Autárquicas. ADN quer erradicar mendicidade de Lisboa e mais autonomia alimentar


A candidata da Alternativa Democrática Nacional (ADN) à Câmara de Lisboa, Adelaide Ferreira, afirmou esta segunda-feira, após a entrega das listas no tribunal, que quer erradicar a mendicidade e defendeu maior autonomia da cidade na produção alimentar.
“O que eu mais gostaria de fazer era dar-lhes [pessoas em situação de sem-abrigo] uma nova vida. Já debatemos estratégias no partido para erradicar essa realidade e também das pessoas que até trabalham e estão na rua em tendas. Isso para mim é um retrocesso civilizacional”, sublinhou Adelaide Ferreira, em declarações à agência Lusa.
Nesse sentido, a candidata do ADN à Câmara Municipal de Lisboa apontou a habitação como “grande prioridade”, considerando “inadmissível existirem pessoas que trabalham e não conseguem ter uma casa”.
“Isso eu não aceito e Lisboa está realmente condenada a isso. Precisa de proteção e clarividência”, defendeu.
Outra das propostas da candidata é a aposta na agricultura e na instalação de fábricas nas periferias, de forma a “garantir autonomia alimentar e a criação de postos de trabalho”, numa altura de crises globais.
Relativamente à área da mobilidade, admitiu a possibilidade de extinguir a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL) ou “torná-la mais utilitária para o povo”.
“Quando as empresas se tornam um bocadinho megalómanas, digamos assim, e há uma autogestão um bocadinho descontrolada, um bocado em prol deles e não em prol do povo, isso para mim não é bom para o povo”, argumentou.
Adelaide Ferreira defendeu ainda transportes públicos gratuitos e a reorganização das ciclovias, que, segundo a candidata, deveriam ser instaladas na frente ribeirinha para evitar conflitos com o trânsito.
Sem “expectativas eleitorais”, Adelaide Ferreira disse estar motivada “pelo amor à cidade e ao povo”.
“Não estou aqui por carreira política nem por ambições económicas. O que me move é o povo”, sublinhou.
No atual mandato (2021-2025), a Câmara Municipal de Lisboa é presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, eleito pela coligação “Novos Tempos” — PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.
A coligação de direita tem sete eleitos, o mesmo número do que a lista “Mais Lisboa” (PS/Livre), enquanto a CDU (PCP/PEV) tem dois e o BE um.
Para as eleições autárquicas de 12 de outubro foram anunciadas as candidaturas à presidência da Câmara de Lisboa de Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega), José Almeida (Volt) e Adelaide Ferreira (ADN).
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