos 60 através de uma escavação ilegal das ruínas de Boubon, perto da localidade de Gölhisar, na província de Burdur, no sul da Turquia. Os arqueólogos clandestinos só lá deixaram o pedestal, e conseguiram levar a gigantesca estátua (1,90 m), sem cabeça, para o estrangeiro. É um artefacto considerado de grande valor histórico, porque mostra a faceta menos conhecida — de filósofo — do imperador Marco Aurélio. A sua obra “Meditações” é um dos textos fundamentais da filosofia estoica.