Hamas diz que plano de Israel para ocupação integral de Gaza é um crime de guerra

O Hamas classifica o plano de Israel para a ocupação integral da Faixa de Gaza um “crime de guerra”.

O grupo refere, ainda, que esta decisão é um sinal de que o governo israelita “não quer saber do destino dos seus reféns”.

Depois de dez horas de reunião, o gabinete de segurança de Israel aprovou a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ocupação da Faixa de Gaza.

Neste momento, no entanto, o foco é a Cidade de Gaza, onde vivem cerca de 900 mil pessoas – quase metade do total da população do território.

A decisão está a ser criticada a nível internacional. A Alemanha vai suspender a exportação de qualquer tipo de equipamento militar para Israel, por tempo indeterminado.

Há instantes, o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos classificou esta estratégia como um “passo errado”, apontando que em nada vai contribuir para resolver as condições humanitárias “catastróficas” em Gaza.

Também o primeiro-ministro do Reino Unido critica a decisão de Israel de ocupar integralmente a Faixa de Gaza, considerando que é um erro.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia já reagiu, apelando a “um cessar-fogo imediato” e à libertação “imediata dos reféns”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu esta sexta-feira que o plano israelita de controlo militar da Faixa de Gaza seja “imediatamente suspenso”.

Ministra da Administração Interna comprou pinturas no valor de 120 mil euros quando era provedora

Quando ainda era provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral encomendou à artista Graça Morais duas pinturas que custaram 120 mil euros, avança esta sexta-feira o jornal Nascer do Sol. A informação está disponível no Portal Base, onde é possível perceber que a aquisição decorreu sem concurso público.

A atual ministra da Administração Interna, que tomou posse em junho deste ano, esteve à frente da Provedoria de Justiça entre 2017 e 2025. Durante esse período, a sede da Provedoria transitou, em novembro de 2023, da Rua do Pau de Bandeira, na Lapa, em Lisboa, para o Palácio Vilalva, na Rua Marquês de Fronteira, na zona de São Sebastião.

Na resposta ao jornal, fonte da Provedoria explicou que “a obra encontra-se em fase de criação e será instalada no Palácio Vilalva, tendo sido concebida também com o desígnio de valorização deste edifício do Estado”.

Já Graça Morais disse ao Nascer do Sol que o valor cobrado pelos quadros “está abaixo” daquele que costuma cobrar por obras deste tipo. Recebeu 40% do total do valor pedido pela obra — 48 mil euros — e receberá o restante quando a entregar.

A artista diz que lhe foi pedida uma obra com o intuito de ser feita uma “homenagem ao 25 de abril”, mas, contrariamente, a Provedoria da Justiça diz que os quadros não estarão relacionados com o 25 de abril.

“Nunca vi nenhum javali a fumar”. Autarca suspeita de mão criminosa em maioria dos incêndios

O autarca de Ribeira de Pena suspeita de mão criminosa no incêndio no concelho cujo alerta foi dado pelas 07h00 desta sexta-feira.

Uma hora invulgar para que chamas deflagrem de forma natural, o que levanta dúvidas a João Noronha que diz mesmo, à Renascença, que a maioria das ignições no país tratam-se de fogo posto.

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“Estou convencido de que por este país abaixo tem de haver mão criminosa. Por acaso temos muitos javalis, mas nunca vi nenhum a fumar”, aponta.

O incêndio em Ribeira de Pena está ainda por controlar. Nesta altura, mais de uma centena de operacionais estão no terreno, apoiados por nove meios aéreos.

O difícil acesso dificulta o combate às chamas, mas o presidente da Câmara Municipal acredita que os meios aéreos possam ajudar a dominar o incêndio.

Segundo João Noronha, trata-se de “uma zona muito rochosa e muito inclinada” o que torna tudo “bastante difícil”. No entanto, não há população em risco.

“Há um ligeiro vento que complica estas ações. Vamos acreditar que rapidamente o fogo possa estar terminado”, acrescenta.

Zeferino Coelho (parte 1): “Está a preparar-se tudo para uma nova Guerra Mundial. Temos de nos manter lúcidos. A estupidez subiu ao poder”

Zeferino Coelho cresceu numa aldeia do norte, em Paredes, num país com as janelas fechadas, conservador e salazarista, e numa casa sem livros para a isso escapar, mas logo aos 13 anos descobre o gosto pela leitura nas carrinhas da biblioteca itinerante da Gulbenkian que o levaram a devorar um mundo de obras literárias durante a adolescência.

Começa aí um mergulho, uma sede crescente, um prazer sem tamanho e sem fim pela literatura, com um sentido de missão, de rigor e de ética pela defesa dos seus autores e pelo valor dos livros, que o acompanha até hoje e que o leva a ser um dos editores literários mais conceituados do país.

matilde fieschi

É co fundador da Caminho, e o único editor de uma obra de língua portuguesa distinguida com o Prémio Nobel da Literatura, uma distinção atribuída a José Saramago, em 1998.

Nesta conversa em podcast Zeferino Coelho conta o tanto que andou até aaqui chegar e como foi receber a notícia furacão de um prémio que prestigiou para todo o sempre um país, despertando o mundo para a sua literatura, num dia em que, nas palavras de Saramago: ‘os portugueses cresceram três centímetros – (em que) todos nós nos sentimos mais altos, mais fortes, mais formosos até .’

matilde fieschi

Zeferino refere-se a essas décadas em que acompanhou a edição dos muitos livros de Saramago, como a ‘cavalgada sem descanso”.

E recorda como era editar Saramago, e como foi ver um autor considerado maldito, tornar-se um dos maiores e mais prestigiados escritores do mundo.

matilde fieschi

Além do Nobel, importa dizer que Zeferino Coelho pode orgulhar-se de ser o editor de 8 prémios Camões. Oito. É obra.

De destacar também o seu papel no impulso da literatura infanto-juvenil e enquanto divulgador de autores africanos como Mia Couto ou Ondjaki.

E aqui se dá conta que na sua família de autores e autoras, há uma nova geração em que Zeferino aposta, escritores que o acompanham nas últimas décadas, de forma muito fiel e cúmplice, com confiança e admiração.

matilde fieschi

Como acontece com quase todas as vidas, a de Zeferino resume-se a uns quantos momentos chave.

O primeiro que Zeferino recorda passou-se quando ele teria 15 anos, e estava no Liceu de Guimarães diante da folha de inscrição no sexto ano.

Tinha que escolher ali mesmo o curso, a “alínea” como se dizia na época.

Na falta de melhor, Zeferino Coelho escolheu a f) de Filosofia, que pouco tempo antes um amigo lhe aconselhara, ao mesmo tempo que vivamente lhe desaconselhara a d) de Direito, dizendo que Zeferino, com a Filosofia, faria o curso “com uma perna às costas”.

O que de facto aconteceu por motivos que Zeferino diz não querer recordar…

matilde fieschi

O momento seguinte dá-se já no Porto, logo após o fim do curso, quando disse que “sim” a um convite do editor Cruz Santos para ir trabalhar com ele na Editorial Inova. Na altura, não foi mais que um part time enquanto esperava ser chamado para a tropa. Mas o trabalho nessa editora acabou por ser a sua verdadeira licenciatura…

Outro momento, que Zeferino destaca foi o convite do seu camarada Carlos Costa, que dirigia o PCP no Norte de Portugal, quando lhe perguntou se Zeferino estaria disponível para trocar o serviço militar pela luta antifascista na clandestinidade.

Zeferino aceitou viver na sombra durante uns tempos por entender tratar-se de um dever a que não se poderia furtar.

Como foi viver com o medo, na clandestinidade, com um nome falso, arriscando a liberdade ou até mesmo a vida? A questão é-lhe lançada.

matilde fieschi

Passaram seis anos até Zeferino reencontrar em Lisboa alguns amigos e camaradas que o convidaram a ir trabalhar na Caminho, onde eles já trabalhavam, logo que saísse da tropa.

Aceitou o desafio e o resto é a história que muitos conhecem, marcada por três decisões que moldaram a sua vida até hoje:

O facto de em 1979, ter tido a lucidez de defender com unhas e dentes a atribuição do Prémio para originais de literatura juvenil ao livro Rosa, Minha Irmã Rosa, de Alice Vieira.

O facto de ter proposto a edição da peça de teatro A Noite, de José Saramago, quando muitas editoras o tinham recusado.

E o facto de ter proposto a publicação de um livro com o título Uma Aventura na Cidade, de Ana Maria Magalhães e de Isabel Alçada. Uma colecção que teve logo enorme êxito, lida por várias gerações.

Foi sobre estes três pilares que se construiu a Editorial Caminho e, por arrasto, a vida de Zeferino Coelho. Três momentos a que Zeferino regressa nesta conversa, para melhor os contar.

Quem o conhece de perto afirma que ele é um editor sempre do lado dos seus autores e autoras, de quem se torna tantas vezes amigo. E que está disponível para ir até onde o livro pede.

E, por isso, tantas vezes tem arriscado, sem nunca ceder às modas, modinhas e formatos, fórmulas e estratégias importadas das américas sobre o que vende e dá números e fama.

matilde fieschi

Que diagnóstico faz atualmente Zeferino do mercado literário português? Mudou muito a forma como se lê e se edita livros desde que começou neste ramo há 50 anos?

Qual o seu olhar sobre os best sellers que estão arrumados nas prateleiras da literatura e seus autores? Ainda se lê pouco e mal em Portugal?

Ser editor é procurar agulhas de diamante num palheiro de muitos textos medíocres e mal escritos? O que faz de alguém um bom editor? E um bom escritor? Um bom escritor ou uma boa escritora nunca irá muito longe se não tiver consigo um bom editor?

Num país, numa Europa e num mundo num estado tão difícil, extremado, com tantos atentados à democracia, continuar a publicar de forma militante tantos livros, aos 79 anos é um ato de liberdade e de resistência?

O que o leva a continuar? Como mantém a esperança e a utopia quando o horizonte não augura nada de bom? Nestas alturas a literatura também salva?

Estas são algumas das questões que surgem ao longo deste episódio e que Zeferino responde.

matilde fieschi

Como sabem, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de Tomara. Os retratos são da autoria de Matilde Fieschi. E a sonoplastia deste podcast é de Salomé Rita.

A segunda parte desta conversa fica disponível na manhã deste sábado.

Alemanha suspende exportação de material militar para Israel

A Alemanha vai suspender a exportação de qualquer tipo de equipamento militar para Israel, por tempo indeterminado.

É a reação do governo alemão à decisão de Israel avançar com um plano de ocupação integral da Faixa de Gaza, que está a acolher bastantes críticas quer a nível interno, quer a nível internacional.

O chanceler Friedrich Merz refere que a negociação de um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas são as “prioridades” da Alemanha e manifesta profunda preocupação pela segurança dos civis que se encontram em Gaza.

Esta é a reação mais veemente ao plano do primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanhyahu. Há instantes, o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos classificou esta estratégia como um “passo errado”, apontando que em nada vai contribuir para resolver as condições humanitárias “catastróficas” em Gaza.

Também o primeiro-ministro do Reino Unido critica a decisão de Israel de ocupar integralmente a Faixa de Gaza, considerando que é um erro.

“A decisão do governo israelita para escalar a sua ofensiva em Gaza é errada”, avalia Keir Starmer, numa declaração publicada nas suas redes sociais.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia já reagiu, apelando a “um cessar-fogo imediato” e à libertação “imediata dos reféns”.

Depois de dez horas de reunião, o gabinete de segurança de Israel aprovou a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ocupação da Faixa de Gaza.

Ossos encontrados em Espanha mostram sinais de canibalismo antigo que dizimou família de 11 pessoas

Centenas de pedaços de ossos datados de há 5700 anos têm indícios de terem sido processados e comidos por outros humanos, reforçando a ideia de que o canibalismo era comum no período Neolítico. Um estudo publicado esta quinta-feira na Scientific Reports revelou os detalhes restos humanos esquartejados numa caverna no norte de Espanha. Todos os ossos tinham sinais de que estes indivíduos tinham sido comidos por outros humanos. Alguns tinham marcas de corte, indicando que a pele das pessoas tinha sido cortada com ferramentas de pedra, enquanto outros eram translúcidos com bordos ligeiramente arredondados, sugerindo que tinham sido cozidos. Como

“Deixar um bebé aos quatro meses ir para a creche é uma brutalidade para a criança e angustiante para os pais”

Em 2023 foi submetido um processo para o alargamento da licença parental para seis meses, pagos a 100%. Isto é diferente daquilo que se faz agora, já que atualmente a licença parental só é remunerada a 100% se a mãe escolher ficar apenas quatro meses sem trabalhar. Mas porque é que este alargamento é tão importante? E porque é que mais do que uma despesa é um investimento?

Para ajudar a responder a estas perguntas temos connosco a médica pediatra Cristina Novais e a jurista Margarida Brito, ambas membros da Comissão Representativa, da Iniciativa Legislativa Cidadãos para o Alargamento da Licença Parental e do Projeto por Seis Meses de Licença.

Zeferino Coelho (parte 1): “Está-se a preparar tudo para uma nova Guerra Mundial. Temos que nos manter lúcidos. A estupidez subiu ao poder”

Zeferino Coelho cresceu numa aldeia do norte, em Paredes, num país com as janelas fechadas, conservador e salazarista, e numa casa sem livros para a isso escapar, mas logo aos 13 anos descobre o gosto pela leitura nas carrinhas da biblioteca itinerante da Gulbenkian que o levaram a devorar um mundo de obras literárias durante a adolescência.

Começa aí um mergulho, uma sede crescente, um prazer sem tamanho e sem fim pela literatura, com um sentido de missão, de rigor e de ética pela defesa dos seus autores e pelo valor dos livros, que o acompanha até hoje e que o leva a ser um dos editores literários mais conceituados do país.

Matilde Fieschi

É co fundador da Caminho, e o único editor de uma obra de língua portuguesa distinguida com o Prémio Nobel da Literatura, uma distinção atribuída a José Saramago, em 1998.

Nesta conversa em podcast Zeferino Coelho conta o tanto que andou até aaqui chegar e como foi receber a notícia furacão de um prémio que prestigiou para todo o sempre um país, despertando o mundo para a sua literatura, num dia em que, nas palavras de Saramago: ‘os portugueses cresceram três centímetros – (em que) todos nós nos sentimos mais altos, mais fortes, mais formosos até .’

Matilde Fieschi

Zeferino refere-se a essas décadas em que acompanhou a edição dos muitos livros de Saramago, como a ‘cavalgada sem descanso”.

E recorda como era editar Saramago, e como foi ver um autor considerado maldito, tornar-se um dos maiores e mais prestigiados escritores do mundo.

Matilde Fieschi

Além do Nobel, importa dizer que Zeferino Coelho pode orgulhar-se de ser o editor de 8 prémios Camões. Oito. É obra.

De destacar também o seu papel no impulso da literatura infanto-juvenil e enquanto divulgador de autores africanos como Mia Couto ou Ondjaki.

E aqui se dá conta que na sua família de autores e autoras, há uma nova geração em que Zeferino aposta, escritores que o acompanham nas últimas décadas, de forma muito fiel e cúmplice, com confiança e admiração.

Matilde Fieschi

Como acontece com quase todas as vidas, a de Zeferino resume-se a uns quantos momentos chave.

O primeiro que Zeferino recorda passou-se quando ele teria 15 anos, e estava no Liceu de Guimarães diante da folha de inscrição no sexto ano.

Tinha que escolher ali mesmo o curso, a “alínea” como se dizia na época.

Na falta de melhor, Zeferino Coelho escolheu a f) de Filosofia, que pouco tempo antes um amigo lhe aconselhara, ao mesmo tempo que vivamente lhe desaconselhara a d) de Direito, dizendo que Zeferino, com a Filosofia, faria o curso “com uma perna às costas”.

O que de facto aconteceu por motivos que Zeferino diz não querer recordar…

Matilde Fieschi

O momento seguinte dá-se já no Porto, logo após o fim do curso, quando disse que “sim” a um convite do editor Cruz Santos para ir trabalhar com ele na Editorial Inova. Na altura, não foi mais que um part time enquanto esperava ser chamado para a tropa. Mas o trabalho nessa editora acabou por ser a sua verdadeira licenciatura…

Outro momento, que Zeferino destaca foi o convite do seu camarada Carlos Costa, que dirigia o PCP no Norte de Portugal, quando lhe perguntou se Zeferino estaria disponível para trocar o serviço militar pela luta antifascista na clandestinidade.

Zeferino aceitou viver na sombra durante uns tempos por entender tratar-se de um dever a que não se poderia furtar.

Como foi viver com o medo, na clandestinidade, com um nome falso, arriscando a liberdade ou até mesmo a vida? A questão é-lhe lançada.

Matilde Fieschi

Passaram seis anos até Zeferino reencontrar em Lisboa alguns amigos e camaradas que o convidaram a ir trabalhar na Caminho, onde eles já trabalhavam, logo que saísse da tropa.

Aceitou o desafio e o resto é a história que muitos conhecem, marcada por três decisões que moldaram a sua vida até hoje:

O facto de em 1979, ter tido a lucidez de defender com unhas e dentes a atribuição do Prémio para originais de literatura juvenil ao livro Rosa, Minha Irmã Rosa, de Alice Vieira.

O facto de ter proposto a edição da peça de teatro A Noite, de José Saramago, quando muitas editoras o tinham recusado.

E o facto de ter proposto a publicação de um livro com o título Uma Aventura na Cidade, de Ana Maria Magalhães e de Isabel Alçada. Uma colecção que teve logo enorme êxito, lida por várias gerações.

Foi sobre estes três pilares que se construiu a Editorial Caminho e, por arrasto, a vida de Zeferino Coelho. Três momentos a que Zeferino regressa nesta conversa, para melhor os contar.

Quem o conhece de perto afirma que ele é um editor sempre do lado dos seus autores e autoras, de quem se torna tantas vezes amigo. E que está disponível para ir até onde o livro pede.

E, por isso, tantas vezes tem arriscado, sem nunca ceder às modas, modinhas e formatos, fórmulas e estratégias importadas das américas sobre o que vende e dá números e fama.

Matilde Fieschi

Que diagnóstico faz atualmente Zeferino do mercado literário português? Mudou muito a forma como se lê e se edita livros desde que começou neste ramo há 50 anos?

Qual o seu olhar sobre os best sellers que estão arrumados nas prateleiras da literatura e seus autores? Ainda se lê pouco e mal em Portugal?

Ser editor é procurar agulhas de diamante num palheiro de muitos textos medíocres e mal escritos? O que faz de alguém um bom editor? E um bom escritor? Um bom escritor ou uma boa escritora nunca irá muito longe se não tiver consigo um bom editor?

Num país, numa Europa e num mundo num estado tão difícil, extremado, com tantos atentados à democracia, continuar a publicar de forma militante tantos livros, aos 79 anos é um ato de liberdade e de resistência?

O que o leva a continuar? Como mantém a esperança e a utopia quando o horizonte não augura nada de bom? Nestas alturas a literatura também salva?

Estas são algumas das questões que surgem ao longo deste episódio e que Zeferino responde.

Matilde Fieschi

Como sabem, o genérico é assinado por Márcia e conta com a colaboração de Tomara. Os retratos são da autoria de Matilde Fieschi. E a sonoplastia deste podcast é de Salomé Rita.

A segunda parte desta conversa fica disponível na manhã deste sábado.

Rrrrola a bola: um guia futeboleiro para conhecer a Liga (parte I)

Está de volta a I Liga. O Casa Pia-Sporting desta sexta-feira abre palco a 34 rondas que prometem todo o tipo de emoções. Depois de uma luta intensa entre Sporting e Benfica até à derradeira jornada da última época, a expectativa é de que o leque de candidatos se possa alargar, com o enlutado FC Porto a procurar dedicar uma eventual conquista a Jorge Costa e o SC Braga a tentar mirar os lugares cimeiros com um novo treinador.

E há muitas, muitas novidades…

SPORTING. Gyökeres saiu e não levou com ele apenas os golos

Começando pelo bicampeão Sporting, espera-se uma reação imediata à derrota na Supertaça frente ao Benfica, que por sua vez sucedeu à partida da grande figura competitiva do plantel vencedor das duas últimas edições da Liga. Viktor Gyökeres saiu e não levou com ele apenas os golos, mas também toda uma mudança na forma de atacar do leão.

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Luis Suárez chegou para o substituir, promete rendimento imediato assim que estiver na melhor condição física, mas não é uma cópia do sueco. Harder parece não ter aproveitado a pré-época para cimentar estatuto, numa equipa que parece querer agora viver em definitivo numa multiestruturas, alternando entre a saída a três e a quatro e variando também entre a defesa a quatro ou com cinco elementos.

Nada de absolutamente estranho, até com Ruben Amorim víamos replicados muitos destes comportamentos, mas a pré-temporada ainda deixou dúvidas sobre a solidez da pressão do Sporting (muitas oportunidades concedidas aos adversários) e a consistência do processo ofensivo (que pode efetivamente melhorar com um atacante mais refinado a ligar jogo como Suárez).

A nível de opções para a defesa, parece existir até excesso de nomes da direita à esquerda, antevendo-se saídas até ao fecho do mercado (e com o “fantasma” Hjulmand ainda a assombrar algumas cabeças leoninas).

BENFICA. Que jeito daria Neres agora…

O Benfica ganhou ânimo com uma Supertaça conquistada com menos duas semanas de preparação que o principal rival, num cenário de transição entre épocas pouco usual. O arranque na I Liga fica adiado para lá do fim de semana inicial, em virtude da participação na 3.ª pré-eliminatória da Champions, o que até vem a calhar para Bruno Lage cimentar processos.

O mercado trouxe caras novas, de encaixe e impacto imediato para a equipa (Dedić, Barrenechea e Ríos) e jogadores para poder potenciar a curto prazo (Franjo Ivanović). Thiago Almada ou João Félix rumaram a outras paragens, mas a ambição de contratar um atacante diferenciado a nível técnico continua a existir (que jeito daria Neres agora, a título de exemplo…).

Lage pediu uma equipa mais agressiva, com e sem bola, e, havendo indícios promissores do que já pudemos ver, percebemos também que vai ser preciso assumir outro argumento no controlo do jogo em posse. João Veloso pode ajudar nesse sentido, por exemplo (sobretudo tendo Barrenechea por perto). Outra nota é a de que Pavlidis se arrisca a continuar a ser a unidade mais criativa do onze das águias.

FC PORTO. Alucinante Froholdt

Já o FC Porto procura reerguer-se de época para esquecer com um novo treinador ao leme, mas a viver um luto profundo pelo trágico e precoce desaparecimento do diretor e lenda do clube Jorge Costa.

Veremos como Francesco Farioli vai conseguir galvanizar os seus rapazes depois de tão duro momento para o clube, mas de algumas coisas podemos ter a certeza: a base da encomenda tática vem em 4-3-3, com uma intenção notória de ter laterais baixos em construção para atrair a pressão, dois interiores agressivos em condução, rutura e capazes de se inserirem em zona de remate (alucinante para já o nível de Froholdt), extremos bem abertos e a ideia de ligar jogo com o avançado referência (Samu pode perder créditos perante a chegada de Luuk De Jong).

Defensivamente, espera-se uma equipa a utilizar mais a referência individual na pressão subida e a encaixar um dos médios (Varela) entre os centrais numa organização defensiva mais baixa.

A grande incógnita continua a ser a presença do prodígio Rodrigo Mora no onze, sendo que o treinador italiano parece contar sempre com ele, mesmo que não para o começo dos desafios. Na defesa, Bednarek veio trazer estaleca e capacidade de liderança (apesar de tecnicamente não criar muitas vantagens) e com isso também Nehuén pode elevar o nível.

SC BRAGA. A teima de Carlos Vicens

Quanto ao SC Braga, fica a expectativa para perceber se a teima de Carlos Vicens com o preenchimento do corredor central veio para ficar ou se vai dar azo a uma opção menos intransigente e por sua vez condizente com as características de muitos jogadores.

Partindo de uma multiestrutura (sai a três, privilegiando o 3-5-2 na organização ofensiva e defende por norma em 4-4-2), o antigo adjunto de Guardiola tem-se destacado pela parca ou nula aposta em laterais no onze inicial e por privilegiar jogadores que se juntem por dentro.

Já vimos elementos, como Dorgeles ou Zalazar, em posições desconfortáveis, além de que atrair para dentro pode dar vantagem se a equipa conseguir ter soluções para desequilibrar por fora. Por aí, Roger terá de ser inevitavelmente protagonista, num onze em que a revelação recente Chissumba ou o reforço Lelo não parecem ter para já espaço.

O investimento no mercado foi considerável e é esperado que, além de Dorgeles e Lagerbielke, Pau Victor e Moscardo possam ganhar protagonismo nas escolhas iniciais do novo técnico.

VITÓRIA. Vem aí um 3-4-2-1

Na frente europeia, é expectável que o Vitória SC possa, como é habitual, assumir papel de destaque. Orientado agora pelo homem do leme da subida e vitória na II Liga do Tondela, Luís Pinto, o emblema vimaranense deve assumir uma fórmula tática em 3-4-2-1.

O mercado mexeu com o plantel vitoriano, sobretudo no setor defensivo. A baliza será agora dividida entre Charles e o jovem Castillo e na linha defensiva chegou o patrão Abascal (ex-Boavista), além de nomes como Miguel Nóbrega ou Paulo Victor.

No meio-campo, e ainda sem novidades do mercado, Tiago Silva e Tomás Händel devem manter a dupla na zona central e a pré-época delineou a hipótese do extremo Vando Félix passar a fazer toda a ala.

No ataque, Oumar Camara, menino de 18 anos ex-PSG, promete lutar pela titularidade como extremo depois de vários sinais promissores dados nos jogos de preparação.

SANTA CLARA. Europa pode complicar frente interna

Há depois um lote de equipas que podem acalentar algumas esperanças de intromissão na luta europeia. A sorte do Santa Clara na Liga Conferência parece vir a encaminhar a equipa para uma inédita presença na fase final na prova, o que pode complicar a batalha na frente interna.

Ainda assim, os açorianos mantêm o ideário que levou ao sucesso na última temporada: organização defensiva coesa em 5-4-1/5-2-3 e exploração de ataques mais rápidos e contra-ataques, sobretudo em busca do velocista Gabriel Silva.

*é comentador de futebol da Rádio Renascença

Um ano passou e pouco mudou. Marcelo dá ao Governo prazo para resolver crise nas urgências

Marcelo Rebelo de Sousa vai esperar pelo fim do verão para, eventualmente, formular juízos sobre a crise nas urgências. O Presidente da República tinha expectativas muito altas quanto à capacidade do Governo para resolver os problemas. Mas, um ano depois, pouco mudou. Há precisamente um ano, a 8 de agosto de 2024, numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar por uma resposta do Governo o mais rapidamente possível, sobre o mau funcionamento das urgências. “Criei expectativas muito altas. Perante a gravidade dos problemas, ao falar-se de um plano de emergência, cada um

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