Incêndios: Marcelo defende ministra e pacto de regime

O Presidente da República considera que “há coisas a mudar e a melhorar” no combate e prevenção de incêndios, apoia um pacto de regime e defende a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
Marcelo Rebelo de Sousa falava esta terça-feira aos aos jornalistas, em Vila Franca do Deão, na Guarda, após o funeral do ex-autarca Carlos Dâmaso.
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O chefe de Estado partilha a necessidade de um pacto de regime. “Acho que é fundamental que todos façam o melhor em conjunto para encontrar um sistema que vá aprendendo com as lições. E já há muitas lições que podemos aprender”, sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa defende uma reflexão quando terminar a temporada de incêndios, mas diz que há coisas a melhorar.
“Terminada esta época, é evidente que há reflexões a fazer, porque aprende-se com a nossa experiência e com a do estrangeiro. Com a nossa experiência aprende-se e há coisas a mudar e a melhorar. Não é este o tempo ainda.”
Ministra “acaba de chegar”
A ministra da Administração Interna foi criticada pela falta de respostas aos jornalistas, autarcas e populações. Marcelo Rebelo de Sousa defende Maria Lúcia Amaral, antiga provedora de justiça que está há poucos meses no Governo.
“É natural que as pessoas queiram respostas imediatas, admito que quem acaba de chegar há dois meses esteja a descobrir os problemas e as respostas a dar“, afirmou o Presidente, recordando que também ele ouviu “coisas muito mais violentas” no passado.
Questionado se a ausência de respostas da ministra não deixa as populações mais perdidas, Marcelo Rebelo de Sousa responde que “isso também se aprende”.
“Eu próprio aprendi e estava muito ligado ao meio da comunicação social. Aprendi muito que é um papel fundamental o da comunicação social, o do esclarecimento, informação atempada, fazer as pessoas acreditarem nos responsáveis, no sistema. E nem sempre quem está perante situações de sufoco é capaz de perceber isso e responder em conformidade”, sublinhou.
Perante as críticas dos autarcas sobre a falta de meios e de populações a combater o fogo sozinhas, o Presidente diz que, em comparação com 2017, ano do dramático incêndio de Pedrógão Grande, foram retiradas lições, mas admite que poderá não ter sido suficiente.
“Aprendeu-se uma parte, até agora felizmente não tivemos 100 mortos, mas basta haver um morto nas circunstâncias como esta para fazer refletir no sistema e fazer refletir para o futuro. Na sequência de 2017 houve uma grande reflexão e houve mudanças. A conclusão a que poderá chegar-se no futuro é que as mudanças não foram suficientes e que há coisas a ir mais fundo em termos de mudanças”, sublinhou.