

Barack Obama é, de onde quer que se olhe, uma figura fascinante. Independentemente do nosso posicionamento político, não podemos contestar o magnetismo da personagem, o extraordinário caso de comunicação, o feito de – e este tem mesmo de pairar acima de qualquer partidarismo – ter sido um Presidente negro na América, a mesma América que só há pouco mais de 50 anos deu aos cidadãos negros o direito de votar. E ainda melhor: um Presidente negro na América que, quatro anos depois, foi reeleito.
Mas além disso. O trajeto de Obama pós-Presidência é ainda mais interessante. Não ficando para o mundo dos facilitadores de negócios nem para o dos santos em vida (sumidades que, de vez em quando, aparecem, como oráculos, póstumos a si mesmos), nem se cingindo ao lucrativo circuito das conferências, Obama decidiu exercer o seu soft power no mundo real. Como se reconhecesse no cidadão comum o maior dos influenciadores. E talvez – talvez – não esteja errado.
Queremos com isto dizer que vale muito a pena acompanhar as intervenções que tem tido na cultura popular recente, do podcast (e, depois, livro) “Renegades”, com Bruce Springsteen – que, antes, lhe compusera o hino para a primeira corrida eleitoral –, à extraordinária entrevista a David Letterman em “My Next Guest Needs No Introduction” (a conversa em “Conan O’Brien Needs a Friend” já não é tão interessante. Aí, recomendamos mais – e vivamente, aliás – as já várias participações de Michelle Obama), em que se confirma como um líder de pensamento sobre o nosso tempo, liberto agora, ainda por cima, da obrigação de agradar.
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