Espanha. Eleições regionais podem mostrar "cartão amarelo" ao governo

Espanha. Eleições regionais podem mostrar “cartão amarelo” ao governo

As eleições regionais em Espanha realizam-se este domingo, apenas a seis meses das eleições gerais, em que o Governo de Pedro Sanchez (PSOE) tentará a reeleição.

O momento eleitoral é visto como uma antecâmara importante para as eleições gerais do final do ano e reflete, em parte, as tensões que se vive atualmente entre o executivo espanhol e as forças de oposição.

A Renascença explica o que está em causa nas eleições deste domingo.

Que regiões vão a votos?

Doze dos 17 governos regionais e cerca de oito mil representantes locais vão ser eleitos este domingo.

São chamadas às urnas as comunidades de Aragão, Astúrias, Ilhas Baleares, Ilhas Canárias, Cantábria, Castela-Mancha, Extremadura, La Rioja, Madrid, Múrcia, Navarro e Valência.

Ao todo, tratam-se de 737 dos 1.212 mil lugares que existem em parlamentos regionais, em Espanha.

As cidades autónomas de Ceuta e Melilla também vão a votos.

Os restantes governos regionais – Andaluzia, País Basco, Catalunha e Galícia – só vão ser chamados às urnas em 2024.

Quem governa atualmente nas regiões?

Dos 12 governos regionais que vão a eleições este domingo, o PSOE – partido do centro-esquerda e do primeiro-ministro Pedro Sanchez – governa em nove.

O PP, o principal partido de oposição do centro-direita, governa em Madrid e em Múrcia. Na Cantábria, o governo regional é do PRC – Partido Regional da Cantábria – que só perdeu uma eleição nesta região em quase 30 anos.

Já nas cidades autónomas, Juan Jesús Vivas, do PP, é o autarca em Ceuta. Em Melilla, o autarca é Eduardo de Castro, que se tornou independente depois de ter saído do Ciudadanos, em 2021.

Que regiões vão ter eleições disputadas?

Segundo as sondagens mais recentes, pode-se esperar disputas renhidas em Aragão, Ilhas Baleares, La Rioja, Castela-Mancha, Cantábria e em Valência.

Todas estas regiões, com exceção de Cantábria, são governadas atualmente pelo PSOE.

Se o Partido Socialista Espanhol sofrer derrotas nestas regiões ou até noutras, poderá ser um sinal negativo para Pedro Sanchez, a seis meses das eleições gerais.

Que temas têm estado em destaque na campanha?

Para lá de especificidades de cada região, a economia e o ambiente têm sido dois dos tópicos mais importantes.

O PSOE aponta para números económicos favoráveis e tentam valorizar a governação de Pedro Sanchez. E é precisamente a figura do primeiro-ministro espanhol que o PP tenta usar como uma espécie de antagonista que tem de ser derrotado já nestas regionais.

As alterações climáticas, que têm afetado particularmente a região do sul de Espanha, que registou recordes de temperaturas altas em abril, também têm estado sob forte discussão.

A seca é outro tema forte em Espanha, à semelhança das preocupações que se vivem em Portugal.