Houthis entraram nos escritórios da ONU no Iémen e detiveram 11 funcionários


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O grupo rebelde iemenita Houthis, apoiado pelo Irão, fez uma série de rusgas nos escritórios de várias agências das Nações Unidas em Saná, a capital do Iémen, e deteve pelo menos 11 funcionários da ONU.
A ação dos Houthis contra a ONU aconteceu depois de Israel ter lançado um ataque contra o Iémen que resultou na morte de vários líderes do grupo rebelde, incluindo do primeiro-ministro e de outros governantes da região do Iémen controlada pelos Houthis.
Dizendo-se solidários com a Palestina no contexto da guerra na Faixa de Gaza, e alinhados com outros grupos apoiados pelo Irão (como o Hamas e o Hezbollah), os Houthis têm levado a cabo múltiplos ataques contra Israel e também contra a navegação no Mar Vermelho, provocando disrupções no comércio mundial.
À Associated Press, a porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Abeer Etefa, confirmou que os Houthis fizeram rusgas nos escritórios do PAM e de outras duas agências da ONU em Saná: a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF.
De acordo com fontes que falaram à AP, os elementos do grupo rebelde entraram nos escritórios armados, questionaram os funcionários e detiveram pelo menos 11 pessoas.
As agências da ONU no território iemenita encontram-se, atualmente, a realizar uma contabilização dos seus funcionários.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a “entrada forçada” dos Houthis nas instalações das Nações Unidas, exigindo a “libertação imediata e incondicional” dos detidos e classificando as detenções como “arbitrárias” e “intoleráveis”.
“Os funcionários das Nações Unidas e os seus parceiros não devem ser visados, presos ou detidos enquanto estiverem em missões da ONU”, disse Guterres. “A segurança dos funcionários e das propriedades da ONU assim como a inviolabilidade das instalações devem ser garantidas sempre.”
Este foi apenas o mais recente ataque dos Houthis contra a ONU. No passado, o grupo já deteve dezenas de funcionários das Nações Unidas.