Armas de fogo usadas em mais de 70% dos casos de violência sexual em conflitos

Armas de fogo foram utilizadas em 70% a 90% dos 4.600 casos de violência sexual em conflitos registados em 2024, indicou esta terça-feira a ONU, alertando para o impacto da proliferação de armas de pequeno porte nesse tipo de crime.

Os dados foram transmitidos esta terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU pela representante especial para a Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, que garantiu que a proliferação de armas de pequeno porte e de armamento ligeiro continua a alimentar a violência sexual, apesar do Tratado sobre o Comércio de Armas exigir que os Estados-membros suspendam a transferência de armamento para atores implicados em violência de género.

Ao longo de 2024, e segundo um relatório apresentado esta terça-feira junto do Conselho de Segurança, foram documentados mais de 4.600 casos de violência sexual relacionada com conflitos, incluindo como tática de guerra, tortura, terror e repressão política, marcando um aumento de 25% em relação a 2023.

Contudo, segundo Pramila Patten, os números mostram apenas os casos passíveis de verificação pela ONU, admitindo existir uma “subcontagem crónicaque não representa a escala e magnitude dos incidentes reais.

O relatório de 2024 identifica 21 situações preocupantes para a ONU, sendo que o maior número de casos se registou na República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Haiti, Somália e Sudão do Sul.

As Nações Unidas alertaram para o impacto desproporcional desta violência nas mulheres e raparigas, que representam consistentemente mais de 90% dos casos verificados (92% em 2024).

O relatório regista ainda violações contra vítimas com idades compreendidas entre apenas 1 ano e os 75 anos de idade, incluindo pessoas com deficiência.

Também a violência sexual contra crianças aumentou (35% no último ano), com os incidentes de violação coletiva a aumentar drasticamente, “causando danos duradouros e geracionais”, disse a representante da ONU no debate do Conselho de Segurança.

Perante dezenas de países que participaram no debate – incluindo Portugal -, Patten aproveitou ainda para criticar os cortes de financiamento humanitário decretados por vários Estados e que se têm sentido em organizações como a ONU, incluindo na luta contra a violência sexual.

“Enquanto estamos reunidos aqui (…), algo de fundamental está a desaparecer silenciosamente debaixo dos nossos pés. Os abrigos para sobreviventes estão a ser encerrados, os fornecimentos médicos para vítimas de violação estão a esgotar-se, as missões de paz estão a ser reduzidas e as clínicas estão a fechar as suas portas”, criticou.

“Ao mesmo tempo, as portas desta câmara estão a ser lentamente fechadas aos sobreviventes e à sociedade civil devido à escassez de recursos, às restrições nas viagens e ao risco crescente de represálias”, acrescentou a advogada oriunda das Maurícias.

Sem referir nenhum país em concreto, a representante da ONU questionou os diplomatas sobre os custos reais dos cortes de financiamento humanitário.

“Quanto nos custam os cortes e os retrocessos na ajuda humanitária? Como medimos isso? Em rubricas orçamentais? Ou em vidas, dignidade e confiança neste Conselho e na paz que pretende preservar? Podemos dar-nos ao luxo de minar a cooperação multilateral numa altura em que (…) o tempo está a ser atrasado em relação aos direitos das mulheres?”, questionou, garantindo que o “preço será mais caos e hostilidade”, que “apagará décadas de desenvolvimento”.

A representante especial reconheceu que houve progressos nas últimas décadas em termos de legislação e trabalho de campo, como clínicas móveis fornecidas pela ONU.

Mas, em termos de responsabilização, frisou a representante especial, quase não houve progresso.

“Devemos garantir que políticas de tolerância zero não se traduzam em zero consequências”, defendeu.

Na semana passada, por ocasião do lançamento do relatório anual da ONU sobre violência sexual relacionada a conflitos, a ONU alertou a Rússia e Israel para uma possível inclusão na lista de países e grupos armados envolvidos em violência sexual em períodos de guerra.

No relatório, que enumera 63 países ou entidades que recorreram a violações ou outras formas de violência sexual em conflitos armados, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que estava a colocar a Rússia e Israel sob vigilância.

Fogo com duas frentes corta estrada em Gondomar

Um incêndio que deflagrou esta terça-feira à tarde na Lomba, Gondomar, tem duas frentes ativas e obrigou ao corte de um troço da Estrada Nacional 222 junto à zona da Avenida do Miradouro, disse à Lusa fonte do Centro Municipal de Operações de Socorro.

Segundo fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o alerta foi dado às 16h36 para um “incêndio de grande intensidade” numa zona de mato.

De acordo com o “site” da Proteção Civil, pelas 19h00, encontravam-se no combate às chamas 157 operacionais apoiados por 47 meios terrestres e um meio aéreo.

Tondela garante internacional português

O internacional português Ivan Cavaleiro é o mais recente reforço do Tondela.

O extremo, de 31 anos, assina contrato pelos auriverdes até junho de 2027.

Ivan Cavaleiro é o 10.º reforço do Tondela para a nova temporada.

“Ivan Cavaleiro chega a Tondela com vários títulos no currículo, onde se destaca um campeonato nacional, uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga, tendo ainda ganho uma Ligue 1 e dois títulos do Championship”, assinala o clube.

Antes de chegar ao Tondela, o avançado representou o Benfica, o Mónaco, o Wolverhampton, o Fulham, o Alanyaspor, o Lille, o Red Bull Bragantino e o Stal Mielec.

Descoberta 29.ª lua (escondida) de Úrano

O telescópio espacial James Webb, o maior e mais potente em órbita, detetou uma nova lua minúscula a orbitar Úrano, que, com esta, totaliza 29 luas, anunciou esta terça-feira a agência espacial norte-americana (NASA).

O novo membro do “gangue lunar” de Úrano, o terceiro maior planeta do Sistema Solar, depois de Júpiter e Saturno, parece ter 10 quilómetros de diâmetro.

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A lua foi detetada durante observações feitas em fevereiro e os cientistas pensam que se manteve “escondida”, escapando à sonda Voyager 2 no seu sobrevoo há cerca de 40 anos, por causa do reduzido tamanho (em termos astronómicos) e da luz ténue.

Todas as luas de Úrano, com exceção da nova anunciada esta terça-feira, que só tem uma designação técnica, têm nomes de personagens dos escritores clássicos britânicos William Shakespeare e Alexander Pope.

Cerca de metade das luas são pequenas e orbitam Úrano, um gigante gasoso, a uma distância mais próxima.

Apesar desta descoberta, Saturno continua a ser o planeta do sistema solar com mais luas, num total de 146.

Licença aprovada: primeiro Porto Espacial em Portugal vai ser nos Açores

Localizado na Ilha de Santa Maria, nos Açores, o Porto Espacial ASC vai tirar partido de uma posição estratégica única: a sua proximidade à Europa e à América, condições ótimas para lançamentos de satélites, tráfego aéreo mínimo e a infraestrutura robusta da ilha. Portugal acaba de dar mais um passo decisivo no reforço do seu posicionamento no setor espacial europeu, com a atribuição da primeira licença de operação de um Centro de Lançamento Espacial em território nacional. O pedido foi apresentado em dezembro de 2024 pela aeroespacial portuguesa ASC – Atlantic Spaceport Consortium. A empresa pretende vir a realizar atividades

Meloni apanhada a dizer na Casa Branca que não é como Trump e evita falar aos jornalistas do seu país

Giorgia Meloni, uma das líderes europeias convidadas a acompanhar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na reunião na Casa Branca organizada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para discutir o processo de negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, foi “apanhada” pelas câmaras a confidenciar que, ao contrário do anfitrião, não gosta de falar à imprensa e, posteriormente, a aconselhar Trump a não permitir perguntas dos jornalistas.

Num vídeo divulgado esta terça-feira pela agência Reuters, com recolha de imagens dos nove líderes sentados à mesa na Casa Branca — e os microfones abertos —, é possível ouvir a certo momento o Presidente finlandês, Alexander Stubb, mostrar-se surpreendido por ser permitida a presença de jornalistas na sala, ao que Meloni, sentada ao lado de Trump, respondeu: “mas ele [Trump] adora, ele adora sempre. Já eu nunca quero falar com a imprensa italiana“.

Num outro vídeo, é possível ouvir Donald Trump perguntar aos restantes líderes se querem aceitar perguntas dos jornalistas, ao que Meloni lhe responde prontamente, em voz baixa, que “é melhor não“, alegando que eram muitos os líderes presentes e levaria “demasiado tempo”.

As críticas não se fizeram esperar, quer da oposição, quer da federação de jornalistas, até porque Giorgia Meloni há muito é criticada em Itália por praticamente não dar conferências de imprensa, privilegiando comunicações sem direito a perguntas dos jornalistas, muitas vezes recorrendo a vídeos publicados em contas oficiais nas redes sociais.

“É sabido que [a primeira-ministra] não gosta de jornalistas e das perguntas da imprensa. Ao longo dos anos, substituiu as conferências de imprensa (exceto a de fim de ano, mas com perguntas enviadas antecipadamente) por longos monólogos online, sem contradição, sem perguntas. Propaganda, não informação. Uma situação de desrespeito para com a imprensa, confirmada na cimeira com o Presidente Trump”, reagiu a secretária-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana, Alessandra Costante.

Também os partidos da oposição deploraram o ocorrido, com o líder do partido Mais Europa (liberal), Riccardo Magi, a atribuir a Meloni “o Óscar de pior protagonista”, já que, “num indigno ‘fora do ar’, confirmou a Trump o total desprezo pela imprensa e pela liberdade de informação“, acrescentando que já todos perceberam que “Meloni gostaria de ter jornalistas complacentes e uma imprensa aduladora”.

“Qualquer líder de um país democrático não tem medo da imprensa e sabe que é seu dever dialogar com todos os jornais. Dizer ‘Eu nunca quero falar com a imprensa italiana’ a um aspirante a autocrata que compila diariamente listas de proscrição de jornalistas é ainda mais grave. Péssima figura”, comentou, por seu lado, o líder do partido Ação (Azione, centro), Carlo Calenda.

Para Silvia Fregolent, senadora do partido Itália Viva (centro), o comentário em off de Meloni, captado pelas câmaras, “é muito claro: Meloni não aguenta o confronto com as perguntas, ou seja, com a democracia”.

“Um primeiro-ministro que foge dos jornalistas também foge dos cidadãos. Longe de ser uma patriota corajosa, Meloni só se sente segura em monólogos gravados e transmissões ao vivo nas redes sociais”, criticou.

O apoio europeu, a “coordenação” das garantias de segurança e a reunião futura com Putin. “O melhor encontro” entre Trump e Zelensky

Meloni foi uma das líderes a participar na reunião alargada celebrada na Casa Branca, juntamente com o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o Presidente finlandês, Alexander Stubb, e ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, além de Trump e Zelensky.

Incêndios: Um ferido grave com queimaduras no Sabugal

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Um operacional da empresa proteção florestal Afocelca sofreu ferimentos graves após ter sido apanhado pelo fogo que lavra esta terça-feira no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda.

O alerta foi dado pelas 17h20. Outras quatro pessoas sofreram ferimentos ligeiros.

A informação foi confirmada, em comunicado, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“O ferido grave foi estabilizado no local pelas equipas de emergência e posteriormente evacuado, pelo helicóptero do INEM, para o Hospital de São João, no Porto”, adianta a ANEPC.

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Os restantes feridos foram assistidos no local pelas equipas do INEM.

Os quatro feridos seguiam numa viatura, da empresa de proteção florestal Afocelca, que foi apanhada pelas chamas.

Pelas 18h20, combatiam as chamas no Sabugal 480 operacionais, 127 viaturas e sete meios aéreos.

Este incêndio teve início na sexta-feira, 15 de agosto, e já consumiu cerca de 20 mil hectares.

“Estamos esgotados”

Vítor Proença, presidente da Câmara do Sabugal, considera que o incêndio foi desvalorizado numa fase inicial e, agora, está descontrolado.

“A situação não está fácil. Temos um incêndio há cinco dias. Acho que não foi valorizado da melhor forma. Temos muitos meios no teatro de operações, mas até agora temo-nos sentido muito desprotegidos por parte das autoridades. Não é admissível que só agora tenham acionado os meios após terem ardido quase 20 mil hectares”, declarou o autarca, à SIC Notícias.

“Não é admissível, há qualquer coisa que não está bem. Não se consegue parar o incêndio, os bombeiros estão esgotados. Se não fosse a população a situação seria muito trágica. Tentem avaliar isto de outra forma, estamos esgotados, isto é insustentável”, lamentou o presidente da Câmara do Sabugal.

Vítor Proença alerta que o incêndio dirige-se para a Serra da Malcata.

Governo vai reunir com partidos para discutir soluções para dificuldades na desagregação de freguesias

O Governo está a trabalhar já no projeto de decreto-lei para resolver questões levantadas com a desagregação de freguesias que vai acontecer no âmbito das próximas eleições autárquicas, de 12 de outubro. E quer discuti-lo com todos os partidos com assento parlamentar antes de levar a Conselho de Ministros a versão final do decreto-lei.

À margem da assinatura da Declaração Conjunta de Intenções entre o Grupo Volkswagen e o Governo Português com vista à produção do elétrico ID. Every1. em Palmela, o ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, declarou aos jornalistas que o Governo está a “preparar um projeto de Decreto-Lei”. Disse mesmo que iria “olhar para ele” e “trabalhar nisso esta tarde”.

O Governo pretende concluir esses trabalhos durante o mês de agosto, para, no início de setembro, convidar os partidos para discutir o projeto. “Não é fazer uma proposta de lei à Assembleia da República, será um diálogo informal. Mas será um decreto lei do governo discutido com partidos”. Assumindo que não será “correto convidar os partidos para reuniões no mês de agosto”, apontou essas reuniões para o início de setembro.

Manuel Castro Almeida tinha declarado, em julho, existir algumas dificuldades no processo de desagregação que levará à reposição de 302 freguesias após as eleições autárquicas. Esses problemas poderiam, mesmo, disse, pôr em causa o pagamento de salários aos trabalhadores das freguesias em desagregação já em outubro, salientou. Para o ministro “é preciso mexer na lei que está aprovada“, o que não daria tempo até às autárquicas, mas “há solução para isso”. Já na altura indicava a pretensão de fazer um decreto-lei “que resolva, que esclareça estas questões pendentes da lei, de forma a garantir questões essenciais, a primeira das quais, eu insisto, é que nenhum trabalhador de uma União de Freguesia fique sem salário no mês de outubro, novembro ou dezembro”, disse.

Governo vai apresentar diploma para esclarecer problemas práticos da desagregação de freguesias

Esta terça-feira mostrou confiança de que “não vai acontecer” esse problema dos salários.

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Trump descarta envio de tropas para a Ucrânia como garantia de paz

O Presidente dos Estados Unidos descartou o envio de tropas norte-americanas para a Ucrânia, no âmbito das garantias de segurança de um futuro acordo de paz com Moscovo. Esta segunda-feira, após a reunião entre Donald Trump, Volodymyr Zelenskyy e outros líderes europeus sobre a guerra na Ucrânia, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, adiantou que os EUA fariam parte de um esforço de cerca de 30 países para garantir a segurança da Ucrânia no quadro de um acordo de paz com a Rússia. No entanto, o responsável holandês ressalvou não foi acordado o envio de tropas para o terreno nem

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