Como um apneísta croata esteve 29 minutos sem respirar

Os seres humanos não foram feitos para longas apneias.  Mas o croata Vitomir Maričić bateu um recorde mundial e levou os limites humanos debaixo de água mais longe do que nunca. A 14 de junho deste ano, em Opatija, na Croácia, Vitomir Maričić entrou na piscina de um hotel, inspirou uma última vez oxigénio puro e mergulhou. Permaneceu submerso — imóvel, em silêncio — durante 29 minutos e 3 segundos. Quando regressou à superfície, não tinha apenas batido um recorde do Guinness. Tinha redefinido a fronteira do que o corpo humano consegue suportar, conta o ZME Science. A proeza deixou

Influencer francês morre após agressões físicas transmitidas em direto durante 289 horas

A morte do streamer (influencer que faz vídeos em direto nas redes sociais, de qualquer conteúdo) francês Raphaël Graven, conhecido online como Jean Pormanove, durante uma transmissão em direto na plataforma Kick, está a chocar França pela extrema violência das imagens em direto e pela ausência de qualquer censura.

O incidente ocorreu na noite de segunda-feira, em Contes, perto de Nice, no local onde realizava os vídeos em direto que se tornaram virais.

Streamer era alvo de agressões em transmissões ao vivo

Pormanove, de 46 anos, era seguido por mais de 582 mil pessoas no TikTok e participava em vídeos nos quais era repetidamente humilhado e agredido por outros dois influenciadores, num formato de “espetáculo” onde assumia o papel de vítima e os outros o de agressores.

Transmissão da morte prolongou-se por dias

A transmissão em direto da sua morte prolongou-se por vários dias, num total de 289 horas. Num dos momentos filmados, um dos participantes tenta acordá-lo, sem sucesso, e acaba por desligar a câmara. O streamer morreu enquanto dormia. Em vídeos em direto anteriores, vê-se Pormanove a ser insultado e agredido fisicamente.

Reação das autoridades francesas

A Procuradoria Geral de Nice abriu uma investigação para apurar as causas da morte e ordenou a realização de uma autópsia. A ministra delegada para os Assuntos Digitais, Clara Chappaz, classificou o caso como “um horror absoluto” e acusou a plataforma Kick de ter permitido meses de maus-tratos públicos contra Pormanove.

No vídeo estavam também presentes Owen Cenazandotti, de 26 anos (“Naruto”), Safine Hamadi, de 23 anos (“Safine”), e um terceiro homem identificado como “Coudoux”. Tanto o falecido como este último foram alvo de agressões e insultos por parte de Naruto e Safine.

As reações dos envolvidos e os limites das plataformas

Nas redes sociais, os dois principais envolvidos lamentaram a morte, “Naruto” escreveu: “Meu irmão, meu companheiro… vamos sentir a tua falta”.

A imprensa francesa já tinha denunciado no ano passado o conteúdo abusivo destes vídeos e a falta de moderação por parte da Kick. Os dois agressores estavam a ser investigados desde janeiro por crimes como incitação pública ao ódio, violência contra pessoas vulneráveis e difusão de imagens de atos ilícitos.

Debate sobre moderação e segurança digital

A morte de Pormanove está a gerar um debate na França sobre a ausência de controlo nas plataformas digitais. A autoridade francesa de regulação audiovisual e digital (Arcom) também abriu um inquérito e foi apresentada queixa na plataforma pública Pharos, que recolhe denúncias de conteúdos ilegais na internet.

O advogado de “Naruto” afirmou que o seu cliente “não tem qualquer responsabilidade na morte” e que apresentará queixa por “ciberassédio” contra si, alegando estar a ser alvo de ataques online após o caso.

Pormanove, ex-militar, era conhecido por participar em vídeos onde era agredido com chapadas, disparos de paintball ou outros atos violentos, muitas vezes perante milhares de espectadores.

No dia antes da sua morte, a transmissão na Kick contava com cerca de 10 mil pessoas a assistir em direto.

Texto escrito por Nadja Pereira e editado por João Miguel Salvador

Kevin Costner responde a processo judicial após ser acusado de gravar cena de violação sem consentimento em novo filme

Kevin Costner reagiu publicamente pela primeira vez à ação judicial interposta por uma atriz que diz ter sido forçada a representar uma cena de violação sem consentimento no último filme realizado pelo norte-americano de 70 anos. Numa declaração feita no Tribunal Superior de Los Angeles, Costner acusou a versão da dupla Devyn LaBella de ser uma “mentira descarada” que foi “concebida, através do uso de declarações falsas e linguagem sensacionalista, para prejudicar” a sua reputação.

Os representantes legais do cineasta defendem esta posição com uma mensagem enviada pela atriz a um superior hierárquico nove dias depois do alegado incidente na rodagem do filme Horizon: Uma saga Americana – Capítulo 1. “Obrigada por estas semanas maravilhosas! Estou-te muito grata! Aprendi muito e agradeço-te novamente. Estou muito feliz que tudo tenha corrido bem. Desejo-te uma ótima continuação de filmagens e, sim, falamos em breve!”, terá escrito Devyn LaBella, 34 anos, ao coordenador da equipa de duplos do filme.

O advogado de Costner invocou o conteúdo da mensagem num documento apresentado em tribunal para desvalorizar as críticas da dupla que participou também em filmes como Barbie (2003) ou American Horror Stories (2021). “Não houve raiva nem ressentimento, apenas entusiasmo e gratidão”, alegam.

“A realidade, conforme comprovado pelo testemunho sob juramento de uma dúzia de membros respeitados e veteranos da equipa de filmagem com conhecimento pessoal dos factos em questão nesta disputa, fotografias em tempo real da cena e as próprias palavras de LaBella na altura, é que o processo oportunista e sensacionalista de LaBella é tão fictício quanto o filme que está no centro desta disputa”, lê-se na defesa do realizador de cinema, segundo o The Guardian.

Devyn LaBella interpôs uma ação judicial por incumprimento de contrato, em maio passado, reportando a eventos que tinham alegadamente ocorrido dois anos antes, em maio de 2023. No mais recente filme de Costner, a antiga ginasta, que entrou na indústria do cinema em 2020, desempenhava o papel de dupla da personagem principal — por sua vez, interpretada por Ella Hunt.

A versão apresentada na ação judicial relata que a dupla tinha começado por representar (tal como Hunt) uma cena planeada de violação, devido à violência e à exigência física que esta pressupunha. Nesse caso, alega, os protocolos foram seguidos: realizaram-se reuniões, ensaios e houve acompanhamento de uma coordenadora para cenas de intimidade física.

No dia seguinte, a 2 de maio, Costner terá improvisado a filmagem de uma nova cena em que a protagonista era mais uma vez violada, mas por outra personagem masculina. Desta vez, foi apenas a dupla Devyn LaBella a representá-la, sendo que a atriz principal Ella Hunt se recusou a fazê-lo. Nesse caso, não terão sido salvaguardadas as condições contratuais para cenas de nudez ou de intimidade sexual simulada, que, nomeadamente, prevêm um aviso com 48 horas de antecedência.

A queixosa sublinha que não foi informada que um novo ator iria “montá-la”, imobilizá-la violentamente e levantar a sua saia. Kevin Costner, que dirigia a gravação, terá apenas pedido a LaBella para se deitar, antes de pedir ao ator masculino “para repetidamente simular uma violação violenta”, numa cena que teve direito a vários takes.

Celeste Chaney, uma das coordenadoras para as cenas de intimidade física, confirmou a versão de LaBella, declarando em junho ao tribunal que o episódio se tratou de uma “cena de violação violenta não programada nem planeada”. De acordo com Chaney, a filmagem desta cena “surpreendeu inesperadamente os atores e os duplos”, mas teve maior efeito na dupla da personagem principal. A membro da produção do filme, defende ainda que  LaBella “não consentiu com a ação” e que “não tinha as roupas adequadas para garantir cobertura, segurança ou proteção adequadas».

“O impacto desta exigência improvisada à sra. LaBella foi profundo, não só destruindo uma carreira que ela levou anos a construir, mas deixando-a também com um trauma permanente que ela terá de enfrentar nos próximos anos”, lê-se na ação judicial, refere a Associated Press. “Não havia como escapar da situação, e tudo o que a sra. LaBella podia fazer era esperar que o pesadelo acabasse”, conclui.

Incêndios. Cerca de metade das detenções da PJ por crime de incêndio aconteceram em agosto

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios

A Polícia Judiciária (PJ) deteve este ano, pelo menos, 52 suspeitos do crime de incêndio florestal e cerca de metade das detenções aconteceram durante este mês de agosto.

De acordo com a informação que consta nos comunicados publicados pela PJ e consultados pela Lusa, entre o dia 1 de janeiro e o dia 20 de agosto, a maioria das detenções foi feita em coordenação com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e 25 suspeitos foram presos durante este mês de agosto.

As detenções feitas pela PJ decorrem das investigações abertas, mas há também a registar 42 detenções em flagrante delito pela GNR entre 1 de janeiro e 13 agosto, além da identificação de 566 suspeitos do crime de incêndio florestal.

Somando os dados da PJ e da GNR, foram já detidas este ano, pelo menos, 94 pessoas, quase tantas como em 2024, ano em que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, foram feitas 99 detenções pela PJ, GNR e PSP.

A GNR registou ainda 5.996 incêndios florestais e, em relação aos casos que ficaram sob a sua competência — outros passaram para a Polícia Judiciária —, foi possível apurar que 30,2% dos incêndios foram causados pelo uso do fogo, 24% resultaram de incendiarismo, 23,2% tiveram causa indeterminada, 14,5% origem acidental, 6,6% ocorreram por reacendimento, 1% foram casos naturais e 0,5% foram de origem estrutural.

Em relação a condenações e medidas preventivas, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) adiantou à Lusa que estão nas cadeias portuguesas 109 presos relacionados com o crime de incêndio florestal — 42 condenados, 24 inimputáveis, 39 a aguardar julgamento em prisão preventiva e 4 a aguardar que a decisão transite em julgado.

No ano passado, também de acordo com o RASI, 24 pessoas ficaram em prisão preventiva e foram constituídos 859 arguidos.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 2 de agosto.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.

Dois bombeiros feridos num acidente com um camião de combate a incêndios

(Em atualização)

Dois bombeiros ficaram feridos, esta quarta-feira, na sequência de um acidente de viação, quando seguiam num camião de combate a incêndios.

Ao que a Renascença apurou junto de fonte da autarquia do Fundão, os bombeiros pertencem à corporação de Vila Nova da Barquinha e estavam, naquele momento, destacados para combater as chamas numa subregião do Médio Tejo, numa freguesia do Fundão.

Já o comandante da corporação de Vila Nova da Barquinha disse à Renascença que os bombeiros sofreram apenas ferimentos ligeiros, foram transportados para o Hospital da Covilhã para receber tratamento médico, mas já se encontram em casa.

O camião em que seguiam ficou inoperacional e será feita uma averiguação às causas do acindete.

Os dois homens fizeram parte do dispositivo que combateu os incêndios de Piódão e Silvares.

Giuliani notifica Concorrência da compra do Grupo Laboratoires Bailleul

A empresa italiana Giuliani notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra do Grupo Laboratoires Bailleul, que tem uma subsidiária portuguesa que se dedica ao desenvolvimento e comercialização de medicamentos, suplementos alimentares e produtos dermocosméticos.

Numa nota divulgada esta quarta-feira no seu portal, a AdC refere que recebeu uma notificação prévia no dia 14 de agosto para a compra, pela Giuliani, do controlo exclusivo da Laboratoires Bailleul International.

A Giuliani é uma “empresa de direito italiano com atividade centrada no desenvolvimento, fabrico e comercialização de medicamentos, dispositivos médicos, produtos dermocosméticos e suplementos alimentares”, sendo que em Portugal, está apenas presente nos segmentos de suplementos alimentares e produtos de dermocosmética, de acordo com a AdC.

Já a Laboratoires Bailleul é uma empresa de direito suíço, sociedade-mãe do grupo com o mesmo nome, que “tem presença em vários países, sendo que a sua subsidiária portuguesa, Laboratoires Bailleul Portugal S.A., incluída na operação, é uma empresa farmacêutica que se dedica ao desenvolvimento e comercialização de medicamentos, suplementos alimentares e produtos dermocosméticos”.

As observações sobre a operação de concentração devem ser enviadas à Concorrência no prazo de 10 dias desde a publicação do aviso.

Tribunal rejeita providência cautelar do Pingo Doce contra a Frente Animal

O Tribunal do Porto rejeitou a providência cautelar interposta pelo Pingo Doce contra a organização Frente Animal, que tornou públicas alegadas imagens chocantes de maus-tratos em explorações avícolas que fornecem o Pingo Doce, anunciou esta quarta-feira fonte daquela ONG.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do Pingo Doce disse que irá apresentar recurso desta decisão, por discordar do Tribunal da Comarca do Porto na parte em que este entende que a atuação da Frente Animal não causa danos graves e irreparáveis ao Pingo Doce.

A providência surgiu após a divulgação, em dezembro de 2024, de imagens onde se viam galinhas deformadas, incapazes de se mover, amontoadas entre cadáveres e manuseadas com violência.

O Pingo Doce negou as acusações e avançou com uma ação legal contra a associação, exigindo a retirada imediata de todas as imagens divulgadas e o pagamento de dois mil euros por cada dia em que estas permanecessem online.

A decisão agora conhecida “rejeita integralmente” esse pedido, reconhecendo a legitimidade da atuação da Frente Animal, disse Joana Machado, cofundadora da Frente Animal.

Esta é, sem dúvida, uma vitória que reflete a sociedade em que vivemos: uma sociedade que não aceita ver animais tratados desta forma e que exige informação clara e transparente sobre as práticas empresariais. É uma vitória inédita pelos animais neste contexto e poderá servir como referência e um precedente futuras ações”, considerou.

Joana Machado entende que “as práticas empresariais são determinantes para moldar o mercado e a forma como ele funciona”.

À Lusa, fonte oficial do Pingo doce considerou que da sentença resulta que “o Pingo Doce tem razão quanto à questão de fundo, sendo absolutamente inaceitável a pressão desenvolvida pela Frente Animal”.

“O Tribunal deixou claro na sentença que ‘não tem grande dúvida’ que assiste ao Pingo Doce ‘o direito de agir contra’ a Frente Animal por esta ter atuado ‘de forma precipitada, desonesta, afinal não tão esclarecedora do consumidor’”, disse a fonte

Acrescenta que a sentença destacou ainda que a Frente Animal “não tratou de esclarecer que as imagens violentíssimas que publicitava não eram de instalações” do Pingo Doce, nem “que os frangos comercializados” pelo Pingo Doce “também o eram por todas as outras grandes superfícies de venda de produtos alimentares que operam em Portugal”.

O Pingo Doce foi “forçado” a avançar com esta providência cautelar para defender “o seu bom nome e repor a verdade dos factos, na sequência da campanha difamatória iniciada pela Frente Animal nas redes sociais, em dezembro de 2024” e vai recorrer da decisão do Tribunal da Comarca do Porto.

Azeméis recebe competição de cubo mágico com provas de velocidade e só com uma mão

Oliveira de Azeméis recebe este sábado e domingo, 23 e 24 de Agosto, uma competição internacional de speedcubing, com 65 participantes de seis países a resolverem diversos formatos do chamado cubo mágico em provas de velocidade e de resolução só com uma mão.

A iniciativa daquele concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto vai decorrer no Pavilhão Municipal António Costeira e tem organização da Associação Portuguesa de Speedcubing, co-fundada pelo jovem local Pedro Azevedo, que em Julho foi o único português a participar no campeonato mundial da modalidade em Seattle, nos Estados Unidos, e entrou para o Top 100 da categoria de “Megaminx” (disputada com um dodecaedro) e para o Top 200 dos cubos 2×2 (com duas peças por face) e “Skewb” (cujas peças deslizam num eixo diagonal).

Face ao crescente número de competições relacionadas com os cubos criados pelo húngaro Erno Rubik e com outros puzzles desenvolvidos a partir da sua invenção, Pedro Azevedo quer que o terceiro evento de speedcubing que organiza em Oliveira de Azeméis seja “memorável” e, nesse sentido, anuncia provas em 10 categorias oficiais, cujos resultados contarão para os rankings da Associação Mundial de Cubing (WCA), e ainda uma outra de carácter não-oficial.

No primeiro caso, serão avaliados os desempenhos mais rápidos no manuseamento de cubos 2×2, 3×3, 4×4 e 5×5, seguindo-se as provas de 3×3 só com uma mão e ainda as relativas aos modelos “Megaminx”, “Skewb”, “Pyramix” (em forma de pirâmide), “Clock” (que é um disco cujos nove relógios por face devem indicar a mesma hora) e o “Square-1” (no que o desafio é fazer uma peça de arestas irregulares adoptar a forma final de um cubo).

“Pyramix” é a categoria que envolve o cubo de Rubik em forma de pirâmide
Enric Vives-Rubio

A essas rubricas juntar-se-á ainda a designada “2-Man Mini Guildford”, que, a título não-oficial, é a prova em que equipas de dois participantes tentarão cumprir no menor tempo possível o conjunto total das anteriores 10 categorias do Open.

Quanto aos participantes esperados em Azeméis, num leque de idades dos 9 aos 56 anos, incluem-se “cubers” como Afonso Machado, recordista português de 3×3, e Tiago Morais, 1º do ranking nacional em várias categorias, assim como o britânico Luan Phillipe, número 20 no seu país a manipular só com uma mão os cubos 2×2 e 3×3.

“Para alguns participantes será a primeira competição, para outros a 77ª, mas fico feliz por ver pessoas de outros países a fazerem viagem mais longas para vir cá participar e o objectivo é que todos desfrutem”, declara Pedro Azevedo à Lusa.

O co-fundador da Associação Portuguesa de Speedcubing acredita que este ano o evento vai evoluir em termos de qualidade global, até porque conta com o apoio de alguns patrocinadores que “ajudaram a melhorar a experiência do competidor”, e espera agora que o ambiente geral da iniciativa tenha idêntica repercussão nos tempos dos participantes.

“Espero que todos terminem a competição satisfeitos, tanto pelo convívio como pelos bons resultados”, conclui o “cuber”, cujo recorde pessoal oficial é a resolução de um cubo 3×3 em 6,53 segundos.

À porta da vindima produtores pedem que Governo concretize medidas para o Douro

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou esta quarta-feira ao Governo a concretização da medida da uva para destilação, que terá uma dotação de 13 milhões de euros, lembrando que se está à porta da vindima no Douro.

“Em primeiro lugar, é importante que o Governo concretize a medida dos 13 milhões de euros de apoio à destilação de uva, algo que já vem anunciando há muito tempo, mas que ainda está por concretizar. Estamos à porta da vindima e os agricultores precisam de saber com o que podem contar efetivamente e isso ainda não está no terreno”, afirmou Vítor Rodrigues, dirigente da CNA.

A CNA e a associada Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense) realizaram esta quarta uma conferência de imprensa em frente ao edifício sede da Casa do Douro, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, para alertar para a vindima que está a começar na Região Demarcada do Douro (RDD) e reclamar que o Governo concretize rapidamente medidas de apoio.

Viticultores do Douro queixam-se de dificuldades no escoamento da uva, de as venderem a preços baixos e do corte em 15 mil pipas no benefício (para as 75 mil pipas de vinho), ou seja, da quantidade que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto.

Em julho, o Ministério da Agricultura e Mar anunciou estar a preparar o plano de ação para a gestão sustentável e valorização do setor vitivinícola da RDD, que contempla ações integradas para a redução de excedentes, ajustamento do potencial produtivo e reforço da criação de valor.

Fonte do Ministério da Agricultura disse esta quarta-feira à agência Lusa que este plano “está concluído” e vai ser agendado para uma reunião de Conselho de Ministros “ainda neste mês de agosto”.

Quanto a este plano, Vítor Rodrigues disse que, para já, “é apenas uma manifestação de intenções” e defendeu que ele deve incluir o uso de aguardente regional na produção de vinho do Porto, o que ajudaria a resolver o problema do escoamento de vinho na região, rejeitando liminarmente a redução do potencial produtivo do Douro, nomeadamente através do arranque de vinha.

“E parece que esse é um dos caminhos que está a ser traçado”, advertiu.

O responsável exortou ainda o Governo a que adquira 15 mil pipas do vinho do Porto atualmente em ‘stock’.

Vítor Herdeiro, da Avadouriense, referiu que o plano anunciado pelo Governo é uma “gota no oceano” e lembrou a dificuldade de venda das uvas que não são destinadas ao benefício.

Já Berta Santos, também dirigente da CNA, alertou para o abandono da atividade e advertiu que uma “região sem gente é pasto para os incêndios”.

José Ventura, pequeno viticultor em Armamar, disse que não sabe o que se vai passar nesta vindima, nem as medidas que poderão ser incluídas no plano do Governo ou o que vai fazer às uvas não beneficiadas. Este ano, poderá colher quatro pipas (550 litros cada) de benefício, já colheu 12 pipas há 25 anos.

“Se calhar vão ficar lá penduradas, não as vou cortar”, apontou, considerando que “as uvas estão a ser pagas abaixo do custo de produção” e que anda a tirar do ordenado para pôr na vinha.

Referiu ainda que esses custos de produção “há 25 anos” que sobem, enquanto o preço da uva estagnou, e que, a manterem-se as atuais condições, pode desistir da vinha e deixar criar mato.

António Lareiro, de Armamar, queixou-se que a adega onde coloca as uvas “já não paga há três colheitas” e, por isso, a sua preocupação é receber o que lhe devem e garantir que as uvas que vai entregar nesta vindima lhe sejam pagas.

Rosa Matilde é da Galafura, Régua, tem três hectares de vinha e disse que tem vendido as uvas, estando, no entanto, na expectativa para o que vai acontecer este ano. “Ainda não recebemos as cartas para este ano”, referiu, mostrando-se preocupada com o que fazer com o fruto do seu trabalho.

O plano de ação para o Douro foi desenvolvido pelo Ministério da Agricultura e Mar, em articulação com o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), o Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

O ministério referiu que o documento beneficiou ainda da colaboração ativa das associações de produtores, cooperativas e demais estruturas representativas da região.

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