O que deve fazer o Sporting com um Morita em fim de contrato? “A transferência faz pouco sentido agora”

Hidemasa Morita tem sido dos jogadores mais importantes no sucesso recente do Sporting, mas está em final de contrato e sem renovação à vista. Quais são as opções para o Sporting em relação ao médio de 30 anos?
Diogo Boa Alma é o diretor desportivo que trouxe Morita para a Europa. Contratou-o para o Santa Clara, em 2020, aos japoneses do Kawasaki Frontale.
Para além de conhecer de perto o jogador, percebe dilemas como o que os leões estarão a enfrentar em relação a Morita. Explica à Renascença quais são as duas opções realistas para o Sporting.
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“O clube quer renovar, manifestou esse interesse várias vezes, mas não existindo essa abertura do jogador, é optar pelo que é melhor para o clube: uma venda, sendo que os valores não serão elevados e dificilmente conseguirá um jogador dessa qualidade com os valores que encaixaria com a sua saída, ou aproveitar o rendimento desportivo até final e perder a custo zero”, explica.
Já com mais de 100 milhões de euros encaixados com as vendas de Viktor Gyökeres, Dário Essugo e Geovany Quenda, Boa Alma acredita que o Sporting estará a optar por apostar no rendimento de Morita.
“Acho que o Sporting ainda não terá desistido da possibilidade de renovar, mas assume claramente que precisa do rendimento desportivo e prefere isso a um valor que poderia encaixar agora, que não será significativo”, considera.
Convidado a colocar-se no lugar da direção desportiva do Sporting, Boa Alma optaria também nesse sentido: “Acho que se deveria ter tentado uma venda anteriormente. Não tendo acontecido, agora faz pouco sentido a transferência, seria útil aproveitá-lo até ao fim e começar a preparar um substituto para o próximo ano.”
O objetivo da Premier League
Morita está a arrancar a sua sexta temporada em Portugal, duas no Santa Clara e quatro no Sporting. Boa Alma vê um médio “que cresceu bastante”.
“Está mais adaptado, até numa questão linguística. Como jogador, cresceu com mais chegada à área, no Japão era um primeiro médio. No Santa Clara, foi fazendo essa adaptação e no Sporting foi-lhe exigido isso, conseguiu evoluir bastante nesse aspeto e destacar-se”, avalia.
Boa Alma define Morita como um jogador “com uma mentalidade muito boa”: “Gosta de estar permanentemente a ser desafiado e não quer entrar em zona de conforto. Entende que fez o que podia fazer no Sporting e precisa de um novo desafio. Não conseguindo este ano, procurará no próximo ter todas as opções em aberto.”
Nesse sentido, o diretor desportivo aponta o japonês à Premier League, um sonho já assumido por Morita.
“O Sporting é um clube enorme, mais do que a dimensão dos clubes, é sobretudo a dimensão das ligas. Ter a experiência de um campeonato das ‘top-5’ era um desejo para ele, principalmente a Premier League. Tem nível para esse patamar e ser útil em várias equipas”, conclui.
Morita, de 30 anos, tem 118 jogos feitos pelo Sporting, nos quais marcou dez golos e apontou 11 assistências, tendo vencido dois títulos de campeão nacional.