Cocaína traficada através de empresa de ex-oficial da GNR avaliada em 30 milhões de euros

A cocaína traficada através da empresa de importação do ex-militar da GNR detido, na terça-feira, no âmbito da operação “Special Skin” está avaliada em mais de 30 milhões de euros, representando 5,5 milhões de doses diárias destinadas à Europa.

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Iniciada em julho, a operação, designada por “Special Skin”, culminou, na terça-feira, na detenção de dois suspeitos, incluindo um oficial da GNR que chegou a comandar um destacamento na zona Norte, mas que atualmente não se encontrava no ativo.

Em conferência de imprensa esta tarde, a PJ revelou que o oficial de 34 anos terá pedido licença de longa duração “no final do ano passado, início deste ano” para se dedicar à vida empresarial.

O suspeito em causa é um dos sócios da empresa de importação que estava a servir de fachada para traficar cocaína com destino “essencialmente” ao mercado europeu, e que já estava sinalizada pela PJ.

Até ao momento, não há qualquer indício que o ex-militar “se tenha servido das suas funções para obter informação privilegiada”.

A ação, desenvolvida pela Diretoria do Norte da PJ, resultou de uma investigação iniciada no final do mês passado, com colaboração internacional com DEA (Drug Enforcement Administration) e CBP (Customs and Border Protection), que contou ainda com a colaboração da Autoridade Tributária e do Porto de Leixões.

A droga, proveniente da América Latina, estava oculta em peles frescas de animais transportadas em contentores marítimos.

“Nós já temos uma primeira análise, não total, mas praticamente total, feita pelo Laboratório de Polícia Científica, e estamos a falar de qualquer coisa como cinco milhões e 500 mil doses diárias individuais [2.700 embalagens caracterizadas por um elevado grau de pureza]. Números redondos, estaríamos sempre a falar em qualquer coisa sempre para cima dos 30 milhões de euros”, revelou, esta tarde, o inspetor-chefe Josué Santos, coordenador da Secção de Investigação de Tráfico de Estupefacientes da Diretoria Norte da PJ.

O trajeto da droga incluía cerca de um mês por via marítima e o transporte rodoviário até ao armazém, na zona de Fafe, no distrito de Braga, onde os detidos, de 34 e 42 anos, foram capturados, no momento, em que aguardavam a retirada e distribuição do produto.

“Estamos a falar de peles frescas que viajaram em contentor marítimo cerca de um mês por mar e até chegarem depois ao destino final também por rodovia. O estado em que estas peles se encontravam, os cheiros que se foram acumulando, tornaram muito difícil o trabalho das equipas. É uma forma de tentar passar despercebido e de ocultar a mercadoria num produto que é muito difícil de ser controlado”, revelou, admitindo que esta apreensão é uma das maiores registadas no Norte do país.

No âmbito desta operação, a PJ fez ainda várias apreensões, nomeadamente de automóveis ligeiros, motociclos, armas de fogo e outros meios de prova.

Em Locarno, sondando as fronteiras movediças de uma Arménia aqui tão perto

Há sempre muito a descobrir no Festival de Cinema de Locarno, mas há já bastantes anos que o filme seleccionado para a sessão de abertura não costuma fazer parte dessas descobertas. Nisso, o certame suíço não destoa de quase toda a concorrência — excepção feita a Cannes e Veneza, que ainda vão conseguindo mobilizar vedetas e blockbusters para dar o pontapé de saída. Em todo o caso, não é pela abertura — ritual obrigatório para agradar ao grande público mais alargado, sobretudo com o palco deslumbrante da Piazza Grande em fundo — que se mede o verdadeiro impacto a posteriori e a longo prazo de um festival.

Ainda assim, a escolha de 2025 prometia. Le Pays d’Arto, com a francesa Camille Cottin e a iraniana Zar Amir, exibido esta noite, evoca um dos conflitos em curso nas margens da Europa: a guerra intermitente pelo Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Em 2021, num dos intervalos do conflito, Céline, uma mulher francesa, viaja até Gyumri em busca dos documentos legais do falecido marido arménio. Mas, uma vez lá chegada, descobre que o Arto que conheceu não existe: dera-lhe um nome falso. Dado como desertor, e responsabilizado pela morte dos seus homens, desaparecera após as batalhas de 2001 para refazer a vida em França. Incapaz de reconciliar a notícia com os 20 anos de vida em comum, Céline decide procurar a verdade e mergulhar no “país de Arto” — título escolhido por Tamara Stepanyan, cineasta arménia radicada em França há longos anos, para esta primeira longa-metragem de ficção rodada no seu país natal.

Filha de actor e autora de um punhado de documentários sobre a história e a cultura arménias, Tamara Stepanyan põe a sua experiência e a sua herança a bom uso num filme cujo olhar, com a preciosa ajuda da directora de fotografia Claire Mathon (Retrato de Uma Rapariga em Chamas, Saint Omer), recusa o exotismo estrangeirado. Aqui, o único olhar “de fora” é o da sua personagem principal, que nada sabe do país do marido, descobrindo uma Gyumri que nunca se recompôs do terramoto de 1988, onde os arquivos continuam por digitalizar e as fábricas que alimentavam a cidade estão em ruínas. E que é também o olhar de uma Europa ensimesmada, que fecha os olhos ao que se passa a poucas horas de distância da sua vida confortável, alheia ao peso trágico da História que continua a moldar as suas fronteiras exteriores.

Para os arménios, “apanhados” entre o Azerbaijão, a Geórgia, o Irão e a Turquia, e há muito habituados ao exílio, a tensão fronteiriça do seu território é uma ferida aberta que dificilmente sarará. E é essa assombração de um outro país, no qual se acredita apaixonadamente contra todas as tragédias, que nos intriga e nos interroga nas imagens de Tamara Stepanyan. A viagem de Céline fez-nos pensar na Catherine Deneuve no Líbano de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, ou seja em Eu Quero Ver (2008), porque também “ela quer ver”; mas fez-nos igualmente pensar no Hiroxima Meu Amor (1959) de Marguerite Duras e Alain Resnais, porque “ela não viu nada em Gyumri”.

E não viu nada porque Camille Cottin não é a actriz de que o filme precisava, mesmo que o guião desfocado apenas trate a sua personagem como simples necessidade funcional para falar da Arménia. Perante a verdade cansada do restante elenco, composto por óptimos actores locais, a interprete fica sempre pela rama do que se passa na cabeça desta francesa, confunde confusão e desespero com petulância e anestesia; não admira que Zar Amir lhe roube em permanência o filme. Uma fugaz e amigável participação de Denis Lavant, refazendo o seu boneco habitual do santo louco, não ajuda a resgatar o que são, de algum modo, erros de principiante.

Zar Amir, a contracena de Camille Cottin
DR
O elenco de Le Pays d’Arto é composto maioritariamente por actores locais
DR

É pena que assim seja, porque é no modo como a realizadora se detém nas paisagens, nos pormenores, nos encontros, nos momentos de ambiguidade, que se detecta a presença de uma cineasta com ideias, com uma postura, com um olhar, e que tem coisas a dizer sobre um país que não conhecemos suficientemente. Ainda não foi desta que Locarno teve uma abertura à altura do seu concurso, mas vale a pena ficar de olho em Tamara Stepanyan.

Nova massa de poeiras do Norte de África atinge Portugal na quinta-feira

Uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão, está prevista atravessar Portugal Continental durante o dia de quinta-feira, avisou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Face a estas previsões, deverá ocorrer “uma situação de fraca qualidade do ar no continente, registando-se um aumento das concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar”, adianta aquele organismo.

Segundo a DGS, “este poluente (partículas inaláveis — PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”.

Assim, e enquanto este fenómeno se mantiver, a DGS recomenda à população em geral para evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.

Os grupos de cidadãos mais vulneráveis, e a população em geral, sempre que seja viável, devem “permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas”, sobretudo crianças, idosos, doentes com problemas respiratórios crónicos, designadamente asma e do foro cardiovascular.

Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso, refere a DGS, sublinhando que em caso de agravamento de sintomas devem contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.

Para informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização, pode ser consultada a página da internet da APA ou a App QualAr.

Nice 🆚 Benfica | Águia dá dois passos importantes rumo ao play-off

Nice 🆚 Benfica | Águia dá dois passos importantes rumo ao play-off

Boa estreia do Benfica na Liga dos Campeões 2025/26. A formação encarnada foi ao sul de França vencer o Nice por 2-0, num jogo da primeira mão da terceira pré-eliminatória em que foi dono e senhor dos acontecimentos, com controlo total, solidez e decisão nos momentos certos. Um golo do estreante Franjo Ivanovic e um raro tento de Florentino de fora da área deram uma vantagem justa e natural aos “encarnados”, que assim ficam mais perto do play-off.

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Temperatura máxima volta a subir no fim de semana e pode chegar aos 43°C

A temperatura máxima vai voltar a subir no fim de semana na generalidade do território de Portugal continental, podendo atingir 43 graus Celsius no interior Sul e nos vales do Tejo e do Douro, indicou esta quarta-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Nos dias 9 e 10 [sábado e domingo], os valores da temperatura máxima irão subir e manter-se elevados até dia 11 [segunda-feira], podendo variar entre 30 e 38 graus Celsius na generalidade do território do continente e atingir 43 graus Celsius em alguns locais, nomeadamente no interior da região Sul e nos vales dos rios Tejo e Douro”, refere o IPMA, em comunicado.

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Ainda segundo o IPMA, a temperatura mínima continuará a ultrapassar os 20 graus Celsius no interior das regiões Norte e Centro, “estendendo-se ao interior Sul durante o próximo fim de semana”.

Entre hoje e sexta-feira, salienta o IPMA, deverá registar-se uma “ligeira descida dos valores da temperatura máxima”, que será mais significativa no litoral oeste, “mantendo-se, no entanto, os valores mais elevados no interior das regiões Norte e Centro”.

“Os valores da temperatura máxima, já registados nos anteriores episódios de tempo quente, têm estado a contribuir para uma onda de calor podendo em alguns locais do interior não ser interrompida com a descida temporária de temperatura”, lê-se na nota.

O IPMA refere que o estado do tempo em Portugal continental está a ser influenciado por um anticiclone localizado a norte da região dos Açores que se desloca “gradualmente para leste/nordeste, intensificando e posicionando-se a sudoeste das ilhas Britânicas” na sexta-feira.

Esta situação, “em conjunto com uma região depressionária entre o norte de África e a Península Ibérica, origina sobre Portugal continental transporte de uma massa de ar quente e seco provenientes do norte de África”, acrescenta o IPMA.

Autárquicas. Ligação das linhas de metro à estação de alta velocidade de Gaia é prioridade

Os candidatos à Câmara de Gaia exigem que a futura estação de alta velocidade do concelho tenha ligação às linhas Amarela e Rubi do Metro do Porto, mas nem todos assumem uma posição clara sobre a localização da estação.

Em causa está a dúvida colocada pelo consórcio Avan Norte (ex-LusoLav, composto por Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), que após a adjudicação em outubro de 2024 do primeiro troço (Porto — Oiã), onde mostrou a estação de Santo Ovídio e uma ponte rodoferroviária, apresentou em abril uma solução alternativa que não estava prevista no caderno de encargos.

A convite do executivo então liderado por Eduardo Vítor Rodrigues (PS), e após várias reuniões com os serviços municipais, representantes do consórcio apresentaram a solução nos Paços do Concelho e na Assembleia Municipal, onde pareceres não vinculativos foram votados favoravelmente por maioria.

Não é claro que solução irá o consórcio submeter no Relatório de Conformidade Ambiental do Processo de Execução (RECAPE), cuja entrega está prevista para este mês, tendo a Lusa já questionado o consórcio e a Infraestruturas de Portugal (IP), que desde setembro de 2022 tem repetidamente apresentado Santo Ovídio e a ponte única rodoferroviária como solução e o reiterou, juntamente com o Banco Europeu de Investimento, na assinatura do contrato de concessão da semana passada.

Nas propostas de abril, o então consórcio LusoLav apresentou uma hipotética extensão da linha Rubi até à estação de Vilar do Paraíso, perdendo a ligação direta do comboio à linha Amarela do metro, assegurada em Santo Ovídio.

Quanto à posição dos candidatos autárquicos, João Paulo Correia (PS) disse à Lusa que quem tem que decidir onde se constrói a estação “é o Governo e o consórcio”, mas exigiu que em qualquer caso “seja possível ao passageiro, na estação de Santo Ovídio, apanhar a linha Amarela ou apanhar a linha Rubi”, vincando que ficasse clara a “defesa intransigente da estação de alta velocidade em Vila Nova de Gaia”, seja onde for.

André Araújo (CDU) lamentou um “processo onde imperam as lutas de bastidores, as negociações de corredor”, vendo hoje “com surpresa” que a Câmara socialista, passado dois anos de anunciar a “Montparnasse — ou seja, tinha de poder haver o máximo possível de intermodalidade” em Santo Ovídio, vir “assumir os argumentos do consórcio” ao abrir as portas à alteração da estação.

“Para nós é chave as ligações intermodais, para nós é chave a ligação ao metro. Fala-se da ligação à linha Rubi, fala-se que o consórcio vai custear essa ligação, mas não é oficial”, assinalou.

João Martins (BE/Livre), garante que a sua candidatura pugna pelo “acesso às duas linhas de metro que Gaia terá”, e a sua “preferência vai exatamente para Santo Ovídio” por esse fator, mas o fundamental é assegurar uma estação em Gaia.

Já Daniel Gaio (Volt) considera que Santo Ovídio “faz todo o sentido, porque não só Gaia tem mais população que o Porto, como Santo Ovidio é um grande centro de transportes públicos, seja autocarro, seja metro”, pelo que “mudar daí para o lado da zona industrial de Canelas, num terreno que é protegido por ser uma zona verde, é completamente incompreensível”, recordando ainda o candidato que “a própria LusoLav, que é liderada pela Mota-Engil, admitiu que seria mais caro fazer uma estação na zona nova”.

Luís Filipe Menezes, candidato da coligação PSD/CDS-PP/IL, não falou à Lusa, mas numa publicação pessoal no Facebook, partilhada publicamente pelo seu candidato à junta de Vilar do Paraíso Vítor Marques, questionou “quantos milhões, centenas de milhões, se vão gastar com duas estações no Grande Porto, entre as quais os comboios vão andar a 20 à hora”.

“Porque não ligar à estação de Gaia ao aeroporto por metro, custaria 70 milhões de euros ligá-la à linha Rubi e daí ao aeroporto — 70 milhões contra quase 1.000 milhões da ligação Gaia — Campanhã — Aeroporto”, disse o candidato.

A Torre Eiffel fica maior a cada verão

Além de ser um ponto de referência, uma torre de comunicações e um símbolo de Paris, a Torre Eiffel é também um termómetro gigante. A Torre Eiffel nem sempre se chamou Torre Eiffel. Originalmente foi apelidada de Tour de 300 mètres, a torre de 300 metros. Esse nome foi proposto pelos engenheiros Maurice Koechlin e Émile Nougier a Gustave Eiffel, que supervisionou a construção da torre. O nome indicava o desejo de construir algo extraordinário, um feito tecnológico que estabeleceria um novo recorde de altura. No entanto, com o aumento das temperaturas durante os meses de verão, a Torre Eiffel

Politécnico de Castelo Branco aumenta orçamento para 32 milhões de euros

O orçamento do Politécnico de Castelo Branco para 2026 é de 32 milhões de euros, um aumento de três milhões em relação ao deste ano, informou a instituição de ensino superior.

O valor do documento provisional submetido para o próximo ano representa um crescimento de 11%.

Segundo a instituição, em comunicado enviado à agência Lusa, o documento prevê um reforço do número de alunos face ao ano anterior e a inscrição de verba no âmbito de projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), incluindo o alojamento estudantil.

Citado na mesma nota, o presidente do Politécnico de Castelo Branco, António Fernandes, disse que o orçamento se encontra alinhado com uma estratégia de “crescimento do número de alunos, da estabilização e promoção da carreira dos trabalhadores docentes e não docentes e do investimento ao nível da aquisição de equipamentos e requalificação das instalações”.

Dos 32,2 milhões de euros, são provenientes do Orçamento do Estado 20,5 milhões de euros, de receitas próprias estão previstos 4,8 milhões de euros e 6,8 milhões de euros de projetos.

Da verba para 2026 a atribuir via dotação do Orçamento do Estado, o Politécnico de Castelo Branco adiantou que 420 mil euros serão transferidos para os Serviços de Ação Social.

“A verba da dotação orçamental destina-se fundamentalmente a fazer face aos encargos previstos com pessoal, sendo que cobre 82,3% dessas despesas. O restante é financiado através de receitas próprias e imputação de recursos humanos em projetos”, acrescentou a instituição.

Para a requalificação de edifícios está planeado um investimento de 700 mil euros, provenientes de receitas próprias.

França enfrenta maior incêndio em décadas e regista uma vítima mortal

França enfrenta esta quarta-feira o maior incêndio registado nas últimas oito décadas, que já destruiu uma área superior à da cidade de Paris na região de Aude, a sul do país.

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Uma pessoa morreu na aldeia de Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, a cerca de 30 quilómetros de Perpignan, informou a autarquia.

O incêndio propagou-se rapidamente por zonas florestais e urbanas, tendo destruído pelo menos 25 habitações e forçado a evacuação de residentes e turistas. Várias estradas encontram-se encerradas.

“É uma catástrofe de escala sem precedentes,” declarou o primeiro-ministro François Bayrou, durante uma visita à localidade afetada.

Segundo o ministro do Interior, Bruno Retailleau, o fogo já consumiu mais de 15 mil hectares.

Este número aproxima-se da área total ardida em todo o território francês em alguns anos completos, sendo este o maior incêndio registado em França desde 1949.

A propagação das chamas foi extremamente rápida, apanhando muitos residentes de surpresa.

“Num momento estávamos ao telefone com os nossos filhos a dizer: ‘Olhem, um incêndio!’ No instante seguinte, tivemos de entrar no carro e fugir, a rezar por proteção,” relatou Renate Koot, cidadã holandesa em férias na região. “Não levámos nada. Apenas fugimos. Estamos bem. Milagrosamente.”

Também Issa Medina, cidadã espanhola, relatou a situação dramática vivida na aldeia. “É inacreditável. É uma catástrofe,” disse, com o som das sirenes dos bombeiros em fundo.

Cabo Verde cria comissão para rever Código Civil em vigor desde período colonial

O governo de Cabo Verde criou uma comissão para rever o Código Civil, em vigor desde o período colonial, para o adaptar às exigências sociais, económicas e tecnológicas, segundo o decreto publicado esta quarta-feira no Boletim Oficial.

“Considerando a oportunidade de promover uma reforma profunda e estrutural do direito civil cabo-verdiano, aproveitando as melhores práticas e recentes reformas legislativas internacionais, foi criada a Comissão Revisora para elaborar estudos para uma eventual atualização do Código Civil”, lê-se no documento.

O atual código foi aprovado pelo Estado português em 1966 e estendido às então províncias ultramarinas, num contexto de dominação colonial. Após a independência, Cabo Verde manteve esse regime jurídico, alvo de várias alterações pontuais ao longo das últimas décadas.

O governo reconhece que a “evolução legislativa fragmentada” criou lacunas e incoerências, especialmente em áreas como o uso de meios eletrónicos para a prática de atos jurídicos, que o diploma original “compreensivelmente, pelo seu posicionamento temporal, não poderia atender”.

A comissão terá 18 meses para apresentar o resultado final, que poderá ser um anteprojeto do novo Código Civil.

A nova comissão será composta por juristas de diferentes áreas do direito civil, incluindo representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados, e poderá integrar também sociólogos e antropólogos.

Os trabalhos serão apoiados pelo Ministério da Justiça e poderão contar com pareceres técnicos nacionais e internacionais.

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