Férias meditativas

Começo a apreciar este Governo, embora não esteja a apreciar este Governo. Esta declaração esquizofrénica requer explicação, mas primeiro vou dar uma volta. Com licença:

Suponho que não há quem não seja (tirando eu e um ou outro ocasional maduro) a favor da justiça social e da diminuição das desigualdades.

Deixemos em paz a justiça social, à qual cada um dá o conteúdo que quiser, mas sempre se resumindo nisto: fulano teve ou tem vantagens materiais sobre mim, uma grande injustiça, de modo que devo ser compensado e os meus filhos também no caso de não lhes ter podido dar vantagens sobre os filhos dos outros.

Se a diminuição da desigualdade é um bem, a igualdade é o maior bem que se pode obter. Mas como não há maneira de garantir que, na imensa variabilidade das competências, circunstâncias e interesses, todos atinjam os mesmos resultados materiais, haverá que pilhar os mais bem sucedidos a benefício dos restantes.

Nos bons tempos do marxismo não havia mistério: de cada qual segundo a sua capacidade (isto é, o que produzes não é teu), a cada qual segundo as suas necessidades (isto é, as que podem ser satisfeitas). A coisa ruiu porque implicava pessoas que não existem, aquelas que se esforçam a benefício não de si mesmas e dos seus filhos, mas da comunidade. E como as que existem são as que sempre existiram, com o tempo os regimes ficaram igualitários, mas com uns cidadãos mais iguais do que os outros; e o processo da criação de riqueza travou. Ainda há quem defenda este modelo falido e, por mim, são pessoas que encaro com ternura: quando ainda tinham poder, e portanto representavam um perigo, eu era novo e agora não sou. O perigo passou mas infelizmente também os anos, e de toda a maneira vejo com uma certa simpatia pessoas com ideias disparatadas; e, se se reclamarem de superioridade moral, acho-as até cómicas.

Quer dizer que a defesa explícita da igualdade absoluta na riqueza desapareceu; mas ficou a retórica e esta tem consequências até mesmo para aquelas pessoas exornadas de intelectos brilhantes e cultura histórica assinalável: a uma ouvi ser um atentado à humanidade a existência de magnatas americanos que têm riquezas superiores às do PIB de muitos países.

Têm sim senhor, e dificilmente teriam se não fossem americanos. O que é surpreendente é que não se ligue uma coisa à outra e não se perceba que é precisamente o culto da diferença e não da igualdade que explica o sucesso do modelo americano, em conjunto é claro com outros factores. Esses trilionários andam agora de faca nos dentes a investir em inteligência artificial sem que ninguém esteja certo de que seja uma aposta de sucesso, e menos ainda de que haja espaço para todos. Enquanto isso, a Europa social-democrata produziu já regulamentações daquela IA e os defensores da legislação, que são legião, e os críticos, que são menos, vão ventilar as suas divergências para as redes sociais… que são americanas porque o génio europeu está ocupado a produzir teorias, revoluções, regulamentações, redistribuições e perdigotos.

Para já, a Europa pode gabar-se da superioridade dos seus SNS, dos seus modelos sociais que se traduzem em férias pagas com muitos mais dias do que as americanas, protecção contra despedimentos e um imenso etc. que a faz olhar com desdém para o modo de vida americano. Excepto que a América, e a China, crescem muito mais do que a Europa, ano após ano, o que fará com que algures num futuro não muito distante o pobre americano seja tão rico como o médio europeu. Quem quer tudo e o seu contrário acaba por ficar mais do lado do contrário.

E então, que tem isto a ver connosco? Tem que nós temos um governo social-democrata, o que seria um mal com remédio, mas um eleitorado que também é, o que é difícil tenha emenda. O ministro da Reforma vai reformar, mas sem despedir ninguém, credo; a da Saúde quer acabar com aldrabices no apoio à amamentação para além dos dois anos dos infantes, cai o Carmo e a Trindade (a misturada disto com o necessário apoio à natalidade é um equívoco – quem tem de fazer isso é quem beneficia, isto é, a comunidade, não as empresas, e os apoios necessários devem ir muito além dos que existem); o da Educação quer reformar uma estrutura vetusta, suspeita e provavelmente endogâmica, e não só se vê nisso um imenso e atrevido passo, como gente de representação apresenta a coisa, sem se rir, como um ataque à ciência. Também quer, o pobre homem, que os organismos que têm por missão dar números sobre Educação deem números fiáveis, um evidente exagero.

Eu destes escândalos recentes do Governo gosto, da dimensãozinha modesta deles não. Voltando ao princípio, que não sou desses que começam por uma ponta e a páginas tantas já não sabem onde estão com a cabeça: estes tímidos começos vão na direcção certa mas de passos grandes não estou à espera.

Sucede porém que o Tribunal Constitucional acaba de dizer (creio, fui ler o Acórdão, mas às tantas os olhos lacrimejavam de cansaço e a cabeça estava a começar a zunir por causa de tantos nós cegos que se acumulavam nas meninges, razões pelas quais desisti) que quem cá está manda vir quem diga que é filho e, parece, a mulher com quem estava casado (não apurei se isso também se aplica às outras, no caso de ser casado com várias), além dos pais, tudo provado com documentos dos países de origem, além de uma extensa lista de outras correcções, todas militando no mesmo sentido: o que está está muito bem, na realidade não são precisas alterações nenhumas. Todavia, o TC não entende necessário, ao contrário do que pretendia o Presidente Marcelo, que para alterar as leis que regulam estas matérias fosse necessário ouvir cerca de 17.000 entidades, assim se garantindo a democraticidade e a entrada de mais algumas centenas de milhar antes de acabar a audição. Isto e muito mais, com tanta minúcia e tanta complicação inacreditavelmente prolixa que ninguém vai ler até ao fim, qualquer imigrante que tenha advogado poderá contestar tudo e o seu contrário e a Agência encarregada de regular o assunto fará o que lhe der na cabeça, certa de que encontrará sempre argumentos a favor nos dias ímpares do mês, e contra nos restantes.

Sobre este assunto há muitíssimo mais para dizer, mas o artigo não é sobre imigração, mas sim sobre o pendor reformista do Governo. E aqui cabe tirar o chapéu porque comprar uma briga com o Presidente Marcelo, a personificação do consenso dissolvente, do porreirismo e das reformas de faz-de-conta, não é coisa pouca. Existe um problema de imigração, o Governo quer resolvê-lo e Marcelo quer, como sempre quis, a mesmice do atoleiro e uma fotografia com um coraçãozinho em todas as salas de todas as casas do país.

Antes desta parte gaga do Acórdão tinha escrito, para acabar:

É o que temos: a Europa perde lugar no mundo e nós com socialistas perdemos lugar na Europa e, com social-democratas, talvez o mantenhamos. Esta diferença que nos faz originais quer dizer um de centro-direita e outro de centro-esquerda. O centro, como bem sabemos, é o lugar geométrico de coisa nenhuma.

E agora acrescento que Marcelo baralha as contas porque me esqueci dele, que é um resquício dos tempos de Costa: muita parra e nenhuma uva.

Nota editorial: Os pontos de vista expressos pelos autores dos artigos publicados nesta coluna poderão não ser subscritos na íntegra pela totalidade dos membros da Oficina da Liberdade e não refletem necessariamente uma posição da Oficina da Liberdade sobre os temas tratados. Apesar de terem uma maneira comum de ver o Estado, que querem pequeno, e o mundo, que querem livre, os membros da Oficina da Liberdade e os seus autores convidados nem sempre concordam, porém, na melhor forma de lá chegar.

Praia da Nazaré reaberta a banhos

A praia na Nazaré, que se encontrava interdita a banhos desde terça-feira, foi reaberta cerca das 23h00 desta quinta-feira, com base nos resultados das análises realizadas pelo Instituto Ricardo Jorge, anunciou a Câmara.

Na sequência dos resultados da análise à qualidade da água da praia da Nazaré, realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a partir de colheitas efetuadas no dia 13 de agosto pelos técnicos dos serviços de saúde pública da Unidade Local de Saúde de Leiria, foi determinado o levantamento da interdição “da prática balnear, com efeitos imediatos”, avançou a Câmara da Nazaré, na sequência da informação recebida da Delegação Regional de Saúde do Centro da Direção Geral de Saúde (DGS).

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Num comunicado enviado à agência Lusa, o município acrescentou que “face a esta decisão, será providenciada a retirada dos avisos de interdição anteriormente afixados”.

Na terça-feira, a zona norte da praia da Nazaré, no distrito de Leiria, foi interditada a banhos, devido a uma obstrução na conduta de saneamento, junto à Praça Manuel Arriaga, que provocou uma escorrência de efluentes durante cerca de hora e meia.

Autarca admite "tentativa de sabotagem" na praia da Nazaré

Na informação enviada ao presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira, os serviços de saúde pública sublinharam que “será reforçada a monitorização da rede pelas equipas competentes do município, de forma a prevenir ou detetar precocemente eventuais situações que possam conduzir a nova contaminação”, pode ler-se no comunicado.

No mesmo texto, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria esclareceu que continuará a assegurar a vigilância regular da qualidade da água balnear.

Esta foi a segunda interdição da praia a banhos desde o início do mês, depois de em 01 de agosto os banhos terem sido proibidos devido a uma descarga nos esgotos pluviais.

Na sequência do incidente, 116 pessoas foram assistidas na Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria com sintomas relacionados com a contaminação da água.

Na quarta-feira, a ULS da Região de Leiria comunicou esta segunda interdição de banhos “não se registou um aumento de afluência aos Serviços de Urgência com sintomas gastrointestinais, resultado da atuação preventiva que desaconselhou de imediato o contacto com a água”.

A Câmara da Nazaré indicou, também na quarta-feira, não afastar a hipótese “de sabotagem” na conduta de saneamento e reconheceu a necessidade urgente de um investimento na substituição do sistema com cerca de 60 anos.

Lamento o transtorno causado ao leitor

Caro leitor, tenho uma dúvida. O que faria se, sistematicamente, numa utilização diária, tivesse de ser sujeito a um transtorno habitual? Imagino que o leitor iria tentar fazer algo para eliminar esse incómodo. Se fosse o trânsito, iria tentar arranjar alternativas, ou até alterar horários, se possível.

Imagine agora leitor que utiliza a CP (Comboios de Portugal) e que esse transtorno é o atraso gerado. Imagine agora, para aumentar a situação enfadonha, que esse atraso era diário. Todos os dias aquele comboio chegava atrasado. Imagine que essa situação lamentável acontece, à hora que escrevo este texto, há mais de 7 meses.

O que pode o utilizador fazer perante esta situação logo no primeiro mês de atrasos sistemáticos? Primeiro passo é questionar o revisor. O leitor, que é também utilizador assim faz.

Que resposta obtém do operador? Interferências na circulação (obras), gestão da rede e serviços ferroviários, material circulante não é eficiente para aquele serviço (são composições duplas da série 2240) que pelo que percebi não tem a mesma eficiência.

Muito bem, o leitor e utilizador aguardará mais um tempo para ver se a situação é agilizada. O revisor não sabe quando a situação voltará ao normal, mas o leitor é paciente.

Passados três meses dos primeiros atrasos recorrentes induz uma reclamação na CP. Bom cidadão. A resposta do operador do material circulante além de semelhante ao do revisor, termina com o “lamentamos os transtornos causados”. Fica tratado com o “lamento”.

Que fará o leitor e utilizador deste serviço perante estes meses de atraso? Apanha o comboio 1h mais cedo para não ser sujeito a isso? Atrasa-se a sair de casa para não apanhar o atraso acumulado? Muda de meio de transporte público? Qual? Vai 50 minutos mais tarde?

O leitor ainda fez um apanhado até para facilitar o operador do material circulante, do mês de julho de 2025 dos atrasos naquele comboio nº15707. Em 23 dias úteis de trabalho, conseguiu 2 dias sem atraso acima de 5 minutos. Nesses 21 dias de atrasos apanhou atrasos de 23 minutos por três vezes. Portanto, o leitor e utilizador deste serviço já sabe que em média ficará à espera na estação 11 minutos a mais do que o normal.

E porque não mudar a hora do comboio se está sempre atrasado, quase todos os dias, desde o início do ano? Revejo novamente a resposta: “A pontualidade é uma preocupação constante da CP”.

O leitor, esperto, olha para o painel de informação onde diz o horário do comboio e o destino e a “Nova Hora: xx:xx”. Não vê na verdade. O utilizador não vai observar porque não existe a parte da “Nova Hora”. Que transtorno: o utilizador chega à estação, sabe que encontra atraso, não sabe quanto tempo. Eventualmente a voz a lamentar o atraso falará, se falar. Isto se tiver do lado certo da linha. Do outro lado, não se ouve.

O utilizador incomodado, reclama ao gestor da infraestrutura, neste caso a IP (Infraestruturas de Portugal) sobre este outro transtorno.

O gestor informa que “a sua reposição será feita logo que estejam reunidas as condições necessárias”, encontrando-se a “reparação dos equipamentos em fase de adjudicação”, “estimando-se” resolver a situação até ao final do terceiro trimestre do presente ano. O que aconteceria se o utilizador e leitor não reclamasse?

Porque não informa a CP (dona do material circulante) ou a IP (dona do painel de informação e do altifalante) do motivo do atraso? Porque não posso eu saber o motivo do atraso? É o utilizador assim tão asno que não irá perceber? Se é obras que digam, se é acidente que digam, se não há maquinista que digam. Porra pá!

Ninguém supervisiona o estado da infraestrutura? Não há fiscalização? Não há nenhum funcionário capaz de fazer essa verificação? Até pelas câmaras (trabalham?) nas estações conseguem ver isso.

É preciso ser um cliente a reclamar? Lembre-se, se vir um buraco na estrada, ou a vegetação a tapar o caminho o mais provável é ninguém ter reclamado. Maldito povo! Malditos serviços. Que faz a junta de freguesia se não fiscaliza o local onde estão os cidadãos? Um marasmo…

É lamentável falarmos de alta velocidade, quanto tempos problemas surreais na baixa velocidade. Não temos plataformas decentes. Temos avarias constantes de elevadores. Deficiente comunicação com o utilizador. Não temos material circulante decente. Não temos casas de banho numa viagem de 1h. A maior parte das estações e apeadeiros tem edifícios abandonados. Deixamos de operar em linhas passadas. Fazemos obras inúteis na ferrovia.

Lamento o transtorno causado ao leitor. Que pode o leitor fazer mais?

Morreu Teresa Caeiro, ex-deputada do CDS e antiga vice-presidente da AR

Figura de relevo no seio do CDS-PP, Teresa Caeiro foi vice-presidente da Comissão Política Nacional do partido entre 2008 e 2012. Foi deputada pelo Círculo Eleitoral de Leiria entre 2005 e 2011 e exerceu funções de vice-presidente da Assembleia da República entre 2011 e 2019.

Recentemente, tinha-se desfiliado do partido, justificando a decisão por estar em desacordo com a actual direcção.

Cerca de 19 mil professores colocados nas escolas no próximo ano letivo

Para o próximo ano letivo foram colocados nas escolas públicas 18.889 professores, dos quais 17.455 por mobilidade interna e 1.444 por contratação inicial, anunciou esta quinta-feira o Ministério da Educação em comunicado.

As listas definitivas de colocação de docentes dos ensino pré-escolar, básico e secundário para o ano letivo 2025-2026, através dos concursos anuais de mobilidade interna e contratação inicial, foram publicadas pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE).

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A concurso estavam 22.051 horários completos e incompletos.

Segundo a tutela, foram atribuídos, através do concurso de mobilidade interna, horários completos a 14.304 professores e horários incompletos aos restantes 3.151.

Destes 17.455 professores de carreira com horário atribuído, 752 são docentes vinculados em Quadro de Agrupamento/Escola indicados pelos estabelecimentos de ensino “como não tendo componente letiva”, 14.070 são Quadro de Zona Pedagógica e 2.633 são professores “que pretendem exercer transitoriamente funções” numa outra escola de Portugal continental.

Dos 1.444 professores colocados por contratação inicial, com contrato a termo, 1.392 obtiveram horários completos, dos quais 326 vão renovar o contrato que tinham no ano letivo passado.

O Ministério da Educação adianta que nas escolas situadas em zonas consideradas com maior carência de professores foram atribuídos, através de ambos os concursos, horários a 2.788 docentes na região de Lisboa, a 2.454 na região do Porto, a 1.436 na Península de Setúbal e a 981 no Algarve.

“Entre os grupos de recrutamento, foi no 1.º ciclo do ensino básico (4.846), na educação especial 1 (1.502) e em Português do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário (1.234) que foram atribuídos mais horários”, salienta o comunicado.

Os professores colocados através do concurso de mobilidade interna têm até terça-feira para aceitar a colocação na plataforma eletrónica SIGRHE da DGAE e deverão apresentar-se na escola em 1 de setembro.

Evelise Veiga terceira no salto em comprimento de Guadalajara

A portuguesa Evelise Veiga foi terceira classificada na competição de salto em comprimento do meeting de atletismo de Guadalajara, em Espanha.

Veiga logrou o bronze com 6,62 metros logo ao primeiro ensaio, ficando a oito centímetros do primeiro lugar, que coube à espanhola Irati Balerdi. A catalã Cármen Ruiz foi segunda, com 6,65.

No triplo salto, o olímpico Tiago Luís Pereira foi quinto, com 15,99 metros, também a abrir o concurso, em que se impôs o saudita Sami Bakheet, com 16,56.

Em Jerusalém, no Grand Slam, Etson Barros acabou no segundo lugar nos 2.000 metros obstáculos, com recorde pessoal, de 5.39,71 minutos, atrás apenas do etíope Samuel Duguna.

João Almeida “100% recuperado” para a Vuelta

O ciclista João Almeida, da UAE Emirates, garante que está totalmente recuperado da fratura de uma costela sofrida na Volta a França e que continua a preparar a Volta a Espanha em bicicleta.

Num vídeo partilhado nas redes sociais, o português deixou boas notícias.

“Já estou 100% recuperado. Estou a preparar-me para a Volta a Espanha, onde espera estar perto do meu melhor [nível], para fazer a minha freguesia orgulhosa de mim”, disse.

João Almeida agradecia aos organizadores do Grande Prémio de ciclismo jovem, na sua terra A-dos-Francos.

De recordar que Almeida sofreu uma queda durante a 7.ª etapa do Tour e abandonou a prova durante a 9.ª tirada devido a uma fratura numa costela.

Na Vuelta, o português vai comandar a equipa da UAE Emirates, numa co-liderança com o espanhol Juan Ayuso.

Incêndios. ULS Viseu Dão-Lafões alarga horários de unidades de saúde até domingo

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A Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão-Lafões decidiu, em articulação com os municípios, alargar o horário das unidades de saúde de Sátão e Aguiar da Beira, indicou num comunicado enviado à agência Lusa.

“Face à situação provocada pelos incêndios que atingem a região Dão-Lafões, e no sentido de garantir a melhor resposta à comunidade, a ULSVSL, em estreita articulação com os municípios e respetivas equipas de saúde locais”, justificou.

A administração hospitalar decidiu ainda, que “excecionalmente, nestes dois concelhos, o acesso aos centros de saúde não depende de contacto prévio com a linha SNS24”.

Assim, os centros de saúde dos concelhos de Sátão, no distrito de Viseu, e Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, e da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, vão funcionar em horários alargados a partir desta sexta-feira e até domingo.

Segundo o documento enviado à Lusa, a Unidade de Saúde Familiar (USF) Vila da Igreja (Sátão) vai funcionar entre as 08h00 e as 14h00.

A Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Aguiar da Beira está “aberta hoje até às 00h00 e, no feriado do dia 15, entre as 09h00 e as 20h00, enquanto no fim de semana, as portas estão abertas entre as 09h00 e as 17h00.

“Estes horários poderão vir a ser alargados caso a evolução da situação assim o justifique”, sublinhou a administração presidida por António Sequeira.

O documento também destacou que será dada prioridade às “situações clínicas agudas provocadas pelo fumo e/ou fogo”.

A ULSVDL disse ainda garantir que “manter-se-á em prontidão e vigilância permanente de forma a garantir os meios necessários de resposta à população”.

Governo prorroga situação de alerta até domingo. MAI fala em “calamidade nacional” e recusa demitir-se

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A situação de alerta devido ao risco agravado de incêndio foi prolongada até domingo, anunciou esta quinta-feira a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, após uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Perante a adversidade de 22 dias consecutivos de calor intenso não dar sinais de abrandar, o Governo vai prolongar uma vez mais a situação de alerta, até domingo”, anunciou a ministra em declarações aos jornalistas. Maria Lúcia Amaral sublinhou que se mantêm todas as restrições e proibições impostas pela situação de alerta de risco agravado de incêndio.

A governante começou por expressar a sua solidariedade e a do Governo para com as populações e os autarcas das regiões afetadas “perante esta calamidade, esta adversidade tão intensa” de “22 dias consecutivos de uma onda de calor ininterrupta”.

Maria Lúcia Amaral considerou que os incêndios que têm afetado o país vão ter “repercussões irreversíveis na vida das populações”.

A ministra deixou também “uma palavra de gratidão” todos os intervenientes no combate aos incêndios, nomeadamente bombeiros, Proteção Civil, sapadores, forças de segurança, autarcas e população, destacando o “cansaço e a exaustão” dos que estão há tantos dia no terreno a combater os fogos. “Apesar do cansaço e exaustão, é preciso manter a vigilância e a luta” por parte das populações e autoridades para evitar novas situações, alertou, afirmando que “é um combate de todos”.

Confrontada pelos jornalistas com queixas de autarcas sobre falta de meios, a governante disse perceber e compreender estas preocupações e as críticas, mas que está no terreno “o maior dispositivo de sempre” no combate aos fortes incêndios que estão a assolar o país.

“Eu compreendo muitíssimo bem todos os apelos que os autarcas têm feito, perante a natureza dramática daquilo que nós estamos a viver é mais que compreensível. Cada autarca, cada titular de poder local eleito é diretamente responsável pelas suas populações nos seus territórios, portanto sente como ninguém a impotência e a aflição que tudo isto provoca”, disse.

A ministra insistiu que o país tem “o maior dispositivo no terreno de sempre” e que os meios no terreno demonstram que “o país está a responder (…) de uma forma unida”, ainda que reconheça a possibilidade de alguma descoordenação no terreno.

“A descoordenação, ninguém está imune a ela. Num esforço tão grande quanto este, pode ocorrer e ocorrerá inevitavelmente, porque tudo é extraordinariamente complexo”, disse Maria Lúcia Amaral.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Depois de, nesta quinta-feira, o secretário-geral do PS, e ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro ter defendido a ativação da situação de contingência para assegurar todos os meios disponíveis no combate, a ministra rejeitou a necessidade, por questões práticas.

“Aquilo que concluímos até agora é que a diferença, que é uma diferença jurídica, desde logo do quadro da Lei de Bases de Proteção Civil, entre a situação da alerta e a situação de contingência, implicaria apenas ter a possibilidade de mobilizar mais meios, até ao nível municipal, que neste momento já estão mobilizados. Devido, aliás, ao esforço conjunto de todos os autarcas. É por isso que no plano prático não sentimos a necessidade de transformar a natureza da decisão”, disse.

A ministra da Administração Interna recusou ainda considerar demitir-se face à situação de incêndios florestais que assola o país, afirmando que não vai “trair o juramento de lealdade” que fez quando tomou posse. “Há dois meses prestei um juramento. Foi um juramento de lealdade. Não vou trair o juramento de lealdade dois meses depois, apresentando a minha demissão ou pensando em demitir-me”, disse Maria Lúcia Amaral.

Maria Lúcia Amaral explicou ainda que não se deslocou ao terreno onde lavram os fogos por estar a seguir a “doutrina fixada em 2017”. “É uma doutrina pacífica desde aí, fazemos tudo para não prejudicar. E a ida ao terreno de autoridades, como as autoridades políticas, eu ou o senhor secretário de Estado da Proteção Civil, não se enquadraria dentro do princípio de jamais prejudicar”, disse.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 2 de agosto e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram mais de metade dos cerca de 75 mil hectares de área ardida este ano.

Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha este formulário anónimo.

Morreu Teresa Caeiro, ex-deputada do CDS e vice-presidente do Parlamento

A ex-deputada e antiga vice-presidente do Parlamento Teresa Caeiro morreu esta quinta-feira, 14 de agosto, aos 56 anos. A morte de Teresa Caeiro foi confirmada ao Expresso por antigos colegas do CDS.

Figura de destaque do CDS-PP durante quase duas décadas, “Tegui”, como era conhecida entre amigos, mas também no círculo político, construiu uma carreira política que atravessou governos, oposições e momentos decisivos para o centro-direita português. Há apenas três semanas desfiliou-se do CDS-PP, manifestando desacordo com o rumo seguido pela liderança do partido.

Teresa Caeiro deixa uma enorme saudade do seu contributo ao serviço do país e do trato sempre afável”, escreveu o Presidente da República numa nota de condolências em que “lamenta profundamente o desaparecimento precoce” da ex-parlamentar, que também foi governadora civil de Lisboa.

Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, começou a trabalhar como tradutora no Tribunal de Justiça da União Europeia, mas foi na política que consolidou o seu percurso. Através do escritório de advogados em que trabalhou, tratou de vários casos envolvendo o jornal “O Independente” e, no final dos anos 1990, Paulo Portas, já líder do CDS, chamou Teresa Caeiro para assessora jurídica do grupo parlamentar do CDS-PP, na Assembleia da República. Seguiu-se a função de chefe de gabinete do mesmo grupo parlamentar.

Eleita deputada pela primeira vez em 2002, integrou, em 2003, o Governo liderado por Durão Barroso como secretária de Estado da Segurança Social, e, mais tarde, o de Pedro Santana Lopes. Foi na posse desse segundo governo em que participou que protagonizou um episódio invulgar: anunciada para tomar posse como secretária de Estado da Defesa, viu a pasta mudar horas antes da cerimónia e acabou nomeada para as Artes e do Espetáculo, cargo que exerceu até 2005.

Entre 2011 e 2019 foi vice-presidente da Assembleia da República. Depois de sair do Parlamento, exerceu como jurista na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde continuava a trabalhar.

Ao longo do seu percurso, acumulou também experiência como comentadora política na SIC Notícias e atualmente fazia comentário na Antena 1.

A notícia da morte de Teresa Caeiro levou já vários antigos colegas de partido a manifestarem-se nas redes sociais. Um deles foi Adolfo Mesquita Nunes, que escreveu no Facebook: “A Tegui foi das pessoas mais importantes na minha vida política. Nos momentos mais difíceis, esteve sempre lá. Vai fazer-nos falta.”

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