Alcaraz derrota parceiro de Borges no US Open

O tenista espanhol Carlos Alcaraz, campeão em 2022, qualificou-se este domingo para os quartos de final do Open dos Estados Unidos, quarto e último Grand Slam da temporada, depois de vencer o francês Arthur Rinderknech.

Perante o 82.º do ranking mundial, que na véspera tinha abdicado de jogar pares ao lado do português Nuno Borges, Alcaraz, segundo da hierarquia, venceu por 7-6, 6-3 e 6-4, em 2h12.

O espanhol, que já conta com duas vitórias em Roland Garros e outras tantas em Wimbledon, regressa aos quartos de final, que só tinha falhado em 2024 em Nova Iorque, defrontando agora o checo Jiri Lehecka, 21.º do mundo, que está pela primeira vez nos quartos de final de um ‘major’.

Petroleiro israelita atacado no Mar Vermelho

Um petroleiro com bandeira da Libéria, de propriedade israelita, reportou uma explosão nas suas proximidades, no Mar Vermelho, ao largo da cidade portuária de Yanbu, na Arábia Saudita.

A informação foi avançada este domingo pela empresa britânica de segurança marítima Ambrey.

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De acordo com o United Kingdom Maritime Trade Operations (UKMTO), a embarcação relatou “um impacto na água muito próximo, proveniente de um projétil desconhecido, seguido de uma forte explosão”.

A tripulação está segura e o navio prosseguiu a sua rota para o próximo destino, acrescentou o organismo britânico.

Num comunicado posterior, a Ambrey afirmou que, tendo em conta o perfil do navio — publicamente identificado como propriedade israelita —, este estaria “alinhado com os alvos típicos” dos ataques reivindicados pelos rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão.

Desde 2023, os Houthi têm vindo a atacar navios no Mar Vermelho que consideram ligados a Israel, alegando tratar-se de uma ação em solidariedade com os palestinianos em Gaza.

Até ao momento, não foi confirmada a autoria do ataque e o grupo Houthi ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente.

O UKMTO também não atribuiu responsabilidade a nenhuma parte, mas garantiu que as autoridades estão a investigar o caso.

A cidade portuária de Yanbu, situada na costa ocidental da Arábia Saudita, tem sido considerada estratégica na rota marítima do Mar Vermelho.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coligação militar que combate os Houthi no Iémen, em apoio ao governo reconhecido internacionalmente, após os rebeldes terem tomado a capital Sanaa em 2014.

No passado, a coligação já frustrou diversos ataques com embarcações carregadas de explosivos, alegadamente lançados pelos Houthi.

Ursula von der Leyen diz que Europa tem “plano preciso” para enviar tropas para a Ucrânia

Numa entrevista ao Financial Times este domingo, 31 de agosto, Ursula von der Leyen garante que a Europa tem um “plano bastante preciso” para enviar tropas — “dezenas de milhares” que vão compor um exército multinacional — para a Ucrânia como parte das garantias de segurança pós-conflito. E que o plano, que está a ser desenvolvido por militares de diferentes países europeus, conta com o “apoio” de Trump.

Apesar de falar numa “presença” dos Estados Unidos como parte desse “apoio”, não é claro que isso signifique que as forças armadas norte-americanas estarão em território ucraniano. Recorde-se que Donald Trump recusou em agosto, poucos dias após a Cimeira de Washington com os líderes europeus, a presença de tropas americanas e até de forças da NATO como medida de assegurar a segurança da Ucrânia num cenário pós-guerra

Von der Leyen diz que Europa tem “plano preciso” para enviar tropas para a Ucrânia

Está marcada para a próxima 5.ª feira uma cimeira em Paris entre o Presidente francês Emannuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, a própria von der Leyen e Mark Rutte (secretário-geral da NATO) — um passo decisivo para a concretização do plano europeu.

De acordo com Von der Leyen, as “garantias de segurança são primordiais e absolutamente cruciais. Temos um caminho claro a seguir e um acordo com a Casa Branca… e este trabalho está a correr muito bem”, afirmou von der Leyen, que diz ter o apoio dos EUA.

A presidente da Comissão Europeia afirmou que as capitais europeias estão “a trabalhar em planos para um exército multinacional com o apoio dos norte-americanos”. “O Presidente Trump assegurou-nos que haverá uma presença norte-americana como parte deste apoio. Isto ficou muito claro e foi afirmado repetidamente”, enfatiza a responsável europeia.

As tropas poderão ser formadas por dezenas de milhares de militares europeus, com a assistência dos EUA, incluindo o comando e o controlo de sistemas de monitorização e apoio dos serviços secretos, um acordo que terá sido firmado entre Trump, Zelensky e outros líderes europeus no mês passado.

Na entrevista Ursula von der Leyen disse ainda que na última semana os responsáveis pelas defesas dos países que fazem parte da “coligação de boa vontade” de apoio à Ucrânia encontraram-se e “trabalharam em planos bastante precisos”, que incluíram a discussão de “itens necessários para a criação funcional das tropas”.

“É claro que serão necessárias decisões políticas dos respetivos países, porque deslocar tropas é uma das decisões de soberania mais importantes de uma nação”, assinalou, destacando que “o senso de urgência é muito grande e está a aumentar. Está mesmo a tomar forma”.

O objetivo será fortalecer o exército ucraniano num cenário pós-conflito, o que representaria o núcleo da força de dissuasão. Para tal, além do envio de tropas, Ursula von der Leyen justificou que a comissão europeia exploraria novas fontes de financiamento para fornecer o custeio “sustentável às forças armadas ucranianas como… uma garantia de segurança”. Isso porque depois de um acordo de paz, Kiev precisaria de “um número considerável de soldados com bons salários e equipamentos modernos… é lógico que será a União Europeia que terá de contribuir”.

Na próxima quinta-feira, Emmanuel Macron deverá receber em Paris os mesmos líderes que se encontraram com Trump, incluindo o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro Keir Starmer, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte e a própria von der Leyen, revela o Financial Times (FT) no texto da entrevista a Ursula von der Leyen.

O jornal económico inglês confrontou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da República francesa, com a informação mas fonte oficial recusou comentar.

Na mesma entrevista ao FT, Von der Leyen dá a entender que Donald Trump não confia em Vladimir Putin. O Presidente norte-americano “quer a paz e Putin não vai à mesa de negociações… [Trump] Teve uma experiência negativa com Putin. Cada vez mais, Putin não faz o que diz“.

Para marcar a diferença em relação a Putin, a presidente da Comissão Europeia fez questão de recordar que “tivemos no último mês várias reuniões” com os Estado Unidos “em que ficou óbvio que se pode confiar nos europeus“. “Está claro que quando falámos, fazemos”, afirma, numa referência ao aumento do investimento da União Europeia em Defesa.

Foi acordado na última Cimeira da NATO que os aliados europeus irão aumentar o investimento em Defesa dos atuais 2% do PIB de cada um dos países para 3,5% do PIB — meta que é uma exigência de Donald Trump e que deverá ser cumprida até 2035.

Europa está a elaborar planos “precisos” para enviar tropas para a Ucrânia

A Europa está a delinear “planos bastante precisos” para o envio de uma força militar multinacional para a Ucrânia, após o fim da guerra com a Rússia. Moscovo tem vindo a rejeitar uma força de paz com tropas ocidentais.

Os planos foram divulgados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa entrevista ao jornal “Financial Times” divulgada este domingo.

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“O Presidente Trump garantiu-nos que haverá uma presença americana na salvaguarda” das garantias de segurança na Ucrânia, sublinhou a líder europeia.

“Isso ficou muito claro e foi afirmado repetidamente”, reforçou Ursula von der Leyen.

De acordo com o “Financial Times”, o envio de uma força de manutenção de paz para a Ucrânia, liderada pelos europeus e apoiada pelos Estados Unidos, poderá contar com dezenas de milhares de militares.

O dispositivo inclui sistemas de comando e controlo, bem como recursos de inteligência e vigilância.

Este entendimento terá sido alcançado durante a cimeira deste mês, na Casa Branca, entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e vários líderes europeus, incluindo Ursula von der Leyen.

Na próxima quinta-feira, 4 de setembro, deverá ter lugar uma reunião, em Paris, entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia.

O encontro vai servir para continuar as negociações ao mais alto nível sobre a guerra na Ucrânia, adianta o “Financial Times”, citando três fontes diplomáticas.

Marcelo envia condolências à família do luso-israelita Idan Shtivi

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa enviou condolências à família de Idan Shtivi, após o Governo de Israel ter anunciado no sábado que recuperou os restos mortais do luso-israelita em Gaza, divulgou este domingo a Presidência.

“O Presidente da República manifesta o seu sentido pesar, no momento da entrega do corpo a família do cidadão luso-israelita Idan Shtivi, refém do grupo terrorista Hamas e que morreu no cativeiro. Endereça as suas condolências à família, ao povo israelita e a Israel”, referiu o comunicado publicado na página oficial da Presidência portuguesa.

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O Governo de Israel anunciou no sábado ter identificado os restos mortais de um segundo refém que foi recuperado recentemente de Gaza, tratando-se do luso-israelita Idan Shtivi, de 28 anos.

“Uma operação especial (…) na Faixa de Gaza permitiu o repatriamento do corpo do falecido Idan Shtivi”, declarou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O exército israelita anunciou na sexta-feira ter trazido de volta os restos mortais de dois reféns, dos quais apenas um havia sido identificado inicialmente. Esse refém foi identificado como Ilan Weiss, de 56 anos, morto durante o ataque ao “kibutz” Be”eri.

Numa mensagem na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal prestou “sentida homenagem ao cidadão luso-israelita Idan Shtivi” e apresentou “condolências à família e ao povo de Israel, solidarizando-se com o seu sofrimento”.

Idan Shtivi, um fotógrafo amador de 28 anos, foi raptado no dia 07 de outubro de 2023 junto ao local onde se realizava o festival de música eletrónica Supernova, durante os ataques do grupo islamita Hamas ao território de Israel.

Em maio passado, o pai de Idan Shtivi esteve em Portugal.

“Estou aqui porque quero dizer às pessoas de Portugal que têm um cidadão preso em Gaza”, afirmou, na ocasião, Eli Shtivi.

O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, disse numa mensagem publicada na rede social X, no sábado, que o corpo de Idan Shtivi foi recuperado por Israel “numa complexa operação militar”.

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do grupo radical palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, dos quais permanecem 48 em Gaza. Israel calcula que dessas 48 pessoas raptadas pelo menos 20 ainda estejam vivas.

O mais recente balanço do Ministério da Saúde do enclave palestiniano, controlado pelo Hamas, indicava mais de 63.000 mortos desde o início da guerra em outubro de 2023.

“Despedida de um grande jogador”. Bruno Lage dá abraço a Florentino

O treinador do Benfica, Bruno Lage, confirma a saída de Florentino para o Burnley.

“Sobre o Tino dei-lhe um abraço. É a despedida de um grande jogador, que tive a oportunidade de o lançar e me ajudou imenso, quer na equipa B, quer na A. Também realcei a importância do Roger Schmidt, que o soube repescar em tempo útil. Tive uma conversa com o Florentino no Mundial de Clubes. Se aparecesse uma boa oportunidade, ele poderia ter uma aventura diferente no estrangeiro [Burnley]. Por isso, fizemos o reforço que fizemos no mercado. Pela época que fez, uma equipa de uma grande liga poderia vir buscá-lo. O Tino teria sempre espaço comigo porque gosto de ter dois jogadores competitivos por posição. A vinda do Manu foi exatamente para isso e a vindo do Enzo foi também”, disse na sala de imprensa.

Já quanto ao mercado, que encerra esta segunda-feira à noite, Lage disse apenas:

“Ainda temos muito trabalho pela frente. Ainda falta um dia para o fecho do mercado. Estamos a trabalhar no sentido de ter um plantel para jogar de três em três dias com a exigência do Benfica”.

Cientistas comprimem um computador inteiro numa fibra de tecido — que pode ir à máquina

Um novo computador integrado numa fibra contém oito dispositivos que funcionam em conjunto como uma única entidade computacional. Os cientistas querem tecer várias dessas fibras para que possam trabalhar juntas como peças integradas de vestuário inteligente. Uma equipa de cientistas incorporou componentes essenciais de computação numa única fibra flexível — que pode ser passada pela máquina de lavar. Os investigadores esperam, no futuro, poder tecer muitas dessas fibras numa rede coesa de “computação em fibra” — ou seja, roupas com capacidades inteligentes integradas. Os têxteis inteligentes, também conhecidos como tecidos inteligentes ou e-têxteis, são materiais que contêm componentes eletrónicos capazes

Para Jim Jarmusch, haverá sempre afectos em déjà vu

O novo filme de Jim Jarmusch é um descendente directo dos encontros à volta da mesa de Café e Cigarros (2003) e das filiações e afectos que Paterson (2016) serviu com finíssima ironia. Tom Waits vem do primeiro, Adam Driver do segundo. Estas chamadas não vêm à toa. Father Mother Sister Brother (escrito assim mesmo, sem vírgulas) é um tríptico sobre relações entre pais e filhos. A primeira parte foi rodada no nordeste americano. Adam Driver e Mayim Bialik são irmãos e vão visitar o pai, Tom Waits, numa zona remota de Nova Jérsia (a parte Father). Cate Blanchett e Vicky Krieps são irmãs e juntam-se para ver a mãe que também vive sozinha, Charlotte Rampling, em Dublin (a parte Mother). Por fim, em Paris, Luka Sabbat e Indya Moore fazem uma derradeira visita ao apartamento já devoluto em que cresceram depois de perderem os pais (a parte Sister Brother).

As histórias entrelaçam-se por casualidades que o guião de Jim vai tornando familiares. Nas três se fala, por piada, de uma terra imaginária chamada Nowheresville. Nas três se pergunta se são válidos os brindes com água/chá/café. Todas invocam a expressão inglesa “Bob’s your uncle”, todas fazem alusão à presença de um relógio Rolex no pulso. Assim se vão construindo os déjà vus. Nada disto é realmente novo no planeta Jarmusch. Father Mother Sister Brother não é revolução nem sequer ponto de inflexão na sua obra. Agora se percebe um bocadinho porque é que Cannes, que mostrou quase todos os filmes do compincha de Ohio desde que ele é gente, tardou em seleccionar este — e a espera magoou. Tocado, Jim rumou ao Lido sem querer saber de mais salganhadas, foi remédio santo.

Tom Waits em “Father Mother Sister Brother”, de Jim Jarmusch

Mas o Festival de Cannes foi casmurro, mauzinho. Assuma-se que o conjunto das três histórias de Father Mother Sister Brother ainda tem contra si o facto da primeira ser melhor que a segunda, e a segunda melhor que a terceira (é curioso, o mesmo sucedia com Histórias de Bondade, o filme de Lanthimos anterior a Bugonia), isto é: progride em diminuendo. Mas a construção do humor, a paixão maníaca pelo detalhe, os tempos de espera que pausam o relato e deixam entrar a ironia, a cumplicidade, o traço de toda uma obra, estão no ponto, incólumes.

Father Mother Sister Brother só é um filme menor de Jarmusch para aqueles que amam a obra, a pessoa e conhecem o nível a que ele é capaz de chegar. Porque, de resto, continua a ser um bom filme, garante-se. Um honradíssimo três estrelas em naipe de quatros e cincos. Não envergonha nada e ninguém, sai-se feliz da sala. Mais se dirá lá para frente, em longa entrevista com Jim que há-de vir.

Frankenstein é exactamente o filme que se esperava de Guillermo del Toro, sem tirar nem pôr, espectáculo grandioso, mas não empolgado, fiel, também já era sabido, à fonte original da obra de Mary Shelley, que viu na criatura um novo Prometeu (Frankenstein; or, The Modern Prometheus foi, de resto, o título que a londrina deu à sua obra magna). Diga-se aqui que a progressão é inversa à do filme de Jarmusch: nas duas horas e meia que dura, a primeira parte, que é a do relato do criador, Victor Frankenstein (Oscar Isaac), é muito inferior à segunda parte, que nos dá (atrevimento inédito) um relato do ponto de vista da criatura (Jacob Elordi).

Frankenstein está construído a partir da problemática da aceitação de quem é diferente, é obviamente um filme denso e orientado com cuidado por um cineasta talentoso que sabe pôr em evidência as coisas essenciais do livro: a imortalidade de Frankenstein, por exemplo, que é para ele uma agonia (“não posso morrer mas também não sei viver sozinho…”), a sua atracção romântica e casta, por Elizabeth, cunhada de Victor, que em segredo ama no monstro aquilo que para todos os outros é sinal de repúdio.

Frankenstein é um filme muito sério, consciente da matéria que tem em mãos, mas não muito seguro de si. Sem ser condescendente com outras etapas do trabalho, este filme caríssimo e destinado às grandes plateias falha de tanto querer humanizar o que não é humano.

Oscar Isaac, Guillermo del Toro e Jacob Elordi no photocall de Veneza

The Wizard of the Kremlin, nova longa-metragem Olivier Assayas, é uma recriação dramática da ascensão ao poder de Vladimir Putin — sem pejo, o filme trata-o por czar — desde o colapso da União Soviética à alvorada da Guerra da Ucrânia. Rodado na Letónia (a fingir de Rússia), o filme adapta com liberdade o romance homónimo de Giuliano da Empoli e a personagem central, fictícia, é Vadim Baranov (Paul Dano), um aspirante a artista que se torna spin doctor do jovem Putin a trepar na hierarquia (óptimo papel de Jude Law). As cenas do caos pós-soviético nos anos 90 e das festas desbragadas nos tempos de Boris Yeltsin são o melhor do filme e recordam os primeiros filmes de Assayas, em particular Désorde/Desordem. O filme tende depois a tornar-se cada vez mais frio, descida de temperatura a condizer com a consolidação do poder seguida pelo guião, que além de Assayas tem a pluma de Emmanuel Carrère.

Paul Dano em “The Wizard of the Kremlin”

Assayas acrescenta à dramaturgia a personagem de Ksenia (Alicia Vikander), figura desamparada em pose de femme fatale, por quem Vadim se apaixona. Além dela, não há aqui muito mais vida nem aspecto que valha realmente a pena ser realçado. Servido por um elenco competente, o filme tem 150 minutos e, se fosse talhado em três partes de 50 minutos, poderia entrar sem reparos como mini-série na grelha de qualquer plataforma de streaming. Bom elenco, história despachada, panorâmica competente da história daquela Europa de Leste dos últimos 30 anos: Revolução Laranja em Maidan, as Pussy Riot em Moscovo, até Prigozhin tem direito a “boneco” nos tempos em que era ainda era apenas o cozinheiro de Putin. E contudo, na sua inexplicável lisura, The Wizard of the Kremlin não apresenta qualquer rasgo cinematográfico.

Esta segunda-feira será dia de Kim Novak: a actriz americana, imortalizada por Vertigo, tão misteriosa no ecrã como recatada na vida privada, vem ao Lido, aos 92 anos, receber o segundo Leão de Ouro à carreira deste ano (após o que já foi entregue a Herzog). Paralelamente, será exibido Kim Novak’s Vertigo, documentário de Alexandre O. Philippe.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.

Custódio Castro. “Se empatássemos este jogo não caía mal”

O treinador do Alverca, Custódio Castro, deixa elogios à sua equipa, mas também criticas à arbitragem.

A partida

“Temos uma forma de trabalhar e não abdicamos dela. Acreditamos muito naquilo que fazemos. Não sou aquele tipo de treinador que vai dizer ‘ah, perdemos e não abdicámos da identidade’. Já a temos, não tem a ver com isso. Sabíamos a grande equipa que estávamos a defrontar e abordámos o jogo de forma séria e profissional. Olho para o jogo e vejo um bom jogo de futebol. Um ou outro erro de arbitragem. Não gosto muito de entrar por aí, mas temos de ver a situação da interferência no primeiro golo. Mas faz parte, também têm o direito de errar. Temos de olhar para este tipo de lances com um bocadinho mais de atenção. Mas acho que foi um bom jogo. Duas equipas a tentar. O Benfica tem duas ou três oportunidades na primeira parte, mais bola e faz dois golos. Nós também temos algumas, aproveitando alguns espaços, e acabamos por não marcar. Ouvi o mister Bruno Lage dizer que o Samuel [Soares] está numa grande forma, e está. Numa forma ‘monstra’. Viu-se hoje outra vez. E depois fomos em busca de relançar o jogo. Os jogadores acreditaram muito, seja em futebol mais apoiado, seja em busca da profundidade. Acho que foi mais um jogo competente, que acaba de ser mais uma vitória moral. Se empatássemos este jogo depois de estar a perder 2-0, não caía mal”, começou por analisar.

Expulsão fez acreditar

“Acreditámos sempre que era possível fazer qualquer coisa. O Benfica não tinha sofrido golos e nós dissemos que iríamos tentar marcar. E isso aconteceu. Não era a derrota que esperávamos. Quando ficámos 11 contra 10 carregámos, tentámos flanquear mais o jogo, colocámos o Esteves… Era preciso mais paciência também. Foi esse a nossa tentativa, de ir em busca do resultado. Fizemos um golo, penso que poderíamos ter feito pelo menos mais um”.

Mais de 30 jogadores novos

“É muito importante [a paragem]. Não sei se ficámos por aqui. Ainda falta um dia de mercado e há algumas surpresas. Trabalho as minhas ideias desde o primeiro dia. A verdade é que, nesse primeiro dia, não tínhamos assim tantos jogadores que hoje já cá estão. Basta ouvir os grandes treinadores de grandes equipas a referir que precisam de muito tempo para trabalhar. Acho que, neste caso, o do Alverca também precisa de um bocadinho mais de tempo…

Mário Branco promete estar “atento e vigilante” aos critérios da arbitragem

O diretor-geral do Benfica, Mário Branco, promete estar “atento e vigilante” aos critérios que vão ser aplicados pelos árbitros nos restantes jogos do campeonato.

“O que nos preocupa e sobre o qual vamos estar atentos e vigilantes é se estes tipos de critérios de arbitragens se vão manter durante a temporada. Tivemos o cuidado de, antes do início da época, estar na Cidade do Futebol e perceber que tipo de recomendações que a nova Comissão de Arbitragem tinha para o remanescente da época e não percebi que houvesse um critério tão rigoroso como aquele que foi utilizado hoje neste campo”.

O dirigente recorda o que se passou em Alverca: “Acabámos por receber um cartão amarelo a cada duas faltas que fizemos. Parece-me extremamente rigoroso e até ilógico tendo em conta o tipo de jogo que aqui disputámos. Queria que estivéssemos todos atentos, vamos estar vigilantes e perfeitamente identificados com este tipo de coisas”.

De recordar que Dedic foi expulso ao minuto 70 na partida contra o Alverca, que o Benfica venceu por 2-1.

Mário Branco lembrou ainda o que os encarnados já conseguiram esta temporada.

“Depois de uma pré-temporada, das mais desafiantes e exigentes do Benfica, praticamente sem férias conseguiram com distinção atingir os três objetivos a que nos propusemos: vencer a Supertaça, entrar na fase de liga da Champions e vencer os jogos do campeonato, neste caso, os três que disputámos”.

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