Praia da Nazaré reaberta a banhos

A praia na Nazaré, que se encontrava interdita a banhos desde terça-feira, foi reaberta cerca das 23h00 desta quinta-feira, com base nos resultados das análises realizadas pelo Instituto Ricardo Jorge, anunciou a Câmara.

Na sequência dos resultados da análise à qualidade da água da praia da Nazaré, realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a partir de colheitas efetuadas no dia 13 de agosto pelos técnicos dos serviços de saúde pública da Unidade Local de Saúde de Leiria, foi determinado o levantamento da interdição “da prática balnear, com efeitos imediatos”, avançou a Câmara da Nazaré, na sequência da informação recebida da Delegação Regional de Saúde do Centro da Direção Geral de Saúde (DGS).

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Num comunicado enviado à agência Lusa, o município acrescentou que “face a esta decisão, será providenciada a retirada dos avisos de interdição anteriormente afixados”.

Na terça-feira, a zona norte da praia da Nazaré, no distrito de Leiria, foi interditada a banhos, devido a uma obstrução na conduta de saneamento, junto à Praça Manuel Arriaga, que provocou uma escorrência de efluentes durante cerca de hora e meia.

Autarca admite "tentativa de sabotagem" na praia da Nazaré

Na informação enviada ao presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira, os serviços de saúde pública sublinharam que “será reforçada a monitorização da rede pelas equipas competentes do município, de forma a prevenir ou detetar precocemente eventuais situações que possam conduzir a nova contaminação”, pode ler-se no comunicado.

No mesmo texto, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria esclareceu que continuará a assegurar a vigilância regular da qualidade da água balnear.

Esta foi a segunda interdição da praia a banhos desde o início do mês, depois de em 01 de agosto os banhos terem sido proibidos devido a uma descarga nos esgotos pluviais.

Na sequência do incidente, 116 pessoas foram assistidas na Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria com sintomas relacionados com a contaminação da água.

Na quarta-feira, a ULS da Região de Leiria comunicou esta segunda interdição de banhos “não se registou um aumento de afluência aos Serviços de Urgência com sintomas gastrointestinais, resultado da atuação preventiva que desaconselhou de imediato o contacto com a água”.

A Câmara da Nazaré indicou, também na quarta-feira, não afastar a hipótese “de sabotagem” na conduta de saneamento e reconheceu a necessidade urgente de um investimento na substituição do sistema com cerca de 60 anos.

Lamento o transtorno causado ao leitor

Caro leitor, tenho uma dúvida. O que faria se, sistematicamente, numa utilização diária, tivesse de ser sujeito a um transtorno habitual? Imagino que o leitor iria tentar fazer algo para eliminar esse incómodo. Se fosse o trânsito, iria tentar arranjar alternativas, ou até alterar horários, se possível.

Imagine agora leitor que utiliza a CP (Comboios de Portugal) e que esse transtorno é o atraso gerado. Imagine agora, para aumentar a situação enfadonha, que esse atraso era diário. Todos os dias aquele comboio chegava atrasado. Imagine que essa situação lamentável acontece, à hora que escrevo este texto, há mais de 7 meses.

O que pode o utilizador fazer perante esta situação logo no primeiro mês de atrasos sistemáticos? Primeiro passo é questionar o revisor. O leitor, que é também utilizador assim faz.

Que resposta obtém do operador? Interferências na circulação (obras), gestão da rede e serviços ferroviários, material circulante não é eficiente para aquele serviço (são composições duplas da série 2240) que pelo que percebi não tem a mesma eficiência.

Muito bem, o leitor e utilizador aguardará mais um tempo para ver se a situação é agilizada. O revisor não sabe quando a situação voltará ao normal, mas o leitor é paciente.

Passados três meses dos primeiros atrasos recorrentes induz uma reclamação na CP. Bom cidadão. A resposta do operador do material circulante além de semelhante ao do revisor, termina com o “lamentamos os transtornos causados”. Fica tratado com o “lamento”.

Que fará o leitor e utilizador deste serviço perante estes meses de atraso? Apanha o comboio 1h mais cedo para não ser sujeito a isso? Atrasa-se a sair de casa para não apanhar o atraso acumulado? Muda de meio de transporte público? Qual? Vai 50 minutos mais tarde?

O leitor ainda fez um apanhado até para facilitar o operador do material circulante, do mês de julho de 2025 dos atrasos naquele comboio nº15707. Em 23 dias úteis de trabalho, conseguiu 2 dias sem atraso acima de 5 minutos. Nesses 21 dias de atrasos apanhou atrasos de 23 minutos por três vezes. Portanto, o leitor e utilizador deste serviço já sabe que em média ficará à espera na estação 11 minutos a mais do que o normal.

E porque não mudar a hora do comboio se está sempre atrasado, quase todos os dias, desde o início do ano? Revejo novamente a resposta: “A pontualidade é uma preocupação constante da CP”.

O leitor, esperto, olha para o painel de informação onde diz o horário do comboio e o destino e a “Nova Hora: xx:xx”. Não vê na verdade. O utilizador não vai observar porque não existe a parte da “Nova Hora”. Que transtorno: o utilizador chega à estação, sabe que encontra atraso, não sabe quanto tempo. Eventualmente a voz a lamentar o atraso falará, se falar. Isto se tiver do lado certo da linha. Do outro lado, não se ouve.

O utilizador incomodado, reclama ao gestor da infraestrutura, neste caso a IP (Infraestruturas de Portugal) sobre este outro transtorno.

O gestor informa que “a sua reposição será feita logo que estejam reunidas as condições necessárias”, encontrando-se a “reparação dos equipamentos em fase de adjudicação”, “estimando-se” resolver a situação até ao final do terceiro trimestre do presente ano. O que aconteceria se o utilizador e leitor não reclamasse?

Porque não informa a CP (dona do material circulante) ou a IP (dona do painel de informação e do altifalante) do motivo do atraso? Porque não posso eu saber o motivo do atraso? É o utilizador assim tão asno que não irá perceber? Se é obras que digam, se é acidente que digam, se não há maquinista que digam. Porra pá!

Ninguém supervisiona o estado da infraestrutura? Não há fiscalização? Não há nenhum funcionário capaz de fazer essa verificação? Até pelas câmaras (trabalham?) nas estações conseguem ver isso.

É preciso ser um cliente a reclamar? Lembre-se, se vir um buraco na estrada, ou a vegetação a tapar o caminho o mais provável é ninguém ter reclamado. Maldito povo! Malditos serviços. Que faz a junta de freguesia se não fiscaliza o local onde estão os cidadãos? Um marasmo…

É lamentável falarmos de alta velocidade, quanto tempos problemas surreais na baixa velocidade. Não temos plataformas decentes. Temos avarias constantes de elevadores. Deficiente comunicação com o utilizador. Não temos material circulante decente. Não temos casas de banho numa viagem de 1h. A maior parte das estações e apeadeiros tem edifícios abandonados. Deixamos de operar em linhas passadas. Fazemos obras inúteis na ferrovia.

Lamento o transtorno causado ao leitor. Que pode o leitor fazer mais?

Morreu Teresa Caeiro, ex-deputada do CDS e antiga vice-presidente da AR

Figura de relevo no seio do CDS-PP, Teresa Caeiro foi vice-presidente da Comissão Política Nacional do partido entre 2008 e 2012. Foi deputada pelo Círculo Eleitoral de Leiria entre 2005 e 2011 e exerceu funções de vice-presidente da Assembleia da República entre 2011 e 2019.

Recentemente, tinha-se desfiliado do partido, justificando a decisão por estar em desacordo com a actual direcção.

Cerca de 19 mil professores colocados nas escolas no próximo ano letivo

Para o próximo ano letivo foram colocados nas escolas públicas 18.889 professores, dos quais 17.455 por mobilidade interna e 1.444 por contratação inicial, anunciou esta quinta-feira o Ministério da Educação em comunicado.

As listas definitivas de colocação de docentes dos ensino pré-escolar, básico e secundário para o ano letivo 2025-2026, através dos concursos anuais de mobilidade interna e contratação inicial, foram publicadas pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE).

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A concurso estavam 22.051 horários completos e incompletos.

Segundo a tutela, foram atribuídos, através do concurso de mobilidade interna, horários completos a 14.304 professores e horários incompletos aos restantes 3.151.

Destes 17.455 professores de carreira com horário atribuído, 752 são docentes vinculados em Quadro de Agrupamento/Escola indicados pelos estabelecimentos de ensino “como não tendo componente letiva”, 14.070 são Quadro de Zona Pedagógica e 2.633 são professores “que pretendem exercer transitoriamente funções” numa outra escola de Portugal continental.

Dos 1.444 professores colocados por contratação inicial, com contrato a termo, 1.392 obtiveram horários completos, dos quais 326 vão renovar o contrato que tinham no ano letivo passado.

O Ministério da Educação adianta que nas escolas situadas em zonas consideradas com maior carência de professores foram atribuídos, através de ambos os concursos, horários a 2.788 docentes na região de Lisboa, a 2.454 na região do Porto, a 1.436 na Península de Setúbal e a 981 no Algarve.

“Entre os grupos de recrutamento, foi no 1.º ciclo do ensino básico (4.846), na educação especial 1 (1.502) e em Português do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário (1.234) que foram atribuídos mais horários”, salienta o comunicado.

Os professores colocados através do concurso de mobilidade interna têm até terça-feira para aceitar a colocação na plataforma eletrónica SIGRHE da DGAE e deverão apresentar-se na escola em 1 de setembro.

Evelise Veiga terceira no salto em comprimento de Guadalajara

A portuguesa Evelise Veiga foi terceira classificada na competição de salto em comprimento do meeting de atletismo de Guadalajara, em Espanha.

Veiga logrou o bronze com 6,62 metros logo ao primeiro ensaio, ficando a oito centímetros do primeiro lugar, que coube à espanhola Irati Balerdi. A catalã Cármen Ruiz foi segunda, com 6,65.

No triplo salto, o olímpico Tiago Luís Pereira foi quinto, com 15,99 metros, também a abrir o concurso, em que se impôs o saudita Sami Bakheet, com 16,56.

Em Jerusalém, no Grand Slam, Etson Barros acabou no segundo lugar nos 2.000 metros obstáculos, com recorde pessoal, de 5.39,71 minutos, atrás apenas do etíope Samuel Duguna.

João Almeida “100% recuperado” para a Vuelta

O ciclista João Almeida, da UAE Emirates, garante que está totalmente recuperado da fratura de uma costela sofrida na Volta a França e que continua a preparar a Volta a Espanha em bicicleta.

Num vídeo partilhado nas redes sociais, o português deixou boas notícias.

“Já estou 100% recuperado. Estou a preparar-me para a Volta a Espanha, onde espera estar perto do meu melhor [nível], para fazer a minha freguesia orgulhosa de mim”, disse.

João Almeida agradecia aos organizadores do Grande Prémio de ciclismo jovem, na sua terra A-dos-Francos.

De recordar que Almeida sofreu uma queda durante a 7.ª etapa do Tour e abandonou a prova durante a 9.ª tirada devido a uma fratura numa costela.

Na Vuelta, o português vai comandar a equipa da UAE Emirates, numa co-liderança com o espanhol Juan Ayuso.

Incêndios. ULS Viseu Dão-Lafões alarga horários de unidades de saúde até domingo

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A Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão-Lafões decidiu, em articulação com os municípios, alargar o horário das unidades de saúde de Sátão e Aguiar da Beira, indicou num comunicado enviado à agência Lusa.

“Face à situação provocada pelos incêndios que atingem a região Dão-Lafões, e no sentido de garantir a melhor resposta à comunidade, a ULSVSL, em estreita articulação com os municípios e respetivas equipas de saúde locais”, justificou.

A administração hospitalar decidiu ainda, que “excecionalmente, nestes dois concelhos, o acesso aos centros de saúde não depende de contacto prévio com a linha SNS24”.

Assim, os centros de saúde dos concelhos de Sátão, no distrito de Viseu, e Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, e da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, vão funcionar em horários alargados a partir desta sexta-feira e até domingo.

Segundo o documento enviado à Lusa, a Unidade de Saúde Familiar (USF) Vila da Igreja (Sátão) vai funcionar entre as 08h00 e as 14h00.

A Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Aguiar da Beira está “aberta hoje até às 00h00 e, no feriado do dia 15, entre as 09h00 e as 20h00, enquanto no fim de semana, as portas estão abertas entre as 09h00 e as 17h00.

“Estes horários poderão vir a ser alargados caso a evolução da situação assim o justifique”, sublinhou a administração presidida por António Sequeira.

O documento também destacou que será dada prioridade às “situações clínicas agudas provocadas pelo fumo e/ou fogo”.

A ULSVDL disse ainda garantir que “manter-se-á em prontidão e vigilância permanente de forma a garantir os meios necessários de resposta à população”.

Governo prorroga situação de alerta até domingo. MAI fala em “calamidade nacional” e recusa demitir-se

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A situação de alerta devido ao risco agravado de incêndio foi prolongada até domingo, anunciou esta quinta-feira a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, após uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Perante a adversidade de 22 dias consecutivos de calor intenso não dar sinais de abrandar, o Governo vai prolongar uma vez mais a situação de alerta, até domingo”, anunciou a ministra em declarações aos jornalistas. Maria Lúcia Amaral sublinhou que se mantêm todas as restrições e proibições impostas pela situação de alerta de risco agravado de incêndio.

A governante começou por expressar a sua solidariedade e a do Governo para com as populações e os autarcas das regiões afetadas “perante esta calamidade, esta adversidade tão intensa” de “22 dias consecutivos de uma onda de calor ininterrupta”.

Maria Lúcia Amaral considerou que os incêndios que têm afetado o país vão ter “repercussões irreversíveis na vida das populações”.

A ministra deixou também “uma palavra de gratidão” todos os intervenientes no combate aos incêndios, nomeadamente bombeiros, Proteção Civil, sapadores, forças de segurança, autarcas e população, destacando o “cansaço e a exaustão” dos que estão há tantos dia no terreno a combater os fogos. “Apesar do cansaço e exaustão, é preciso manter a vigilância e a luta” por parte das populações e autoridades para evitar novas situações, alertou, afirmando que “é um combate de todos”.

Confrontada pelos jornalistas com queixas de autarcas sobre falta de meios, a governante disse perceber e compreender estas preocupações e as críticas, mas que está no terreno “o maior dispositivo de sempre” no combate aos fortes incêndios que estão a assolar o país.

“Eu compreendo muitíssimo bem todos os apelos que os autarcas têm feito, perante a natureza dramática daquilo que nós estamos a viver é mais que compreensível. Cada autarca, cada titular de poder local eleito é diretamente responsável pelas suas populações nos seus territórios, portanto sente como ninguém a impotência e a aflição que tudo isto provoca”, disse.

A ministra insistiu que o país tem “o maior dispositivo no terreno de sempre” e que os meios no terreno demonstram que “o país está a responder (…) de uma forma unida”, ainda que reconheça a possibilidade de alguma descoordenação no terreno.

“A descoordenação, ninguém está imune a ela. Num esforço tão grande quanto este, pode ocorrer e ocorrerá inevitavelmente, porque tudo é extraordinariamente complexo”, disse Maria Lúcia Amaral.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Depois de, nesta quinta-feira, o secretário-geral do PS, e ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro ter defendido a ativação da situação de contingência para assegurar todos os meios disponíveis no combate, a ministra rejeitou a necessidade, por questões práticas.

“Aquilo que concluímos até agora é que a diferença, que é uma diferença jurídica, desde logo do quadro da Lei de Bases de Proteção Civil, entre a situação da alerta e a situação de contingência, implicaria apenas ter a possibilidade de mobilizar mais meios, até ao nível municipal, que neste momento já estão mobilizados. Devido, aliás, ao esforço conjunto de todos os autarcas. É por isso que no plano prático não sentimos a necessidade de transformar a natureza da decisão”, disse.

A ministra da Administração Interna recusou ainda considerar demitir-se face à situação de incêndios florestais que assola o país, afirmando que não vai “trair o juramento de lealdade” que fez quando tomou posse. “Há dois meses prestei um juramento. Foi um juramento de lealdade. Não vou trair o juramento de lealdade dois meses depois, apresentando a minha demissão ou pensando em demitir-me”, disse Maria Lúcia Amaral.

Maria Lúcia Amaral explicou ainda que não se deslocou ao terreno onde lavram os fogos por estar a seguir a “doutrina fixada em 2017”. “É uma doutrina pacífica desde aí, fazemos tudo para não prejudicar. E a ida ao terreno de autoridades, como as autoridades políticas, eu ou o senhor secretário de Estado da Proteção Civil, não se enquadraria dentro do princípio de jamais prejudicar”, disse.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 2 de agosto e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram mais de metade dos cerca de 75 mil hectares de área ardida este ano.

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Morreu Teresa Caeiro, ex-deputada do CDS e vice-presidente do Parlamento

A ex-deputada e antiga vice-presidente do Parlamento Teresa Caeiro morreu esta quinta-feira, 14 de agosto, aos 56 anos. A morte de Teresa Caeiro foi confirmada ao Expresso por antigos colegas do CDS.

Figura de destaque do CDS-PP durante quase duas décadas, “Tegui”, como era conhecida entre amigos, mas também no círculo político, construiu uma carreira política que atravessou governos, oposições e momentos decisivos para o centro-direita português. Há apenas três semanas desfiliou-se do CDS-PP, manifestando desacordo com o rumo seguido pela liderança do partido.

Teresa Caeiro deixa uma enorme saudade do seu contributo ao serviço do país e do trato sempre afável”, escreveu o Presidente da República numa nota de condolências em que “lamenta profundamente o desaparecimento precoce” da ex-parlamentar, que também foi governadora civil de Lisboa.

Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, começou a trabalhar como tradutora no Tribunal de Justiça da União Europeia, mas foi na política que consolidou o seu percurso. Através do escritório de advogados em que trabalhou, tratou de vários casos envolvendo o jornal “O Independente” e, no final dos anos 1990, Paulo Portas, já líder do CDS, chamou Teresa Caeiro para assessora jurídica do grupo parlamentar do CDS-PP, na Assembleia da República. Seguiu-se a função de chefe de gabinete do mesmo grupo parlamentar.

Eleita deputada pela primeira vez em 2002, integrou, em 2003, o Governo liderado por Durão Barroso como secretária de Estado da Segurança Social, e, mais tarde, o de Pedro Santana Lopes. Foi na posse desse segundo governo em que participou que protagonizou um episódio invulgar: anunciada para tomar posse como secretária de Estado da Defesa, viu a pasta mudar horas antes da cerimónia e acabou nomeada para as Artes e do Espetáculo, cargo que exerceu até 2005.

Entre 2011 e 2019 foi vice-presidente da Assembleia da República. Depois de sair do Parlamento, exerceu como jurista na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde continuava a trabalhar.

Ao longo do seu percurso, acumulou também experiência como comentadora política na SIC Notícias e atualmente fazia comentário na Antena 1.

A notícia da morte de Teresa Caeiro levou já vários antigos colegas de partido a manifestarem-se nas redes sociais. Um deles foi Adolfo Mesquita Nunes, que escreveu no Facebook: “A Tegui foi das pessoas mais importantes na minha vida política. Nos momentos mais difíceis, esteve sempre lá. Vai fazer-nos falta.”

Incêndios: Proteção Civil admite ativar ajuda europeia se Marrocos retirar aviões

O comandante nacional da Proteção Civil disse esta quinta-feira que o mecanismo europeu de proteção civil poderá ser ativado caso Portugal não consiga prolongar a permanência dos dois aviões Canadair de Marrocos.

“Daquilo que for o resultado das nossas diligências junto do Reino de Marrocos, iremos avaliar a necessidade, ou não, da ativação do mecanismo europeu de proteção civil relativamente à mobilização de meios aéreos. Iremos avaliar, mas, em princípio, se Marrocos continuar a manter essa disponibilidade, não iremos fazer essa ativação, uma vez que, inclusivamente, já temos os outros dois Canadair operacionais”, disse o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre.

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O responsável, que falava aos jornalistas no “briefing” diário de balanço do combate aos fogos florestais, garantiu que quatro Canadair são suficientes para o combate aos fogos.

“Nós, com quatro Canadair e com os restantes meios aéreos, teremos, por certo, os recursos necessários para fazer face ao problema que temos”, disse.

Incêndios. Situação de alerta prolongada até domingo

Mário Silvestre disse ainda que foi pedido às Forças Armadas um reforço de meios militares no terreno, sobretudo para situações de consolidação e rescaldos de incêndios, permitindo com isso libertar operacionais para o combate às chamas, para além de terem sido pedidas mais máquinas de rastos.

Minutos depois de ter terminado o “briefing”, o Ministério da Defesa anunciou, em comunicado, a disponibilização pelo Exército de três pelotões de rescaldo, num total de 60 militares que integram os cerca de 300 que este ramo militar tem diariamente no terreno.

No balanço do dia de hoje, até às 17:00, Mário Silvestre destacou 73 ocorrências, sete das quais durante a noite, que envolveram 1.982 operacionais, 509 meios terrestres e 169 missões aéreas, acrescentando que os incêndios de Trancoso, que já lavra desde dia 9, de Sátão, de Piódão, em Arganil, que terá começado devido a trovoada, Cinfães, Lousã e Portalegre são as situações mais preocupantes para a Proteção Civil atualmente.

Destacou ainda o incêndio junto à fronteira com Espanha, na zona de Chaves, em área de parque natural que já está a chegar a território nacional e que levou os bombeiros portugueses a ajudarem os vizinhos espanhóis no combate.

Foram assistidos oito bombeiros, por ferimentos ligeiros, sete dos quais com necessidade de deslocação a hospital. Foram também transportados ao hospital três civis, um dos quais considerado ferido grave na sequência de um despiste.

Atualmente estão em vigor Planos Municipais de Emergência e Proteção Civil nos concelhos de Trancoso, Oliveira do Hospital, Arganil, Aguiar da Beira, Sátão e Sernancelhe.

Montenegro acompanha incêndios de "forma discreta". "Vamos ganhar a guerra" e fazer balanços depois

Mário Silvestre apelou para um comportamento responsável das populações e para que acatem os conselhos das autoridades, nomeadamente sobre ordens de evacuação e o uso de fogo, sobretudo, neste último aspeto, no dia de sexta-feira, considerando crítico evitar novas ignições.

“É crítico. Já temos sete ocorrências [preocupantes]. Há ocorrências destas que estão em curso que vão, sem dúvida nenhuma, passar para o dia seguinte. E, portanto, o dispositivo e Portugal não podem ter mais ignições no dia de amanhã. E, portanto, isto é, no fundo, o apelo que fazemos a todos os portugueses”, disse.

Ainda assim, considerou que apesar do desgaste provocado por vários dias de combate, o dispositivo “continua com a capacidade de ataque inicial praticamente intocável”.

“A prova disto é o incêndio de Portalegre, onde temos um incêndio completamente fora da zona onde estavam a decorrer os outros incêndios e o dispositivo conseguiu reagir em ataque inicial e colocar muito rapidamente cerca de 180 homens naquele teatro de operações”, exemplificou.

Destacou ainda a capacidade que tem existido de rotatividade, rendição e descanso de meios humanos no terreno, garantindo a resposta do dispositivo.

Sobre as críticas de falta de meios no terreno de autarcas e populações, que por vezes se dizem sozinhas sem qualquer corporação nas suas localidades, Mário Silvestre disse compreender as críticas, mas sublinhou que o combate é feito de acordo com as prioridades estabelecidas, colocando os meios onde é mais urgente a cada momento.

Ainda assim, reconheceu que haverá momentos em que os meios chegam “um pouco mais tarde do que o previsto”.

O comandante nacional explicou ainda, sobre o risco de incêndio previsto para sexta-feira, que a Proteção Civil trabalha com um índice de referência para aferir a “severidade do comportamento de incêndio” e que este se encontra nos “níveis mais elevados” desde julho.

“Amanhã [sexta-feira] temos, sem dúvida nenhuma, os índices mais elevados durante este período, muito em virtude do vento que se verá sentir em algumas das regiões, que vão influenciar diretamente, no fundo, o aumento desse índice de representatividade da severidade dos incêndios”, disse.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 2 de agosto e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram mais de metade dos cerca de 75 mil hectares de área ardida este ano.

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