De olhos fechados para embalar o povo

O Record continua a celebrar os 50 anos da Revolução que deitou abaixo a ditadura, neste caso com mais uma história que reforça a imagem tão bem vendida que o regime pré-25 de Abril fazia de …

Por Bruno Fernandes

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Paris prepara a festa do título

É apenas uma questão de tempo até o PSG sagrar-se tricampeão francês. A primeira oportunidade para festejar é já hoje, se vencer em casa do Lorient e, mais tarde, o Monaco não conquistar os 3 pontos …

Por Diogo Jesus

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Pinto da Costa garante continuidade de Pepe e Sérgio Conceição se for reeleito

Pinto da Costa garante a continuidade do defesa Pepe e do treinador Sérgio Conceição se vencer as eleições do próximo sábado para a presidência do FC Porto.

“O Pepe, que é um jogador de grande utilidade, tem um contrato assinado comigo para mais um ano, só que pediu para eu só o meter na Liga depois das eleições, mas já tenho o contrato assinado com ele”, revelou o presidente dos dragões, num jantar em Espinho.

Pinto da Costa, que vai a votos contra André Villas-Boas e Nuno Lobo, garante que se ganhar Pepe, de 41 anos, continua de dragão ao peito.

“Depende do Pepe, assinou contrato em que se, eu continuar como presidente, ele continua a jogar. Se eu não continuar, será ele que terá que conversar com quem vier para ver se continua ou não”, sublinhou.

Em relação ao treinador Sérgio Conceição, a situação é semelhante, garante Pinto da Costa.

“O Sérgio Conceição comigo vai continuar, ponto. Se tenho essa garantia? Claro, senão não dizia isso, nem podia estar a dizer. Se eu vencer as eleições, o Sérgio Conceição vai continuar. Também já tem contrato assinado”, frisou.

​Trabalhadores das grandes superfícies em greve a 1 de maio

Os trabalhadores das grandes superfícies e contact-centers vão fazer greve de 24 horas no feriado do 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.

Reivindicam o aumento geral dos salários e pensões, a dinamização da contratação coletiva, a regulação dos horários de trabalho e a conciliação entre a vida profissional e familiar, indica o Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal (STGSSP).

A escolha do Dia Internacional do Trabalhador não foi por acaso. O Sindicato diz que a data possibilita que os trabalhadores não se apresentem ao serviço num dia feriado.

No pré-aviso, o STGSSP adianta que “serão observados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações, nos moldes usualmente assegurados pelos trabalhadores, e a exemplo do que sucede durante os períodos de encerramento diário e/ou semanal e desde que os mesmos não possam ser assegurados pelos trabalhadores” que não adiram à greve.

25 de Abril com Soares

O convite apanhou-me desprevenida, o tema, não: tratando-se de Soares, não. De modo que me apressei a dizer a David Castãno – historiador, investigador e autor de excelentes biografias — que sim, que e tal como Francisco Assis, também apresentaria o seu último livro, justamente sobre Mário Soares. Um livro especial e especialmente bom. Na semana em que passa tanto tempo e tão pouco sobre Abril de 74, trouxe hoje para o Observador as palavras que disse há dias publicamente. Foram estas:

“Mário Soares e o 25 de Abril – o Essencial” (Edições 70)

1 Tenho saudades do cidadão Mário Alberto Nobre Lopes Soares, dou pela sua falta na montra do país. No Largo do Rato, no Parlamento, em Belém, nos écrans, no papel de jornal, nas representações oficiais, nas salas, nas ruas. Quer isto dizer na politica, nas instituições, na saúde da democracia, nos destinos da pátria. E sinto a ausência do celebrador da vida. O dr. Soares cantava-lhe hinos, não a dissociava de si mesmo, na glória ou no desastre, no ócio ou na batalha, em família, dentro ou fora de portas. O formidável político foi igualmente um formidável praticante da vida.

A lutar contra Marcelo Caetano, a derrotar Cunhal, a bater Freitas do Amaral, a entrar numa livraria, a comer joaquinzinhos fritos, a tomar banho de mar, o Dr. Soares vivia. E se preso, deportado em S. Tomé ou exilado em França rejubilaria menos, nunca deixou de celebrar a vida enquanto se ocupava a pensar estrategicamente dois futuros, o do país e o seu.

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2 Sabíamos que Mário Soares semeara a democracia no caetanismo; festejara a liberdade em 74, liderara a contra-revolução, governara, escolhera, decidira, presidira ao país. Ganhando uma vezes, perdendo outras.

E ao contrário do que levianamente ainda se acha hoje, nada lhe foi fácil. Achávamos também que conhecíamos a convicção, a anti-desistência, a coragem, a desilusão, as vitórias. E também a intuição, a ambição, os combates, a Europa. Sabíamos tudo, dizíamos nós.

Mas David Castãno vem explicar-nos fundamentadamente que talvez não seja bem assim. Não nos traz felizmente um novo Mário Soares – apanharíamos um susto! – mas uma ampliação em quatro grandes quadros de um resistente, um combatente, um permanente, um democrata. Chama-se “Mário Soares e o 25 de Abril – o Essencial” (“Edições 70).

O critério é tão interessante quanto a radiografia do que o autor elege como essencial, olhando para Mário Soares estampado na paisagem portuguesa de aquém e além mar, em Abril de 1974.

O primeiro quadro chama-se “Soares e Marcello Caetano”; o segundo, “Soares, Spínola e a descolonização”; o terceiro, “Soares, Cunhal e o MFA” e o último “A Europa (e os EUA) com Soares”.

3 Memória, história e biografia de um só lance, mas em certo sentido uma descoberta, em certo sentido uma surpresa. Sendo acima de tudo um documento substancial mas desde já indispensável, o livro possui uma fluidez notável na vastíssima informação; na minúcia, no detalhe, no mais complexo enquadramento; fluidez mesmo quando as coisas aparentam ir ser impossíveis, talvez mesmo trágicas; fluidez no rigor do retrato contado e na seriedade do que foi politicamente avaliado pelo autor.

A ampliação de Soares nunca é laudatória, e há nela um duplo e sedutor propósito: por um lado David Castano traz-nos um político plus vrai que nature a quem o quiser reencontrar ou relembrar; e simultaneamente oferece – e eis o que não é pouco! – parte substancial da vida de Mário Soares a quem não possua ainda o conhecimento que a figura justifica, a quem o traga semi-esquecido, a quem ocorra uma imagem – intencionalmente ou não – desfocada.

Destes quatro capítulos, arrematei particularmente um deles embora todos me tenham surgido hoje de notável utilidade política. Lembrarei o primeiro e aludirei ao ultimo, começando esta breve viagem pelo princípio, como devem começar as boas histórias.

4 Até quase ao início da década de sessenta, o dr. Soares era geralmente tido – no regime e na oposição – como um advogado do reviralho. O pai tinha um colégio, Maria Barroso era uma grande actriz do Teatro Nacional, havia dois filhos e ele conspirava com amigos republicanos em escritórios da Rua do Ouro. E no entanto, quem souber ler estes anos como leu David Castano verá a que ponto o dr. Soares esteve sempre lá: mesmo que uns o proibissem, outros o recusassem e outros ironizassem. E mesmo que estando só na penumbra dos bastidores ou até mesmo que pudesse parecer que não estava – por pouco produtivas que fossem as suas incursões na oposição – ele sabia que era preciso começar por estar, para suprir a sua “non existence” política. O ponto de partida mostra-o como autor ou co-autor da Resistência Republicana, depois Resistência Republicana e Socialista; da Açcão Socialista Portuguesa, de documentos, manifestos, cartas clandestinas. De presenças em Congressos da Oposição Republicana, criação de Plataformas de Acção Comum. Mas o advogado do reviralho, porque não era só o advogado do reviralho, queria mais. Queria protagonizar o futuro, quando chegasse o outro futuro. E por isso – e para isso – desacreditou das primaveras de Marcelo Caetano, fundou um partido, publicou um livro chave, interveio na Internacional Socialista, internacionalizando-se a si mesmo em tournées pela Europa e o mundo. Aprendia e intuía, percebendo o essencial antes de outros e agindo estrategicamente antes deles. Mesmo que aos solavancos e com deportações, prisões e exílios pelo meio; mesmo se as polcas com a esquerda comunista e a radical, e as valsas com a social democracia – fossem por vezes dançadas com ambiguidade ou ambivalência – Soares tentava talhar-.se um lugar cativo na política e pré -assinava-o: era o seu e para os seus.

5 Quando por exemplo recusou a mão de Marcelo Caetano – apesar de como afirmou haver no início do caetanismo “ um largo crédito de esperança” – soube recusar essa mão intuindo lucidamente que se a acolhesse “os créditos da oposição seriam o exclusivo de comunistas ou católicos progressistas”. E não existindo nem na política nem no papel, a figura de meia ditadura, a resposta foi não. Acusado pelas declarações feitas um jornalista estrangeiro e consideradas “ofensivas para a honra do país” – e talvez fossem – não se arrependeu, nem as negou: e como tal, foi preso e deportado para S. Tomé. Não soçobrou nessa longínqua Africa tão para si desconhecida, começando a redigir “O Portugal Amordaçado”. No regresso, num golpe de asa político -mas só pode ter o dom do golpe de asa político quem esta dentro dela, a amassá-la – separa-se dos comunistas nas eleições de 1969, criando a CEUD – Comissão Eleitoral de Unidade Democrática com a qual os socialistas concorrem em Lisboa, Porto e Braga. O magro resultado de 5% contra os 18% da CDE, Comissão Democrática Eleitoral – integrada também por não comunistas – não o desanima: semeava uma alternativa política no chão da oposição, chamada “socialismo democrático”. Fazia-o apesar da sua tradição no país ser escassa e “pouco brilhante” como ele próprio concordava. Sabendo que o caminho iria ser duro, produzir a desconfiança, e ser olhado com o soslaio da dúvida, Soares percebe porém o que deve fazer com a sua alternativa: trabalhá-la aqui, anunciá-la longe daqui. É o que faz início da década de setenta viajando pelas Américas, depois pela Europa. Conhece e faz-se conhecido. Mas o que diz fora, continua a desagradar dentro. O veredicto é pesado: ou de novo a prisão, ou o exílio. É a escolha do exílio em França que de novo nos sinaliza o sentido estratégico do combate: ao contrário do que ia ocorrendo nos sectores oposicionistas exilados, Soares não se isola, nem desune, não desperdiça, nem se desperdiça: segue um rumo. A imprensa estrangeira começa a noticiá-lo e a citá-lo. Passa a ter alguma importância, ia a caminho. Entretanto combatia o fastio dos sectores mais jovens cujo fervor revolucionário não lhes consentia a confiança; combatia uma social -democracia julgada demasiado amável e afável com o capitalismo; combatia a hegemonia comunista.

Percebendo que a luta intramuros não era desligável da outra, extra – muros, insiste no combate fora. Como quando – e escolho intencionalmente este exemplo – farejando o perigo, reage com determinação aos concertados e em certo sentido exitosos esforços que o regime operava para uma real aproximação de Portugal à Comunidade Económica Europa e que não podiam senão inquietá-lo. Presente em alguns fóruns e sedes europeias, não hesita: “sem democracia, não!”

Nascia talvez o maior europeísta da oposição à esquerda e em certo sentido talvez o primeiro. Desconhecedor da Africa que falava a nossa língua, o Império nunca o comoveu, nem lhe interessou, a Europa era um porto político e simultaneamente um desejado destino. Essa Europa que começava então a olhar para o político com curiosidade e na qual o cidadão ia tecendo cumplicidades. Ambos estavam certos: valia a pena olhar para ele, valeram muito a Soares, os amigos que lá semeou. (E agora permito-me um parêntesis: também vale muito a pena agradecermos daqui Soares essa Europa onde ele nos fez entrar, décadas depois. Bem e com felicidade. Foi pela mão desse primeiro europeísta da oposição que Portugal lá entrou para ficar. Eis o que diante deste novo livro e desta plateia, eu gostaria que não fosse esquecido.)

6 Por entre revezes, desavenças, traições, sobressaltos, e não poucas contradições na sua “interpretação” do socialismo democrático, um político chamado Mário Alberto Nobre Lopes Soares tinha-se feito a si mesmo durante o caetanismo, apesar de por vezes tropeçando em si próprio. Possuía um partido, camaradas, militantes, simpatizantes e pares no estrangeiro. Quando chegou a Portugal, no final de Abril de 1974, já não era o advogado do reviralho. Mesmo que meses depois fosse começar outra história muito complicada ele agora já se chamava Mário Soares. Foi por isso que a venceu.

7 E finalmente partilho o meu próprio entusiasmo face ao que li de tão interessantemente “dado a saber” no último capítulo deste livro, “A Europa (e os EUA) com Soares”. Trata-se do dr. Soares fora do país, um Soares activando-se na Europa, em nome de uma pátria aflita. Mas trata-se de portas que ele próprio entreabrira, muito anos antes, contra os ventos de outro tempo e as marés de outro regime.

Apesar de três livros feitos com o nosso protagonista ainda me espantei: que trabalhos de Hércules teve o dr. Soares! Cercado como estava Portugal entre o final de 1974 e o ano de 1975, pelas extrema-esquerda comunista e radical e os seus cúmplice militares que trabalho para libertar o país desse cerco, repor o 25 de Abril, fazer regressar a liberdade. Esforço, liderança, coragem. Mas um dia foi preciso mais, o país, dividido ao meio e não só geograficamente, estava pior um fio, as portas da Europa abriam-se agora de par em par para um dos “seus”. O modo como logo os seus pares europeus estenderam a mão ao amigo e disponibilizaram meios ao político certificaram a legitimidade daquela luta e a urgência em a vencer. Eles sabiam que a missão daquele chefe civil de um exército incontável de portugueses tinha de chegar ao destino. E também sabiam que esse “chefe” tinha consigo muito bons generais políticos, tinha atrás dele um país quase inteiro, tinha ao seu lado, militares responsáveis. Chegaram ao destino.

8 Vida fora, muitos foram os que quiseram seguir Mário Soares outros, também muitos, combatê-lo. A todos deve ter valido a pena. Soares valia como escolha e como adversário.

Este livro também vale muito a pena: ler para saber, reler para não esquecer.

Al Hilal-Al Ain, 2-1: Balde de água gelada para Jesus

Saiu o tiro pela culatra! A vitória por 2-1 não chegou e o Al Hilal de Jorge Jesus e Rúben Neves está fora da Liga dos Campeões da Ásia. O Al Ain – que já havia eliminado o Al Nassr de Cristiano Ronaldo …

Por João Cruz

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Eu voto em Villas Boas

Anda tudo muito excitado com as eleições europeias, mas antes há outras eleições muito importantes, pelo menos para quem é portista como eu. As eleições do próximo sábado são fundamentais para o futuro do FC Porto. Pinto da Costa chegou ao fim da linha como Presidente do Porto. Já não tem mais nada de positivo a oferecer ao clube. Quem votar em Pinto da Costa em nome do passado, estará a hipotecar o futuro do FC Porto.

Para um portista que começou a apoiar o clube quando não eramos campeões há quase vinte anos, Pinto da Costa foi um herói. Revolucionou o nosso clube, e liderou a transformação do Porto num grande clube europeu. Foi decisivo para as maiores alegrias que senti como adepto de futebol. Eu confiava cegamente nas escolhas de Pinto da Costa. Se ele escolhia, sabia que seria bom para o Porto. Durante muitos anos, Pinto da Costa colocou o Porto acima de tudo. E o Porto era um clube vencedor e de sucesso.

Mas isso acabou há cerca de uma década. A SAD do clube começou a servir outros interesses e a deixar de colocar o Porto cima de tudo. Começaram as negociatas de jogadores, as relações nada transparentes com agentes de futebol, a saída de jogadores a custo zero, a subordinação das claques a uma máfia de pequenos crimes. O Porto deixou de ganhar como ganhava (três campeonatos nos últimos 11 anos), e passou a ser um clube permanentemente à beira da falência.

Para quem admirou Pinto da Costa, é muito triste vê-lo mentir de um modo descarado e acusar Villas Boas do que ele fez ao clube. Como pode Pinto da Costa acusar alguém de querer transformar o clube num entreposto de negociatas e jogadores? Como pode Pinto da Costa acusar alguém de pretender vender a independência do Porto quando ele está a vender o clube e o estádio aos pedaços? Como pode Pinto da Costa acusar alguém de não querer construir uma academia quando ele teve tantos anos para o fazer e nunca o fez? O Benfica, o Sporting e o Braga têm academias há mais de 10 anos. O que andou Pinto da Costa a fazer esse tempo todo? Promessas que nunca cumpriu. O nosso futebol de formação ficou atrasado em relação aos nossos rivais e até há casos de miúdos portistas que vão para o Braga porque têm melhores condições. É uma vergonha para o Porto.

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Pinto da Costa chegou a um ponto em que não pode dizer a verdade. Só a mentira o pode ajudar a ganhar as eleições. E não pode dizer a verdade porque entregou o futuro do clube a fundos que ninguém conhece e a interesses financeiros obscuros. Um clube falido deixa de ser independente.

O Porto também já não depende de Pinto da Costa para vencer competições no futebol. Os três campeonatos e as taças que ganhamos nos últimos 11 anos devem-se a Sérgio Conceição, um dos melhores treinadores de sempre do Porto. Quando Conceição chegou, o Porto não era campeão há quatro épocas. Tudo o que ganhou desde então deve-se ao treinador. Aliás, se Conceição desse uma entrevista amanhã e contasse tudo sobre as contratações de jogadores que ele nunca pediu, as contratações falhadas que ele pediu, as vendas de jogadores indispensáveis contra as promessas feitas, os jogadores que saíram a custo zero, Pinto da Costa não teria mais de 20% dos votos. Claro que Conceição nunca o fará porque é um homem decente e de carácter. Mas ele sabe que será trágico para o Porto se Pinto da Costa ganhar.

Villas Boas é a melhor pessoa para liderar o Porto. Primeiro teve a coragem de avançar contra Pinto da Costa. A coragem é essencial num Presidente do Porto. Depois, é portista, o que é absolutamente fundamental. E o portismo não se mede. Ou se é do Porto ou não se é do Porto. Ninguém tem o direito natural a ser mais portista do que os outros.

Mas Villas Boas é um homem de sucesso, é um vencedor, como se viu quando treinou o Porto. Está muito bem preparado e construiu uma equipa de grande competência. Se Villas Boas for eleito, como espero, a SAD do Porto e a equipa de futebol terá a melhor equipa de administradores e de directores de Portugal. O Porto quer sempre os melhores, e os melhores estão com Villas Boas.

Por fim, Villas Boas fez uma campanha excepcional. Usou sempre um discurso muito claro e ambicioso, tem boas ideias para o clube e sabe o que precisa de fazer para voltar a fazer do Porto a maior equipa de futebol nacional. Para um portista de Lisboa, como eu, é muito bom ouvir um candidato à presidência dizer que o Porto é um clube nacional. Eu sou portista mas não sou portuense, e há muitos portistas em Lisboa, em todas as regiões de Portugal, e no estrangeiro. Eu não quero ver Lisboa a arder, quero ver o Porto a vencer.

Muita gente recorda, e com razão, que o FC Porto deve muito a Pinto da Costa. Mas Pinto da Costa também deve muito ao FC Porto. Nunca teria sido Pinto da Costa se não fosse o Porto. Ninguém é maior do que o FC Porto e ninguém é dono do clube. O Porto pertence aos portistas. A melhor maneira de os portistas mostrarem que o Porto lhes pertence é afastar quem se tem portado como o dono do clube e eleger quem quer voltar a ganhar e a ser o maior de Portugal. Essa pessoa é Villas Boas.

Homem baleado pela PSP após mostrar arma em Lisboa

Um homem sofreu ferimentos após ter sido baleado esta terça-feira à noite por um agente da PSP no Lumiar, em Lisboa, depois de ter mostrado uma arma, adiantou à Lusa fonte desta força policial.

Fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (Comtelis) explicou que esta força teve que efetuar disparos, na sequência de uma viatura que se colocou em fuga, depois de desobedecer a uma ordem de paragem.

Dois suspeitos estavam na viatura, mostraram estar armados e a PSP efetuou dois disparos, detalhou a mesma fonte.

Um homem ficou ferido, sendo considerado ferido leve, após ter sido atingido numa nádega, acrescentou.

O incidente ocorreu pelas 21h50 desta terça-feira, na zona das Linhas das Torres, Lumiar, em Lisboa.

A Polícia Judiciária foi chamada ao local, referiu ainda a fonte do Comtelis.

Umas eleições europeias à medida do CH (e da IL)

Sem a pressão do voto útil para derrotar o PS e considerando que as eleições europeias são habitualmente uma ocasião privilegiada para a expressão de voto de protesto, no próximo dia 9 de Junho o CH tem fortes possibilidades de conseguir o seu melhor resultado eleitoral de sempre e – talvez – concorrer seriamente pela vitória – ou pelo menos para ficar à frente da AD, o que seria em si mesmo um pequeno terramoto no sistema partidário português.

Com uma magríssima vitória eleitoral nas legislativas e um empate em número de deputados entre PSD e PS, a margem de Montenegro para erros era escassa e este início não tem sido o melhor, com uma série de erros não forçados. O processo para a eleição do Presidente da Assembleia da República foi, no mínimo, atabalhoado e causou um desgaste absolutamente desnecessário por inabilidade política do PSD. A escolha de Secretários de Estado revelou grandes dificuldades de recrutamento, dificuldades essas que, sendo compreensíveis na actual conjuntura, não deixam ainda assim de fragilizar o Governo. Depois, algumas más escolhas de assessores, ainda que materialmente não muito relevantes, minaram adicionalmente a credibilidade do executivo. E, claro, a enorme trapalhada relativa à baixa do IRS que afinal (e como a IL desde o início alertou) pouco acrescentou ao que o PS já havia aprovado.

Neste contexto, o desastrado e imprevidente processo de selecção do cabeça de lista da AD para as eleições europeias só veio piorar as coisas. Depois de permitir que se gerasse a ideia de que esse lugar seria assumido por Rui Moreira, e no seguimento de forte (mas não surpreendente) contestação interna no PSD a essa opção, Montenegro terá optado por oferecer a segunda posição nas listas a Moreira, tendo como cabeça de lista Sebastião Bugalho. A falta de bom senso inerente a este convite só foi superada pela posterior desvalorização da ideia de Rui Moreira ter sido convidado, gerando mais um desnecessário impacto negativo para o PSD e para a AD.

Sebastião Bugalho (disclaimer: foi meu aluno no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e tenho por ele estima e consideração pessoal) é uma escolha compreensível – pela sua combatividade, experiência mediática e potencial apelo ao voto jovem e disputado com o Chega – mas nem por isso deixa de ser surpreendente num partido com a escala do PSD. É também uma escolha de altíssimo risco para Luís Montenegro: numas eleições que a AD está obrigada a vencer, a responsabilidade por um mau resultado não poderá ser atribuída ao jovem Bugalho – que compreensivelmente se sentiu motivado e aceitou esta oportunidade – mas sim a quem lhe dirigiu o convite.

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O talento comunicacional e a argúcia de Sebastião Bugalho são inegáveis e não tenho qualquer dúvida de que dará o seu melhor na campanha, mas poderá ser complicado ultrapassar as críticas de falta de experiência relevante para estas funções assim como será difícil contrariar a ideia de que Montenegro foi incapaz de recrutar um cabeça de lista com outro peso político.

A estas dificuldades somam-se candidaturas fortes por parte do CH e da IL. Por parte do CH, a opção por Tânger Corrêa, Vice-Presidente do partido, pode ainda gerar alguns dissabores devido a posições assumidas no passado pelo experiente diplomata relativamente à Rússia. Mas o anúncio do ex-deputado do PSD Tiago Moreira de Sá como número 2 é um primeiro sinal forte (muito mais do que os das legislativas) de que o CH começa a conseguir recrutar quadros políticos qualificados da área do PSD: além da experiência parlamentar, Tiago Moreira de Sá é Professor Associado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigador no IPRI, com ênfase nas relações transatlânticas. Por sua vez a IL apresenta também uma lista forte, com o ex-líder João Cotrim de Figueiredo a liderar e Ana Martins (a quem se aplica o mesmo disclaimer que deixei relativamente a Sebastião Bugalho), Vice-Presidente da IL e coordenadora do ILab, Laboratório de Ação Política da IL, com forte perfil internacional e em particular europeu, tendo sido colaboradora próxima de Timothy Garton Ash, na segunda posição.

Numas eleições que terão – previsivelmente – elevada abstenção muito se decidirá pela capacidade de mobilização dos vários partidos. E com CH e IL a terem um claro potencial para crescerem face às legislativas, a AD enfrenta um dilema: se desvalorizar as eleições europeias para minimizar danos, arrisca-se a ter um resultado ainda pior; se as valorizar e dramatizar o discurso, arrisca-se a agravar as consequências nacionais de um eventual mau resultado.

PS quer audições urgentes da ministra da Saúde e do diretor-executivo do SNS

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O PS vai propor audições urgentes no parlamento da ministra da Saúde e do diretor-executivo do SNS para prestarem esclarecimentos sobre a demissão anunciada de Fernando Araújo e da sua equipa, disse nesta terça-feira à Lusa fonte oficial socialista.

De acordo com a mesma fonte, o requerimento para esta audição na comissão da Saúde vai dar entrada no parlamento na quarta-feira.

O objetivo do PS com estas audições, que serão pedidas com caráter de urgência, é que Ana Paula Martins e Fernando Araújo deem as explicações sobre a demissão, anunciada nesta terça-feira, do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde e da sua equipa.

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde anunciou nesta terça-feira que vai apresentar a demissão, em conjunto com a sua equipa, à ministra da Saúde, alegando que não quer ser obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considere necessárias.

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Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, apresenta demissão para não ser “obstáculo” às políticas do novo governo

“Respeitando o princípio da lealdade institucional, irei apresentar à senhora ministra da Saúde, em conjunto com a equipa que dirijo, o pedido de demissão do cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde”, adiantou Fernando Araújo em comunicado.

Segundo Fernando Araújo, esta “difícil decisão” permitirá que a nova tutela possa “executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual direção-executiva (DE-SNS) possa ser considerada um obstáculo à sua concretização”.

“A DE-SNS é um órgão técnico, um instituto público do Estado, que tem de estar acima de questões políticas ou agendas partidárias, e que executa políticas públicas determinadas pelo Governo”, salientou ainda o comunicado assinado por Fernando Araújo.

A direção executiva iniciou a sua atividade em 1 de janeiro de 2023, na sequência do novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) proposto ainda pela então ministra Marta Temido, com o objetivo de coordenar a resposta assistencial de todas as unidades do SNS e de modernizar a sua gestão.

Segundo Fernando Araújo, na “primeira e única reunião tida” com a tutela no novo governo foi transmitido pela DE-SNS a abertura para a continuidade de funções, no sentido de ser terminada a reforma em curso, mas colocando-se ao “dispor da nova equipa governativa, se ela entendesse mudar as políticas e os rostos do sistema”.

“Clarificamos que não pretendíamos indemnizações legais. Cada elemento da equipa tem uma vida profissional anterior, quatro de nós no SNS, um no Ministério das Finanças e outro em atividade privada, e que não pretendíamos onerar em qualquer circunstância o bem público”, garantiu ainda o médico.

Fernando Araújo adiantou também que solicitou que a demissão da direção executiva produza efeitos no dia seguinte a apresentação do relatório da atividade exigido pelo ministério, o qual alega que teve “conhecimento por e-mail na mesma altura que foi divulgado na comunicação social”.

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