O que quer o Chega

Até quando abusará, Ventura, da nossa paciência? Até onde irão a sua determinação e a do seu partido em destruir o Parlamento, demolir as instituições, ridicularizar os órgãos eleitos e minar a representação popular? Até quando permitirá a República que estes senhores insultem os eleitos, ameacem os rivais, envergonhem os cidadãos, admoestem os adversários e ofendam quem se lhes opõe? Até quando permitiremos que esta turma de arruaceiros ofenda os deputados e os governantes, os políticos e os comentadores, os autarcas e os cidadãos?

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O chão comum que nos une

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Espirramos os três juntos. O senhor português disse “santinho”. Agradecemos com a cordialidade de um aceno de cabeça. De repente, me dei conta de que, há menos de um ano, esse momento teria sido estranho (para mim). Escutar “santinho” de um desconhecido num espirro coincidente entre três amigos não faria sentido algum, mas hoje soa natural.

Percebi, nessa distinção, um outro momento da imigração: quando não somos mais estranhos no ninho dos outros é quando nos radicamos (ou quase). Quando já não estamos mais tão deslocados, quando, entre referências de muitas raízes, começamos a partilhar o mesmo chão comum.

Apesar de sermos todos brasileiros, aquela interação cotidiana com o senhor português demonstrou uma familiaridade acolhedora. Não estávamos familiarizados propriamente com ele, mas com o costume. Percebi-me um pouco mais confortável ao vestir a minha pele neste território. Sem dúvida, muito mais confortável do que estaria há um ano.

Em meados desse verão, me mudei. Saí da minha casa. Minha casa!? Ela é do meu senhorio, mas morei lá por mais de um ano e meio, de forma que, embora não me pertença, eu pertenci um pouco a ela: é familiar para mim. A casa, a vizinhança, os ruídos dos vizinhos, um pouco de tudo. Foi a primeira casa onde, de fato, desfiz as malas deste lado do Atlântico.

Estive, no final da primavera, nas Termas de Lobios com amigas portuguesas. Eu, a única brasileira. Elas, portuguesas do Norte e das ilhas. De alguma forma, para elas, eu já sou também um tanto familiar. Por compartilharmos o mesmo território, com constância nas interações, os nossos territórios de origem já não pesam mais tanto nas distinções entre nós.

Familiar. As palavras, os maneirismos e os sotaques delas. Tudo dentro do carro em que seguíamos viagem era muito familiar. E, quando colocaram música portuguesa na fronteira com a Espanha, embora eu não soubesse cantar junto como elas, sentia o acolhimento de quem já não está mais em terra estrangeira.

Deslocado. Era a música do NAPA, do Festival Eurovisão. Três mulheres portuguesas e uma brasileira em um automóvel na fronteira com a Espanha, enquanto Deslocado tocava ao fundo, foi, para mim, simbólico. Eu não me sentia deslocada entre elas, nem no país delas e, naquela circunstância, éramos quatro estrangeiras na Espanha. Estávamos mais familiares (entre nós) do que nunca.

Partilha de chão repertorial e territorial, convívio e fricção de referência. A partilha das referências e o convívio nos permitiram firmeza em nossas bases, para pisarmos juntas num mesmo chão comum, em uma relação de horizontalidade, para além das diferenças. Diferenças temos todos, mas, naquele dia, cultura, língua e costumes faziam de nós um coletivo ressonante em terra estrangeira.

Portugal não era mais terra estrangeira (para mim). Portugal era o chão comum que nos unia.

Expresso da Meia-Noite

Expresso da Meia-Noite

Expresso da Meia-Noite

Um debate semanal com quatro convidados sobre um grande tema da atualidade, num programa feito em colaboração entre a SIC Notícias e o semanário Expresso. Moderação a cargo de Ricardo Costa, Bernardo Ferrão e Ângela Silva

Manuel Pureza (parte 2): “É-me importante destruir as coisas, os cânones, para ver como são por dentro, para questionar e propor uma piada”

Nesta segunda parte da conversa do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, o diretor Manuel Pureza fala da relação próxima com o pai, o professor e político José Manuel Pureza, que lhe deu a conhecer grandes referências no humor como Mel Brooks ou Monthy Python. Depois, assume o seu lado Peter Pan, e da inquietude de se dar conta do tempo andar depressa demais, refere ainda o medo do rumo das coisas no país e de como se quer implicar cada vez mais na mudança e na criação de um melhor futuro para todos

Bactérias bizarras respiram rochas (e ajudam a limpar águas mortíferas)

Uma equipa de investigadores da Universidade de Viena descobriu que o metabolismo de um micro-organismo que respira rochas lhe permite oxidar sulfuretos tóxicos e reduzir minerais de ferro para obter energia. Segundo um novo estudo, as chamadas “bactérias MISO” transformam o perigoso sulfureto de hidrogénio em sulfatos, ajudando assim a travar a expansão das zonas mortas sem oxigénio nos oceanos e zonas húmidas do planeta. O estudo, conduzido por uma equipa internacional de cientistas, liderada por microbiologistas da Universidade de Viena, e publicado na quarta-feira na revista Nature, sugere que estes organismos podem ser responsáveis por até 7% da remoção

Estará já o Governo de braço dado com o Chega

No terreno, a campanha para as autárquicas já tem os motores a trabalhar e noutra frente arrancam, na próxima semana, as várias reuniões para começar a acertar agulhas para o Orçamento. Para onde se vai virar Montenegro? Chega ou PS. Nas questões dos estrangeiros e cidadania parece haver entendimento à direita. À esquerda haverá escape possível que não seja deixar passar o OE? Oiça aqui em podcast

PS avisa para redução “artificial” de IRS em agosto e setembro e apela à “poupança” dos contribuintes

Já deve ter sentido, no recibo de vencimento deste mês, um alívio no IRS, e no final do mês de setembro vai acontecer exatamente o mesmo. É o resultado das tabelas de retenção na fonte especiais, com taxas mais reduzidas, para devolver aos trabalhadores dependentes e pensionistas o imposto retido a mais no início do ano. Para o PS trata-se de um “truque” a um mês do período de campanha oficial das eleições autárquicas de outubro.

“Não se podem deixar enganar, a descida de impostos que lhes é apresentada com o aumento dos vencimentos e das pensões em agosto e setembro não é real, é mesmo artificial”, salienta o dirigente socialista António Mendonça Mendes.

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“Houve uma manipulação grosseira das tabelas de retenção da fonte, que os portugueses perceberam que, depois das eleições autárquicas, a situação das suas pensões e a situação dos seus salários se mantém praticamente inalterada para aquilo que era em julho”, alerta o vice-presidente da bancada parlamentar do PS.

Veja quanto vai poupar até ao final do ano com as novas tabelas de IRS

A partir de outubro deste ano já estarão em vigor novas tabelas de retenção do IRS onde o efeito de mais dinheiro no bolso já não irá surgir. “E, pior, a generalidade dos contribuintes irá chegar a abril e perceber que vai ter de devolver o dinheiro que agora lhes estão a colocar nos bolsos, porque terá de pagar IRS”, avisa Mendonça Mendes.

Mendonça Mendes alerta os contribuintes: “Não se podem deixar enganar, porque este é um truque que visa as eleições do próximo dia 12 de outubro, depois das eleições autárquicas os seus rendimentos vão voltar àquilo que era antes desta manobra que o governo fez”.

Na última semana, o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, esteve em Castelo de Vide, onde se manifestou convicto de que os portugueses continuarão a votar no PSD se “sentirem que têm mais dinheiro no bolso”.

PS pede explicações sobre descida "excessiva" na retenção e acertos do IRS em 2026

Para o PS, esta é a prova de que a mexida no IRS se trata de uma “manobra” eleitoral da AD e que Castro Almeida foi à Universidade de Verão do PSD explicar aos jovens “aquilo que Luís Montenegro cozinha no governo com os ministros, que é ‘vamos fazer truques para dar a ilusão que estamos a colocar o dinheiro no bolso dos portugueses’ porque temos eleições”, acusa ainda o antigo secretário de Estado adjunto de António Costa.

Puxando a fita atrás, Mendonça Mendes diz que se recorda “bem das declarações de Luís Montenegro, quando, na festa do Pontal, como líder da oposição, dizia ‘vamos baixar os impostos sem truques’. Isto é exatamente o contrário daquilo que foi dito”.

O dirigente socialista aconselha ainda os contribuintes à poupança do que vão receber a mais entre agosto e setembro. “Olhem para este aumento de rendimento que têm como algo especial que deverão poupar, porque muito provavelmente no próximo ano, ao não terem reembolso de IRS, têm de acudir de outra forma àquilo que são despesas que normalmente utilizam esse reembolso, mas pior ainda, muitas famílias vão ter que pagar uma pesada fatura de IRS”.

Gouveia e Melo critica Marcelo: Trump não é um ativo soviético, é um aliado

O almirante na reserva criticou o presidente da República, que afirmou que Donald Trump é um ativo soviético, defendendo que um Presidente não deve fazer comentários pessoais, porque representa o Estado português —mesmo que um antigo espião do KGB o tenha revelado em 2021. Henrique Gouveia e Melo criticou esta sexta-feira Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou que o seu homólogo dos EUA, Donald Trump, funciona atualmente como um “ativo soviético“, ao favorecer a Federação Russa na guerra contra a Ucrânia. “Uma coisa peculiar e complexa é que o líder máximo da maior superpotência do mundo, objetivamente, é um ativo

A subida de preços na saúde

Esta semana deu que falar o aumento dos preços na saúde. Podemos discutir acesso, produtividade e concorrência, mas vejamos a questão de base dos custos.

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Um modelo que exclui não serve o país

Os resultados da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior confirmam o que já se antecipava: uma queda abrupta no número de colocados. Das 55.292 vagas abertas no setor público, apenas 43.899 foram preenchidas — 79% do total. Mais de uma em cada cinco cadeiras ficou vazia. É o valor mais baixo desde 2016, uma quebra de 12,1% face ao ano anterior. Menos estudantes na universidade e no politécnico significa menos oportunidades criadas e mais talento desaproveitado. É um sinal claro de que o modelo atual não serve o país.

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