A endogamia salvou uma espécie da extinção

Um novo estudo desafia a suposição comum de que a endogamia reduz a biodiversidade e dificulta a recuperação de espécies ameaçadas de extinção. Para muitas espécies ameaçadas, o declínio populacional até ao limiar da extinção conduz ao cruzamento entre indivíduos aparentados, expondo a espécie a mutações recessivas prejudiciais que limitam severamente o seu potencial de recuperação. Mas o pombo-de-cabeça-vermelha (Columba janthina nitens), endémico das ilhas Ogasawara, no Japão, seguiu um percurso diferente. Embora esta população de pombos tenha caído para menos de 80 indivíduos nos anos 2000, começou a aumentar de forma acentuada após a eliminação de um predador introduzido

Branco, “misterioso”, sem identificação e numa missão desconhecida: avião americano aterrou no Brasil com diplomatas a bordo

Os meios de comunicação social brasileiros classificaram-no como o avião “misterioso” dos Estados Unidos. A aeronave do governo de Donald Trump, com a fuselagem integralmente branca e sem qualquer tipo de identificação ou insígnia, aterrou em Porto Alegre esta terça-feira com diplomatas a bordo.

Pertencente à Força Aérea dos EUA, com a matrícula 00-9001, o avião deixou uma base militar em Nova Jérsia, nos EUA, na segunda-feira, com destino Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Brasil. Antes de aterrar, passou pela Flórida e Porto Rico.

A razão da viagem? Desconhecida. Os EUA não explicaram o motivo de um avião da Força Aérea, que transportava diplomatas norte-americanos, ter vindo ao Brasil. A embaixada dos EUA, em Brasília, apenas referiu que tinham tido ‘luz verde’ das autoridades brasileiras.

Depois de estarem em solo brasileiro, segundo o jornal Metrópole, os diplomatas terão seguido para o consulado-geral dos EUA no bairro Passo d’Areia. E daí, seguiram novamente para o avião que partiu para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde se mantinha esta quarta-feira.

Quanto à missão diplomática que trouxe a aeronave e os diplomatas a solo brasileiro: uma incógnita. Sabe-se apenas que a aeronave está ligada ao 150.º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea Americana (USAF), estando associada a missões especiais do Departamento de Estado dos EUA, sejam viagens de diplomatas, militares ou agentes da Agência Central de Inteligência (CIA).

Apesar de todas as autorizações terem sido dadas e protocolos legais cumpridos, a aterragem da aeronave norte-americana sem anúncio prévio gerou especulações nas redes sociais, especialmente pelo caráter reservado da missão e pela tensão entre o Brasil e os EUA devido às tarifas de 50% que Donald Trump impôs.

Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras da PSP entra em vigor com 1.200 polícias

A Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF) da Polícia de Segurança Pública (PSP), conhecida como “mini SEF”, entra esta quinta-feira em vigor com 1.200 polícias aptos para controlo de fronteiras nos aeroportos.

Com a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2023, algumas competências desta força de segurança passaram para a esfera da PSP e, agora, as operações de afastamento, readmissão e retorno de pessoas em situação irregular, que tinham sido atribuídas à Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), ficam a cargo da PSP.

O objetivo, explicou a PSP em comunicado, é que, “a médio prazo”, a UNEF funcione com cerca de 2 mil pessoas, incluindo “polícias, técnicos especializados, prestadores de serviços e voluntários da sociedade civil e de organizações não governamentais”.

Esta necessidade de aumento de trabalhadores é resultado não só das novas competências agora atribuídas, mas também da implementação do novo sistema de entradas e saídas que vai funcionar a partir de 12 de outubro de 2025 e da implementação do Pacto Europeu para as Migrações e Asilo a partir do próximo ano.

Além das operações de afastamento e de retorno, que eram da competência da AIMA, a vigilância, fiscalização e controlo de fronteiras aéreas, que eram já competência da PSP, ficam também concentradas na nova unidade, que ficará sob a liderança do diretor nacional desta polícia.

A UNEF vai também passar a abrir processos de contraordenação no âmbito do regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional.

O objetivo é que as atuais divisões de segurança aeroportuárias e controlo fronteiriço da PSP, criadas na sequência da extinção do SEF e situadas nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Açores e Madeira, sejam integradas na UNEF.

No entanto, a transferência das divisões para a UNEF será um processo “gradual e faseado” de modo a garantir “articulação com as unidades da PSP existentes”, explicou a PSP.

À Lusa, o dirigente sindical da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Santos, alertou para o problema que se arrasta nesta polícia relacionado com a falta de efetivo e admitiu reservas em relação a esta nova unidade, apontando “mais sobrecarga para os polícias”.

Esta nova unidade resultou de uma proposta do Governo, cujo projeto teve algumas alterações pedidas pelo Chega, que ainda tentou mudar o nome da unidade, mas sem sucesso.

A proposta do Governo foi aprovada na Assembleia da República, em julho, com os votos a favor do PSD, Chega, IL e CDS, a abstenção do PS e JPP e votos contra dos restantes partidos de esquerda.

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Visto Gold: promessa de futuro ou terreno fértil para desilusão?

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), autoridade que regula o mercado financeiro em Portugal, lançou um alerta sobre influenciadores digitais que promovem conteúdos de investimentos de forma irregular, os chamados finfluencers.

Em 2024, foram identificados 33 agentes deste tipo nas redes sociais portuguesas, com indícios de publicidade enganosa e de prática ilegal de prospeção de clientes. A resposta foi firme: processos de contraordenação, medidas cautelares e fiscalização ativa.

Infelizmente, o mesmo rigor não sido aplicado ao mercado da Autorização de Residência para Atividade de Investimento — ARI, o famoso Golden Visa ou Visto Gold.

Há anos, consultores e empresas promovem Portugal como um destino fácil para investidores internacionais em busca de uma residência europeia. E muitos continuam a vender, de forma deliberadamente confusa e irresponsável, caminhos que já não existem legalmente.

Desde 2023, a obtenção do Visto Gold por via de investimento em imóveis residenciais deixou de ser possível. A opção mais relevante, atualmente, passa pela aplicação de dinheiro em fundos de investimento coletivo, desde que obedecendo a critérios bastante específicos e rigorosos.

É necessário investir, no mínimo, 500 mil euros em fundos constituídos ao abrigo da legislação portuguesa. O dinheiro deve permanecer aplicado por pelo menos cinco anos, sendo que o fundo deve, obrigatoriamente, investir ao menos 60% do capital em empresas com sede em Portugal. E, o mais importante de tudo: a atividade dos fundos não pode envolver, direta ou indiretamente, o setor imobiliário.

Apesar da clareza da legislação, muitos estrangeiros continuam a ser alvos de publicidade enganosa. Há empresas e promotores divulgando ou vendendo produtos supostamente compatíveis com o Golden Visa, mas que, na verdade, não preenchem os requisitos legais.

Há muitos casos de fundos que tratam, claramente, de investimentos imobiliários disfarçados. Em outros, de fundos com estruturas jurídicas que não se encaixam nas exigências da lei e, até mesmo, com a promessa de retorno garantido do investimento.

Os fundos autorizados pela legislação são aplicações financeiras com risco inerente e alta volatilidade, e não devem ser apresentados como investimentos de retorno garantido.

Claro que os fundos são criados com a intenção de, no futuro, dar lucro aos investidores. Mas não se pode assegurar nenhum retorno financeiro. E isso tem sido “garantido” por muitas empresas que estão no mercado dos Vistos Gold.

O fenômeno repete, com uma roupagem distinta, os mesmos riscos identificados nos finfluencers: marketing agressivo, promessas de ganhos fáceis, ausência de responsabilidade legal sobre os conteúdos e, pior, impacto real na vida financeira de quem investe.

A regulação da informação sobre o Visto Gold não é um entrave ao investimento. É uma necessidade para preservar a segurança jurídica e a reputação de Portugal como destino sério e confiável.

Se as autoridades não querem, amanhã, lidar com escândalos e litígios jurídicos de investidores lesados, é agora que devem agir, com transparência, fiscalização e responsabilização. Assim como fizeram com os finfluencers, é hora de separar o trigo do joio também no mercado da residência por investimento.

Os fundos de investimento previstos na legislação do visto Gold são imprescindíveis para o desenvolvimento de startups e empresas em Portugal. Aliás, esse é um projeto que tem tido muito sucesso, que alavancou o ecossistema de inovação e tecnologia do país como um dos melhores da Europa.

No formato atual, o Visto Gold pode deixar um legado positivo para a economia portuguesa. Mas isso só será possível se houver coragem institucional para proteger o programa da ação predatória de quem lucra com desinformação e promessas vazias. Regulamentar é, antes de tudo, preservar.

Festival Extramuralhas leva 21 artistas a Leiria numa edição preocupada com o mundo

O festival Extramuralhas começa esta quinta-feira em Leiria, com 21 artistas nacionais e internacionais de diferentes estéticas da música independente que, até sábado, atuam em vários espaços da cidade sob o lema “Mais empatia, melhor humanidade”.

Esta 14.ª edição do festival organizado pela associação Fade In tem como cabeças de cartaz os britânicos Matt Elliott, And Also The Trees e Keeley Forsyth e os belgas Suicide Commando.

Em Leiria vão ainda atuar artistas de França, Alemanha, Suécia, Espanha, Brasil, Bélgica, Estados Unidos da América, Turquia, Polónia, Grécia e Portugal.

Segundo a Fade In, o lema “Mais empatia, melhor humanidade” resume a posição do Extramuralhas: uma “voz de apaziguamento entre a cacofonia de ódio e intolerância crescente no nosso país — e que recusamos normalizar”.

“Num mundo distópico em que vivemos, onde a ascensão de forças que preconizam ideais de retrocesso civilizacional e onde proliferam guerras absurdas e fratricidas, é imperioso que usemos a arte e a cultura como veículo privilegiado para a difusão de princípios de solidariedade, respeito pela igualdade e desejo de paz”, acrescenta a associação.

Os concertos repartem-se pela Igreja da Misericórdia — Centro de Diálogo Intercultural, Teatro José Lúcio da Silva, Stereogun e Jardim Luís de Camões, sendo que neste espaço público, no centro da cidade, haverá 11 espetáculos com entrada livre.

Esta quarta-feira, o festival arranca no Teatro Miguel Franco com a exibição do documentário “Monk in pieces”, dedicado à artista norte-americana Meredith Monk.

O dia completa-se com as atuações de Sophia Djebel Rose (França), Matt Elliott (Inglaterra/França), And Also The Trees (Inglaterra), SIIE (Alemanha/Suíça), Then Comes Silence (Suécia) e Lovataraxx (França).

Na sexta-feira atuam no Extramuralhas Fagelle (Suécia/Alemanha), Pink Opake (Brasil), Darkways (Espanha), Bärlin (França), Keeley Forsyth (Inglaterra), La Boum Brute (França), Suicide Commando (Bélgica) e Syzygyx (Estados Unidos da América).

O derradeiro dia do festival, sábado, contempla concertos de Ece Canli (Turquia/Portugal), So Dead (Portugal), Tilly Electronics (Alemanha), Decline and Fall (Portugal), Minuit Machine (França), Nnhnm (Polónia/Alemanha) e Doric (Grécia).

Taxa por cada consulta: patrões alemães tentam travar idas desnecessárias ao médico

Associação propõe taxa suficientemente alta para evitar tantas trocas de médicos por parte dos funcionários. O sistema de saúde na Alemanha está sob pressão: aumento das contribuições suplementares, aumento das despesas. Parece que os trabalhadores alemães estão a ir ao médico demasiadas vezes – pelo menos, parece ser essa a visão dos patrões. A Associação Alemã de Empregadores (BDA) quer combater as “consultas médicas desnecessárias” para conter a crise financeira no sector dos seguros de saúde – e está a propor uma nova taxa. “A gestão dos doentes precisa de melhorar. Propomos uma taxa para cada consulta médica“, disse o

A guerra no PSD Lisboa, um mergulho nas profundezas do pequeno poder

O processo judicial conhecido como Tutti-Frutti levou Moedas a tirar todos os acusados no partido das suas listas. Mas, apesar disso e de a direção nacional do partido terem tentado controlar o processo, o presidente da concelhia de Lisboa do PSD conseguiu até reforçar a sua influência. Vítor Matos, jornalista do Expresso, conta como e o que resulta daqui.

Este episódio tem sonoplastia de Gustavo Carvalho.

Carlos Moedas, ladeado por Margarida Mano (candidata à Assembleia Municipal) e Joana Batista (independente que é atual vereadora em Oeiras)

RODRIGO ANTUNES/Lusa

Neste podcast diário, Paulo Baldaia e David Dinis conversam com os jornalistas da redação do Expresso, correspondentes internacionais e comentadores. De segunda a sexta-feira, a análise das notícias que sobrevivem à espuma dos dias. Oiça aqui outros episódios:

Incêndios: Reaberta circulação na autoestrada 16 (A16) no concelho de Sintra

A circulação na autoestrada 16 (A16) foi reaberta às 1:09 de hoje, depois de ter sido cortada devido a um incêndio, já dominado, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa, segundo o Comando Sub-regional da Grande Lisboa.

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O incêndio começou pelas 22h50 de quarta-feira em Raposeira, Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra numa zona de mato e foi dado como dominado pelas 00h30.

A circulação foi interrompida num troço de 10 quilómetros junto ao local do fogo por precaução.

A A16 liga Cascais com Belas, no concelho de Sintra, correspondendo a uma circular pela Área Metropolitana de Lisboa. .

Se aquelas criaturas voassem, nunca veríamos o Sol

No dia em que armas e cravos por aqui se cruzaram em festiva euforia, Portugal estava “entalado” entre ditaduras: por terra, a da vizinha Espanha, que ainda duraria até à morte de Franco, em Novembro de 1975; por mar, do outro lado do Atlântico, a do Brasil, que só terminaria em 1985, após um abrandamento da repressão militar e política em 1979.

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