O futuro é no streaming: confere a nossa seleção das melhores séries do ano

O futuro é no streaming: confere a nossa seleção das melhores séries do ano

O ano de 2022 marcou os fanáticos por séries de forma surpreendente. Dramas, comédias, terror, mistério ou inspiradas em factos reais: foram várias as obras que deixaram os seus espectadores de boca aberta. A equipa do Espalha-Factos reuniu as suas opiniões para revelar as séries imperdíveis dos últimos meses.

House of Dragon (Temporada 1)

O primeiro spin-off de Game of Thrones chegou este ano à HBO. O novo projeto é baseado no livro Sangue e Fogo, de George R. R. Martin, e é uma prequela da série original. A primeira temporada de House of the Dragon recebeu críticas maioritariamente positivas em relação às personagens, à escrita, à banda sonora e às performances do elenco. Porém, o ritmo, os saltos temporais e a iluminação de algumas cenas foram alguns pontos criticados pelos fãs. O primeiro episódio da série foi visto por mais de 10 milhões de espectadores e, por isso, foi a maior estreia da história da HBO.

House of the Dragon conta a história da família Targaryen, focando-se nas crises de sucessão ao trono de Westeros e no desaparecimento dos dragões da família mítica. Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock e Emma D’Arcy) está no centro da narrativa, depois de ser nomeada como sucessora ao trono pelo seu pai, Viserys I (Paddy Considine). Alicent Hightower (Emily Carey e Olivia Cooke) é a sua melhor amiga, mas a relação transforma-se completamente depois da mesma casar com o seu pai, tomando o lugar da sua mãe falecida. Daemon Targaryen (Matt Smith) é o irmão despreocupado do rei de Westeros, responsável por dar vida a grandes momentos de ação e tensão ao longo da temporada. Corlys Velaryon (Steve Toussaint) e Rhaenys Velaryon (Eve Best) são a família responsável pelas grandes embarcações do reino, desempenhando um papel fundamental no que diz respeito aos confrontos entre as famílias de Westeros. O jogo de manipulações e traições ganha força com Otto Hightower (Rhys Ifans), Criston Cole (Fabien Frankel) e Mysaria (Sonoya Mizuno).

Euphoria (Temporada 2)

Depois do grande êxito da primeira temporada, a HBO regressou em força com uma nova instalação de Euphoria. Após a recaída, Rue (Zendaya) tenta recuperar o relacionamento com Jules (Hunter Schafer), mentindo relativamente à própria sobriedade. Elliot (Dominic Fike) é o novo companheiro de consumo de drogas da personagem principal e acaba por se envolver na relação das duas raparigas.

Cassie (Sydney Sweeney) desenvolve uma relação secreta com Nate (Jacob Elordi), ex-namorado da sua melhor amiga Maddy (Alexa Demie). As três personagens são responsáveis por vários momentos inesquecíveis desta temporada. Por sua vez, Kat (Barbie Ferreira) explora a sua relação com Ethan (Austin Abrams) enquanto continua a descobrir-se sexualmente. Já Lexi (Maude Apatow) e Fez (Angus Cloud) dão início a uma conexão improvável enquanto lidam com todo o drama à sua volta.

A segunda temporada de Euphoria voltou a marcar a diferença pela abordagem narrativa de fortes temáticas sociais, representadas através de um elenco cada vez mais memorável. A banda sonora da responsabilidade de Labrinth impactou uma vez mais os fãs, assim como a cinematografia única: os glitters e neons da temporada anterior dão lugar a uma estética analógica e vintage, reinventando por completo a obra audiovisual. A série assinada por Sam Levinson voltou a dar que falar nas redes sociais: semana após semana, Euphoria foi o tópico principal do Twitter, oferecendo aos internautas conteúdo inesquecível.

Stranger Things (Temporada 4)

A nova temporada de Stranger Things apresentou, pela primeira vez, o seu grande elenco disperso no espaço geográfico: enquanto Eleven (Millie Bobby Brown), Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp) e Jonathan (Charlie Heaton) se encontram na Califórnia, Dustin (Gaten Matarazzo), Max (Sadie Sink), Lucas (Caleb McLaughlin), Erica (Priah Ferguson), Nancy (Natalia Dyer), Steve (Joe Keery), Robin (Maya Hawke) e Eddie (Joseph Quinn) enfrentam os mistérios de Hawkins em equipa. Por sua vez, Joyce (Winona Ryder) e Murray (Brett Gelman) viajam até à Rússia para salvar Hopper (David Harbour) das mãos dos soviéticos.

Vecna (Jamie Campbell Bower) é o grande antagonista da nova temporada da série da Netflix. Através do vilão, são reveladas novas informações sobre o passado de Eleven e os mistérios de Upside Down, que ameaçam seriamente a estabilidade da vida humana no mundo real. Os temas mais maduros e obscuros abordados na quarta temporada surpreenderam os fãs da franquia, assim como os seus efeitos visuais extraordinários e as representações fenomenais de todo o elenco.

Severance (Temporada 1)

A Apple TV+ volta a fazer ondas no espaço das melhores séries do ano, afastando-se do género de comédia, dominado por Ted Lasso, e destacando-se com o thriller distópico Severance. Elogiado pela crítica ao longo dos nove episódios da temporada inaugural, a série criada por Dan Erickson apresenta-nos um mundo onde trabalhadores de empresa aceitam participar no programa “Severance”, que permanentemente divide a mente dos funcionários em duas: uma dedicada ao trabalho, outra à vida pessoal. Apesar de ter sido nomeado em algumas das maiores categorias nos prémios Emmy, apenas saiu vitorioso para Melhor Abertura e Melhor Composição Musical.

Severance foca-se no quarteto de personagens que trabalham na mesma sala enquanto funcionários da empresa americana Lumen Industries: o ingénuo Mark (Adam Scott), o espirituoso Dylan (Zach Cherry), o obediente Irving (John Turturro) e a rebelde Helly (Britt Lower). As versões deles que vemos sentadas atrás de uma secretária tratam-se de “innies”, enquanto as vidas privadas fora das quatro paredes brancas se denominam de “outies”, fazendo com que durante oito horas todos os dias eles não tenham nenhuma consciência do que ocorreu.

Visto como uma mistura entre a captura da essência do local de trabalho, como é o caso do The Office, com o poder imaginativo de Black Mirror, Erickson apresenta-nos um domínio excelente de composição dramática, balançando histórias íntimas e trágicas com questões de existencialismo e livre arbítrio ao mesmo tempo que são alimentadas pequenas peças de um puzzle que ferve em lume brando mas vigoroso. Desde a cinematografia excepcional à produção arrepiantemente futurística, para não falar das performances sensacionais do elenco principal e secundário enquanto duas metades de uma pessoa “severed”, Severance pode não ser um fenómeno mundial à escala de Wednesday, mas será uma experiência infinitamente enriquecedora para quem se aventurar a pressionar o botão play.

The Bear (Temporada 1)

The Bear tem uma premisa simples: Carmen Berzatto (Jeremy Allen White) tem um talento nato para a cozinha, porém deixa para trás um emprego num dos melhores restaurantes do mundo para cuidar do pequeno restaurante familiar em Chicago, depois da notícia de o dono, o irmão mais velho de Carmen, ter cometido suicídio. Sorrateiramente, a temporada de oito episódios foi partilhada de modo exaustivo nas redes sociais, sucedido rapidamente por louvores dos críticos, e da noite para o dia a comédia negra de um dos autores de Shameless, que se encontra disponível na íntegra na Disney+, tornou-se num dos maiores feitos televisivos do ano.

Não se desperdiça um único segundo antes de The Bear atirar o espectador para um ambiente de cortar à faca, onde os cinco minutos iniciais do primeiro episódio é das sequências mais intensas do ano, comandada por White, que dá vida às ansiedades e extremos emocionais que caracterizam o dono de um restaurante em queda livre.

A própria série consegue exceder-se nos níveis de ansiedade induzidos ao público com um episódio de one take com duração de 20 minutos, que exibe de forma elegante o lado frenético e viciante que a série é capaz de lidar. Cada episódio de meia hora está repleto de momentos exasperantes, com cortes em dedos, queimaduras e pessoas a gritarem a altos pulmões ser o palco de entretenimento puro que executa as suas ideias cómicas em contraste com alguma da melhor argumentação dramática do ano. E isto sem falar do modo como retrata a realidade de trabalhar numa cozinha sem qualquer tipo de idealização, retrato esse que é a cola que une todos estes elementos disjuntos de uma família de trabalho que andam pelos cabelos uns entre os outros.

The Boys (Temporada 3)

Depois de dois anos e um cliffhanger, a terceira temporada da comédia negra de The Boys chegou este verão para o esplendor dos fãs, e não reduziu em nada na quantidade de violência, palavrões e críticas ao género de super-heróis, e muito menos na qualidade.

Baseada na banda desenhada do mesmo nome de Garth Ennis e Darick Robertson, a série da Amazon Prime Video situa-se num universo onde pessoas com indivíduos super poderosos, intitulados “Supes”, são reconhecidos como heróis pelo mundo fora e venerado como deuses e trabalham para a empresa bilionária Vought, mas por detrás de sorrisos e patrocínios todos eles são pessoas corruptas que abusam dos seus poderes, com “The Seven” a tratar-se do grupo mais venerado e, secretamente, diabólico.

É aqui que entram os verdadeiros heróis da trama, os autointitulados “The Boys”, um bando de vigilantes que pretendem a todo o custo destruir a Vought e a sua longa linha de super vilões disfarçados, que desta vez vão à procura de um célebre “Supe” chamado Soldier Boy (Jensen Ackles) ao mesmo tempo que descobrem uma substância que oferece poderes por tempo limitado a quem a consumir.

Para quem já é fã, a terceira temporada adiciona alguns elementos fascinantes à fórmula já bem estabelecida da sátira, mais concretamente ir ainda mais longe do que já foi com as cenas gráficas. Começando a temporada com um “Supe” que diminui de tamanho e se enfia dentro do ânus de alguém (e acaba por aumentar de tamanho, matando a pessoa com uma bela explosão gráfica), a comédia de Erik Kripke progrediu ainda mais na sua habilidade de criticar um género ao mesmo tempo que nos apresenta uma história perspicaz e única num espaço governado pelo universo cinematográfico da Marvel.

Sempre hilariante mas sem sacrificar o seu elenco de personagens radiantes (e a necessitar de uma ida ao psicólogo), The Boys é a grande série do momento para quem desgosta (e para os que adoram) uma boa história de super-heróis.

Fate: The Winx Saga (Temporada 2)

A história é inspirada na série de animação Winx Club criada por Iginio Straffi. Depois do sucesso que foi a primeira temporada, com mais de 57 milhões de subscritores a acompanharem as aventuras mágicas das fadas mais conhecidas do universo juvenil, a Netflix decidiu apostar na continuação da trama.

Bloom (Abigail Cowen), Stella (Hannah Van Der Westhuysen), Musa (Elisha Applebaum), Aisha (Precious Mustapha) e Terra (Eliot Salt) recebem um novo membro no grupo, Flora (Paulina Chávez), que se junta às restantes fadas e aos Especialistas para não só tentar saber mais sobre o súbito e misterioso desaparecimento da Diretora Farah Dowling (Eve Best), bem como perceber quais são os planos maquiavélicos de Rosalind (Miranda Richardson), que tomou o seu lugar na escola de magia de Alfea.

Apesar da receção por parte da crítica não ter sido a mais positiva, a série registou bons resultados de audiência e conseguiu conquistar um público fiel, que rapidamente se revoltou contra a plataforma de streaming quando esta decidiu não renovar Winx: The Fate Saga para uma terceira temporada. Este foi um triste destino para os fãs de Winx que, dado o ritmo da história ser cada vez mais frenético e emocionante, aliado às boas atuações de maioria do elenco (elogios a Eve Best), esperavam uma terceira temporada que tinha o potencial necessário para ser ainda melhor que as anteriores.

Sagrada Família (Temporada 1)

Sagrada Família foi uma das grandes apostas da Netflix para o último trimestre do ano. A série espanhola, da autoria de Manolo Caro, desenvolve-se ao longo de oito episódios onde reinam o mistério e várias camadas de tensão. Com a maternidade como ponto de partida para a premissa da série, sendo o elo com cada personagem, é o segredo obscuro de uma família que sustenta toda a história. É com o objetivo de o guardar a sete chaves que a família, aparentemente normal, se muda para um bairro de Fuente del Berro, em Madrid, e onde as novas relações podem reviver o passado.

Glória, a matriarca da família, é mãe solteira e vive com o seu filho recém-nascido, Hugo e a sua au pair, Aitana. É assim que as amigas, Blanca e Alicia, a conhecem, mas Glória guarda vários segredos, e um deles é a família. Pode Aitana ser sua filha? E quem é Abel que vive trancado no porão da casa? As respostas são dadas ao longo dos episódios, sendo o suspense o grande trunfo de Sagrada Família. Com caras conhecidas de produções como La Casa de Papel, Vis a Vis ou Elite, o elenco conta com Najwa Nimri, Alba Flores, Álvaro Rico, Carla Campra, Álex García, Iván Pellicer, Ella Kweku e Macarena Gómez. A segunda temporada já foi confirmada pela Netflix e esperemos que seja tão original quanto a primeira.

Conversations with Friends (Temporada 1)

Conversations With Friends segue a linha de Normal People, o fenómeno de 2020, e talvez seja esse o motivo por entrar nesta lista. A adaptação do livro homónimo da escritora Sally Rooney, estreou na HBO Max em maio deste ano, e conta a história de duas jovens de 21 anos, Frances e Bobbi, na descoberta conjunta daquilo que é a amizade e o amor. As duas, melhores amigas, ex-amantes e colegas de universidade, vêem-se envolvidas na vida conjugal de um casal mais velho, Nick e Melissa, formando assim um quarteto amoroso. Enquanto Melissa e Bobbi se divertem, Nick e Frances embarcam num intenso caso secreto. É esse despertar de paixão, numa exploração sexual e emocional, que consome todos os pensamentos de Frances e a força a enfrentar as suas vulnerabilidades.

A série é construída nas entrelinhas, entre a poesia do quotidiano, em cenários harmoniosos, e com uma pitada de melancolia. Conversations With Friends constrói-se de íntimas conversas sobre a amizade, o poliamor, a bissexualidade e a adolescência, ao longo de 12 episódios que fazem o espetador desejar por mais. O elenco é composto por Alison Oliver, Joe Alwyn, Sasha Lane e Jemima Kirke. A minissérie é uma coprodução da BBC Three e da Hulu, apesar de fazer parte do catálogo da HBO Max em Portugal.

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