Irmão de Liam e Noel Gallagher, dos Oasis, acusado de violação

O irmão de Liam e Noel Gallagher, da banda britânica Oasis, compareceu esta quarta-feira a um tribunal em Londres, acusado de crimes que incluem violação e comportamento coercivo e controlador.

A polícia britânica anunciou no mês passado que tinha acusado Paul Gallagher, de 59 anos, de 11 crimes, incluindo três de agressão sexual, três de estrangulamento intencional, dois de ameaça de morte, um de agressão e um de violação.

Gallagher apresentou-se no Tribunal de Magistrados de Westminster, onde o seu advogado afirmou que ele se declarará inocente das acusações, que dizem respeito a uma única queixosa.

“O Sr. Gallagher colaborou de forma consistente com a polícia durante toda a investigação e sempre negou firmemente as alegações feitas contra si. Aguarda com expectativa limpar o seu nome, mas dado que decorrem agora processos judiciais, o nosso cliente não pode comentar mais sobre o assunto”, declarou o escritório de advogados Carson Kaye Solicitors, num comunicado divulgado o mês passado:

Paul Gallagher nunca teve qualquer papel nos Oasis, a banda de Manchester que alcançou fama internacional em meados da década de 1990.

O grupo separou-se em 2009 após várias disputas públicas entre Noel, guitarrista principal e compositor, e Liam, vocalista, mas reuniu-se no mês passado para uma aguardada digressão de regresso.

Alemanha muda serviço militar e Merz diz que Rússia é a maior ameaça à UE

O chanceler alemão afirmou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que a Rússia é e continuará a ser, durante muito tempo, a maior ameaça à segurança da Europa. A declaração de Friedrich Merz surge após o Conselho de Ministros alemão ter aprovado um projeto de lei que introduz o serviço militar voluntário.

O objetivo é reforçar a defesa nacional face às preocupações com a segurança em relação à Rússia. O texto abre também a porta à possível reintrodução da conscrição obrigatória.

O Ministério da Defesa espera que o programa voluntário de seis meses ajude a duplicar o número de reservistas treinados — atualmente cerca de 100 mil — e que parte dos voluntários venha a seguir carreira no serviço ativo.

O projeto deverá enfrentar uma tramitação difícil no parlamento, sendo considerado um teste ao compromisso da Alemanha em reforçar a defesa nacional num contexto de crescentes ameaças de segurança, após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

A Alemanha aboliu o anterior sistema de serviço militar obrigatório em 2011 e, desde então, tem enfrentado dificuldades em atingir as metas de recrutamento.

Defesa quer aumentar o número de soldados em serviço para 260 mil

O ministro da Defesa, Boris Pistorius, quer aumentar o número de soldados em serviço de 180 mil para 260 mil até ao início da década de 2030, de forma a cumprir as novas metas de forças da NATO e fortalecer as defesas alemãs — parte de um plano de aumento do investimento militar.

“A Bundeswehr tem de crescer”, disse Pistorius em conferência de imprensa, ao lado de Merz. “A situação internacional de segurança, sobretudo a postura agressiva da Rússia, torna isso necessário. Não precisamos apenas de forças bem equipadas — já estamos nesse caminho. Mas também precisamos de uma Bundeswehr forte em termos de efetivos. Só assim a dissuasão será verdadeiramente credível perante a Rússia.”

O projeto de lei define metas anuais de recrutamento para o novo regime voluntário: 20 mil em 2026, aumentando para 38 mil em 2030.

Se estes números não forem atingidos, o governo poderá optar por reintroduzir a conscrição obrigatória, com aprovação parlamentar, de acordo com a versão mais recente do diploma.

O texto já prevê alguns elementos obrigatórios: todos os jovens do sexo masculino terão de preencher um questionário online sobre a sua disponibilidade e capacidades para o serviço militar ao completarem 18 anos, de forma a permitir uma melhor avaliação do potencial humano disponível.

Críticas e divisões políticas

Críticos, sobretudo entre os conservadores que apoiam o chanceler Merz, consideram que a exigência de aprovação parlamentar poderá atrasar a reintrodução da conscrição. Defendem que a lei deveria acionar automaticamente o recrutamento obrigatório caso as metas não sejam cumpridas.

Deputados do SPD, partido de Pistorius e parceiro júnior da coligação de Merz, argumentam que a prioridade deve ser tornar a Bundeswehr um empregador atrativo, em vez de regressar ao serviço obrigatório.

Nos últimos anos, o Ministério da Defesa intensificou campanhas regionais de publicidade, criou “lounges” de carreira e campos de grupo, além de abrir novos centros de visitas às tropas, para tentar atrair mais recrutas.

As Forças Armadas reportaram um aumento de 28% no número de recrutas — mais de 13.700 pessoas entre janeiro e finais de julho — em comparação com o mesmo período do ano passado, naquele que o ministério descreveu como o crescimento mais acentuado em anos.

Gente que já não conhece a vida como ela é

Vão dizer que sou bruto, antiquado, uma besta, mas na minha casa era assim — o meu pai dava ordens e a minha mãe obedecia, e tudo funcionava como devia, a comida no prato à hora certa, a roupa lavada a cheirar a sabão, uma lambada aqui e acolá para endireitar os filhos e um ou outro miminho desajeitado mas suficiente para não duvidarmos que havia afecto, e nunca reparei na infelicidade dela, porque à nossa frente fazia sempre cara alegre, nunca se queixava, nunca chorava, e se chorava era no silêncio do quarto, longe dos nossos olhos, e para mim aquilo era normal, natural, a ordem do mundo.

A minha mãe foi sempre um exemplo de resistência e de tolerância, ela é que era uma mulher a sério. Dá vontade de rir quando vemos as mulheres de agora a querer ensinar as de antigamente. Falam de igualdade, de feminismo, falam de direitos como se fossem milagres, e eu rio-me, rio-me porque sei que é ridículo, na minha casa o meu pai trazia o dinheiro e a minha mãe lavava a retrete, o meu pai berrava e a minha mãe calava-se, o meu pai batia-lhe e ela aceitava como quem reconhece a culpa, o meu pai bebia vinho e a minha mãe bebia água da torneira, o meu pai sabia do mundo e a minha mãe sabia da casa, e era assim que as coisas funcionavam, porque ele era forte e ela era fraca, e não havia mais nada a dizer.

Hoje dizem que sou um bruto, um machista, o que quiserem, e eu aguento porque tenho as costas largas, eu aguento porque sei que querem tirar-me a voz, querem transformar-me num tolo que se ri de piadas sem graça, que não pode contar as histórias que sempre contaram os homens desde a época da caça, que tem de pedir desculpa por existir, de curvar-se perante um rabo de saias que já nem saias usa, e eu recuso ser abatido, e se não tenho mulher aos cinquenta e cinco é porque já não se fazem mulheres como a minha mãe, mulheres que sabiam o seu lugar, mulheres sábias que entendiam a ordem das coisas, e não me venham com tretas, não me venham com teorias, porque a lei da natureza é esta:o homem lidera, a mulher segue, e tudo o resto são invenções para enganar gente que já não conhece a vida como ela é.

Este conto integra uma colecção de ficção intitulada Homens Maus.

Metro do Mondego começa a funcionar na sexta-feira

O percurso urbano do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), entre as estações da Portagem e Vale das Flores, na cidade de Coimbra, abre oficialmente ao público na próxima sexta-feira.

Em comunicado, enviado à Renascença, o Ministério das Infraestruturas e Habitação adianta que as viagens vão ser gratuitas até que a linha esteja totalmente aberta até Serpins, na Lousã, o que deve acontecer até ao final do ano.

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O Sistema de Mobilidade do Mondego, que se estende aos concelhos de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, “representa um investimento total de 220 milhões de euros e fomenta a coesão urbana entre estes municípios, promovendo o desenvolvimento local e o combate à pobreza de mobilidade”, lê-se na nota.

Citado no comunicado, o ministro Miguel Pinto Luz assinala que “durante décadas, os habitantes da região de Coimbra esperaram, e desesperaram, pelo dia em que finalmente o Metro do Mondego entrasse em funcionamento”.

“Quando se trata de responder às suas necessidades, os cidadãos não compreendem estes atrasos e indecisões, nem tão pouco a sua motivação política. O desenvolvimento do país e a satisfação das populações passa por lhes proporcionar transportes coletivos de qualidade e com respeito pelo ambiente. Por isso, este primeiro passo é tão importante para a região”, destaca o governante.

Antes da abertura da operação no troço urbano de Coimbra, a Metro do Mondego proporcionou uma “primeira experiência” com demonstrações gratuitas, no início de agosto, entre Miranda do Corvo e Lousã, e no último fim de semana (22 e 23 de agosto) no percurso a inaugurar na próxima sexta-feira.

Cradle of Filth despedem guitarrista um dia depois de a sua mulher, teclista, bater com a porta

Os Cradle of Filth anunciaram a saída da banda do guitarrista Marek “Ashok” Šmerda, dois dias após a teclista Zoe Federoff, esposa deste, ter também abandonado o grupo.

Nas redes sociais, Federoff havia citado “certos eventos” como a causa da sua saída, dando a entender que “Ashok” iria igualmente deixar os Cradle of Filth no final da digressão atual do grupo pela América Latina. A teclista não avançou com mais detalhes mas, segundo “Ashok”, o casal não considera que “os Cradle of Filth consigam garantir o nosso futuro – na verdade, prejudicam-no”.

O guitarrista acusou o grupo de pagar “baixos salários” pelo trabalho realizado e diz estar a passar por uma situação de stress. “Há muito que sentimos que esta banda não prioriza os seus membros. Foi o comportamento pouco profissional de quem está acima de nós que nos levou a tomar esta decisão”.

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“Ashok” pediu ainda para que as suas contribuições para lançamentos futuros sejam descartadas, o que inclui o tema que os Cradle of Filth gravaram com Ed Sheeran, em 2021, ainda por lançar. “É uma palhaçada. Começou por ser uma canção de beneficência para crianças, depois já era um single comercial, depois iria figurar num álbum. Já ninguém sabe. Não quero preocupar-me mais com isto, nada contra o Ed Sheeran”.

Em resposta, os Cradle of Filth não aguardaram pelo fim da digressão para se despedirem de “Ashok”, despedindo-o com efeito imediato. “Estamos em choque”, escreveu o vocalista Dani Filth. “Respeitem a nossa decisão de nos despedirmos dele já e não apenas no final da tour, por favor. Os restantes membros do grupo concordam com a decisão, e as acusações feitas contra o management são injustas e infundadas. A paciência é uma virtude, a verdade virá ao de cima”.

Os Cradle of Filth acusam ainda o seu agora ex-guitarrista de tentar “difamar” a banda. A digressão latino-americana dos britânicos termina a 28 de setembro, com um concerto na Cidade do México. Até lá passarão por países como a Colômbia, Perú, Costa Rica, El Salvador ou Panamá.

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Israel rejeita entre 30 e 40% da ajuda humanitária diária enviada pelo Egito para Gaza

Israel está a rejeitar entre 30% e 40% da ajuda humanitária que sai diariamente do Egito, através da passagem fronteiriça israelita de Kerem Shalom, com destino à Faixa de Gaza, segundo fontes do Crescente Vermelho egípcio.

Hoje, cerca de 60 camiões carregados com ajuda humanitária saíram de armazéns no Sinai egípcio com destino a Kerem Shalom, onde Israel inspeciona a carga e, segundo as fontes do Crescente Vermelho Egípcio, devolve “entre 30 e 40% de uma média de 150 camiões com ajuda que saem diariamente da zona egípcia de Rafah”.

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“Devolvem os camiões diariamente sob vários pretextos, como problemas com a carga, com o tipo de produtos ou devido a intimidação e atrasos por parte de Israel. Nós reabastecemos e enviamos no dia seguinte”, disse à agência de notícias EFE uma fonte de um dos armazéns do Crescente Vermelho egípcio em Al-Arish.

“Em alguns dias, devolvem 20 camiões, e noutros, o número chega aos 80”, acrescentou.

De acordo com as fontes, comboios transportam toneladas de produtos básicos e combustível para aliviar a trágica situação humanitária e a fome no território palestiniano.

A passagem de Kerem Shalom, localizada entre o Egito, Gaza e Israel, mas controlada em exclusivo pelos israelitas, é a etapa final do processo de envio de ajuda por via terrestre.

A viagem destes camiões inicia-se na zona logística estabelecida pelo Egito em Al-Arish, próximo a Rafah, para receber e armazenar alimentos e produtos médicos enviados por vários países do mundo e por organizações egípcias, sob a supervisão do Crescente Vermelho Egípcio.

A fonte referiu que as autoridades israelitas rejeitam a maioria dos camiões-cisterna com combustível, essencial para o funcionamento de geradores para centros de saúde e padarias.

“O combustível que entrou hoje foi rejeitado três ou quatro vezes e devolvido, mas no final permitiram a entrada de alguns camiões-cisterna”, explicou.

Segundo o canal de televisão Al-Qahera News, citando os serviços de informações egípcios, o comboio de hoje é composto por cerca de 60 camiões de ajuda humanitária e inclui três camiões-cisterna de combustível que “foram devolvidos duas vezes, ontem [terça-feira] e anteontem [segunda-feira]”.

Este é o 24.º comboio enviado pelo Egito para Gaza desde que Israel reabriu a ajuda ao enclave, no final de julho passado.

O Egito, que atua como mediador ao lado do Qatar e dos Estados Unidos na guerra, acusa Israel de “restringir” e “obstruir” a entrada de ajuda humanitária no enclave, que, segundo Cairo, necessita de “entre 700 e 900 camiões de ajuda humanitária diariamente”.

As autoridades egípcias e qataris aguardam, entretanto, a resposta de Israel à proposta recentemente apresentada a Israel e ao grupo islamista palestiniano Hamas para uma trégua de 60 dias, durante a qual seriam libertados vários reféns e negociado o fim da guerra.

Israel, que se prepara para ocupar a Cidade de Gaza, rejeita um acordo parcial e insiste que um entendimento deve incluir a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023.

Desde essa data, cerca de 63.000 pessoas morreram só em Gaza, centenas delas nas últimas semanas enquanto procuravam ajuda alimentar, e outras dezenas devido à falta de alimentos, principalmente crianças.

Nova descoberta em Sagres pode explicar enigma dos grandes sismos de Lisboa

Fissura na placa tectónica, perto do Cabo de São Vicente, está a formar-se há pelo menos cinco milhões de anos, num processo chamado ‘delaminação’. A 200 quilómetros ao largo do Cabo de São Vicente, em Sagres, há uma fissura na placa tectónica a formar-se há pelo menos cinco milhões de anos, que foi agora descoberta e que pode explicar os grandes sismos de Lisboa. A Planície Abissal da Ferradura, uma formação geológica no oceano Atlântico não muito distante da montanha submarina do Banco de Gorringe, na fronteira entre as placas tectónicas Euro-asiática e Africana, é a origem geográfica do sismo

Prisão preventiva para suspeita de incêndio florestal na Póvoa de Lanhoso

Ficou em prisão preventiva a presumível autora de um incêndio florestal — uma mulher de 32 anos — ocorrido no dia 21 de agosto, na freguesia de Sobradelo da Goma, concelho da Póvoa de Lanhoso.

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De acordo com a PJ, o fogo “consumiu aproximadamente meio hectare de floresta, numa zona florestal de elevada densidade de matéria inflamável e com muito acentuado declive topográfico”.

“Os factos foram comunicados ao Departamento de Investigação Criminal de Braga, unidade da PJ que conduz a investigação, pela GNR local, tendo sido encetadas as respetivas diligências investigatórias. A mulher foi referenciada como altamente suspeita”, lê-se na nota enviada à Renascença.

Segundo a PJ, a mulher “encontrava-se a residir há poucas semanas no respetivo local do incêndio e terá dado origem a este por meio de chama direta, com recurso a isqueiro”.

A detida foi presente às competentes autoridades judiciárias para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, tendo-lhe sido aplicada a medida de prisão preventiva.

Câmara repudia por unanimidade ficar de fora de nova administração da Parques de Sintra

A Câmara Municipal de Sintra repudiou, por unanimidade, não ter sido informada da eleição de novos administradores na sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua e da recusa do adiamento da eleição para depois das autárquicas.

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), informou a vereação que na reunião de accionistas da Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), sociedade de capitais públicos que gere monumentos e jardins históricos, convocada para eleger os novos administradores – que iniciam funções em Setembro – a representante do município propôs o adiamento da assembleia-geral “para data posterior às eleições autárquicas”.

A vereadora Piedade Mendes, perante os accionistas, leu uma declaração, em que se refere que “o Governo anterior manifestou a intenção de descentralizar” a PSML, transferindo para a Câmara de Sintra 51% do seu capital social, “ficando os restantes 49% na posse do Estado”. A intenção “mereceu o apoio por unanimidade da vereação da câmara e também o apoio unânime da assembleia municipal”, mas o município constata “agora com preocupação que esta intenção não só deixou de existir, mas as deliberações aqui propostas pelo accionista Estado vão no sentido contrário”, salientou.

“Não só o Governo, ao contrário do que sempre foi habitual, não consultou a câmara sobre a nova administração da sociedade, como, o que é bastante mais grave, incumpriu a tradição” de ter a câmara “representada no conselho de administração”, acrescentou. Para a autarquia, “a gravidade desta conduta baseia-se na indispensabilidade de existir uma coordenação permanente e íntima entre a câmara e a PSML”, sem a qual “dificilmente a câmara cumprirá a sua missão em relação ao património autárquico” e a sociedade “poderá funcionar com a necessária estabilidade e eficácia”. “Em tempos anteriores, aconteceu essa descoordenação com os resultados que se fizeram sentir”, referiu ainda, sublinhando “que não está em causa a qualidade dos membros propostos para o conselho de administração, mas tão-somente a falta de coordenação entre a Administração Central e a câmara”.

O presidente da autarquia explicou que a posição tem a ver com a defesa dos “interesses estratégicos da câmara municipal, independentemente de quem a venha a governar” após 12 de Outubro.

O vereador Luís Patrício declarou que “é com grande estupefacção e indignação que o PSD vê aquilo que está a acontecer hoje na assembleia-geral”, escusando pronunciar-se, “para já, sobre quem é que vai ser eleito”, mas “se o município não indicou ninguém, se não foi ouvido, o processo nasce já torto”. “Sempre fui um fervoroso opositor deste modelo que retira à Câmara de Sintra o controlo accionista da Parques de Sintra”, frisou o social-democrata, vincando que “o impacto maior de toda a actividade” gerada com o espaço e os monumentos geridos pela PSML “é sentido e tem que ser resolvido pelo município”.

O vereador Pedro Ventura (CDU) considerou que o comportamento da PSML é “de uma empresa que se está a afirmar como um enclave dentro do concelho”, o que “é bastante preocupante”. “É uma empresa pública que tem um impacto muito significativo naquilo que são as infra-estruturas que servem todos os monumentos de Sintra”, destacou o autarca comunista, sublinhando que “há investimentos que têm que ser feitos no âmbito da mobilidade, do estacionamento, dos parques periféricos”. Pedro Ventura recordou que o município quis aumentar a sua participação quando a empresa “vivia uma situação financeira muito complicada”, e Basílio Horta esclareceu que, quando precisou de um empréstimo, “na ordem dos 18 milhões” de euros, a autarquia comprometeu-se a “pagar o empréstimo todo” se tivesse a maioria do capital da sociedade.

O vereador Maurício Rodrigues, do CDS-PP, defendeu que “a Câmara de Sintra devia ter 55% e cada um dos restantes 15%”, pela “grande sobrecarga” para o município, “no trânsito, que provoca o caos”, mas também “nos resíduos” e “na segurança, tanto da floresta como” de “pessoas e bens”.

Para o vereador independente Nuno Afonso, “além de ser um retrocesso, é também um desrespeito muito grande”, não “apenas com este executivo”, mas “é um desrespeito para com toda” a câmara municipal e “Sintra no seu todo”.

A assembleia-geral da PSML aprovou como presidente do conselho de administração João Sousa Rego, que já foi director do património edificado da PSML, e vogais executivos José Lino Ramos, antigo vereador do CDS-PP, e Ana Paula Amador. A PSML é detida pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (35% cada), Turismo de Portugal e Câmara de Sintra, ambos com 15%.

Incêndios. Carneiro acusa Castro Almeida de “desconhecimento”

O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, defendeu, em entrevista à RTP3 esta terça-feira, que o Governo que integra “está manifestamente mais determinado” no combate aos incêndios. Em resposta, o secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, acusa o ministro de “desconhecimento”.

“Sugeria que fosse ver os números das ignições, das condições climatéricas de 2022 e 2023 e que procure ler os relatórios internacionais – não foram feitos por Portugal – que mostraram que o nosso sistema de Proteção Civil estava entre aqueles que mais evoluiu, que mais melhorou entre os melhores de toda a União Europeia”, disse, aos jornalistas, na Sertã.

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O ministro da Economia defendeu esta terça-feira que o Governo está “manifestamente mais empenhado” em acabar com os incêndios do que o PS esteve, mas sublinhou que este é um problema que só se resolverá a longo prazo.

“O Partido Socialista esteve no poder até 2024 e viram-se poucos resultados”, afirmou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, em entrevista à RTP3.

Ainda assim, o ministro admitiu que o Governo poderia ter feito mais, apesar de ressalvar que este é um trabalho que tem de ser feito a longo prazo.

Castro Almeida assegurou que o executivo nunca subestimou este problema, precisando que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, estão conscientes do risco “que houve e ainda há”.

Questionado se não deveriam ser retiradas consequências políticas desta situação, o ministro vincou que “o Governo tem de fazer o seu trabalho” e, para que isso aconteça, precisa de tempo.

Líder do PS diz que redução do IRC é uma prioridade

O secretário-geral do PS diz que a redução do IRC é uma prioridade, mas considera que reduzir o imposto para todos, sem critério, não favorece a política económica de desenvolvimento do interior.

“A redução [IRC] deve ser uma prioridade. O fim das portagens na A23 é outro exemplo muito importante para as empresas. Foi uma medida do PS e é um exemplo que pode servir de ilustração para o desenvolvimento do país”, disse José Luís Carneiro no final de uma visita a uma empresa de bioenergia e paletes situada na Sertã.

“O IRC majorado para as empresas do interior é um bom destino a dar à redução do IRC. Reduzir para todos, sem critério, não favorece uma politica económica de desenvolvimento do interior e da coesão”, afirmou.

Sobre as declarações de Castro Almeida na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, sublinhando que o seu Governo quis estabelecer um teto de 15% do IRS aos jovens e que foi impedido pelo PS, o secretário-geral do PS salientou que quem criou o IRS para os jovens “foi o PS liderado por António Costa”.

“Quem criou o IRS para os jovens foi o Governo do PS. Nós até entendemos que pode haver uma redução do IRS acrescida para os jovens nos territórios de baixa densidade e que trabalhem no interior”, defendeu.

Já sobre o debate desta tarde no Parlamento, José Luís Carneiro disse que o mais importante que vai resultar desta discussão é algo que ninguém mais esquecerá: “Enquanto o país ardia e as populações estavam com um sentimento de abandono, o PSD estava a realizar uma festa no Pontal”.

Para o líder socialista “é incompreensível que não tenham adiado uma festa quando o país passava por dificuldades”.

[notícia atualizada às 13h30 de 27 de agosto de 2025 para
acrescentar declarações de José Luís Carneiro sobre IRC]

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