
“Frederico Pinheiro tirava sempre notas das reuniões. E mandava-as mais tarde”, assegura Maria Antónia Araújo, chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, ouvida esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP. Precisou, no entanto, que não participava em muitas reuniões com Frederico Pinheiro, que foi adjunto de Pedro Nuno Santos nas Infraestruturas e, depois, de João Galamba.
“Nunca aconteceu negar a existência de notas”, frisou ainda em resposta a perguntas de Pedro Filipe Soares, deputado do Bloco de Esquerda. Maria Antónia Araújo afirmou que não estava presente no Ministério das Infraestruturas no dia da exoneração de Frederico Pinheiro e dos incidentes. A jurista é atualmente chefe gabinete de Frederico Francisco, secretário de Estado das Infraestruturas.
Maria Antónia Araújo explicou aos deputados que os documentos relativos à TAP “estavam arquivados”, não no arquivo geral, e a eles tinham acesso apenas “um número restrito de pessoas”, já que eram documentos “de extrema sensibilidade”.
E explica que apenas “dois membros do governo e Frederico Pinheiro, que fazia parte de um grupo de trabalho que acompanhava a TAP” – onde estava a “Parpública e um membro da VdA [Vieira de Almeida]” que acompanhava o processo de auxílios de Estado em Bruxelas – tinham acesso ao plano de reestruturação. Os dois membros do Governo eram Pedro Nuno Santos e o secretário de Estado, Hugo Mendes.
“O plano não podia circular, era uma diretriz que eu tinha e controlava e seguia”, explicou. E afirmou que não estava no arquivo geral, que é sobretudo físico.
Frederico Pinheiro “muito eficiente”
“Era normal levar o computador para casa. Os documentos não estavam classificados”, admitiu. E esclareceu: “Trabalhei com o dr. Frederico Pinheiro desde setembro de 2020. Sempre foi muito eficiente. Respondia rapidamente quando precisava de informação”.
Era uma pessoa conflituosa, perguntou ainda o deputado do Bloco? “Que fosse do meu conhecimento, não”, afirmou. Assegura que foi no dia 1 fevereiro que soube que Alexandra Reis ia sair da administração da TAP. E foi Hugo Mendes que lhe disse e pediu para se juntar à tarde a uma reunião.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt