Estudo sobre reorganização da FCT não previa fusão com Agência Nacional de Inovação


Um estudo pedido pela própria Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para avaliar uma nova organização interna não previa nem o fim da entidade, nem a fusão com a Agência Nacional de Inovação (ANI), avança este domingo o jornal Público. A fusão entre a FCT e a ANI foi o destaque das mudanças no Ministério da Educação anunciadas por Fernando Alexandre no fim de julho, parte da anunciada reforma do Estado.
Segundo o Público, o estudo foi pedido ainda no mandato de Elvira Fortunato como ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no último Governo liderado por António Costa. O documento não refere, de acordo com o jornal, a necessidade de incluir a inovação no seio da FCT, nem a identifica como um problema na ciência nacional — quer numa análise da organização da FCT, quer na comparação com agências de financiamento de outros países.
A análise, encomendada à consultora LBC, propunha o fim da organização da FCT por instrumentos de financiamento, com departamentos separados para as bolsas de investigação, projetos de investigação, e para os apoios ao emprego científico e instituições científicas — sem “sinergias” entre os vários departamentos em capítulos comuns, como a gestão de despesas.
A proposta avançada no estudo era seguir a organização utilizada pela maioria das instituições internacionais com papel semelhante, dividindo-se por áreas. A nova organização teria um departamento de Assuntos Científicos, com divisões entre ciências da vida, ciências físicas e engenharia, e ciências sociais e humanidades, além de departamentos para relações internacionais, serviços digitais, gestão de financiamentos e gestão interna.
Ainda de acordo com o Público, o estudo aponta que a FCT gasta pouco no funcionamento interno. Em 2024, entre 835 milhões de euros de despesa executada, apenas 15 milhões foram para o funcionamento da Fundação.
A FCT foi criada em 1997, durante o primeiro Governo de António Guterres, quando Mariano Gago era ministro da Ciência e Tecnologia.