Imigrantes podem pedir a nacionalidade portuguesa em novo posto do IRN

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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Com mais de 700 mil pedidos de cidadania portuguesa encalhados, o Instituto dos Registros e do Notariado (IRN) abre, nesta segunda-feira (01/09), um novo posto de atendimento ao público. A agência fica no Parque das Nações, em Lisboa. O governo espera que, com essa expansão, consiga reduzir as filas que se tornaram frequentes na Conservatória dos Registos Centrais. O novo balcão da nacionalidade fica na Alameda dos Oceanos, 67-L, e vai funcionar 9h às 16h para atendimento por marcação e espontâneo e até às 19h apenas para atendimentos agendados.

No comunicado sobre o novo posto, divulgado no sábado (30/08), o IRN assinalou que o novo balcão concentrará o atendimento presencial hoje prestado pela Conservatória de Lisboa. O órgão vinculado ao Ministério da Justiça informou, na mesma nota, que a reorganização do atendimento presencial tem como objetivo “oferecer mais espaço, melhores instalações, maior comodidade no atendimento e maior acessibilidade, procurando elevar a qualidade do serviço prestado aos cidadãos”.

Entre os funcionários do IRN, porém, o ceticismo é grande em relação ao que promete o órgão público com o novo posto: “capacidade de dar resposta aos atendimentos presenciais espontâneos e por agendamento”. Em recente entrevista ao PÚBLICO Brasil, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Registros e do Notariado (STRN), Arménio Maximino, afirmou que, diante da corrida que se viu pela nacionalidade portuguesa nos últimos anos, houve um esgotamento do IRN.

Segundo ele, os reflexos não são sentido apenas nos pedidos de nacionalidade — há pessoas na fila de espera pelo benefício há quatro anos —, mas, também, na economia do país, já que o órgão é responsável pela abertura de empresas. “Hoje, para dar conta de todo o trabalho, precisamos de um efetivo 40% maior que o atual”, frisa, ou seja mais 266 conservadores de registros e mais 1.981 oficiais de registro.

O presidente do STRN destacou que os recentes concursos realizados para o IRN de nada adiantaram. Os 120 conservadores que entraram para o quadro do órgão em maio último estão em processo de formação e só estarão aptos para o trabalho em 2026. Já das 250 vagas para oficiais de registro, apenas metade foi preenchida “por falta de atratividade”. Ele ressaltou que os salários são baixos e o trabalho, excessivo.

Lei da Nacionalidade

O IRN frisou, no comunicado, que os cidadãos com atendimentos já agendados para outros postos estão sendo contactados para a confirmação das datas e para a informação sobre o novo endereço. O órgão recomendou que os cidadãos deem prioridade para o atendimento não presencial, isto é, enviem os documentos referentes aos pedidos de cidadania pelos correios. No caso de advogados e solicitadores, os serviços são prestados digitalmente.

O presidente do STRN destacou, também ao PÚBLICO Brasil, que, depois do anúncio das mudanças propostas pelo governo na Lei da Nacionalidade (37/81), houve uma corrida aos postos do IRN para a entrega de documentos. Pelo projeto que tramita na Assembleia da República, o tempo mínimo de residência em Portugal para que os imigrantes possam requerer a cidadania lusa vai aumentar. No caso dos cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), esse prazo passará de cinco para sete anos e, para os demais estrangeiros, de cinco para 10 anos.

O governo brasileiro, por sinal, está acompanhando essa proposta de perto. Em reunião realizada em 21 de agosto entre as diplomacias do Brasil e de Portugal, Brasília deixou claro que não vê com bons olhos esse aumento de prazo para os brasileiros. A alegação é de que, pela Constituição do Brasil, os portugueses que vivem em território brasileiro podem pedir a cidadania depois de um ano de residência. Ao PÚBLICO Brasil, um diplomata disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera “um tratamento diferenciado para os brasileiros por parte de Portugal, para não ter de recorrer à reciprocidade”.

A meta inicial do governo português era de ter encerrado a fatura da Lei da Nacionalidade em julho passado, quando a Assembleia da República aprovou o pacote anti-imigração, que acabou sendo vetado pelo Tribunal Constitucional. A perspectiva do primeiro-ministro, Luís Montenegro, é de que, com o fim do recesso parlamentar, a proposta para restringir o acesso à cidadania portuguesa volte à pauta. Ele tem alegado que Portugal precisa se adequar às normas europeias, que restringem a concessão de nacionalidade nos países do bloco.

Na mesma proposta do governo, está prevista uma mudança no artigo 6º da Lei da Nacionalidade, que trata da naturalização (nacionalidade derivada) de descendentes de portugueses. A redação atual da legislação não delimita gerações que podem pedir a cidadania lusa. “Pode ser bisneto, tataraneto ou de uma geração ainda mais distante do português originário”, explicou a advogada Fernanda Veras. Agora, o governo que colocar uma trava.

“Pela proposta que está no Parlamento, o Governo quer inserir na redação da lei a palavra ‘bisneto’. Ou seja, limitar até essa geração a possibilidade de se requerer a nacionalidade por naturalização derivada ou adquirida”, explicou.

Lagarde critica tentativa de controlo da Reserva Federal por Donald Trump

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse esta segunda-feira que o controlo da política monetária dos Estados Unidos por Donald Trump pode constituir “um perigo muito sério” para as economias norte-americana e mundiais.

Lagarde afirmou que a política do banco central norte-americano (Reserva Federal) tem um impacto direto na manutenção da estabilidade dos preços e no emprego nos Estados Unidos sublinhando que eventuais alterações podem provocar efeitos graves.

“Se dependesse dos ditames deste ou daquele indivíduo (…) o equilíbrio da economia norte-americana e, consequentemente, os efeitos que teria em todo o mundo, seriam muito preocupantes”, disse Lagarde.

Por outro lado, em declarações à estação francesa Radio Classique, Christine Lagarde afirmou que vai ser muito difícil Donald Trump controlar o banco central dos Estados Unidos porque o Supremo Tribunal norte-americano, é amplamente respeitado no país.

“Espero que [Supremo Tribunal] seja respeitado também por Donald Trump”, acrescentou Lagarde recordando que o governador da Reserva Federal só pode ser destituído por conduta grave.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acredita ter influência na política monetária e pretende que a Reserva Federal reduza as taxas de juro.

Depois de constantes críticas ao presidente da instituição, Jerome Powell, nomeado para o cargo durante o primeiro mandato (2017-2020) como chefe de Estado, Donald Trump tenta agora a demissão de uma das governadoras: Lisa Cook.

A governadora é acusada por Donald Trump de mentir na obtenção de uma taxa de hipoteca imobiliária mais favorável.

Lisa Cook afirmou na semana passada que não aceita o afastamento e, por isso, vai recorrer aos tribunais. 

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Omercado de transferências 2025/26 já mexe. Neste artigo, em actualização permanente, podes acompanhar o top das maiores transferências da época, acompanhadas dos detalhes, analytics e vídeos recomendados, sobre os protagonistas. O melhor mesmo é guardares nos favoritos e seguir também o nosso acompanhamento permanente dos principais rumores e confirmações do mercado.
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Última actualização: 01.Set.2025

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“À terceira é de vez”. Portugal é candidato, mas não favorito ao Europeu de hóquei

Começa esta segunda-feira mais um Europeu de hóquei em patins, pela terceira vez em Paredes. O histórico não é positivo para a equipa das quinas, que não ganhou nem em 2012 nem em 2021, mas o selecionador Paulo Freitas lembra o ditado “à terceira é de vez”.

Em declarações à Renascença, Paulo Freitas confirma que Portugal é candidato, no entanto, passa o favoritismo para a Espanha.

Entre os dez eleitos há várias novidades, mas o técnico nacional fala em “espaço de mérito” para justificar as escolhas.

Portugal está no “grupo da morte”, contra uma Itália que se está a reconstruir, uma França com uma dimensão física que não agrada à seleção nacional e uma Espanha que dispensa apresentações, enquanto tricampeã europeia e campeã mundial.

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Começa esta segunda-feira o Europeu de hóquei em patins e, como sempre, Portugal é candidato a conquistar o título…
Sim, já tive a oportunidade de o afirmar por diversas vezes: somos candidatos, partimos como candidatos e não como favoritos. Se quiserem atribuir esse título a alguém será certamente a Espanha, que é a atual tricampeã europeia, a atual campeã mundial. Mas penso que nem os espanhóis têm a veleidade de se afirmar como favoritos. Eu acho que isso tudo tem a ver com uma questão de respeito pelas outras seleções, porque são seleções muito fortes. Portanto, claramente, acho que entramos como candidatos, tal como a Espanha, tal como a França e tal como a Itália também.

São oito seleções e dificilmente Portugal poderia ter três primeiros adversários mais difíceis. Estão no grupo os outros candidatos ao título…
Sim, houve alterações e [a divisão dos grupos] tem a ver com o ranking. É o que é. Olhar para isso não como dificuldade, mas como oportunidade de termos grandes jogos logo na fase de grupos e que nos vão permitir expor-nos fundamentalmente àquilo que poderão ser algumas debilidades que possamos vir a apresentar — esperemos que não, obviamente —, mas temos tempo, depois, para corrigir e para continuar a consolidar o processo, também, com esses jogos.

Vamos especificar um a um. Portugal começa com Itália, que Itália é esta?
Sinceramente, acho que é uma Itália substancialmente diferente daquela que encontramos recentemente em Barcelona, na GoldenCat. Foi uma Itália que claramente se apresentou com um déficit ainda de preparação, claramente atrasada relativamente quer a Portugal quer à França, que também esteve presente. Mas acho que vai ser uma Itália forte, à imagem daquilo que vem sendo construído pelo seu técnico, pelo Alex. Uma Itália muito forte na sua defesa, uma Itália pressionante, uma Itália rápida nas transições, quer ofensivas, quer defensivas, uma Itália com qualidade individual, com qualquer um dos seus jogadores a poder desequilibrar no um contra um, uma Itália que tem vindo também a crescer novamente no panorama hoquístico internacional.

A Itália tem estado um bocadinho afastada da frente nos últimos anos, mas está a reconstruir-se…
Sim, sim, pelo menos os indicadores mais recentes dizem-nos exatamente isso. Basta olharmos para o que também tem sido o trajeto das equipas italianas: pelo menos duas, três equipas que têm estado nas competições europeias. Os seus jogadores também já estiveram a jogar no estrangeiro, tem um jogador a jogar em Portugal, o Alessandro Verona. É uma equipa muito competitiva, uma equipa com uma experiência internacional acumulada já significativa. Portanto, certamente uma Itália difícil, logo na primeira jornada.

A França é o segundo adversário, também muito forte. Os irmãos Di Benedetto (Carlo, do FC Porto, Roberto, do Benfica, e Bruno, da Oliveirense) conhecemos bem, vão dar muito trabalho?
Sim, claramente. É uma França que está à procura dos seus momentos, é uma França que está ávida pela conquista de títulos, uma França muito experiente e com uma base muito sólida, os três irmãos Benedetto. Na próxima época teremos já cinco atletas franceses a disputar o Campeonato Nacional e, portanto, é uma equipa forte, com uma dimensão física assinalável que nos vai colocar adversidades um pouquinho diferentes dos outros dois opositores. Confesso que é um jogo que não nos agrada muito, pela dimensão física que é colocada, mas temos os nossos argumentos para tornear essas dificuldades que nos vão colocar.

E depois, a Espanha na terceira jornada, a eterna rival, tricampeã europeia e campeã mundial…
Muito duro. A Espanha, tal como disse, atual tricampeã europeia, atual campeã mundial, uma equipa com uma experiência competitiva assinalável, com jogadores com uma qualidade acima da média, experiência internacional também a este nível.

Nos quartos de final, apanharemos uma das equipas do outro grupo. Será seguramente mais fraca que os primeiros três…
Não vamos fugir a uma verdade quase absoluta. Apesar de que, no desporto, nada se pode dar como garantido. Mas, claramente, vamos partir como favoritos nesse jogo e penso que, com maior ou menor dificuldade, conseguiremos passar esse obstáculo.

Na meia-final, chegando lá como se espera, Portugal vai novamente apanhar algum dos do grupo.
A não ser que haja alguma surpresa, que obviamente por vezes acontece, mas, muito provavelmente, as meias finais terá o emparelhamento das quatro equipas do grupo A. Portanto, o facto de nós, já na fase de grupos, jogarmos com eles, vai permitir-nos ter alguma matéria para podermos analisar e para podermos passar os melhores contributos para tornearmos o primeiro obstáculo. Mas temos de ir passo a passo, como se costuma dizer, para atingirmos o primeiro grande objetivo, que é estarmos presentes na decisão final.

Na convocatória, há várias novidades. O Rafa Bessa e o Guga, por exemplo. É sempre importante ir estando atento aos novos valores?
Sinceramente, acho que sim. Nós temos de olhar para este espaço como um espaço de elite e, fundamentalmente, como um espaço de mérito e também valorizar todo o trabalho que é desenvolvido pelos atletas ao longo do ano nos seus clubes. Analisar também as suas prestações e transmitir um sinal muito claro para todo o mundo do hóquei de que o espaço da seleção é um espaço que está permanentemente em aberto. Não é um espaço fechado, é um espaço aberto e que, dependendo, obviamente, do rendimento desportivo que os atletas apresentam, poderão ter sempre a oportunidade de integrar este espaço.

O Benfica, nomeadamente, deixou algumas críticas pelas não chamadas do João Rodrigues e do Pedro Henriques. A queixa dos encarnados merece-lhe algum comentário?
Não. Acho que pelas funções que desempenho, falo dos atletas que estão presentes, mas, sinceramente, não me merece qualquer comentário. Foi uma decisão que foi tomada pelo clube, pelo Benfica, e certamente tem as suas razões. Aquilo que eu costumo dizer é que as decisões nunca são tomadas contra ninguém e, a partir daqui, é uma questão de consciência. É neste grupo em que eu acredito, é este grupo que acho que tem todas as condições para poder dar uma alegria a todos os portugueses.

Portugal joga em casa…
Poderíamos dizer que o facto de jogarmos em casa poderá ser um fator que possa desequilibrar. Não penso dessa forma. O que penso é que, efetivamente, o facto de jogarmos em casa nos vai ajudar, obviamente, e estamos muito satisfeitos por isso. Não tenho a mínima dúvida de que a energia que nos vai ser passada vai ser fantástica, vai ser determinante para nós atingirmos os nossos objetivos. Será uma coisa muito boa para nós.

Não sei se o Paulo é dado a superstições, mas Paredes não tem dado muita sorte a Portugal. Já tivemos duas fases finais (2012 e 2021) sem vitória. É agora que vamos quebrar o enguiço?
Eu costumo dizer, e quem me conhece sabe, que sou muito focado em oportunidades. As dificuldades são para identificar, para as tornear, para encontrar soluções e para seguirmos em frente. Se eu olhar a esse tipo de superstições, há quem diga que “não há duas sem três”. Eu quero pensar ao contrário, é que “à terceira é de vez”. Acima de tudo, vamos ter um palco maravilhoso, vamos ter um público maravilhoso. Sei que está a ser feito um esforço muito grande em termos organizativos. Vai ser algo grandioso para o hóquei em patins português e, seguramente, para o hóquei em patins mundial. E, portanto, vamos pensar que à terceira vai ser de vez.

Para fechar, Portugal tem o melhor campeonato do mundo de hóquei em patins?
Penso que sim. E não é por acaso que as grandes referências do hóquei mundial, os melhores atletas, querem vir jogar para Portugal. Eu continuo a dizer que o hóquei tem uma implementação muito bonita em Portugal. O hóquei é uma modalidade apaixonante, é uma modalidade que para os portugueses é indiscutível, de que gostam muito. É uma modalidade com uma grande tradição e que, desde sempre, trouxe grandes alegrias e grandes títulos para Portugal. Portanto, é natural este fluxo de atletas a quererem jogar em Portugal, principalmente, os melhores. E tornam, obviamente, o campeonato português muito apelativo e tornam-no naquilo que é apelidado como o melhor campeonato do mundo.

Grupo A: Portugal, Espanha, França e Itália
Grupo B: Suíça, Alemanha, Andorra e Áustria

Convocados: Rafa Bessa (Sporting), Guga (Valongo), Miguel Rocha (Óquei de Barcelos), Alvarinho (Hockey Trissino), Luís Querido (Óquei de Barcelos), Xano Edo (Oliveirense), Hélder Nunes (FC Porto), Gonçalo Alves (FC Porto), Zé Miranda (Benfica) e Rafa (FC Porto).

EUA podem ser a nova Turquia Economistas alertam que mercados financeiros estão a subestimar ataque de Trump à Fed

Os mercados financeiros ainda não refletiram totalmente os riscos associados à ofensiva de Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) contra a Reserva Federal (Fed), segundo um inquérito realizado pelo pelo “Financial Times” junto de 94 economistas norte-americanos e europeus. A maioria dos inquiridos considera que as tentativas de pressionar a política monetária poderão ter consequências duradouras, incluindo inflação mais alta, instabilidade financeira e erosão da credibilidade da dívida pública dos EUA. Muitos já comparam os EUA com a Turquia.

Desde o início do seu segundo mandato, Trump tem multiplicado ataques contra o banco central mais poderoso do mundo. O alvo principal tem sido Jerome Powell, atual presidente da Fed, que foi insultado publicamente por se recusar a cortar taxas de juro este ano. Powell foi indicado por Trump, no seu primeiro mandato, mas a relação entre ambos nunca foi boa, com muitos reparos do republicano ao profissionalismo do líder do banco central.

Os economistas ouvidos apontam a comparação com a Turquia como inevitável, alertando que gerar o mesmo tipo de instabilidade, mas com o tamanho da economia norte-americana e a importância do dólar, é um enorme risco. Na última década, a Turquia teve seis governadores no banco central, que ocuparam, em média, o cargo durante menos de um ano e meio, sempre debaixo de pressão do poder político.

Uma das consequências das orientações pouco ortodoxas do Presidente Recep Tayyip Erdoğan é a desvalorização da moeda local: a lira turca perdeu mais de 80% do valor frente ao euro e ao dólar norte-americano, nos últimos cinco anos. A inflação no país é historicamente elevada, tendo atingido os 85% em outubro de 2022 – em maio deste ano, situou-se nos 35%.

“A Fed tornar-se-á uma marioneta do Governo”, alertou Christiane Baumeister, economista da Universidade de Notre Dame, ao “Financial Times”, refletindo a preocupação generalizada entre os participantes. Outros classificaram a situação como “horrível”, “caótica” e até “desastrosa”.

Independência vai perder-se

Mais de um quarto dos inquiridos teme que, até 2029, quando termina o atual mandato de Trump, a Fed já não consiga atuar de forma independente do poder político. Significa que as taxas de juro – que servem para gerir a inflação e a injeção de liquidez na economia – poderão passar a ser definidas, de forma indireta, pelo poder governamental.

Outros 45% consideram demasiado cedo para prever qual será o grau de autonomia do banco central nessa altura. Ainda assim, 28% mantêm algum otimismo, acreditando que, embora mais enfraquecida, a Fed continuará a desempenhar as suas funções. O Congresso surge como contrapeso, dado que a nomeação de governadores exige maioria no Senado. A audição para o mais recente nome proposto por Trump, Stephen Miran, está marcada para esta quinta-feira.

A expectativa partilhada por 52% dos participantes é de que, já em 2026, quando expira o mandato de Powell, a Fed passe a privilegiar a redução dos custos de financiamento do Estado e a criação de emprego, em detrimento da estabilidade de preços.

A visão dominante entre os economistas é clara: qualquer abalo na independência da instituição terá efeitos negativos na maior economia do mundo. “É um dos poucos pontos em que os economistas estão de acordo”, afirmou Rüdiger Bachmann, professor da Universidade do Michigan, sublinhando que a autonomia da Fed “garante inflação mais baixa e estável, além de estabilidade financeira”.

Inflação escala e dívida pública treme

Os riscos mais citados no inquérito foram a aceleração da inflação, identificada por 42% dos participantes, e a possível perda de confiança dos investidores na dívida pública dos EUA, apontada por 35%. Apenas um economista considerou que os ataques de Trump não representam um risco “significativo” para a economia.

Desde 1951, a Fed goza de independência formal na definição da política monetária. Presidentes anteriores já apelaram a cortes nas taxas de juro, mas nenhum de forma tão agressiva como Trump, que defende custos de financiamento em torno de 1% para estimular o crescimento.

Curiosamente, os mercados reagiram de forma tímida ao despedimento de Lisa Cook, apesar da gravidade do precedente. Isso contrasta com episódios anteriores, como as ameaças de Trump de demitir Powell, que provocaram forte agitação entre investidores. Para 82% dos economistas inquiridos, as intervenções da Casa Branca estão a ser incorporadas apenas parcialmente nas avaliações de mercado. Outros 12% defendem mesmo que ainda não foram tidas em conta.

Cientistas dizem ter descoberto uma forma de recuperar memórias perdidas

“É realmente uma reversão dos deterioramentos da memória devida à idade. Trata-se de algo muito mais profundo do que simplesmente retrair ou prevenir os sintomas“. A manipulação de uma proteína específica, FTL1, pode restaurar funções cerebrais e reverter memórias perdidas, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Aging revela este mês. O foco da investigação foi o hipocampo, região central para a memória e aprendizagem, que é particularmente vulnerável ao envelhecimento. Os cientistas notaram que a proteína FTL1 se acumula nessa região com o passar do tempo, coincidindo com uma drástica redução de conexões neuronais e capacidade de

Presidente moçambicano empossa novo Conselho de Estado

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, empossa esta segunda-feira, em Maputo, os 21 membros do Conselho de Estado do novo mandato, até 2029, incluindo o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, seguindo-se a primeira reunião ordinária daquele órgão.

De acordo com a Presidência da República, a cerimónia de posse está agendada para as 10h00 locais (09h00 em Lisboa), seguindo-se, uma hora depois, a primeira reunião daquele órgão, prevendo-se, na convocatória, a apresentação dos membros, informação sobre o seu funcionamento e a aprovação do regimento.

Serão empossados os históricos da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) Alberto Joaquim Chipande, Graça Machel, Eduardo Silva Nihia e Felizarda de Boaventura Paulino, “personalidades de reconhecido mérito designadas pelo Presidente da República pelo período do seu mandato”, segundo a Presidência.

Integram o Conselho de Estado a presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, a primeira-ministra, Maria Benvinda Levy, a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, o Provedor de Justiça, Isac Chande, os antigos Presidentes da República Joaquim Chissano, Emílio Guebuza e Filipe Nyusi, e os antigos presidentes do parlamento Eduardo Joaquim Mulémbwè, Verónica Macamo e Esperança Bias.

O Conselho de Estado inclui ainda Alcinda António de Abreu Mondlane, Maria Luísa Fonseca Neto Lázaro Massamba, Jamisse Uilson Taimo, Aminuddin Mohamad, Albino Forquilha, Ossufo Momade e Lutero Simango — os três últimos respetivamente presidentes dos três maiores partidos da oposição, Podemos, Renamo e MDM —, enquanto “personalidades de mérito eleitas pela Assembleia da República pelo período da legislatura de harmonia com a representatividade parlamentar”.

Ainda Venâncio Mondlane, “segundo candidato mais votado ao cargo de Presidente da República” nas eleições gerais de 9 de outubro, recorda a Presidência.

“Em vosso nome… lá estarei”, escreveu o ex-candidato presidencial, numa mensagem publicada no sábado na sua conta oficial na rede social Facebook, confirmando a presença na reunião.

Santa Clara e Estrela da Amadora falham o primeiro triunfo

Santa Clara e Estrela da Amadora empataram esta segunda-feira sem golos, em partida a contar para a quarta jornada da I Liga de futebol.

Na chegada à partida, disputada no Estádio de São Miguel, Santa Clara e Estrela da Amadora procuravam o primeiro triunfo na época. Uma tarefa que se revelaria impossível.

Num jogo com poucas oportunidades de golo e muitas faltas, mas em que a equipa da casa conseguiu quase sempre ter o controlo do jogo, foi necessário esperar pelo minuto 88 para ver a bola no interior de uma baliza, após remate do médio brasileiro Adriano, mas apenas para o VAR anular o lance que daria vantagem à equipa da casa.

Depois de novo empate e ainda à procura da primeira vitória no campeonato, Estrela da Amadora segue em 12º com três pontos, enquanto o Santa Clara é 15º com apenas um, mas menos um jogo.

Houthis entraram nos escritórios da ONU no Iémen e detiveram 11 funcionários

Siga aqui o liveblog do Observador sobre a guerra no Médio Oriente

O grupo rebelde iemenita Houthis, apoiado pelo Irão, fez uma série de rusgas nos escritórios de várias agências das Nações Unidas em Saná, a capital do Iémen, e deteve pelo menos 11 funcionários da ONU.

A ação dos Houthis contra a ONU aconteceu depois de Israel ter lançado um ataque contra o Iémen que resultou na morte de vários líderes do grupo rebelde, incluindo do primeiro-ministro e de outros governantes da região do Iémen controlada pelos Houthis.

Dizendo-se solidários com a Palestina no contexto da guerra na Faixa de Gaza, e alinhados com outros grupos apoiados pelo Irão (como o Hamas e o Hezbollah), os Houthis têm levado a cabo múltiplos ataques contra Israel e também contra a navegação no Mar Vermelho, provocando disrupções no comércio mundial.

Israel elimina líderes dos houthis no Iémen. Grupo admite morte do primeiro-ministro e de outros governantes

À Associated Press, a porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Abeer Etefa, confirmou que os Houthis fizeram rusgas nos escritórios do PAM e de outras duas agências da ONU em Saná: a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF.

De acordo com fontes que falaram à AP, os elementos do grupo rebelde entraram nos escritórios armados, questionaram os funcionários e detiveram pelo menos 11 pessoas.

As agências da ONU no território iemenita encontram-se, atualmente, a realizar uma contabilização dos seus funcionários.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a “entrada forçada” dos Houthis nas instalações das Nações Unidas, exigindo a “libertação imediata e incondicional” dos detidos e classificando as detenções como “arbitrárias” e “intoleráveis”.

“Os funcionários das Nações Unidas e os seus parceiros não devem ser visados, presos ou detidos enquanto estiverem em missões da ONU”, disse Guterres. “A segurança dos funcionários e das propriedades da ONU assim como a inviolabilidade das instalações devem ser garantidas sempre.”

Este foi apenas o mais recente ataque dos Houthis contra a ONU. No passado, o grupo já deteve dezenas de funcionários das Nações Unidas.

Zelensky e líderes europeus reúnem-se quinta-feira em Paris

A reunião acontece numa altura em que os esforços de Washington para pôr fim à invasão russa na Ucrânia parecem estar estagnados.

Esta reunião foi planeada para discutir garantias de segurança para a Ucrânia e para se tentarem avanços diplomáticos, já que a Rússia está a ‘arrastar a situação novamente”, disse a fonte, que não se quis identificar, à AFP.

A participação do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na cúpula de Paris “neste momento não está prevista”, acrescentou.

Os esforços diplomáticos para encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia intensificaram-se nas últimas semanas sob a liderança de Donald Trump, que se encontrou com seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca em agosto, mas até o momento não produziram resultados concretos.

A Ucrânia acusa a Rússia de ganhar tempo e fingir o desejo de negociar para se preparar melhor para novos ataques.

Os militares russos controlam atualmente aproximadamente 20% do território ucraniano e têm vantagem nas linhas de frente.

A Rússia lançou sua invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, o pior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, que deixou dezenas, senão centenas, de milhares de mortos em ambos os países.

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