Gouveia e Melo visita aldeia na Covilhã durante os incêndios: “A realidade de muitos portugueses”

O candidato à Presidência da República Henrique Gouveia e Melo visitou a aldeia de Ourundo na passada terça-feira, 19 de agosto, enquanto decorria um incêndio na região. Nas redes sociais, o almirante partilhou vídeos e fotografias da visita, em que aparece a falar com a população. A visita acontece quase uma semana depois do candidato criticar, mesmo sem citar nomes, a postura do governo e as declarações de Luís Montenegro na Festa do Pontal.

“A realidade de muitos portugueses”, é o título de um dos vídeos. “Nestas aldeias e vilas do interior, os portugueses não desistem e combatem os incêndios, muitas vezes sozinhos, para salvar os seus bens e as suas propriedades”, disse ainda o candidato a Belém nas redes sociais. “Hoje em Ourondo, falei com verdadeiros heróis e heroínas anónimos e senti-me verdadeiramente tocado pelas histórias que me contaram”, partilhou.

“É comovente ver a resistência destas pessoas que, mesmo perante um cenário dramático, transformam o medo em força e enfrentam os incêndios para defender o seu património e a sua terra, em aldeias e vilas do interior do país, tantas vezes isoladas e esquecidas. Portugal precisa de todos e precisa de fazer diferente”, apelou ainda o almirante.

A visita à aldeia na Covilhã aconteceu cinco dias depois de Gouveia e Melo manifestar a sua indignação diante das imagens dos incêndios emitidas pelos canais de televisão e criticar a postura de membros do Governo. “Não posso deixar de ficar incrédulo e chocado com a postura de alguns responsáveis políticos que, alheios ao terror vivido pelas populações, mantêm as suas agendas, numa bolha de cinismo frio perante o sofrimento. Se não conseguem prevenir nem remediar, espera-se, no mínimo, que estejam presentes, ao lado do povo, no seu sofrimento”, escreveu o candidato a Belém nas redes sociais.

Gouveia e Melo disse ainda que não aceita “os argumentos de que ‘não se pode falar agora dos incêndios porque é aproveitamento político’, ou ‘só depois do combate é que se pode discutir’. São meros pretextos para ganhar tempo e tentar diminuir as responsabilidades”. O candidato à Presidência da República falou ainda sobre os políticos que estiveram em festas e férias durante as últimas semanas, apesar de não citar especificamente Luís Montenegro e a polémica da Festa do Pontal. “Enfiar a cabeça na areia, adiando o que é difícil de resolver e ir gerindo agendas mediáticas, pode não ser a melhor solução. O que estamos a ver é um interior onde se chora e luta contra as chamas. Mas noutros pontos do país, há quem brinde as férias e tire fotografias sorridentes em eventos políticos no verão. É este desrespeito que mina a confiança na democracia.Um verdadeiro líder, mesmo sem poder fazer mais, está na frente com o seu povo, mostrando que não se esconde das responsabilidades que pediu para assumir.”

Por fim, o candidato destacou que tem “sorte” por ainda não ter a experiência política. “Ano após ano, a memória apaga-se e a prevenção, o planeamento e os investimentos estruturais ficam fora da agenda. Se isto é política, tenho muita sorte em não ter passado por ela“.

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Extensão para o Chrome apanhada a espiar utilizadores. Remove-a já

Google Chrome
Imagem gerada pelo Gemini

Uma das grandes vantagens do Google Chrome é o enorme leque de extensões gratuitas para os utilizadores. Contudo, foi dado agora o alerta que uma delas, desenhada para aumentar a privacidade dos utilizadores, está também a espiá-los.

A extensão em causa é a FreeVPN.One que, como o nome indica, oferece um serviço de VPN gratuito. Apesar de ela cumprir com essa promessa, foi descoberto que ela também anda a tirar capturas de ecrã aos sites que visitas.

FreeVPN.One é a extensão que deves remover se prezas a tua privacidade online

O alerta foi dado pelos especialistas em segurança da Koi Security. Na sua publicação, ela explica como esta VPN gratuita anda a quebrar a confiança dos utilizadores.

O grande defeito apontado à extensão FreeVPN.One é o facto de ela andar a tirar capturas de ecrã quando os utilizadores saltam de um sítio web para outro. Para tal, ela usa um mecanismo sofisticado para não dar nenhum sinal de alerta aos utilizadores.

Tal como refere a Koi Security, estas capturas de ecrã acontecem precisamente 11 segundos após a página carregar. Esta temporização garante que todo o conteúdo da página e carregado totalmente para que todos os detalhes sejam gravados.

Responsáveis dizem que as capturas são necessárias para melhorar a tua segurança

Na descrição desta extensão é, de facto, mencionado que ela irá tirar capturas de ecrã. Contudo, é dito que isso só acontecerá caso tenhas a opção AI Threat Detection ativa e só em domínios duvidosos.

Contudo, os investigadores da Koi Security dizem que estas capturas de ecrã também acontecem em domínios legítimos, como o Google Fotos ou Google Docs. Este cenário gera uma quebra de confiança entre a extensão e os seus utilizadores.

Quando a Koi Security contactou os responsáveis pela FreeVPN.One, estes responderam que as capturas de ecrã automáticas fazem parte de um mecanismo de vigilância em segundo plano. Afirmaram ainda que essa informação não é gravada ou vendida a terceiros, mas deixaram de responder quando incitados a apresentar provas disso.

Ainda de pararem de responder às questões, foi dito que as capturas de ecrã automáticas estão ativas por defeito. Todavia, isso irá mudar numa futura atualização.

Por que deves remover já esta extensão?

Perante os factos, a remoção desta extensão vai depender da forma como os interpretas. De um lado, tens os seus responsáveis a dizer que elas existem para melhorar a tua segurança. Do outro há quem diga que essa prática vai mais longe do que devia.

Perante isto, diria que vai depender daquilo que é mais importante para ti. Se não te sentes confortável com alguém a recolher informação sobre as páginas que visitas, então deves remover já esta extensão.

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IP3 reaberto após acidente que causou um morto e 31 feridos

A circulação no Itinerário Principal 3 (IP3) no concelho de Tondela foi restabelecida pelas 22h00 desta quarta-feira, após o corte devido a uma colisão rodoviária que causou um morto e 31 feridos ligeiros, adiantou à Lusa fonte da GNR.

O acidente ocorreu pelas 15h15, na zona de Canas de Santa Maria, concelho de Tondela, distrito de Viseu, e obrigou ao corte do IP3 nos dois sentidos.

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Fonte da GNR de Viseu indicou que a circulação foi normalizada nos dois sentidos pelas 22h00.

A colisão envolveu um veículo ligeiro de passageiros, um autocarro da Rede Expresso que viajava de Coimbra para Viseu e uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Tondela, tinha adiantado à Lusa fonte da GNR.

A vítima mortal é um homem de 54 anos, que conduzia o veículo ligeiro.

Segundo a mesma fonte, os 31 feridos eram passageiros do autocarro e foram transportados para o hospital de Viseu.

“Os restantes passageiros foram para o quartel dos bombeiros voluntários [de Tondela] para depois seguirem para o seu destino, que é Viseu”, acrescentou a fonte da GNR.

Detido alegado “serial-killer” em Paris

Um homem de 24 anos foi detido esta quarta-feira pela polícia francesa, por suspeita de homicídio de quatro pessoas encontradas no rio Sena, em Paris.

O alegado serial-killer está sob custódia policial na capital francesa para interrogatório, enquanto decorre a investigação.

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A primeira vítima foi encontrada a 13 de agosto, por um transeunte, perto de uma ponte, em Choisy-le-Roi, um subúrbio no sudeste de Paris.

O corpo estava há pouco tempo na água e pertencia a um homem de 40 anos, residente naquela área.

No mesmo dia, a polícia encontrou mais três corpos na mesma zona do rio Sena.

Uma das vítimas foi estrangulada e outra tinha marcas de violência, de acordo com o Ministério Público.

Estes três corpos estavam em avançado estado de decomposição, adiantaram os procuradores, que até ao momento não encontraram ligação entre as vítimas.

As causas dos homicídios não são conhecidas. A investigação continua.

Beneficiários de prestações por parentalidade em máximos de quase 2 anos

O número de beneficiários de prestações por parentalidade subiu 8% em julho, face ao período homólogo, e aumentou 3,6% face a junho, para 68.999, o valor mais alto desde setembro de 2023, isto é, em quase dois anos.

Face ao período homólogo, registou-se um acréscimo de 5.115 beneficiários de prestações por parentalidade, o equivalente a uma subida de 8%, de acordo com a síntese do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social divulgada esta quarta-feira.

Já na comparação em cadeia, houve um aumento de 2.378 beneficiários, o que representa uma subida de 3,6%.

Numa altura em que estão em cima da mesa eventuais alterações ao subsídio de parentalidade, estes 68.999 beneficiários registados em julho representam o valor mais elevado desde setembro de 2023, quando existiam 71.840 beneficiários, o valor mais alto desde 2010, segundo a análise da Lusa com base nos dados disponíveis.

No que toca ao subsídio parental inicial, este foi processado a 38.447 beneficiários.

“Esta prestação abrangeu, maioritariamente, as mães, que representaram 64,7% do total, tendo o número de beneficiárias sido de 24.860”, nota ainda o GEP, indicando também que “o número de beneficiários do sexo masculino foi de 13.587, representando 35,3% do total de beneficiários”.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

O anteprojeto apresentado pelo Governo sobre alterações ao Código do Trabalho, que está a ser negociado com os parceiros sociais, em sede de Concertação Social, prevê, entre as várias medidas, mudanças no subsídio parental.

O subsídio parental continua a corresponder a 100% da remuneração de referência nos primeiros 120 dias de licença, mas sofre alterações nos restantes casos.

No caso da opção pelos 150 dias de licença, atualmente este subsídio desce para 80%, mas é de 100% em caso de partilha (se cada um dos progenitores gozar, pelo menos, 30 dias consecutivos ou dois períodos de 15 dias consecutivos). Com a proposta do Governo, o montante diário nesta modalidade desce dos atuais 100% para 90% da remuneração.

Já no caso da licença de 180 dias, cujo pagamento é hoje de 83% a 90% da remuneração de referência, em função da partilha, o executivo pretende que passe a ser paga a 100% da remuneração de referência se o período adicional de 60 dias for usufruído “em regime partilhado em períodos iguais por ambos os progenitores”, ou seja, um mês para cada um.

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Path of Exile 2: Nova expansão vem repleta de buffs, trocas assíncronas e fim-de-semana grátis

A nova expansão de Path of Exile 2, The Third Edict, recebeu data de lançamento. Dia 29 de agosto, todos os jogadores vão poder experimentar o novo conteúdo do ARPG neozelandês, graças a um fim-de-semana gratuito, de 29 de agosto a 1 de setembro. Quanto às novidades, são mais que muitas, incluindo uma funcionalidade há muito pedida pelos jogadores de Path of Exile – a possibilidade de vender e comprar itens de forma assíncrona.

Uma novo ato e o fim de Cruel

Com a expansão The Third Edict, a campanha de Path of Exile 2 recebe o quarto ato, que se desenrola no arquipélago Karui. Este novo capítulo narrativo dá continuidade aos eventos da campanha e leva-te numa viagem pelas ilhas selvagens de Wraeclast, com a particularidade de ser um ato totalmente aberto, que podes abordar de forma não-linear.

O estúdio Grinding Gear Games confirmou que ainda está a preparar o quinto e sexto atos, que irão completar a campanha, mas até estarem prontos, implementou três capítulos de interlúdio, removendo o modo de dificuldade Cruel, que te obrigava a repetir os três atos disponíveis da campanha. Estes interlúdios servem de ponte de ligação entre os primeiro quatro atos e o endgame, contando com novas áreas, inimigos e bosses, o que ajuda a diminuir a repetição na campanha.

Como também é costume, a expansão de conteúdo vem acompanhada de uma nova liga, chamada Rise of the Abyssal. Se já jogaste Path of Exile 1, vais reconhecer a mecânica introduzida, que funciona de forma relativamente similar. A grande diferença aqui é que os buracos de Abyss de Path of Exile 2 têm uma maior interatividade com o ambiente que os rodeia. Por exemplo, quando matas inimigos raros em torno destas zonas, os buracos cospem um inimigo raro especial, mais desafiante e com recompensas únicas; caso mates um boss, terás que depois lidar com uma criatura gigante, nascida das profundezas.

Para além disso, também há um novo sistema de crafting subjacente a Abyss, onde podes melhorar os teus itens com itens exclusivos de Abyss e que encaixam que nem uma luva nas novidades que o GGG introduziu nos sistemas de crafting e troca de itens.

A tecnologia do comércio

Uma das funcionalidades mais pedidas pelos jogadores de Path of Exile ao longo dos anos é a possibilidade de trocar itens entre jogadores de forma assíncrona, como por exemplo, uma espécie de Auction House ao estilo de Diablo.

O GGG sempre se opôs a esta solução, mas agora parece ter mudado de ideias, com um novo sistema que permite vender itens de forma semi-automática, sem que seja necessário que os jogadores envolvidos na troca percam tempo e interajam diretamente, ou seja, não precisas de parar de matar monstros nos teus mapas para efetuar as trocas. No entanto, este sistema não é 100% automático.

Este novo sistema funciona através de um NPC, que gere as lojas dos jogadores, e que assume o papel de Faustus, o NPC atualmente responsável pelo comércio de moedas de Path of Exile. O novo sistema é relativamente similar ao que já acontece: colocas um item numa “Stash Tab” especial, pagas uma quantia de ouro ao novo NPC e o item surgirá listado no site de Trade de Path of Exile 2, onde pode ser consultado.

Quem quiser comprar o item irá visitar o teu esconderijo, falar com o NPC e entregar o valor pedido pelo item. Este sistema irá funcionar quer estejas online ou offline, e exige a utilização de “merchant stash tabs” específicas para o efeito. Se já tiveres “premium stash tabs” podes convertê-las sem pagar qualquer valor adicional.

Para já, este sistema apenas estará disponível em Path of Exile 2, mas caso funcione bem, o GGG tem intenções de o introduzir em Path of Exile 1.

Um festival de buffs e melhorias

Depois da expansão de Dawn of The Hunt, que deixou um gosto amargo na boca de muitos jogadores, o GGG esforçou-se em responder ao feedback da comunidade. Isso ficou evidente nas atualizações e correções lançadas meses após Dawn of the Hunt, mas ainda mais com The Third Edict.

Praticamente todos os sistemas de gameplay foram revistos e há novidades significativas em quase todos os aspetos. Por exemplo, agora vai ser possível sprintar, o que ajuda a acelerar a velocidade de jogo. O sprint está acessível a todas as classes – basta manter premido o botão de esquiva – não consome recursos e aumenta consideravelmente a velocidade de deslocamento das personagens. No entanto, se fores atingido por um monstro quando estás a sprintar és derrubado, o que te deixa vulnerável a novos ataques.

Várias classes foram melhoradas, especialmente as menos utilizadas; há mais opções de defesa em termos de evasão e armadura; muitas habilidades foram melhoradas e o sistema de gems de suporte também foi alvo de uma remodelação profunda: agora, passa a ser possível repetir gems em habilidades diferentes e temos a novidade das “Lineage Supports”, que no fundo funcionam como gems únicas, com propriedades mais poderosas e transformadoras, que apenas podem ser adquiridas em locais específicos.

Com uma longa lista de mudanças e melhorias, que podem ser consultadas no site oficial de Path of Exile, o estúdio não lançou uma nova classe, como muitos antecipavam. No entanto, Jonathan Rogers, diretor de Path of Exile 2, admitiu que se as correções de equilíbrio forem bem recebidas, é possível que a próxima expansão conte com duas novas classes.

Futuro e versão 1.0

Quanto ao lançamento oficial, Rogers confirmou que não será este ano, ao contrário do que estava previsto. Para tal acontecer, é necessário que a campanha esteja pronta e que os jogadores estejam felizes com o estado do jogo. Com o GGG a comprometer-se com uma cadência de lançamentos a cada quatro meses, Rogers deixou em aberto a possibilidade de lançar a versão 1.0 do jogo em março de 2026, mas fez questão de assinalar que não há uma data estabelecida.

Para além disso, o diretor também sublinhou que o estúdio fez todos os possíveis para assegurar as estabilidades dos servidores europeus, que nos últimos meses, têm sido alvos de ataques DDOS. Rogers disse que o estúdio apenas está a trabalhar com providenciadores de serviço que ofereçam a servidores com proteções a ataques DDOS, e que a situação deve estar resolvida para a nova expansão.


Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios no Threads ou Bluesky.

Lina Lopes continua no gabinete de Pacheco Amorim. O estranho caso da chantagem de Setúbal

Mesmo perto do limite de entrega das listas autárquicas, Lina Lopes desistiu de ser a candidata do Chega à presidência da câmara de Setúbal, revelando ser vítima de “tentativas de chantagem” e de uma “campanha difamatória”. A decisão veio na sequência de denúncias feitas por um empresário de Setúbal que terá emprestado à candidata 20 mil euros e ainda lhe terá comprado um carro no valor de 38.400 euros. Lina Lopes vai, no entanto, sabe o Observador, continuar a trabalhar no gabinete do vice-presidente da AR e ideólogo do Chega, Diogo Pacheco Amorim.

Tudo começou quando foram partilhados — por alguns militantes e apoiantes do Chega — prints do telemóvel de um tal “Vítor Pilas” a exigir que Lina Lopes lhe devolvesse o dinheiro “até domingo”. As mesmas mensagens mostravam uma alegada mensagem da candidata a dizer que iria em breve ter com o “caro Vítor” para conversarem. Terá sido tarde demais. Na segunda-feira, Lina Lopes desistia da corrida, mas deixava claro que a “decisão de retirar a candidatura à câmara municipal de Setúbal” não significava “qualquer reconhecimento das falsas acusações” que lhe eram imputadas.

Vítor Pilas (nome que o próprio teria gravado no telemóvel aquando da divulgação das conversas) é, afinal, Vítor Marrafa Correia, que é co-proprietário, em conjunto com a mulher, de um restaurante em Setúbal. Em páginas afetas ao Chega chegou a ser publicada uma imagem de Vítor Correia com a indicação de que era mandatário da candidatura de Lina Lopes. Mas também isso é um mistério.

A estrutura local e distrital do Chega desconhece e nega que o empresário alguma vez tenha sido mandatário, embora fontes locais do partido admitam que a candidata possa ter prometido isso a Vítor Correia e até que esse conteúdo tenha sido divulgado por responsáveis afetos à candidatura. A imagem foi partilhada a 23 de julho (antes de as coisas azedarem com Lina Lopes) numa página Facebook, entretanto apagada, que pertencia a Vítor Correia.

Apoiantes da candidata que continuam próximos de Lina Lopes dizem ao Observador que a própria foi “vítima de uma guerra interna” e desconfiam que foram os próprios “dirigentes da distrital” a “instigar” Vítor Correia a atacar publicamente a candidata. Sobre o dinheiro, essas mesmas fontes são esquivas: “Disso não sabemos nada”. Uma delas chega a dizer: “Eu creio até que ela na segunda-feira tentou devolver o carro em causa, mas o senhor Vítor não aceitou”. As mesmas fontes defendem Lina Lopes: “Os tipos da distrital queriam meter os nomes deles, a Lina resistiu e arranjaram isto para a afastar”.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

A origem do dinheiro está a ser contestada por adversários políticos. O presidente da distrital do PS de Setúbal disse na terça-feira que “é imperativo que se investiguem os empréstimos e financiamentos que o Mandatário lhe conferiu, que tipo de chantagem está em causa e porque lhes cedeu uma política tão experimentada, abandonando a corrida à capital do 4° maior distrito do País, onde tinha a eleição como vereadora virtualmente garantida.”

Para Pinotes Batista, “a notícia que importa não é a desistência. A notícia que realmente falta dar, só é possível seguindo o rasto do dinheiro. Que papel teve André Ventura neste processo? O Chega não tem credibilidade, nem estrutura para comandar os destinos de uma autarquia. São bons no grito, mas não sabem dialogar. São eficazes a denunciar, mas não conseguem formular uma solução.”

Contactado pelo Observador, Vítor Correia começou por dizer que os “jornalistas são todos merda”, mas — numa conversa interrompida por ter desligado algumas vezes, e de forma inopinada, as chamadas — foi negando quer as denúncias públicas que fez, quer ter tido algum cargo na campanha. O anteriormente auto-anunciado mandatário diz agora que nunca o foi. “Isso foram eles do Chega que meteram lá. Eu nunca fui mandatário. Eu sou Chega. Sou só militante”.

Quanto ao dinheiro alegadamente emprestado a Lina Lopes, a versão era diferente da que veiculou nas redes sociais quando ainda tinha a página: “Eu não emprestei dinheiro nenhum. Viu-me a emprestar? Se não viu, não emprestei. Isso é tudo mentiras. Tudo merda que vocês inventam”. E quanto ao carro? “Mano, não me dás a volta. Isso é tudo mentira.” E, após estas lacónicas respostas, a chamada voltou a ser interrompida unilateralmente por Vítor Correia.

As denúncias que o empresário agora nega são, no entanto, sugeridas pela própria Lina Lopes. A candidata, que mantém um dever de lealdade para com o Chega (já que se mantém no gabinete do vice-presidente) não atendeu as chamadas nem respondeu às mensagens do Observador desde que anunciou o afastamento da corrida autárquica. O que sobra é o comunicado emitido na segunda-feira, quando reiterou que o seu compromisso com o projeto político do Chega se mantém “inalterado”.

Desde então, a única manifestação pública foi a partilha da cascata interior que existe no Aeroporto Internacional de Hamad, no Qatar, com a seguinte legenda: “Tão belo”. Há, nessa ocasião, novas manifestações de apoio de setubalenses: “Setúbal perdeu uma grande presidente”.

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Fredrik não é nenhum monstro, mas precisa de amigos (a crónica do Fenerbahçe-Benfica)

Era uma daquelas eliminatórias em que a verdade de um também era a verdade do outro. Se é certo que o Benfica está a apenas dois jogos da fase de liga da Liga dos Campeões, também é certo que o Fenerbahçe está a apenas dois jogos da fase de liga da Liga dos Campeões — ou seja, o facto de os encarnados verem luz ao fundo do túnel era rapidamente equiparado com o facto de os turcos também estarem entusiasmados com a tal luz ao fundo do túnel.

A semana do Benfica, porém, foi recheada de incertezas. Totalmente imerso no facto de estarmos a dois meses das eleições mais importantes da história recente do clube, o universo encarnado ainda não sabe se Aktürkoğlu vai ficar, ainda não sabe se Amoura vai chegar, está preso à ideia de que esta é a equipa que eliminou o Nice, mas não esquece que esta também é a equipa que sofreu para vencer o Estrela da Amadora. Bruno Lage, contudo, garantia que nenhuma dessas questões entrava no balneário — que o único e absoluto foco era o apuramento para a Liga dos Campeões.

Ficha de jogo

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Fenerbahçe-Benfica, 0-0

Playoff de acesso à Liga dos Campeões

Estádio Şükrü Saraçoğlu, em Istambul (Turquia)

Árbitro: Daniel Siebert (Alemanha)

Fenerbahçe: Irfancan Egribayat, Nélson Semedo, Mert Muldur (Oguz Aydin, 79′), Skriniar, Jayden Oosterwolde, Archie Brown, Fred (Irfan Kahveci, 86′), Amrabat, Sebastian Szymanski, Jhon Durán (Talisca, 67′), En-Nesyri

Suplentes não utilizados: Dominik Livakovic, Söyüncü, Alexander Djiku, Yusuf Akcicek, Yigit Demir, Ismail Yuksek, Cengiz Under, Bartug Elmaz

Treinador: José Mourinho

Benfica: Trubin, Amar Dedic, António Silva, Otamendi, Samuel Dahl, Florentino, Enzo Barrenechea (Ivanovic, 64′), Fredrik Aursnes, Richard Ríos, Aktürkoğlu (Tiago Gouveia, 77′), Pavlidis (Leandro Barreiro, 77′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Rafael Obrador, Schjelderup, Gianluca Prestianni, Henrique Araújo, Gonçalo Oliveira, João Veloso, Leandro Santos, Diogo Prioste

Treinador: Bruno Lage

Golos: nada a registar

Ação disciplinar: cartão amarelo a Enzo Barrenechea (22′), a Jhon Durán (27′), a Richard Ríos (63′), a Florentino (69′ e 71′), a Jayden Oosterwolde (90+2′), a António Silva (90+3′), a Irfan Kahveci (90+3′); cartão vermelho por acumulação a Florentino (71′)

“Estamos com a mentalidade de continuar o trabalho que temos vindo a realizar. Tivemos talvez a pré-época mais curta da história do Benfica… É mérito total dos jogadores. Mas também sabemos que não temos de olhar para trás. Há um grande mérito dos jogadores, o sacrifício que fizeram. Jogadores a chegar e a entrar logo em competição. Estou satisfeito com toda a gente, mas ainda sinto que temos muito para dar. O mais importante neste momento é dar continuidade ao nosso trabalho”, explicou na antevisão o português, que podia mesmo tornar-se o primeiro treinador encarnado a vencer o Fenerbahçe na Turquia.

Assim, Bruno Lage surpreendia e, mesmo no meio de toda a polémica ou talvez devido a toda a polémica, lançava Aktürkoğlu no onze inicial e em detrimento de Schjelderup. Ivanovic também ficava no banco, abrindo a porta ao fortalecimento do meio-campo através de Florentino, que surgia logo à frente dos centrais. Do outro lado, num Fenerbahçe que eliminou o Feyenoord e que no fim de semana empatou com o Goztepe, José Mourinho apostava em Jhon Durán e En-Nesyri no ataque e tinha Nélson Semedo como titular na direita da defesa.

O Benfica procurou começar a toda a velocidade e teve desde logo uma boa oportunidade para abrir o marcador, com Richard Ríos a rematar de fora de área para Egribayat defender e depois de um passe de calcanhar de Pavlidis (2′). O lance, porém, não seria o espelho da primeira parte. O jogo não demorou a entrar numa toada mais equilibrada e foi preciso esperar até à passagem do quarto de hora inicial para ver mais um pontapé à baliza, já que Aktürkoğlu atirou fraco e sem direção ainda de muito longe (14′).

Numa primeira parte taticamente rica, o Benfica teve quase sempre mais bola, mas demonstrava alguma dificuldade para entrar no último terço adversário. Os encarnados defendiam com uma linha de cinco, já que Aursnes fechava à direita, e preocupavam-se muito em ocupar e povoar o corredor central para evitar o futebol associativo do Fenerbahçe — algo que abria espaço nos corredores, onde Nélson Semedo era muito rápido a colocar cruzamentos na área.

Aktürkoğlu voltou a criar perigo já perto da meia-hora, com um livre direto descaído na esquerda que Egribayat afastou (29′), e Szymański respondeu do outro lado com um pontapé forte de fora de área que Trubin encaixou (34′). Os turcos cresceram nos últimos dez minutos da primeira parte, subindo as linhas e forçando os encarnados a recuar para o próprio meio-campo, e acabaram por ter algumas das melhores ocasiões para marcar com um cabeceamento de En-Nesyri que Trubin também defendeu (38′) e um pontapé violento que o guarda-redes ucraniano também conseguiu afastar com uma intervenção (42′).

Ao intervalo, Fenerbahçe e Benfica estavam ainda empatados sem golos e José Mourinho até decidiu regressar aos balneários antes do último apito do árbitro e quando ainda faltava jogar o minuto de tempo extra. Num Estádio Şükrü Saraçoğlu efervescente, reinava algum equilíbrio — e a clara evidência de que as duas equipas estavam mais preocupadas com não sofrer golos do que propriamente com marcá-los.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo, apesar de Ivanovic ter realizado exercícios de aquecimento mais intensos durante a paragem, e o Benfica voltou a começar melhor, empurrando o Fenerbahçe para o último terço defensivo e exercendo uma rápida e eficaz reação à perda da bola. Ainda assim, os turcos conseguiram reagir e recorrer aos típicos cruzamentos para voltar a desestabilizar os encarnados, com Nélson Semedo a assustar com um remate que passou por cima (50′).

Apesar de sempre muito intenso e disputado, o jogo ia deixando que os minutos passassem sem grandes notas de qualidade ou brilhantismo — e também sem balizas. Bruno Lage mexeu pela primeira vez já depois da hora de jogo, trocando Enzo Barrenechea por Ivanovic, que foi ocupar o espaço nas costas de Pavlidis e através de um duelo mais direto com Amrabat. Pouco depois, José Mourinho respondeu com a entrada de Talisca, que substituiu Jhon Durán.

A 20 minutos do fim, porém, a tarefa ficou ainda mais complexa para o Benfica. Florentino viu dois cartões amarelos no espaço de três minutos e foi expulso por acumulação, deixando os encarnados em inferioridade numérica em Istambul. Bruno Lage olhou para o banco à procura de soluções e lançou Leandro Barreiro e Tiago Gouveia, com Ivanovic a ficar como referência ofensiva face à saída de Pavlidis.

Os turcos fizeram o natural forcing final, com En-Nesyri a marcar na sequência de um erro trágico de Trubin (81′), mas o lance foi anulado por fora de jogo do avançado — e já nada mudou. Fenerbahçe e Benfica empataram sem golos em Istambul e deixaram tudo em aberto para a segunda mão na Luz, daqui a uma semana. Num dia em que Bruno Lage preparou bem a estratégia, mas foi traído por dois cartões amarelos em poucos minutos, Fredrik Aursnes voltou a ser o melhor jogador dos encarnados e uma espécie de oásis num quase deserto de ideias, imaginação e criatividade.

Totoloto: Conheça a chave desta quarta-feira

A chave vencedora do sorteio do Totoloto desta quarta-feira, 20 de agosto de 2025 é composta pelos números 5 – 7 – 17 – 33 – 35 + Número da Sorte 5.

Em jogo no primeiro prémio está um jackpot de 1,8 milhões de euros.

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A chave constante neste artigo não dispensa a consulta do site do Departamento de Jogos da Santa Casa.

Os prémios atribuídos de valor superior a 5 mil euros estão sujeitos a imposto do selo, à taxa legal de 20%, nos termos da legislação em vigor.

O Totoloto é sorteado à quarta-feira e ao sábado.

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