Incêndio dominado em Vila Real ao fim de 12 dias, 2.200 operacionais combatem 8 fogos

O grande incêndio que lavra desde 2 de agosto na serra do Alvão, em Vila Real, foi novamente dado como dominado esta quarta-feira, ao fim de 12 dias.

A informação consta do site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

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O fogo, que deflagrou na freguesia de Sirarelhos, está a mobilizar 387 operacionais e 132 viaturas.

O incêndio queimou cerca de 5.500 hectares na serra do Alvão, incluindo cerca de 1.500 hectares no Parque Natural do Alvão (PNA), adiantou esta quarta-feira fonte da Proteção Civil.

O alerta para o fogo foi dado às 23h45 do dia 2 de agosto, em Vila Real, passou para Mondim de Basto, esteve em conclusão e, depois, sofreu duas reativações.

Incêndios. Marcelo avisa que sexta-feira vai ser um dia "muito complicado"

Fonte da Proteção Civil disse à agência Lusa que, numa primeira estimativa, este fogo já queimou, ao longo destes 12 dias, cerca de 5.500 hectares, nos dois concelhos, incluindo à volta de 1.500 hectares de área inserida no PNA.

O PNA tem 7.220 hectares de área total.

Nestes 12 dias, o fogo percorreu cerca de 14 quilómetros entre Mascoselo, limite com o concelho de Mondim de Basto, e a Samardã, no lado aposto e que faz fronteira com Vila Pouca de Aguiar.

Pelo meio passou, com maior ou menor proximidade, por 28 aldeias e uma vila, Lordelo, localizadas na serra do Alvão.

As imagens dos incêndios que estão a devastar Trancoso e Piódão

A serra do Alvão espalha-se por Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Vila Real e Mondim de Basto, e, no espaço de uma semana, já ardeu área dos quatro concelhos, em três incêndios diferentes (Sirarelhos, Pinduradouro e Alvadia).

Segundo dados recolhidos pela Lusa junto de fontes oficiais, o fogo que começou em Pinduradouro, Vila Pouca de Aguiar, queimou cerca de 500 hectares e o de Alvadia, em Ribeira de Pena, à volta de 600 hectares.

No total, nestes 12 dias, já terão ardido cerca de 6.600 hectares na serra do Alvão.

Mais de 2 mil operacionais combatem 8 grandes incêndios

Oito grandes incêndios estavam ativos pelas 21h00 desta quarta-feira: Trancoso, na Guarda; Tabuaço, distrito de Viseu; Vila Boa, em Sátão; Arganil, em Coimbra; Vila Chã de Sá, em Viseu; Quiraz, em Vinhais, distrito de Bragança; e Moura, no Baixo Alentejo.

Mais de 2.200 operacionais estavam envolvidos nas operações para tentar dominar estes fogos.

O fogo que deflagrou esta quarta-feira de manhã em Trancoso envolve 850 operacionais e 2752 viaturas. Várias aldeias foram evacuadas como medida de prevenção.

Em Trancoso, combatem as chamas 504 operacionais e 272 viaturas, indica o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Em conferência de imprensa realizada ao final da tarde, o segundo comandante nacional de Proteção Civil disse que esta quarta-feira quatro operacionais foram assistidos no terreno e sete transportados para o hospital, incluindo três bombeiros de Macedo de Cavaleiros envolvidos num acidente com um autotanque.

O estado de prontidão nível 4 (máximo) foi prolongado até 18 de agosto.

[notícia atualizada às 21h26]

Agora é oficial: João Cotrim Figueiredo é candidato à Presidência da República

João Cotrim Figueiredo, antigo presidente da Iniciativa Liberal, é candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, confirmou em entrevista à SIC. O atual eurodeputado liberal assumiu que estava a ponderar a entrada na corrida a Belém há praticamente um mês, na Convenção da IL, e acaba agora por oficializar essa candidatura. “Posso anunciar que sou candidato à Presidência da República”, assume.

“Quero fazer desta uma candidatura mais abrangente”, refere Cotrim Figueiredo, que cita Fernando Pessoa para justificar a entrada na corrida: “Tenho a certeza de que as obras grandes nascem sempre do sonho ou da imaginação de alguém que pensam um bocadinho mais à frente e olho para este país e gostava que fosse um país mais avançado, menos cinzento, menos bafiento, mais arejado, que fosse muito mais moderno.”

Cotrim Figueiredo confirma que terá o apoio da Iniciativa Liberal, diz que recebeu “centenas de mensagens de pessoas de muitos partidos” para o incentivarem a avançar e sabe que não está sozinho. “Imagino aquela faixa de eleitorado, especialmente os mais jovens, a olharem para a atual oferta de candidatos e a não se reverem”, explica o agora candidato a Belém.

E aproveita para justificar a presença com uma gravata, pouco habitual para o agora candidato: “Apareço de gravata pela primeira vez na televisão, é um símbolo de que sei respeitar as tradições que vêm com a função, mas saberei introduzir modernidade.”

Relativamente a Gouveia e Melo, Cotrim Figueiredo nota que o pensamento político do almirante “não é conhecido” e argumenta que no discurso de apresentação de candidatura “estar a falar de políticas setoriais” parece um “contrassenso”.

“Alguém que é eleito torna-se Presidente de todos os portugueses. O meu passado político é curto mas é muito conhecido, toda a gente sabe que fui presidente da IL, não renego, é a minha origem, são as minhas convicções ideológicas. Longe de mim, durante a campanha, estar a fazer das convicções que expressei assunto de campanha eleitoral”, salienta, frisando que “estar a delimitar soluções [é] descabido”.

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Vicens. Braga quer “fazer um jogo muito bom para estar no playoff”

O treinador Carlos Vicens fez a antevisão ao jogo entre o Sp. Braga e o Cluj, da segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa.

De recordar que, na primeira mão, os arsenalistas venceram na Roménia por 2-1.

Cluj diferente amanhã?

“Não sei a diferença que pode haver amanhã…. Há um jogo prévio que serviu a ambas as equipas para observar, analisar e vamos entrar com mentalidade de fazer um jogo muito bom para estar no playoff”.

Sp. Braga terá de melhorar a entrada em jogo?

“O foco está em todos os momentos do jogo. Não pode estar na construção de jogo ou em chegar ao último terço. Todas as situações são importantes para termos êxito. Estamos a construir a nossa identidade e o nosso processo, sendo que o foco é no dia a dia”.

Níveis de confiança aumentam?

“Ganhar jogos e ter resultados positivos aumenta sempre os níveis de confiança. Sabíamos, que no início de época, com um novo treinador, com um processo novo de trabalho, esses resultados vão sempre ajudar, dá-nos tranquilidade, dá confiança no processo e que estamos a ir no bom caminho, sabendo que há muitas coisas a melhorar”.

Empréstimo de Chissumba

“Chegou esta possibilidade de ir para um clube que tem um treinador que o conhece [Custódio Castro], pensamos que seria uma boa opção para jogar e ser um jogador importante, não que não fosse aqui, já o conhecíamos da época passada e que aqui ia ter mais competição nessa posição, mas sabemos que o futuro de Chissumba tem que ser aqui em Sp. Braga para ser um jogador importante no futuro”.

É expectável muitas mudanças?

“Veremos amanhã o que vamos decidir. Vamos apresentar os que nos dão melhores indicadores para implementar o nosso plano de jogo da melhor maneira”.

A partida está marcada para as 19h30 desta segunda-feira.

Dívidas atiram Ajaccio para a sexta divisão francesa

A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou a exclusão do Ajaccio de todas as competições nacionais.

O clube foi castigado pela Direção Nacional de Controlo de Gestão (DNCG) com descida administrativa.

O Ajaccio terminou a última época no 12.º lugar da Ligue 2, mas com 13 milhões de euros de dívida, incluindo seis milhões em dívidas fiscais, acabou afastado.

O clube ainda pode recorrer, mas, se o castigo se mantiver, vai ter de começar no Regional 1, o equivalente à sexta divisão.

PSG 🆚 Tottenham | Nuno Mendes dá Supertaça europeia aos franceses nos penáltis

PSG 🆚 Tottenham | Nuno Mendes dá Supertaça europeia aos franceses nos penáltis

Emocionante. O Paris Saint-Germain conquistou a sua primeira Supertaça europeia, mas conseguiu numa partida em que já toda a gente dava como certa a vitória do Tottenham. Os ingleses chegaram a estar a ganhar por 2-0, mas sofreram dois tentos perto do fim, o segundo nos descontos por Gonçalo Ramos. Depois, nos penáltis, os gauleses foram mais fortes. Nuno Mendes converteu o pontapé decisivo.

O “quase” do Tottenham

Surpresa Para quem viu a primeira parte, talvez não.

Mais sombre PSG 🆚 Tottenham | Nuno Mendes dá Supertaça europeia aos franceses nos penáltis às GoalPoint.

Incêndio dominado em Vila Real ao fim de 12 dias

O grande incêndio que lavra desde 2 de agosto na serra do Alvão, em Vila Real, foi novamente dado como dominado esta quarta-feira, ao fim de 12 dias.

A informação consta do site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

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O fogo, que deflagrou na freguesia de Sirarelhos, está a mobilizar 387 operacionais e 132 viaturas.

O incêndio queimou cerca de 5.500 hectares na serra do Alvão, incluindo cerca de 1.500 hectares no Parque Natural do Alvão (PNA), adiantou esta quarta-feira fonte da Proteção Civil.

O alerta para o fogo foi dado às 23h45 do dia 2 de agosto, em Vila Real, passou para Mondim de Basto, esteve em conclusão e, depois, sofreu duas reativações.

Incêndios. Marcelo avisa que sexta-feira vai ser um dia "muito complicado"

Fonte da Proteção Civil disse à agência Lusa que, numa primeira estimativa, este fogo já queimou, ao longo destes 12 dias, cerca de 5.500 hectares, nos dois concelhos, incluindo à volta de 1.500 hectares de área inserida no PNA.

O PNA tem 7.220 hectares de área total.

Nestes 12 dias, o fogo percorreu cerca de 14 quilómetros entre Mascoselo, limite com o concelho de Mondim de Basto, e a Samardã, no lado aposto e que faz fronteira com Vila Pouca de Aguiar.

Pelo meio passou, com maior ou menor proximidade, por 28 aldeias e uma vila, Lordelo, localizadas na serra do Alvão.

A serra do Alvão espalha-se por Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Vila Real e Mondim de Basto, e, no espaço de uma semana, já ardeu área dos quatro concelhos, em três incêndios diferentes (Sirarelhos, Pinduradouro e Alvadia).

Segundo dados recolhidos pela Lusa junto de fontes oficiais, o fogo que começou em Pinduradouro, Vila Pouca de Aguiar, queimou cerca de 500 hectares e o de Alvadia, em Ribeira de Pena, à volta de 600 hectares.

No total, nestes 12 dias, já terão ardido cerca de 6.600 hectares na serra do Alvão.

[em atualização]

Alemanha: 100 dias de Merz, o chanceler da política externa

Friedrich Merz prometeu mudar, e mudar rapidamente: a Alemanha precisava e ele iria cumprir. O diário Frankfurter Allgemeine Zeitung lembra que Merz prometeu diferenças que iriam ser sentidas logo no Verão e o seu chefe de gabinete disse que não seriam precisos “cem dias, mas apenas 70” para isso.

Cem dias depois, elas não aconteceram, diz o jornal no seu balanço de 100 dias de Governo Merz, de coligação entre a União Democrata Cristã /União Social Cristã (CDU/CSU) e o Partido Social Democrata (SPD).

“Os próprios parceiros de coligação estão desiludidos”, diz pelo seu lado a emissora pública ARD, citando o líder do grupo parlamentar da CDU Jens Spahn. Mas Spahn também afirmou que o que disse serem sucessos do Governo: a redução da imigração e dos custos de energia, além de terem sido criadas condições para crescimento económico (durante a campanha, Merz bateu na tecla do estado da economia para criticar o governo de Olaf Scholz).

Em relação a muitas questões, Merz “agiu como um CEO que toma decisões sozinho”, avalia a estação de televisão pública ZDF. Do lado do SPD, a líder Bärbel Bas pediu um novo começo em termos de comunicação.

O chanceler é criticado pelo seu próprio campo (por causa da suspensão de exportação de armamento que possa ser usado na Faixa de Gaza a Israel) e pela sua coligação (por causa da nomeação de uma juíza apoiada pelo SPD para o Tribunal Constitucional que os conservadores não apoiaram no Parlamento; a própria juíza, Frauke Brosius-Gersdorf, acabou por se afastar do processo dizendo não querer criar uma divisão na coligação).

Se o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) começa a sua análise dos 100 dias com a não concretização de reformas, do outro lado do espectro político o diário Die Tageszeitung (TAZ) sentencia que o chanceler não conseguiu ter “a receita contra a direita”, ou seja, a Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido entretanto considerado de extrema-direita pelos serviços secretos internos do país, criticando a CDU/CSU “por até agora ter tido uma única ideia” nesta área, “a tentativa de vencer a AfD no seu próprio jogo com uma política anti-imigração dura”.

AfD em primeiro em sondagem

A mais recente sondagem, divulgada na terça-feira, dava a Alternativa para a Alemanha (AfD) em primeiro lugar nas intenções de voto com 26%, e os conservadores da CDU/CSU em segundo com 24% (o partido ficou pela primeira vez à frente de todos os outros numa sondagem a nível nacional em Abril, ainda antes da tomada de posse do Governo). Mais longe estava o SPD com 13%, tal como os Verdes e Die Linke, com 11%. Se as eleições fossem hoje manter-se-iam fora do Parlamento a Aliança Sahra Wagenknecht com 4% e os liberais democratas com 3%.

Nas eleições de Fevereiro, a CDU/CSU obteve 28,5% e o SPD 16,4%, que já foram valores especialmente baixos (o segundo pior resultado de sempre para a CDU/CSU e o pior da história do SPD).

O FAZ diz ainda que a popularidade de Merz nos primeiros cem dias, de 32% segundo a Infratest/Dimap (29% segundo a Forsa), é mais baixa do que outros chanceleres após o mesmo período de governo – Olaf Scholz, que depois veio a quebrar recordes de baixa popularidade, tinha 56%.

Mas se a situação interna está longe de ser boa, a avaliação de Merz na esfera externa é vista com muito mais bons olhos, com Merz a mostrar “brilho” no palco externo, diz a análise da estação de televisão ZDF.

Em relação aos EUA, Merz passou incólume pela sua visita à Casa Branca, “não sendo exibido como outros antes de si no palco de um circo” imprevisível, opinou na análise da ZDF Wulf Schmiese, o vice-director da estação, dando ainda como exemplo da posição de Merz a viagem junto com o Presidente francês, Emmanuel Macron, ​e os primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Strarmer, e da Polónia, Donald Tusk, de comboio até Kiev, onde pediram um cessar-fogo

E nem de propósito, o 100.º dia de Merz como chanceler foi marcado pela visita do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a Berlim, onde participou numa cimeira virtual com Trump e outros líderes europeus e da NATO.

Desnutrição em crianças moçambicanas menores de 5 anos cai para 37% em dez anos

Os níveis de desnutrição crónica em crianças moçambicanas menores de 5 anos reduziram seis pontos percentuais em dez anos, para 37% em 2023, prevalecendo entre as causas os desastres naturais “intensos e cíclicos”, disse esta quarta-feira a primeira-ministra, Benvinda Levi.

“A taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade reduziu de 43% em 2013 para 37% em 2023. Contudo, os níveis de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade no nosso país ainda são elevados, tendo em conta os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 20%”, disse Benvinda Levi, após empossar, em Maputo, Carla das Dores Lázaro, como secretária executiva adjunta do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (Setsan).

Segundo a governante, vários fatores contribuem para o elevado índice de desnutrição crónica no país, como os desastres naturais “intensos e cíclicos”, caracterizados por secas, inundações, ciclones tropicais e epidemias, “que impactam negativamente na segurança alimentar”.

“Para inverter esta tendência de insegurança alimentar e continuar a reduzir os índices da desnutrição crónica, temos vindo a implementar a Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional [PESAN] 2024-2030 e o respectivo Plano de Acção Multissectorial”, avançou Levi.

A PENSAN apresenta diretrizes e ações estratégicas que orientam as intervenções dos vários atores-chaves, desde o governo, a sociedade civil, o sector privado e a academia, “para garantir a melhoria da segurança alimentar e nutricional”.

O Observatório do Meio Rural (OMR), Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, alertou em finais de julho que Moçambique continua a registar níveis críticos de desnutrição crónica e insegurança alimentar, apontando para consequências a longo prazo.

“Atualmente, Moçambique enfrenta uma situação paradoxal: apesar de ter disponibilidade alimentar global melhor do que em qualquer outro momento de sua história recente, continua a registar níveis críticos de desnutrição crónica e insegurança alimentar”, refere-se num relatório daquela ONG.

De acordo com o OMR, cerca de um terço da população moçambicana está subnutrida (29,5% em 2018-2020) e 37% das crianças sofrem de desnutrição crónica.

“A desnutrição aguda está em torno de 3-5% nas crianças, sugerindo que em tempos normais relativamente poucas passam fome severa, mas estas percentagens aumentam durante emergências”, avançou então.

Grupos de organizações da sociedade civil no país têm alertado para a urgência no combate à desnutrição infantil em Moçambique, situação agravada por fatores climáticos e de segurança.

Ritz-Carlton abre resort-safari de luxo no Quénia. “Obstrui migração dos gnus”, acusam

Quando o Ritz-Carlton abrir o seu primeiro resort ao estilo de acampamento de safari deluxe, na sexta-feira, os hóspedes estarão a pagar desde 3500 dólares por pessoa para ficar em suítes ao estilo de tendas, mas com decks privados com vista para um rio cruzado por gnus em migração. É todo um acontecimento na reserva de Maasai Mara, no Quénia.

Mas o director de um instituto de conservação de Maasai e vários investigadores afirmam que o verdadeiro custo dessas vistas sublimes será muito mais elevado, uma vez que vai infligir danos num dos ecossistemas mais famosos do mundo.

Na terça-feira, Meitamei Olol Dapash, do Instituto para a Educação, Investigação e Conservação Maasai (MERC), interpôs uma acção judicial num tribunal queniano contra a Ritz-Carlton, o seu proprietário Marriott, o promotor local do projecto, Lazizi Mara Limited, e as autoridades quenianas. Objectivo: tentar impedir a abertura prevista.

Dapash alega na acção judicial que o acampamento de 20 suítes, que possui piscinas de mergulho e serviço de mordomo personalizado, obstrui um corredor de migração crucial entre Maasai Mara e o Serengueti da Tanzânia. Segundo os investigadores, a migração permite que os gnus encontrem alimento e mantenham a diversidade genética entre as manadas.

A acção judicial diz também que não há provas de que tenha sido realizada uma avaliação do impacto ambiental. Os advogados de Dapash pediram ao Tribunal do Ambiente e do Território de Narok que suspendesse a abertura do alojamento e que julgasse o caso com urgência.

The Ritz-Carlton, Masai Mara Safari Camp
dr

A Marriott, que celebrou um contrato de franquia com a Lazizi, afirmou num comunicado que estava empenhada em respeitar o ambiente e que a Lazizi tinha obtido todas as aprovações necessárias.

O director-geral da Lazizi, Shivan Patel, disse que as autoridades quenianas realizaram uma avaliação do impacto ambiental, que estabeleceu que o local não era um ponto de passagem para a vida selvagem.

O governo do condado de Narok e a Autoridade Nacional de Gestão Ambiental, que também são citados como réus no processo, não responderam aos pedidos de comentário da Reuters.

A disputa é o mais recente ponto de discórdia nas pradarias da África Oriental entre o turismo de luxo e os pastores Maasai, que afirmam que o desenvolvimento do sector está a prejudicar os seus habitats e modos de vida.

Um veículo espera pela manada de gnus que cruza a estrada no seu caminho para pastagens mais verdes, entre Maasai Mara e o Serengeti REUTERS/Thomas Mukoya

No Quénia, as comunidades locais têm-se queixado do que dizem ser a apropriação de terras por investidores ricos. Na Tanzânia, os protestos contra a expulsão de dezenas de milhares de Maasai para dar lugar a pavilhões de caça conduziram a confrontos mortais com a polícia.

Dapash, que fundou a MERC em 1997 como uma rede de base de líderes Maasai, disse que o desenvolvimento do Ritz-Carlton foi o último de uma longa lista de projectos turísticos lucrativos a que os funcionários do governo deram luz verde à custa da vida selvagem e da população local.

“Sem que o governo local regulasse os comportamentos dos turistas, as actividades turísticas, vimos o habitat e o ambiente degradarem-se muito”, disse à Reuters.

Os responsáveis da região reconheceram que o excesso de turismo tem prejudicado o ambiente natural de Maasai Mara, mas afirmaram que a aposta no “turismo de alto valor” pode ajudar a resolver este problema, trazendo mais dinheiro com menos custos ambientais.

The Ritz-Carlton, Masai Mara Safari Camp
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No caminho da migração

Ao anunciar o novo Ritz-Carlton em Fevereiro, a Marriott disse que iria oferecer um “lugar na primeira fila” para a Grande Migração anual de milhões de gnus, zebras e gazelas.

O alojamento situa-se ao longo do rio Sand, uma importante fonte de água para animais, desde elefantes a aves, que serpenteia de um lado para o outro através da fronteira entre o Quénia e a Tanzânia.

Os funcionários do hotel não permitiram que os repórteres da Reuters entrassem na propriedade.

Dapash, que é doutorando em educação para a sustentabilidade no Prescott College, nos Estados Unidos, e já se candidatou várias vezes, sem sucesso, ao parlamento, disse que o alojamento fica num ponto de passagem de gnus bem conhecido dos habitantes locais.

Uma chita fotografada a passear pelas planícies abertas da reserva natural Maasai Mara, no condado de Narok, Quénia, na passada semana
REUTERS/Thomas Mukoya

Joseph Ogutu, um investigador queniano da Universidade de Hohenheim, na Alemanha, que estudou a migração da vida selvagem em Maasai Mara, disse que a nova construção seria um novo golpe para a fauna da reserva. De acordo com dados do governo queniano, as populações de muitas espécies na reserva diminuíram mais de 80% desde a década de 1970.

“É altamente desaconselhável construir um alojamento num dos caminhos mais críticos da Grande Migração”, afirmou.

Grant Hopcraft, um ambientalista da Universidade de Glasgow, disse que o projecto teria “provavelmente implicações ecológicas grandes e a longo prazo para a migração”. Nem Hopcraft nem Ogutu são parte na acção judicial.

Patel de Lazizi disse que foi o governo municipal que lhe propôs o local. E questionou por que razão Dapash só começou a levantar objecções ao projecto nas últimas semanas. “O projecto está em curso há um ano”, disse à Reuters. “Fizemos um esforço enorme para (…) evitar qualquer perturbação ou dano ao ambiente. “

Dapash disse que só teve conhecimento do projecto em Maio, porque fica longe do principal centro populacional.

A acção judicial questiona o facto de ter sido efectuada a necessária avaliação do impacto ambiental.

Nos termos da legislação queniana, a Autoridade Nacional de Gestão do Ambiente deve publicar um resumo da avaliação no jornal oficial, indicando onde pode ser consultado.

REUTERS/Thomas Mukoya
REUTERS/Thomas Mukoya

REUTERS/Thomas Mukoya

A Reuters não conseguiu encontrar qualquer aviso deste tipo no jornal oficial. Patel disse que não podia partilhar a avaliação por razões de confidencialidade e remeteu a Reuters para a NEMA. Esta não respondeu aos pedidos de comentário.

A acção judicial diz ainda que o projecto viola um plano de gestão para Maasai Mara adoptado pelo governo do condado de Narok em Fevereiro de 2023, que prevê “a proibição de novos empreendimentos de alojamento turístico” antes de 2032.

Patel contestou esta afirmação, dizendo que o projecto foi construído num local “existente” que já estava a ser utilizado há muitos anos. Não disse como é que tinha sido utilizado. O condado de Narok não respondeu aos pedidos de comentário.

Uma sala no resort da Ritz-Carlton em Maasai Mara
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Dapash disse que o público precisava de respostas. “A preservação da migração da vida selvagem é para nós um tesouro que não nos podemos dar ao luxo de perder”, afirmou. “Temos de ter a certeza de que foram cumpridas todas as devidas diligências”.

“Soberania e integridade territorial”: Aliados europeus defendem critérios para cessar-fogo na Ucrânia

A chamada “Coligação de Vontades”, liderada por Reino Unido, França e Alemanha, definiu um conjunto de linhas vermelhas para um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia.

A posição consta de um comunicado divulgado após uma reunião virtual, que juntou líderes europeus e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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A reunião acontece antes da cimeira ao mais alto nível entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcada para sexta-feira, em Anchorage, no Alasca, antigo território russo comprado pelos Estados Unidos, no século XIX.

Num dos pontos, a “Coligação de Vontades” defende que negociações relevantes só podem ter lugar após um cessar-fogo ou uma trégua duradoura nos combates.

“A Ucrânia deve dispor de garantias de segurança sólidas e credíveis para defender eficazmente a sua soberania e integridade territorial”, sublinha o comunicado divulgado pelas agências internacionais.

Trump vai defender encontro entre Putin e Zelensky, assegura Macron

As sanções contra a Rússia devem ser reforçadas se da reunião entre Trump e Putin não resultar um cessar-fogo e as fronteiras internacionais “não deve ser alteradas pela força”, refere a “Coligação de Vontades”.

Os líderes europeus estão preparados para “desempenhar um papel ativo, incluindo através de planos para o envio de uma força de paz assim que as hostilidades terminem”.

Para a “Coligação de Vontades”, “não devem ser impostas limitações às forças armadas da Ucrânia nem à sua cooperação com países terceiros”.

A Rússia não pode ter “veto sobre o caminho da Ucrânia rumo à União Europeia e à NATO”, defende o grupo de países aliados de Kiev.

O primeiro-ministro português também participou na reunião virtual desta quarta-feira.

“Unidade e determinação — foi este o espírito da Coligação e desta com os EUA, na reunião que tivemos esta tarde. Juntos temos de conseguir, o mais rapidamente possível, o cessar fogo e uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, escreveu Luís Montenegro, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Entretanto, Donald Trump ameaçou impor “consequências severas” caso Vladimir Putin bloqueie a paz na Ucrânia, mas também afirmou que uma reunião entre os dois países poderia ser rapidamente seguida por uma segunda reunião que incluísse o líder ucraniano.

Trump não especificou quais seriam as consequências, mas alertou sobre sanções económicas caso uma reunião entre ele e o presidente Putin no Alasca, na sexta-feira, não resulte em resultados.

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