
All On The Board não é uma plataforma oficial do Metro de Londres, mas com o passar dos anos tornou-se semioficial e um must, tanto no local como nas redes sociais. A tal ponto que o quadro branco onde dois funcionários do underground londrino comentam actualidades criativamente soma centenas de milhares de seguidores no Twitter e dois livros campeões de vendas. Assim sendo, seria obrigatório dar aos viajantes que passam pela estação de North Greenwich, linha Victoria, a emoção da vida e morte de Tina Turner, lenda do rock’n’roll que morreu esta quarta-feira, aos 83 anos.
No quadro branco habitualmente utilizado para informações de última hora sobre o serviço de metro, o duo responsável pelo All On The Board, Ian Redpath and Jeremy Chopra (conhecidos como N1 e E1, uma adaptação de códigos postais londrinos e que em estenografia se pode ler como “ninguém, no one” e “Everyone, toda a gente”), homenageiam Tina e o seu texto poético já está não só a dar voltas ao metro e a Londres, mas a todo o mundo. É um texto que keeps on turning, como a big weel da Proud Mary (You know that big wheel keep on turning / Proud Mary keep on burning).
“Descansa em paz Tina Turner, serás para sempre amada e nunca esquecida”, lê-se no quadro in loco e nas redes, num poema que inclui referências a canções monumentais de Tina, como de Nutbush city limits, What’s love got to do it, River deep, mountain high, Private dancer, Proud Mary e Goldeneye. E, naturalmente, aquela que se tornou mote da sua vida e obra, título de jornais e de obituários por todo o mundo, (Simply) the best.
Rest in Peace Tina Turner,
The Queen of Rock ‘n’ Roll.
You will be forever loved and never forgotten.
Our thoughts are with you, your family,
friends and all your fans.#TinaTurner #SimplyTheBest pic.twitter.com/SyCZZuctsU— All On The Board (@allontheboard) May 24, 2023
Com milhares de partilhas na Internet, o quadro branco que evoca Tina assinala como um facto que ela foi “simplesmente uma das maiores artistas de sempre”, mas que “agora é altura de a rainha do Rock’n’Roll descansar”. Recorde-se que Tina, além de uma obra musical repleta de clássicos e números 1 pelo mundo fora, foi uma das mais prolíficas artistas em matéria de viagens: se nos anos 1960/1970 ela e o marido já viajavam pelo mundo a mostrar a garra e a voz da cantora, quando se deu o seu regresso retumbante com o álbum Private Dancer, em 1984, Tina dedicou-se à arte em que toda a sua arte se tornava mais superlativa, a dos concertos ao vivo. Foi uma meia dúzia de tours mundiais em que, com duas passagens por Portugal, provou que ao vivo é que é.
Pelo menos por agora, a viagem de vida de Tina Turner e a sua última viagem estão marcadas, com amor, carinho e rock’n’roll, nesta estação de metro londrina que, graças a textos como este por jornais e plataforma media de todo o planeta, acaba de se tornar uma estação do mundo em que todos entramos para homenagear a rainha do rock’n’roll.
