Três crianças estrangeiras resgatadas em zona não vigiada na barra de Cacela Velha, no Algarve

Três crianças estrangeiras em dificuldades na água foram resgatadas no sábado em zona não vigiada, na barra da Cacela Velha, concelho de Vila Real de Santo António, distrito de Faro, informou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

As três crianças, “com idades compreendidas entre os sete e os 10 anos e de nacionalidade espanhola”, encontravam-se “em dificuldades na água, numa zona não vigiada, depois de serem arrastadas pela corrente”, indicou a AMN, em comunicado.

Durante uma ação de vigilância na zona de Cacela Velha, os elementos do Projeto “SeaWatch” de Vila Real de Santo António e de Tavira detetaram as três crianças “a necessitar de auxílio na água”.

As crianças, que estavam a ser “arrastadas pela forte corrente que se fazia sentir”, foram resgatadas e transportadas para terra, mas encontravam-se bem fisicamente e não houve necessidade de assistência médica, referiu a AMN.

A Autoridade Marítima voltou a reforçar “o desaconselhamento da atividade balnear na zona da Cacela Velha pelos perigos” que representa.

Esta foi a segunda ocorrência do género no espaço de dois dias, depois de na sexta-feira outra criança, de sete anos, ter sido resgatada no mesmo local e nas mesmas circunstâncias.

Zelensky agradece aos líderes europeus apoio ao papel da Ucrânia nas conversações de paz: “O fim da guerra tem de ser justo”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou este domingo a declaração dos aliados europeus de que o “caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”, numa referência à cimeira planeada entre Donald Trump e Vladimir Putin, para a próxima sexta-feira, no Alasca, que deixa o presidente ucraniano de fora.

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A “Moeda do Planeta”. Startup usa IA para dar contas bancárias a animais

Chegou a era do “dinheiro interespecífico”. Uma abordagem revolucionária à conservação da biodiversidade e à proteção da vida não humana na Terra permite que a natureza “pague pela sua própria sobrevivência”. O CEO e fundador da Tehanu, Jonathan Ledgard, desenvolveu há anos o conceito de “dinheiro interespecífico”. Observando a atual crise de biodiversidade, marcada por um declínio natural sem precedentes, Ledgard identificou o que considera ser o cerne do problema: a economia global subestima o valor monetário da natureza. Há alguns anos, o escritor e tecnólogo escocês lanço a ideia de criar uma tecnologia que permita a animais, árvores, microrganismos,

Três crianças resgatadas em zona não vigiada na barra de Cacela Velha

Três crianças estrangeiras em dificuldades na água foram resgatadas no sábado em zona não vigiada, na barra da Cacela Velha, concelho de Vila Real de Santo António, distrito de Faro, informou este domingo a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

As três crianças, “com idades compreendidas entre os sete e os 10 anos e de nacionalidade espanhola”, encontravam-se “em dificuldades na água, numa zona não vigiada, depois de serem arrastadas pela corrente”, indicou a AMN, em comunicado.

Durante uma ação de vigilância na zona de Cacela Velha, os elementos do Projeto “SeaWatch” de Vila Real de Santo António e de Tavira detetaram as três crianças “a necessitar de auxílio na água”.

As crianças, que estavam a ser “arrastadas pela forte corrente que se fazia sentir”, foram resgatadas e transportadas para terra, mas encontravam-se bem fisicamente e não houve necessidade de assistência médica, referiu a AMN.

A Autoridade Marítima voltou a reforçar “o desaconselhamento da atividade balnear na zona da Cacela Velha pelos perigos” que representa.

Esta foi a segunda ocorrência do género no espaço de dois dias, depois de na sexta-feira outra criança, de sete anos, ter sido resgatada no mesmo local e nas mesmas circunstâncias.

Albuquerque diz que PSD/Madeira é um “partido de luta” e quer ganhar as autárquicas em todos os concelhos da região

O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, disse no sábado à noite que o objetivo do partido é vencer as eleições autárquicas nos 11 concelhos da região autónoma e sublinhou a sua capacidade de luta.

“O PSD/Madeira é um partido de luta, é um partido de garra, sempre foi assim há quase cinquenta anos e, por isso, o próximo desafio é vencermos as autárquicas”, afirmou.

Miguel Albuquerque, também presidente do executivo de coligação PSD/CDS-PP, falava no tradicional comício de verão da estrutura regional partido, na ilha do Porto Santo, que assinala a reentrada política.

“Aqui, no Porto Santo, a escolha é muito clara: ou vamos eleger um homem e uma equipa que têm feito um trabalho excecional ao serviço desta ilha, ou então vamos entrar em disfuncionalidades e regressão, parando tudo o que está aqui em andamento”, avisou, referindo-se ao atual presidente da Câmara Municipal e candidato social-democrata às autárquicas de 12 de outubro, Nuno Batista.

O líder regional do PSD sublinhou que o objetivo é vencer nos onze concelhos da região, vincando que, para isso, “é fundamental contar com todos, sem exceção”.

Em relação ao Porto Santo, considerou que a vitória assume “particular importância”, para prosseguir o trabalho já em curso e estreitar a colaboração entre a autarquia e o Governo Regional, nomeadamente ao nível da obra da unidade de saúde local, do novo campo de futebol, do mercado municipal e de mais oferta de habitação.

“Vamos continuar, juntos, a trabalhar para o bem do Porto Santo”, disse, reforçando que “o PSD/Madeira é o único partido que coloca, sempre, em primeiro lugar, a Madeira e o Porto Santo”.

Na sua intervenção, Miguel Albuquerque voltou a defender que a região precisa de mais autonomia e que, para tal, é urgente uma revisão constitucional.

“Contra todos aqueles que são contra e contra o conservadorismo do país, vamos apresentar em setembro o nosso projeto de revisão constitucional e vamos também garantir que seja revista a lei mais injusta e mais idiota que é a Lei das Finanças Regionais, uma lei que não ajuda, nem em nada abona a favor das regiões autónomas”, declarou.

Albuquerque disse que a Madeira precisa de ter mais poderes legislativos para “assegurar o desenvolvimento futuro e das novas gerações” e avisou que “a defesa intransigente da região na República é para continuar”.

O líder social-democrata madeirense afirmou, por outro lado, que o PSD/Madeira só irá manifestar o seu apoio ao candidato à Presidência da República que assumir “concretamente e de forma inequívoca” o que pretende para a autonomia da região.

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Papa insiste na rejeição da guerra e pede para não se ignorar “os mais fracos e o desejo universal de paz”

“Continuamos a rezar pelo fim das guerras”, disse o Papa na manhã deste domingo, no final do Angelus. Leão XIV recordou que o 80.º aniversário dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui “reacendeu em todo o mundo a necessária rejeição da guerra como via de resolução de conflitos”. E pediu que os decisores “tenham sempre presente a sua responsabilidade pelas consequências das suas escolhas sobre as populações e não ignorem as necessidades dos mais fracos e o desejo universal de paz”.

Neste contexto, o Santo Padre felicitou a Arménia e o Azerbaijão pela recente assinatura da declaração conjunta de paz. “Espero que este acontecimento possa contribuir para uma paz estável e duradoura no Cáucaso Meridional”, afirmou.

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Leão XIV manifestou também preocupação pela situação da população do Haiti, considerando-a “cada vez mais desesperada”. O Papa lamentou os sucessivos relatos de assassinatos, violência de todos os tipos, tráfico de seres humanos, exílios forçados e raptos.

“Dirijo um forte apelo a todos os responsáveis pela libertação imediata dos reféns e peço o apoio concreto da comunidade internacional para criar as condições sociais e institucionais que permitam aos haitianos viver em paz”, pediu o pontífice.

“A guerra é sempre uma derrota para a humanidade”: Papa apela à paz no 80.º aniversário dos bombardeamentos de Hiroshima

“Sentinelas de paz” contra tantas divisões

Antes de rezar o Angelus, o Leão XIV incentivou os fiéis a investir com generosidade “o tesouro da nossa vida para o bem dos outros, especialmente daqueles que mais precisam da nossa ajuda”. Não se trata apenas de partilhar as coisas materiais de que dispomos, “mas de colocar à disposição as nossas capacidades, o nosso tempo, o nosso afeto, a nossa presença, a nossa empatia”, afirmou.

“As obras de misericórdia são o banco mais seguro e rentável onde podemos depositar o tesouro da nossa existência, Por isso, na família, na paróquia, na escola e nos locais de trabalho, onde quer que estejamos, procuremos não perder nenhuma ocasião para amar”, aconselhou o Papa aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Por fim, Leão XIV pediu que Maria “nos ajude a ser, num mundo marcado por tantas divisões, «sentinelas» da misericórdia e da paz, como nos ensinou São João Paulo II (cf. Vigília de Oração pela XV Jornada Mundial da Juventude, 19 de agosto de 2000) e como nos mostraram de forma tão bela os jovens que vieram a Roma para o Jubileu”.

Mulheres sem poder votar? Secretário da Defesa dos EUA partilha declarações de pastor que apoia ideia

O secretário da Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Pete Hegseth, partilhou um vídeo em que dois pastores afirmam que as mulheres não deveriam ter direito de voto. O acto originou vários protestos e críticas contra o responsável norte-americano, que mantém a publicação na página oficial.

Pete Hegseth republicou na rede social X (antigo Twitter) um vídeo sobre o pastor Doug Wilson, um nacionalista cristão que tem uma relação de proximidade com o governante e que pretende transformar os Estados Unidos numa “nação cristã”.

O pastor foi entrevistado para um programa da CNN sobre o movimento cristão e as suas relações com o poder nos EUA. Durante a entrevista, disse que a principal função das mulheres é servir como um veículo de reprodução, considerando que estas não devem ocupar cargos de liderança na Igreja ou nas forças armadas norte-americanas.

“All of Christ for All of Life”, escreveu Hegseth a acompanhar a partilha. A frase, que se traduz para “Tudo de Cristo para Toda a Vida” é uma expressão usada por cristãos nos Estados Unidos que defende a incorporação dos ensinamentos de Jesus Cristo em todos os aspectos da vida quotidiana.

“As mulheres são o tipo de pessoas das quais as pessoas saem. Não é preciso nenhum talento para reproduzir biologicamente. A mãe e esposa, chefe-executiva de um lar, tem a responsabilidade sobre três, quatro ou cinco almas eternas”, disse Doug Wilson.

Outro dos pastores entrevistados pela CNN para o mesmo segmento foi Toby Sumpter. O responsável pela Igreja King’s Cross, no Idaho, defende que sejam os homens a votarem pelo agregado familiar.

“Na minha sociedade ideal, votaríamos por agregado familiar. Eu seria, normalmente, quem depositaria o voto, mas fá-lo-ia depois de o ter discutido com a minha família”, adiantou o pastor. Se as opiniões políticas entre marido e mulher fossem diferentes, este estaria aberto a uma discussão, garante.

O pastor Doug Wilson defende a criminalização da homossexualidade, prevendo que, daqui a 250 anos, a nação norte-americana seja totalmente cristã. Questionado sobre declarações polémicas na década de 1990 sobre a escravatura, o pastor reforça a crença de que existia um “afecto mútuo” entre escravos e os seus proprietários.

“Depende dos donos e dos escravos que falamos. A escravatura era vigiada e conduzida por pessoas com falhas. Houve abusos horrendos, mas também existiam pessoas que tinham escravos, eram pessoas decentes e não os maltratavam. Mas não era um sistema bíblico e fico feliz que tenha acabado”, finaliza.

Pete Hegseth foi apresentador da Fox News e chamado por Trump no final de 2024 para assumir a pasta de secretário da Defesa. Antes de ser escolhido pelo Presidente norte-americano, o responsável foi afastado da tomada de posse de Joe Biden, em 2021, por ser extremista e defender uma cruzada por um mundo branco, cristão e patriarcal.

Em declarações à Associated Press citadas pelo Guardian, Doug Pagitt, pastor e líder da organização evangélica progressista Vote Common Good, disse que as ideias partilhadas no vídeo são defendidas por uma “pequena franja” dos cristãos, considerando “perturbador” que o responsável as dissemine nas redes sociais.

A nomeação de Hegseth, de 45 anos, foi criticada no Partido Democrata e nas estruturas militares dos EUA, mas também na ala mais tradicional do Partido Republicano, na óptica da sua falta de experiência para o cargo.

Incêndio na Mesquita-Catedral de Córdova fez poucos danos. Bombeiros conheciam bem o monumento

O incêndio que esta sexta-feira deflagrou na Mesquita-Catedral de Córdova, em Espanha, fez poucos danos, tendo estes sido registados numa área de menor valor patrimonial, avança o El Mundo. As três equipas de bombeiros que intervieram no local conheciam bem o monumento, e evitaram, assim, uma situação como aquela que se viveu em Notre-Dame em 2019.

O alerta foi dado pelas 21h15 (20h15 em Lisboa) e antes das 22h00 já tinha sido controlado, impedindo que se espalhasse para outras zonas da Mesquita. No entanto, pelas 21h20, as chamas já tinham atingido o telhado, o que levou os bombeiros a delimitar o perímetro de risco e evitar que o fogo se propagasse pelas naves do templo, cobertas com tábuas de madeira com vários séculos de existência. A deflagração e o peso da água acabaram por derrubar o telhado da capela da Anunciação, localizada no lado leste do monumento.

Foram ainda registados danos nas capelas de São Nicolau de Bari e do Espírito Santo, que foi salva por um buraco no telhado na nave que permitiu introduzir uma mangueira e arrefecer as vigas. “As vigas ficam enegrecidas por fora. Forma-se uma crosta com o calor, mas a madeira pode arder por dentro. Por isso foi tão importante que, depois de extinguir o incêndio, o que foi feito num tempo muito razoável, se continuasse vigilante, porque as chamas podiam reacender em qualquer lugar”, explicou Agustín Moreno Bravo, responsável pela Comissão de Segurança do Cabido da Mesquita Catedral.

Depois do incêndio da Catedral de Notre-Dame em 2019 foram ativados protocolos de atuação até então inéditos. Todos os anos, os bombeiros realizam um simulacro no conjunto monumental face à possibilidade de um fogo. O último ocorreu no inverno passado: “Graças aos simulacros realizados periodicamente, os bombeiros conheciam bem o monumento”, disse Daniel Muñoz, chefe dos bombeiros. O incêndio terá sido provocado por um curto-circuito numa vassoura elétrica guardada num pequeno armazém num dos lados da capela da Anunciação.

A Catedral abriu ao público no sábado, mas com as zonas afetadas isoladas.

Egito recupera 13 peças arqueológicas contrabandeadas para o Reino Unido e Alemanha

As autoridades egípcias recuperaram 13 peças arqueológicas de diferentes períodos do Antigo Egito que tinham sido contrabandeadas ilegalmente para fora do país, para o Reino Unido e a Alemanha, informaram este domingo fontes oficiais.

As peças arqueológicas foram recuperadas graças ao “extremo interesse do Estado egípcio em recuperar as suas antiguidades roubadas e em preservar o seu património e história cultural”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, num comunicado divulgado pela agência de notícias egípcia MENA.

Entre as peças repatriadas desde o Reino Unido estão um quadro funerário de calcário do Império Moderno (1550 a.C. [antes de Cristo] – 1070 a.C.), um pequeno amuleto, parte de uma coroa de bronze, uma máscara funerária feita de missangas e vários amuletos de pedra negra.

As três peças provenientes da Alemanha incluem um crânio, a mão de uma múmia e um amuleto com o ‘anj’, conhecido como a chave da vida.

Esta recuperação de bens arqueológicas ocorreu depois de as autoridades britânicas, através da Polícia Metropolitana de Londres, terem localizado e apreendido as peças após confirmarem que tinham sido levadas do Egito por uma rede internacional de contrabando de antiguidades.

No caso da Alemanha, a devolução ocorreu depois de as autoridades de Hamburgo terem informado a embaixada egípcia sobre a sua disponibilidade para entregar várias peças encontradas no museu da cidade, após verificarem que tinham sido retiradas ilegalmente do Egipto.

Rui Macedo vai recriar pinturas desaparecidas do Palácio de Mafra com olhar contemporâneo

O pintor Rui Macedo vai recriar um conjunto de pinturas desaparecidas do Palácio Nacional de Mafra desde que o príncipe-regente D. João ordenou o seu envio para o Brasil, em 1804.

O projeto faz parte de um programa de renovação e valorização museológica da Sala das Descobertas do Palácio Nacional de Mafra, cuja primeira fase foi concluída em julho, com o restauro das pinturas murais sobre a expansão marítima dos séculos XV e XVI, disse à Lusa o diretor do monumento, Sérgio Gorjão.

Além das pinturas do teto e das paredes — agora restauradas — da autoria do artista e arquiteto português Cirilo Volkmar Machado (1748-1823), encontram-se ainda nesta sala legendas das pinturas que o artista terá encomendado a cinco pintores, e que serão agora substituídas por novas telas “fazendo eco do tema dominante da sala, através de um olhar crítico e criativo contemporâneo”, explicou o responsável, em resposta a perguntas por ’email’.

A Sala das Descobertas do Palácio Nacional de Mafra foi alvo de um programa pictórico iniciado em 1795, mas interrompido com a partida da família real para o Brasil, em 1807, face às invasões napoleónicas de que Portugal foi alvo.

Datada de 1798, a pintura do teto é uma das primeiras representações da história de Portugal inspirada na obra de Luís de Camões, destacando figuras como Vasco da Gama, vencendo o Adamastor, Pedro Álvares Cabral, chegando ao Brasil, Cristóvão Colombo e o Infante D. Henrique.

A sala também teve, na sua origem, uma decoração com telas de vários pintores, nomeadamente Vieira Portuense, Domingos Sequeira, José da Cunha Taborda, Bartolomeu António Calisto e Arcângelo Fosquini encomendadas por Cirilo Wolkmar Machado, levadas para o Brasil e, desde então, dadas como desaparecidas.

“No lambril, abaixo das telas, encontram-se as identificações dos pintores, do ano em que realizaram a obra, o tema e a fonte histórico-literária que lhes serviu de inspiração”, apontou Sérgio Gorjão.

Sobre o desafio artístico de criar obras num contexto histórico num monumento como este — classificado em 2019 Património Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) — Rui Macedo afirma que recebeu o convite “com entusiasmo” e sentido de “grande responsabilidade”.

“Eu gosto destes desafios que procuram criar diálogos diretos entre tempos históricos distantes e onde a arte contemporânea raramente é o meio utilizado para estimular uma relação entre o património histórico e o pensamento artístico contemporâneo”, afirmou à Lusa, também em resposta a perguntas enviadas por ’email’.

A prática artística de Rui Macedo incide maioritariamente em projetos semelhantes que usam, exclusivamente, a pintura instalada em espaços museológicos, procurando um diálogo com o património material e imaterial, nomeadamente, em intervenções já realizadas no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, o Museu da República, no Rio de Janeiro, Brasil, ou o Museu Nacional de Artes Decorativas em Madrid, Espanha.

“À medida que tenho investigado sobre o que se conhece sobre as pinturas desaparecidas — apenas um programa genérico de trabalho artístico proposto pelo pintor e arquiteto português Cyrillo de Volkmar Machado aos pintores, para além dele próprio — tem sido desafiante e exigente encontrar soluções pictóricas pertinentes que, simultaneamente, tanto se integrem como promovam, desejavelmente, uma leitura desafiante do tema da sala”, descreveu o artista sobre o processo.

Macedo estudou o programa artístico proposto por Cyrillo de Volkmar Machado naquela época para a realização de seis pinturas de grande dimensão com base em seis textos sobre diferentes momentos da expedição inaugural de Vasco da Gama à Índia e a consequente presença portuguesa no Oriente.

Por se tratar de uma sala que alude à mitologia, a momentos da História de Portugal no tempo da expansão marítima, “torna-se pertinente fazer uma releitura que ecoe, metaforicamente, questões que provêm destes cruzamentos de temas, como a vulnerabilidade e poder, estórias e saberes tradicionais, identidades, miscigenação ou mesmo a (in)definição de fronteiras culturais e geográficas”, apontou Rui Macedo sobre o projeto a realizar no monumento barroco do século XVIII, mandado construir pelo rei João V.

Parte do processo de investigação — em formato de residência artística – tem sido realizado em parceria com a curadora Inês Valle, que tem centrado a investigação “em projetos que desafiam as fronteiras entre os hemisférios norte e sul, potenciando um repensamento do objeto artístico como resultado de histórias com incidência no território”, assinalou.

O resultado deste processo será a criação e consequente instalação das pinturas site-specific de grandes dimensões, que tomarão o lugar das obras desaparecidas no século XVIII, num projeto que, segundo o diretor do monumento, “presta homenagem à obra de Luís de Camões no ano em que se celebra o quinto centenário do nascimento, restituindo o esplendor de um conjunto artístico inspirado na sua epopeia”.

O investimento total estimado é de 100 mil euros, dos quais 60 mil euros são provenientes de mecenato da Fundação Millennium bcp, e os restantes 40 mil suportados pela Museus e Monumentos de Portugal, através de um protocolo assinado em 2024.

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